quarta-feira, 30 de abril de 2008

VEM CÁ, MEU BEM!

Pra ver mais fotos da solenidade onde o presidente estava tão carinhoso, clique aqui.

COMIDINHA DE AVIÃO

Ainda bem que SC não tem o Diário Oficial do Estado on line, ou na internet. Se no DOE em papel, com distribuição complicada e poucos exemplares a turma já consegue garimpar um monte de coisinhas divertidas, imagine se o acesso fosse fácil e a pesquisa simplificada...

O primeiro recorte de hoje é do DOE de 12 de março. E o assunto, uma dispensa de licitação (sempre elas!) para contratar uma empresa que forneça serviços de comissaria para as aeronaves do governo (citation, xingu, etc). Comidinhas e bebidinhas para serem servidas a bordo.

A dispensa 41/08 se refere a apenas um mês e informa que nós pagamos (ou pagaremos) à Ana Cristina Cardoso Andrade Couto ME, a bagatela de R$ 11 mil. Se a calculadora não me falha, dá uns R$ 367,00 por dia. Se o governo voa tanto e com tanta gente quanto os fofoqueiros dizem, até que não é muito caro. Afinal, café da manhã, almoço e janta, em três aviões, todo dia, é bastante coisa.

SOFTWARE PREMIADO

Outra curiosidade extraída do DOE do dia 12 de março: a Casan (sempre ela) está pagando R$ 3,6 milhões por um software, sem licitação. Deixa explicar: usando o consagrado instituto da “inexigibilidade de licitação”, a Casan premiou a Interativa Integradora de Soluções Ltda. com um “contrato de transferência de tecnologia” do seu sistema comercial. Até onde entendi, essa empresa desenvolveu (ou integrou) o sistema comercial usado pela Casan e a remuneração se dá dessa forma. Simples assim.

Imagino que as inúmeras empresas catarinenses que produzem software em Florianópolis, Blumenau e tantos outros pólos, devem estar muito contentes com o fato da Casan abrir mão da licitação para contratar o prestador de serviços. Afinal, R$ 3,6 milhões não é tanto assim e provavelmente os programadores e integradores catarinenses não iriam se incomodar por tão pouco.

Alguém poderá dizer que a Interativa tem notória especialização ou qualquer daqueles chavões que empresas públicas e governos encontram pra sabotar o saudável instituto da livre concorrência. Mas basta entrar no site da empresa (www.intercom.com.br) e ler a descrição dos seus produtos, para ver que não se trata de nada excepcional. Talvez não existam dezenas ou centenas de empresas com produtos similares prontos, mas certamente ela não é única capaz de atender às necessidades da Casan.

DESCENTRALIZAÇÃO

Outro dia li uma nota muito interessante: a secretaria regional de Curitibanos entregou latas de tinta para uma delegacia de polícia da região. Tal como foi feito com algumas escolas. Lembram? Falei aqui e até mostrei uma foto das professoras, alegres e felizes, começando a pintura.

Achei que iriam colocar os policiais a pintar a delegacia. Ou os presos. Que nada, quem vai pintar é a prefeitura de Curitibanos. Mas a pintura será só externa. Como explica a nota, “a delegada Adriana Carla Tavares da Maia aproveitou a oportunidade para solicitar a pintura interna daquele órgão público”.

É inovação em cima de inovação. Isto de uma prefeitura fazer a manutenção de prédios públicos estaduais deve ser novidade. E solenidade para entregar latas de tinta, também é novidade. Reforma a prazo (pinta por fora hoje e por dentro só quando o pedido da delegada for examinado pelo conselho do desenvolvimento regional), também é novidade.

MISSÃO GOVERNAMENTAL

Parece praga, ô gente mais sem assunto... É só o governador viajar em busca de mais investimentos, que uma porção de invejosos começa a levantar problemas locais. E, maliciosamente, começam dizendo “enquanto o governador está em (coloque aqui o país de sua preferência dos vários que o LHS já visitou e visitará), os buracos continuam...”

Como se o governador fosse se preocupar com a buraqueira da SC 401, só porque está diante do Centro Administrativo. Ou com a situação do CIC, só porque pertence a seu governo. Ou com a falta de médicos e de condições de atendimento nos hospitais só porque são públicos. Ora, todos sabem que dessa miudeza quem cuida é o grupo gestor. Deixem o LHS viajar em paz!

Ninguém impedirá LHS de cumprir seu glorioso destino de atrair empresas estrangeiras para SC. Dando incentivos, é claro, porque é dando que se recebe.

O PAPEL DO GOVERNADOR
Uma leitora muito simpática e quase tão bonita quanto a sogra do governador do Ceará pergunta se o LHS não estaria fazendo coisas aquém (não além, aquém) de suas elevadas funções, ao ficar passando filminho com as atrações turísticas de SC pros gringos.

Imediatamente protestei, porque LHS está lá fazendo coisas muito mais importantes. Leiam só o que o site do próprio governo informa sobre como foi o primeiro dia do LHS no super-hiper-mega-evento Global Conference:
“Acompanhado pelo secretário de Articulação Internacional, Vinícius Lummertz, o governador apresentou vídeos sobre turismo e oportunidades de negócios em Santa Catarina. Depois de sua palestra, houve uma concorrida sessão de debates, com os empresários e executivos buscando mais informações sobre programas de incentivos fiscais, incentivos para investimento em tecnologia de ponta, especialização de mão-de-obra de obra e detalhamento dos programas de desenvolvimento na infra-estrutura, bem como da descentralização administrativa.”
Taí, quebrou a cara quem menosprezou o papel do LHS. Ele também explicou os incentivos fiscais. E isso, vamos e venhamos, nenhum técnico da Secretaria da Fazenda, acompanhado por alguém da Santur, poderia fazer. Só o governador, com sua retórica carismática, seu inglês inebriante e seu inenarrável poder de síntese, para manter acordadas aquelas 30 e poucas pessoas que foram ouvi-lo às 6:30h da manhã.

