sábado, 5 de abril de 2008

RANZINZA, EU?

Ultimamente minha paciência tem acabado muito rapidamente. Algumas das minhas colunas, de fato, parecem amontoados de resmungos de uma velha fofoqueira. Preciso tomar cuidado para não me transformar permanentemente num observador amargurado.

Essa história de unir as SDRs em redes de videoconferência pela internet, por exemplo, não é coisa ruim em si. Uma estrutura descentralizada precisa de ferramentas desse tipo. O grande risco da descentralização é justamente que as partes percam a noção do todo e que as políticas determinadas pelo núcleo do governo demorem a chegar ou cheguem distorcidas às regionais.

Só que ferramentas modernas deveriam estar disponíveis para todas as necessidades de serviço, dos vários setores. Não para reuniões político-administrativas de utilidade duvidosa.

Então, ao mesmo tempo que considero ótimo que o governo finalmente tenha meios eficientes de comunicação, irrito-me com o uso que fazem deles. Irrita-me, na verdade, encontrar servidores públicos, em várias áreas, lutando com enormes dificuldades, sem que ninguém os ajude. Faltam desde coisas básicas (gasolina, por exemplo) até soluções modernas e eficientes.

Mas quando o governador quer falar com seus secretários, mobilizam-se todos os cérebros disponíveis, abrem-se as burras do tesouro e instala-se o que for preciso para que o espetáculo do deslumbramento ocorra sem falhas.

Acho que eu respeitaria muito mais o governante que buscasse os benefícios da tecnologia e da “modernidade” (em qualquer dos 300 significados que isso pode ter), para melhorar os serviços públicos e com isso a vida do contribuinte, sem se exibir, a todo momento, como o pai de todos, o fura-bolos e o mata-piolho salvador da pátria.

Alguém do governo poderá dizer, até com certa propriedade, que estou deixando de mencionar uma série de inovações que foram colocadas à disposição da máquina estatal, para tornar mais eficiente o serviço público. E que minha implicância é ranzinza, sim, porque todos os governantes fazem isso – e precisam fazer, para não serem engolidos pela contra-informação dos adversários políticos.

Talvez por causa da proximidade do final de semana, o velho ranzinza aqui sonha, cada vez mais, com o dia que verá, no poder, alguém que faça diferente. Que não aja tal e qual seus antecessores. Que fuja das práticas viciadas, viciosas e perigosas que sempre deturparam a vida política.

Apesar das decepções freqüentes, não perco essa esperança. E, pelo jeito, ela continuará comigo até o dia em que tiver que bater à porta do paraíso dos ranzinzas, onde – espero – o ranzinza-mor, aquele que expulsou os vendilhões do templo, me receberá com um sorriso cúmplice e um copo de cerveja celestialmente gelada.

4 comentários:

Anônimo disse...

Dissestes tudo. É exatamente isso o que pensam as pessoas que detêm um pouco de conhecimento e cultura, e que não se deixam seduzir por empregos e dinheiro públicos, ganhos de forma desonesta. Esta na hora de alguém dar uma basta nesta farra, que torra milhões de reais pagos com o suor de muita gente humilde e que possui carências básicas (saúde e educação de qualidade, para começar) não atendidas pelo estado. A continuar as coisas como estão, tenho receio pela "jovem democracia" que vivemos, haja vista os exemplos vindos do "barbudo" e do "bigodudo".

Anônimo disse...

E do "topetudo" importado de São José !

Anônimo disse...

Criaram uma SDR em Timbó e por incrível que pareça o secretário de Blumenau vai até Dr. Pedrinho para se reunir com prefeitos e secretário daquela regional. Semana passada o secretário de Timbó foi até Blumenau se reunir com o secretario daquela regional. Sabemos que quando a viagem é para fora da região que abrange a regional eles ganham diária. Não está na hora da oposição se ligar antenar em casos como estes?

Anônimo disse...

Mas quem perdeu meeeesmo o bom humor, foi a Dilma "sorriso", com seu "banco de dados" hein ?
Ela ameaçou colocar a Polícia Federal para investigar, mas aí eu pergunto: será eles já descobriram a origem do dinheiro do dossiê contra o Alkmin na campanha presidencial ?
Aquele dos "aloprados", que a Polícia Federal flagrou entregando o dinheiro no hotel, não tem ?