E hoje tem mais, ainda durante a Global Conference (que é um grande congresso, com 300 palestrantes, dezenas de apresentações simultâneas e cerca de 3 mil participantes). LHS participará de um painel sobre o Brasil:
“Luiz Henrique exporá, dentro do contexto brasileiro, as peculiaridades de Santa Catarina, mostrando dados sobre posição geográfica, infra-estrutura, educação, saúde, disponibilidade de mão-de-obra e as facilidades que o Estado oferece a novos empreendimentos, em especial aqueles que contam com forte conteúdo tecnológico.”
Viram? Não é só filminho turístico.

CUIDADO COM O CELULAR

Não é só quando está grampeado que o celular pode causar danos. Um médico australiano levantou uma questão muito interessante: suspeita-se que as radiações que um celular emite podem causar tumores no cérebro, só que ainda vai demorar um pouco para que se tenha a dimensão exata do dano.

Ele afirma que o tempo que pode levar para um câncer se manifestar varia de dez a 20 anos. Como o uso massivo do celular é relativamente recente, só de 2008 a 2012 é que os estudos poderão começar a medir estatisticamente a coisa.

Enquanto isso, a recomendação dos médicos (e do bom senso) é que os pais devem manter seus filhos pequenos longe dos celulares. E os marmanjos devem preferir usar aqueles fones de ouvido, que permitem falar ao telefone sem encostá-lo na cabeça. Aquelas coisas ridículas que ficam na orelha, sem fio (bluetooth e headsets), também têm radiações semelhantes às dos celulares.

terça-feira, 29 de abril de 2008

CADÊ MEU PASSAPORTE?

O governador LHS, como vocês certamente já estão cansados de saber, está novamente nos Estados Unidos. E de novo vivemos aquela situação esdrúxula: temos dois governadores em pleno exercício do poder.

Sim, porque LHS se apresenta diante de empresários, lobistas, políticos e autoridades estrangeiras de todo tipo, como governador de Santa Catarina. No mesmo dia e em hora equivalente (guardadas as diferenças de fuso horário), Leonel Pavan se apresenta diante de secretários, deputados, prefeitos e todo tipo de autoridade estadual e municipal, como governador.

A nossa arcaica legislação, ao que parece, permite essa duplicidade. Sorte tem o governo que eu sou um sujeito cordato que não gosta de confusão, senão questionaria na Justiça a validade dos atos do viajante. Afinal, ao que consta, LHS, antes de viajar, deu posse a Pavan como governador. E Pavan, até onde sei, não nomeou LHS como embaixador, representante, procurador ou mandalete. Portanto, LHS não tem nada que ficar fazendo pose de governador em viagem. Ele é apenas um governador licenciado e, portanto, sem caneta. Ou pelo menos sem tinta na caneta.

Mas é claro que ninguém liga pra isso. Todo mundo sabe que aquele gesto de “passar o cargo” na saída e na volta é de brincadeirinha. Sem qualquer efeito prático. Nem o Pavan vai assinar nada que antes não tenha sido combinado com o LHS, nem o LHS vai dizer a seus interlocutores estrangeiros, em algum país distante, que falem com o governador Pavan, porque ele, LHS está licenciado e não pode prometer as esperadas renúncias fiscais e outros incentivos.

Alguém poderá pensar que essa ceninha é feita para o caso de acontecer alguma coisa com o governador 1. Ora, em qualquer situação, toc toc toc, se acontecer algum acidente, assume o vice. Mesmo que o governo não lhe tenha sido “passado” anteriormente.

E VIVAM AS ESTATAIS!

A propósito da festiva posse da nova diretoria da Eletrosul, ontem, anotei algumas coisinhas, sem maior importância:

1. Concordo com o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão (PMDBdoSarney) quando ele reclama da privatização de estatais como a Vale. Basta ver como tem sido difícil acomodar toda a base do governo nas estatais remanescentes. Tem faltado vaga para tantos abnegados amantes dos bens e recursos públicos.

2. De tanto pegar no pé do Mescolotto (ex-presidente do BESC e novo presidente da Eletrosul), chamando-o de ex-marido da senadora Ideli, quase esqueci que a atual mulher dele, Eliane Schmitt, é a diretora-superintendente do INSS em Santa Catarina. A dedicação histórica da família ao PT parece que rendeu bons frutos.

3. O ex-governador Paulo Afonso Vieira, deve estar rindo até agora. Afinal, amargou um ostracismo radical durante o governo do companheiro de partido LHS e conseguiu abrigo no PT do companheiro Lula. E todos os balões de ensaio que relatavam objeções e impedimentos à posse dele, foram estourados e jogados ao mar.

4. Dizem as más línguas que o governador LHS embarcou anteontem pros isteites só pra não ver a posse do Paulo Afonso. Não acredito. A viagem foi marcada antes da posse ser confirmada. Ou tem alguma coisa que eu não estou sabendo?

5. As estatais são mesmo umas mães maravilhosas. Pra colocar o Paulo Afonso numa diretoria, o ex-diretor teria que ir embora. Seria assim, por exemplo, em alguma empresa privada. Mas na Eletrosul o caso foi resolvido criando-se mais diretorias. Pronto. Ninguém fica na chuva.

A CAMPANHA DO TRÊS

Ontem o presidente Lula voltou ao assunto da continuidade do governo dele. Não disse que o candidato ao terceiro mandato terá que ser ele, mas defendeu que a coisa fique em casa mesmo:
“Ninguém consegue fazer tudo em oito, ou nove ou dez anos. É preciso que a gente tenha uma quantidade de pessoas que vão assumindo compromissos e que, cada um, faça mais do que os outros...”
Antigamente se falava numa coisa (agora completamente fora de moda), que era a alternância do Poder. Um novo presidente assumiria depois do outro, tentando fazer mais e melhor que o anterior. A proposta agora é que o grupo que está no Poder vá se revezando.

Em todo caso, enquanto não aparecer uma alternativa, não só em termos de nomes, mas principalmente de projeto para o Brasil, não se tem muito o que fazer.

AEROCASAN OU CASANJET?

Os leitores da coluna que vivem lendo o Diário Oficial do Estado, de vez em quando me mandam algumas pérolas. Como esta: a Casan fez um pregão pra contratar transporte aéreo. Minucioso, o aviso falava que precisava ser uma “aeronave tripulada do tipo jato”. Nada de aviões por controle remoto ou com aquelas hélices antiquadas.

Infelizmente, o pregão foi declarado “deserto”. Não apareceram candidatos. A diretoria vai ter que esperar um pouco mais antes de poder voar pra cima e pra baixo no seu próprio jatinho.

PIADA DE BRASILEIRO

Poucos eventos acontecidos no Brasil correram mundo com a rapidez e a amplitude do caso do padre balonista. Até em Portugal a história tem sido motivo de piada. Como mostra o desenho ao lado, que é do Raim, um cartunista que mora no Porto (em Portugal, ora pois).
A dica foi de um leitor.

Para visitar o blog do Raim, clique aqui.

Para ir ao diário (fictício, claro) do padre voador, clique aqui.

E para um joguinho on line (Craze Carli), clique aqui.

sábado, 26 de abril de 2008

CONFLITO E INSEGURANÇA

Da esquerda para a direita, o comandante da Guarda Municipal, Ivan Couto Jr; o coronel PM Marlos Jorge Teza; o deputado Sargento Soares; o deputado Marcos Vieira; o secretário da segurança de Florianópolis, Ildo Rosa; o vereador Gean Loureiro e Graziela Casas Blanco, do Deter e da Academia da GM.

A Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia Legislativa realizou uma audiência pública, quinta-feira, para levantar a bolinha de um “conflito de competências” que estaria ocorrendo entre a Polícia Militar e a Guarda Municipal de Florianópolis”.

Segundo o deputado Sargento Soares (PDT), seria melhor que fossem criadas novas vagas na PM, ao invés de terceirizar a segurança, com a Guarda Municipal. Os conflitos já existentes com a convivência de duas polícias (a militar e a civil) só tenderão a se agravar com a entrada em campo de uma terceira polícia (a guarda municipal).

A Guarda Municipal e a prefeitura, representadas pelo comandante Ivan da Silva Couto Júnior e pelo secretário Ildo Rosa, pareceram surpresos com as reclamações e questionamentos, levantados principalmente pela PM.

O coronel PM Marlon Jorge Teza afirmou que a guarda “não faz parte da segurança pública. Sua competência é a proteção de serviços e bens públicos, só age sobre o patrimônio”. E o fato de usarem armas não muda isso: como os vigilantes particulares, têm armas para sua proteção e não da sociedade.

Mesmo na área que a Guarda Municipal diz ser sua prioridade, o trânsito, há controvérsias. Segundo o coronel, “é um mito dizer que a guarda substitui a PM”.

Ildo Rosa quer que um Conselho de Segurança Pública da Capital defina as competências e crie um Plano Municipal da Segurança Pública.

Com a audiência, o problema agora começa a ser percebido e discutido também fora dos quartéis.

SITUAÇÃO E OPOSIÇÃO

O comentário que fiz aqui sobre a pisada no tomate do líder Manoel Mota (“se quisermos, não passa nada”) rendeu algumas manifestações de leitores.

Um deles lembra que o tom autoritário do deputado não foi muito diferente das afirmações que a líder do PT no senado, Ideli Salvatti, fez ao Bom Dia Brasil da TV Globo, dia desses, sobre encaminhamentos do governo Lula no Congresso. E, não sei por que, tendo a ser mais benevolente com o estouvado Mota, do que com a escolada senadora. Talvez porque Mota reaja sem pensar muito, meio instintivamente, e a Ideli, ao contrário, parece estar sempre seguindo um roteiro muito bem pensado.

Outro leitor, familiarizado com as tramitações na Assembléia Legislativa e ligado à bancada do PMDB, afirma que entre os pedidos de informação encalhados até esta semana na Assembléia estavam dois com erros de data. Aqueles em que a bancada do PP perguntava o que o Eduardo Moreira tinha feito tal dia em Brasília, e noutra data em Criciúma. Diz o leitor: “dançaram, pois na primeira despachava tranqüilamente na sede da Celesc, e na outra estava em férias”.

E em outro pedido de informações, “no dia 12 de março, perguntavam o que o ex-governador faria no dia 18 daquele mês...” Ou seja, distrações e cochilos não são exclusividade desta ou daquela bancada.

O PP, ao que parece, está mesmo no pé do presidente do PMDB, tentando, de todo jeito, flagrá-lo usando recursos público em alguma missão política.

A resposta do PMDB a essa marcação cerrada é perguntar se o Joares Ponticelli, que preside o PP, não faz contatos políticos quando viaja com verba da Assembléia Legislativa, com dinheiro público. E citam uma nota do colega Roberto Azevedo, do DC, na semana passada, onde se informa que o Ponticelli participava das audiências públicas do Iprev “e aproveitava para fazer contatos de encaminhamento eleitoral em municípios onde ocorriam os encontros”. “Daí pode?”, indagam os governistas.

E, pra variar, criticam o PP, que “faz rodízio da bancada às custas do erário”: o deputado que se afasta (agora é a vez do Ponticelli) mantém a remuneração e, naturalmente, o suplente que assume também terá sua remuneração.

Por falar nisso, qualquer dia vou criar coragem pra assuntar com mais detalhe essa questão dos afastamentos de deputados (de vários partidos), com a investidura de suplentes. Além do aumento de despesa, sempre dá rolo com as vagas para auxiliares, nos gabinetes.

Tem suplente que acaba ficando sem equipe, isolado na sua salinha, porque todo o pessoal é do deputado que está de licença (atuando como secretário de estado, por exemplo). Aí, o deputado/secretário tem uma equipe na secretaria e outra no gabinete parlamentar. E o suplente às vezes nem tem a quem se queixar.

E O GLEY?

Ontem foi o dia dos peemedebistas dedicarem alguma atenção ao Tio Cesar. Um deles, incomodado com a menção ao nome do advogado do PP, mandou um recadinho: “Quando o Gley Sagaz se faz de arauto da moralidade, é bom questionar se o dito cujo está cumprindo a pena de trabalho comunitário no Hospital Joana de Gusmão, condenado que foi na Justiça Federal, em sentença transitada em julgado por falsidade ideológica.”

Obediente às necessidades dos leitores, tratei de ligar para o advogado e fazer a pergunta. E ele respondeu: “estou”.

ESSES ADVOGADOS...

Já que falamos num advogado do PP, vamos falar num do PMDB. O advogado Ricardo Tosto, membro do conselho de Administração do BNDES, preso naquela operação da PF que começou investigando tráfico de drogas e prostituição e acabou encontrando indícios de lavagem de dinheiro, faz parte da equipe de advogados que atende LHS e o PMDB em períodos eleitorais.

Numa reportagem do jornal Valor Econômico, de 18/8/2006, tem-se uma idéia da atuação do escritório, do qual Ricardo Tosto é um dos principais sócios e que tem filial em Florianópolis:
“Para acompanhar, em tempo real, o que dizem os adversários de seus clientes o escritório Leite, Tosto e Barros Advogados Associados montou na sua filial de Florianópolis um verdadeiro quartel-general (QG) com sete televisores e rádios e sete profissionais observando durante todo o dia o que é dito pela concorrência do candidato à reeleição no governo do Estado, Luiz Henrique da Silveira (PMDB), explica o advogado Eduardo Nobre, responsável pelo QG. Isso porque as representações devem ser rápidas, em até 24 horas no caso de propaganda gratuita. O resultado disso é que apenas o escritório já entrou com 15 representações nessa semana pedindo perda de tempo de propaganda dos adversários José Fritsch (PT) alegando propaganda ofensiva e degradante, e contra Esperidião Amin (PP) por divulgação de pesquisa irregular no site e inserção irregular.”
Quanto às acusações, o escritório afirma que são infundadas, que os fatos são anteriores à posse de Toste no conselho do BNDES e promete que “os responsáveis por essa violência inadmissível responderão por seus atos”.

NOVELINHA

O colunista Prisco Paraíso, de A Notícia (um jornal regional de Joinville), resumiu bem, ontem, o enredo de novela mexicana da mudança de diretoria da Eletrosul. Depois de muitas idas e vindas, finalmente anuncia-se que segunda feira tomam posse o ex-marido da Ideli e ex-presidente do BESC Eurides Mescolotto (PT), no papel de presidente e o ex-governador e ex-deputado Paulo Afonso Vieira (PMDB), como diretor de gestão.

LHS, que não morre de amores por nenhum dos dois, embarca domingo para mais um passeio no exterior. Mas manda dizer que não é verdade que tenha inventado a viagem aos isteites só pra não ter que ir à solenidade de posse.

Claro, a viagem do governador é fundamental para atrair investidores e turistas. Ele quer chegar aos tão sonhados 15 bilhões em investimentos a tempo de poder usar esse número na campanha eleitoral de 2010.

ESFORÇO DE REPORTAGEM


A história da emissora de TV pública de Florianópolis, a TV Cultura, canal 2, daria um filme. De terror. Com todos os ingredientes dos grandes desastres empresariais. Agora o Áureo Moraes tenta reerguer o ânimo da moçada, com novos programas locais, no rastro das esperanças abertas com a criação da TV Brasil (a TV do Lula).

Começa dia 29, terça, às 20h,com um programa de debates conduzido pelo próprio Áureo. Sempre no mesmo horário, na quarta tem o programa do Valdir Cachoeira, “Diversidade”; na quinta, programa do Newton Cesar Viegas (co-produção com a TV Capital); e na sexta, o programa do Valdir Agostinho.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

ESSE NASSIF...

A sugestão de convidar Nassif para participar do programa Brasil em Debate, da Assembléia Legislativa, foi da bancada do PT. E ali, na primeira fila, além do presidente da Assembléia, deputado Júlio Garcia (D25 ou Dem-o, dependendo das preferências do e-leitor) estão quatro atentos deputados do PT: Dirceu Dresch, Décio Góes, Jailson Lima da Silva e Pedro Uczai. Levando-se em conta que a bancada do partido é de seis deputados, foi uma presença muito expressiva (pra ver melhor, clique sobre a foto que se abre uma ampliação).

O outro engravatado é o Ademir Arnon, elegante presidente da Associação Catarinense de Imprensa, entidade que, junto com o Sindicato dos Jornalistas, apoia a iniciativa da Alesc.


Como a palestra do Nassif será reapresentada várias vezes pela TVAL, não vou cansá-los com muitos detalhes. Foi uma aula interessante sobre história econômica do Brasil, com uma visão crítica pouco comum. Por exemplo: quantos de vocês sabiam que o sempre elogiado Rui Barbosa, quando Ministro da Fazenda de Deodoro da Fonseca, fez traquinagens que enriqueceram seus amigos e prejudicaram enormemente o País?

Como reflexo da absurda bipolarização em que os jornalistas estão sendo enquadrados ou se enquadrando, o Nassif está classficado como pertencente ao grupo “a favor” (do governo). Provavelmente por isso, a bancada do PT na Assembléia estava lá, quase inteira (faltaram apenas a Ana Paula Lima e o Padre Pedro Baldissera).

Mas quem achou que iria ouvir um laudatório ao governo Lula deve ter saído meio decepcionado. Ou surpreso. Afinal, assim como falou bem de algumas coisas, criticou outras. Coisa absolutamente normal em tempos normais, mas estranha nestes tempos estranhos em que quem não é a favor de tudo é contra tudo. E ponto.

No espaço das perguntas, como ninguém tinha levantado a bola da briga dele com a Veja, tratei de provocar o assunto. Boa parte dos presentes acompanha o que ele escreve sobre a revista (em www.projetobr.com.br) e estava ansiosa pra ouvi-lo falar sobre isso de viva voz.

Mais tarde, durante o já tradicional jantar com o palestrante (para o qual a Alesc sempre convida alguns jornalistas), Nassif contou mais alguns detalhes do jogo pesado da Veja, que move-lhe quatro processos. E ainda tentou melar o acordo que a Dinheiro Vivo (empresa do Nassif) fez com o Canal Rural (do grupo RBS).

Ele acredita que o leitor médio de Veja começa a perceber o mau jornalismo da revista. E que é uma questão de tempo para que a Abril também veja os furos no barco e trate de trocar a tripulação.

Em comum com outros jornalistas e blogueiros pró-Lula, Nassif tem a convicção de que existe, no país, um “custo mídia”: jornalões que “querem mostrar poder” e ficam tentando derrubar governos. Mas não pode ser comparado a outros expoentes dessa banda governista, porque lhe falta a cegueira dos radicais. Ele expõe em público tanto o que considera correto, quanto o que considera mal feito. Ainda que aparentemente veja, no atual governo, mais coisas positivas do que negativas.

PARA VER OU REVER
A frase do Luís Nassif que usei para enfeitar a foto acima foi dita bem no começo da palestra, de certa forma para dar, à audiência, uma pista sobre a posição dele. Isso de falar mal do Brasil sistemática e constantemente é uma coisa que também me incomoda. Aquele coisa que em geral se adiciona a um relato bizarro – “só no Brasil mesmo” – encerra uma dose cavalar de ignorância. Ou de provincianismo.

Bom, pra quem ficou curioso, a palestra estará no canal 16 da Net ou no 20 da TVA neste sábado, às 19h, no domingo às 20h e quinta-feira, dia 1º de maio, às 15:30h.

DOIS PRA LÁ, DOIS PRA CÁ

RESPOSTA VAZIA

Lembra que falei ontem que a bancada do governo tinha bloqueado os pedidos de informação da oposição, depois resolveu “deixar passar”? Pois é. Daí fui tentar saber que tipo de resposta o governo dá aos pedidos de informação.

Sim, porque de nada adianta “permitir” que o Legislativo pergunte, se o Executivo não responde, ou se responde mal. Não deu outra. Segundo o advogado Gley Sagaz, que atua junto à bancada do PP, o governo em geral responde dizendo que... não vai responder!

Se há pedido de documentos, algum procurador do estado produz lá um parecer dizendo que “não cabe pedido de documento em pedido de informação”. E assim por diante.

O problema é que cabe apenas à Mesa da Assembléia Legislativa a reação a essas respostas vazias ou pela metade. O deputado que pediu a informação e não foi atendido satisfatoriamente pouco ou nada pode fazer, além de pedir de novo.

E até agora, ao que parece, as desfeitas do Executivo não foram suficientes para provocar uma resposta da Mesa, onde têm assento um D25, um PSDB, uma PT, dois PMDB, um PP e um PDT.

PROBLEMÃO

As escolas de comunicação tratam muito mal (quando não ignoram) as disciplinas que deveriam estudar como se deve dar publicidade aos atos governamentais. É o tipo de coisa que precisa ser revista, porque agente político não é sabão (embora às vezes pareça).

Adaptar o que se faz na publicidade comercial privada não tem dado bons resultados. Basta lembrar o que disse o ministro Gerardo Grossi (TSE), no seu voto no processo contra LHS, referindo-se aos jornais e revistas que lê habitualmente:
“Até este momento não consegui encontrar uma propaganda que pudesse ser chamada de institucional. Vários governantes, noticiados nesses jornais, fazem escrachada propaganda pessoal, nunca institucional.”

quinta-feira, 24 de abril de 2008

HOMENAGEM AO PIONEIRO

O agrônomo catarinense Glauco Olinger ganhou o Prêmio Frederico de Menezes Veiga, entregue durante a solenidade de 35 anos da Embrapa. Ontem, em Brasília.

Atualização da madrugada: um comentarista queria saber quem era Glauco Olinger. Pensei um pouco e resolvi não dizer. Ora, se nunca ouviu falar no Glauco, se não tem a menor idéia de quem seja, deve ser de outro estado, país ou planeta. Já o pessoal de Lages reclamou que o chamei de “agônonomo catarinense”: “antes de ser catarinense, o Glauco é lageano!”

Depois de um tempo, a irritação passou e, como sou bonzinho, resolvi deixar aqui trecho do material preparado pela Embrapa sobre seus homenageados:
“Aos 86 anos, Glauco Olinger dedicou grande parte de sua vida às atividades de ensino, pesquisa e extensão rural. Orientou vários arranjos para o desenvolvimento da moderna agricultura de Santa Catarina, modelo para vários outros estados brasileiros. Contribuiu para o desenvolvimento das cadeias produtivas de arroz irrigado, maçã, uva, gado de leite, suínos e aves, dentre outros. Também assessorou a criação de alguns centros de pesquisa da Embrapa, tendo fundamental participação na fundação da Embrapa Suínos e Aves (Concórdia – SC).”

NÃO PASSA NADA

A frase do deputado Manoel Mota, dita em plenário, merece ser inscrita em placa de bronze e colocada em alguma das paredes escuras, do lado mais sombrio da Assembléia Legislativa:
“Se quisermos, não passa nada”.

Embora seja o sonho de todo partido ou grupo hegemônico no parlamento, o poder da maioria sempre é tratado com algum cuidado, nas democracias. Afinal, não é à toa que aquela casa também é conhecida como “parlamento”. Ali deveria ocorrer o debate, a discussão, não o esmagamento puro e simples do adversário.

Na prática, todos sabíamos que, se o governo quiser, passa qualquer coisa. Mas ninguém tinha chegado ao ponto de, além de bloquear iniciativas da oposição, tripudiar sobre o ato, expressando verbalmente seu poderio acachapante.

E olha que só estava em jogo um pedido de informação. Uma das poucas armas que restou à oposição, numa legislatura em que o Legislativo tem funcionado como poder auxiliar do Executivo.

Apesar da euforia do deputado Mota com o poder da bancada governista, as coisas não parecem tão tranqüilas. Tanto que o pedido que motivou a manifestação (solicitava à Secretaria de Desenvolvimento Regional de Tubarão informações sobre construção da Escola Célia Coelho Cruz, de Tubarão) foi negado em uma votação muito apertada: 13 a 12. Com duas abstenções de parlamentares da base do governo.

AGORA PODE PASSAR
Depois dessa demonstração explícita de soberba, o governo resolveu parar de bloquear os pedidos de informação. E entre os perigosíssimos pedidos de informação que a oposição raivinha inventa pra atazanar um governo que só trabalha pelo bem do povo, foram aprovados os seguintes:

– Qual o resultado da sindicância que apura as fraudes na Empresa de Pesquisa Agropecuária de Santa Catarina (Epagri), com seus servidores fantasmas?

– Como estão as obras de duplicação da SC-401 (de Florianópolis)?

– Como é essa operação triangulada SC Parcerias e Casan com a Celesc?

– Qual o meio de transporte do governador em deslocamento a Criciúma, onde participou de evento partidário?

NEPOTISMO NA PALHOÇA

Falamos aqui dia desses sobre o problema dos parentes das autoridades palhocenses e faltou contar como acabou a história. Pois o executivo e o legislativo assinaram um Termo de Ajuste de Conduta com o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), pra acabar com a praga (ou pelo menos com a parte visível dela).

Generoso, o MPSC deu até um prazinho pro prefeito e pros vereadores de Palhoça darem um gentil pé na bunda na parentada: 31 de julho de 2008. Serão demitidos “todos os servidores que ocupam cargos comissionados e os contratados por tempo determinado que sejam parentes do Prefeito, Vice-Prefeito, Secretários, dirigentes dos órgãos da administração pública direta e indireta, e de Vereadores e de titulares de cargo de direção da Câmara Municipal.”

Pelos cálculos do promotor Raul de Araújo Santos Neto, estão na marca do pênalti 19 servidores comissionados da Prefeitura e nove no Legislativo. E no acordo está incluído o envio de uma emenda à Lei Orgânica do Município que proíba esse randevu familiar.

A CONFUSÃO ENTRE PUBLICIDADE E PROPAGANDA

Lá no seu art. 37, a Constituição manda que os poderes públicos dêem publicidade de seus atos. Muito prefeito, governador e presidente interpreta essa determinação como um apelo a que façam propaganda de seus feitos. Até que, à primeira vista, a diferença parece sutil. Mas não é.

Interessa aos espertos que exista essa confusão e que pareça mesmo uma coisa irrelevante. Mas não interessa pra nós, que acabamos pagando, com nossos impostos, a criação da imagem pública de vários políticos. E mesmo quando o dinheiro envolvido não é nosso, a confusão não nos interessa porque, de uma forma ou de outra, acabamos fazendo papel de bobos. Ou vocês não se sentem mal quando descobrem, só depois da eleição, que aquela coca era fanta?

Que me corrijam os ministros do TSE, que são especialistas em Constituição, se o que eu disser a seguir estiver errado. Mas a publicidade dos atos de governo tem a ver com o relato (ou com a exposição) do que está sendo feito com o mandato. Em algum lugar de fácil acesso o cidadão deveria encontrar os detalhes de cada ato de governo. Quanto custou, quem fez, quem ganhou, quem pagou, quanto tempo levou, que materiais foram usados.

Coisas que estão, por exemplo, no Portal Transparência do governo federal. Em algumas páginas do site da secretaria estadual da Fazenda. No Diário Oficial. E assim por diante. Não pode ter nada secreto quando se trata de dinheiro público (tá, tem a discussão sobre segurança nacional e segurança do presidente, mas vamos deixar isso de lado, por enquanto).

Coisa muito diferente, mas muito diferente mesmo, é a propaganda que os governos fazem de seus (bem) feitos. Tanto que os tribunais têm acatado a argumentação dos que reclamam do uso ilegal dos meios de comunicação, da propaganda fora de época, do abuso do poder econômico relacionado com a comunicação.

E um leitor, fanzoca do prefeito Darío, mandou a seguinte cartinha, a propósito da notícia que o PP e o DEM-o vão cobrar na Justiça a propaganda que o alcaide tem feito. Prestem atenção, porque dá pra ver a forma como ele entende este problema:
“Bem que o PP poderia pensar em lançar um candidato e disputar uma eleição de peito aberto.

Tá mais do que na hora de compararmos as realizações dos últimos anos na administração da cidade.

Agora só querem ganhar no tapetão?

A propósito, basta ver, propaganda da prefeitura não tem nada de mais, nem de pessoal, é apenas prestação de contas.

Eleição se decide no voto, mas como o Amin perdeu as 2 últimas...”
Estão claras aí duas coisas que sempre aparecem quando se discute publicidade e propaganda governamental:

1. Todo questionamento é visto como tentativa de obter, por “meios ilícitos”, o que não conseguiram pelo voto. Ora, se houve descumprimento da lei, o ilícito está em quem a descumpriu, não em quem levou à Justiça o caso. E recorrer à Justiça não é ilegal. Quando o for, os juízes tratarão de recusar a demanda e até poderão punir o autor, se for o caso de alguma “litigância de má fé”.

2. A propaganda “não tem nada demais”. Foi bem feitinha, por uma agência conceituada, é pura “prestação de contas”... Ora, se usa aquelas técnicas da propaganda (tipo “sua vida está melhor” ou “a cidade está mais feliz”), deixa de ser inocente. Passa a ser promoção, construção de imagem... propaganda.

Interessante observar que, se é o meu candidato que está na prefeitura ou no governo, toda tentativa de fazer respeitar a lei (ou interpretá-la sem tanta flexibilidade) é “coisa da oposição raivinha que quer terceiro turno”. Afinal, são todos corretos, bem intencionados, fazem o bem à comunidade com sacrifícios pessoais tremendos e parece que ninguém reconhece.

E quando é um desafeto que está no poder, a coisa muda. A fiscalização passa a ser um ato de cidadania.

Para resolver esses conflitos é que precisamos dos tribunais. Sempre que houver um impasse, eles precisam nos dizer (passando, se posível, ao largo das paixões partidárias), se a lei foi obedecida ou violada.

A lei, tal como o sol, nasce para todos. LHS, Darío, Esperidião, Ângela, não faz a menor diferença: se pisou na bola, precisa se explicar. É assim que a democracia se aperfeiçoa.

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PS: como sou um sujeito inventador de moda, diagramei esta nota, no jornal (DIARINHO, lembram?) com grandes capitulares. Aqui no blog, onde o texto tem uma coluna só, foi impossível obter o mesmo efeito. Por isso reproduzo, abaixo, como ficou no jornal. ;-)

quarta-feira, 23 de abril de 2008

INCOMPREENDIDA BRASÍLIA

Brasília (na foto acima, durante a grande festa) fez aniversário. Gosto muito da cidade. Já morei lá três vezes e voltaria a morar, se tivesse oportunidade. Tem, injustamente, má fama por causa de alguns de seus habitantes. Mas é um bom lugar pra se viver.

PROPAGANDA NA MIRA

O blog do Vieirão (vieirao.com.br) informou ontem que “juntos, os advogados do PP e do D25 preparam ações” contra o prefeito Darío.

“O objetivo é cassar o registro da futura candidatura à reeleição”, com base no uso ilegal dos meios de comunicação.

Entre as provas estão jornais como “Na Fila” e “A Fonte”, que falam maravilhas do prefeito e têm anúncios do governo do estado.

O PADRE VOADOR

Dizer o quê? O balonismo é uma arte (ciência?) com séculos de conhecimento acumulado. O litoral catarinense tem vários pontos de onde voam, com ornitológica precisão, paragliders, asas deltas, ultra-leves, etc. Os centros de previsão meteorológica mantêm os aeronautas informados com razoável antecedência. Ao decolar numa tarde de céu carregado, chuvoso, ameaçador, decerto o padre sabia como se comportaria o vento, seu único propulsor.

No começo achava que alguém, em terra, deveria ser responsabilizado por alguma informação errada ou orientação mal dada. Mas aí ouvi aquele diálogo surrealista, inacreditável: o sujeito, já no ar, sendo carregado pelo vento para seu destino trágico pergunta, candidamente, como usar o gps.

Aí o jeito é ficar quieto. E lamentar o desperdício, dessa forma tão pueril, de uma vida que, ao que tudo indica, era útil e produtiva.

O CASO ISABELLA

Também não tenho muito a dizer sobre o assunto de todas as rodas de conversa. Concordo com algumas avaliações sobre exageros da imprensa. Fotógrafos e cinegrafistas jogando-se sobre carros como se fossem uma da sete pragas do Egito, para tentar obter uma imagem de gente assustada, cujos rostos já conhecemos, é uma desnecessidade em termos de informação. Só ajuda a revelar mais algumas facetas assustadoras dos seres humanos.

As duas únicas hipóteses sobre o que pode ter causado a morte da menina são igualmente inaceitáveis, inacreditáveis e incompreensíveis.

Como acreditar que uma pessoa entra num apartamento vazio, onde dormia uma criança, trucida-a e, não satisfeito, abre um buraco na rede e a arremessa? Qual motivo? Vingança? Alguma tara diabólica? Não teria sido “suficiente” matar a criança e fugir? Por que o requinte de jogá-la pela janela?

E como acreditar que adultos, tendo agredido uma criança num descontrole qualquer, resolvam, em vez de socorrê-la para tentar salvá-la, montar uma farsa para tentar salvar-se? Que tipo de conversa terão tido, para combinar os detalhes, enquanto a menina estava desfalecida e tentavam, canhestramente, cortar a rede que estava atrapalhando a conclusão do plano “perfeito”?

Razão tinha Millôr Fernandes, quando escreveu que “o ser humano é inviável”.

CURSINHO PARA ELEITORES DISTRAÍDOS

Os políticos (e os aspirantes a) preparam-se com grande antecedência para as eleições. Nós, que somos os principais atores desta (comédia? farsa? drama? tragédia?) chamada democracia, também precisamos nos preparar adequadamente.

Há uma certa hipocrisia em ficar gritando, pelos jornais, emissoras de rádio e TV, às vésperas da eleição, que os eleitores devem tomar cuidado e votar direito. Jogam nos nossos ombros todas as culpas e responsabilidades, sabendo que não basta o eleitor ser bem intencionado e cuidadoso.

Por exemplo, esta época agora, em que cada cidade tem inúmeros candidatos a candidatos a prefeito. Metade, ou mais, está apenas fazendo jogo de cena. Sabe que não será candidato a prefeito e nem quer isto. Quer algum favor partidário (menos candidatos a vereador na sua área), alguma boa colocação adiante (chance de indicar secretários, diretores e afins) ou está apenas jogando para 2010.

Enquanto isso, o que o eleitor pode fazer? Pouca coisa. Quem indica o candidato é o partido. E a maioria dos eleitores não é filiado a nenhum partido. Nem se preocupa com isso. Porque não relaciona a causa à conseqüência: é daquelas reuniões chatas, com gente que fala complicado e se acha um monte, que saem os nomes, quase um ano antes da eleição.

Mesmo que o prezado leitor e a prezada leitora resolva filiar-se a algum partido, para começar a influir nessa máquina desde o início, irá pastar algum tempo como um ilustre recém-chegado anônimo. Depois de muita batalha, conseguirá ser ouvido. Isso se não contrariar os grupos que são “donos” do partido.

Quase todo partido tem dono. Os mais abertos, têm dois ou três grupos que se alternam no “poder”. Havia alguns que se orgulhavam de sua democracia interna, mas não se orgulham mais. Com poucas diferenças, são todos iguais. Mesmo que vivam dizendo, no palanque, que são diferentes, na hora em que a porca torce o rabo sempre saem-se com aquela velha desculpa esfarrapada: “caixa 2 todo partido tem”, ou coisa parecida.

Bom, mas voltando à preparação do eleitor: não gaste muito fosfato tentando entender, agora, tudo o que os políticos plantam nas colunas dos jornais. É um jogo interno, que muitas vezes nem eles sabem direito onde vai dar. O eleitor que quiser colocar na ponta do lápis todos os balões de ensaio destes dias, vai acabar que nem o padre aquele: perdidim, perdidim.

EM NOSSO NOME
Mas também não dá pra fechar os olhos e fazer de conta que não é conosco. A uma distância prudente e sem entrar em detalhes, vamos acompanhando a novela. Mais para ir entendendo como jogam, do que para tentar descobrir o que pretendem.

Daqui a pouco, termina esta fase confusa: os partidos precisam registrar as candidaturas. Aí vamos saber, de todo o carnaval anterior, o que sobrou. É a hora de tentar conhecer quem são essas criaturas que querem que a gente as sustente. E querem, nas eleições, receber o cheque em branco do eleitor, para representá-lo numa série de decisões que vão afetar diretamente nossa vida, nosso dia-a-dia.

Sabe aquele muro alto e agressivo, que as mansões à beira mar, no Campeche, construíram, impedindo que os moradores das demais quadras possam receber a brisa marinha ou ver o sol nascente? Está ali porque, em algum momento, algum vereador dormiu no ponto e deixou passar. Ou algum vereador ganhou um presentinho e deixou passar. Ou algum vereador não entendeu direito o parágrafo da lei e teve vergonha de perguntar.

Quer dizer: as coisas que a gente não gosta, que nos irritam, na nossa cidade, muito provavelmente foram discutidas, antes ou depois, na prefeitura e na Câmara de Vereadores. E, por algum motivo, nobre ou vil, nossos representantes tomaram aquela decisão. Em nosso nome. Usando o cheque em branco que receberam no dia da eleição.

Não é um bom motivo pra gente se preparar melhor para votar? Afinal, o sujeito ou a sujeita que nos representa, na prefeitura ou na Câmara, tem que atuar como nós, ou melhor. Não dá é pra gente colocar lá alguém que nos envergonhe.

Como o voto é secreto, a gente sempre pode mentir e dizer que não votou naquele incompetente. Mas, cá no fundo, sabe o quanto dói uma decepção. Abram o olho. Eles só querem o bem bom, o salário, as mordomias e o emprego pros amigos e parentes, mas a gente quer e precisa de uma cidade melhor. Com vereadores atentos, responsáveis, direitos e prefeitos dedicados, inteligentes e sensíveis às necessidades de todos os habitantes, não só daqueles riquinhos que oferecem rega-bofes chicosos, onde os políticos tolos se acham os reis da cocada-preta. Mesmo sabendo que aquele povo ri deles pelas costas.

terça-feira, 22 de abril de 2008

O PREFEITO E A BICICLETA

Muito linda a foto do prefeito Darío pedalando na Av. Hercílio Luz. Não fosse um gesto de ocasião, pra fazer bonito diante de convidados estrangeiros e faturar algum para a próxima eleição, daria até pra gente bater palmas. Afinal, numa cidade atolada de automóveis, qualquer meio metro que se reserve pra bicicleta já é um progresso.

Pra não dizerem que fico feito urubu, só desfazendo o que o alemão faz, nem vou falar no pepino que é a manutenção dessas galerias pluviais cobertas, como ficou sendo o rio da avenida, sobre o qual se construiu essa linda (porém curtinha) ciclovia vermelha. Se não tiver um esquema eficiente de controle e limpeza, pode virar moradia, esconderijo, pode entupir ou pode gerar vários outros problemas.

Bom, mas e agora já dá pra andar de bicicleta na cidade toda, ou ainda tá faltando muita coisa?

O BISPO PARAGUAIO

O novo presidente do Paraguai (que já foi bispo) está para Itaipu assim como Evo está para a Petrobras.

O CONTINENTE ESQUECIDO

Sempre que vocês acharem que a vida no Brasil tá ruim, que as coisas não funcionam, perguntem como são as coisas em alguns países da África (quase todos). É muito pior do que aqui.

E a ajuda que o Brasil pode dar não é nada complicada. Outro dia um professor da UFSC que esteve em Moçambique estava me dizendo que o pessoal da agricultura familiar daqui de SC seria de grande ajuda por lá. Tem lugares em que eles têm dificuldade até para cultivar a mandioca, coisa que dominamos há séculos.

O Lula inaugurou um escritório da Embrapa em Gana (na foto acima, visita a Casa do Brasil, na capital, Acra). Pode ser um passo importante, desde que não apareça algum intermediário “esperto”, pra desviar recursos.

ESSE NASSIF...

Luís Nassif, que estará em Florianópolis para palestra na Assembléia Legislativa amanhã (dia 23), é um jornalista com uma rica história profissional e sua passagem pela cidade ganha interesse na medida em que anda, ultimamente, envolvido com uma série de polêmicas jornalísticas.

De uns tempos pra cá tem ocorrido um fenômeno muito interessante, com jornalistas metidos em bate-bocas e/ou denunciando más práticas de colegas. Alguns são genericamente catalogados como lulistas, outros como petralhas, outros como membros da “mídia golpista”, etc.

Alguns se destacam e são, naturalmente, atacados por um maior número de “desafetos” e, da mesma forma, defendidos por um número expressivo de seguidores.

As opiniões têm sido tornadas públicas, em geral, por intermédio de blogs, esses sites de internet fáceis de fazer, de atualizar e, sobretudo, baratos ou mesmo gratuitos. A ferramenta permite que, em poucos minutos, qualquer pessoa publique o que quiser e coloque à disposição do mundo inteiro.

Tal como no antigo espectro político de direita e esquerda, os contendores desse... vá lá, debate, são colocados em suas posições pelos adversários. Assim, temos desde o extremo lulista Paulo Henrique Amorim, ao extremo golpista Diogo Mainardi. E, nas várias etapas intermediárias, Luís Nassif ocupa as vagas destinadas aos lulistas. Não tão radical quanto o PHA, mas ainda assim definitivamente simpático ao governo.

E, até onde entendi, nesse jogo não basta falar bem (ou mal) do governo, é preciso falar mal de quem diz o contrário. Desqualificar o oponente, saca?

Claro que o Nassif não começou seu famoso “dossiê Veja” porque a revista é considerada uma pedra no sapato do governo. Ele vê, no jornalismo de Veja, um montão de problemas éticos e tenta mostrar isso numa série de artigos (reunidos sob o título geral de “O Caso Veja”) que estão disponíveis em seu site (www.projetobr.com.br).

As guerras são sempre muito complicadas porque, no calor dos combates e na ânsia de avançar, acabam-se cometendo, de um e de outro lado, crimes e injustiças. Da mesma forma, quando se está sob ataque, é fácil imaginar que os inimigos estão todos mancomunados, formam uma rede de aliados cujo único objetivo é nos aniquilar.

Assim, Nassif parece ter uma certa tendência a considerar que todos aqueles que falam mal dele ou mostram-se em posições opostas à dele, fazem parte de uma mesma confraria. Colocou no mesmo saco, por exemplo, a repórter Janaína Leite e o colunista Diogo Mainardi, como se tivessem arquitetado e coordenado seus movimentos. Depois, achou que a vereadora Soninha (PT-SP) também participava do “esquema” porque um funcionário do seu gabinete, num blog, defendeu a Janaína. Alertado sobre isso pela própria Soninha, retificou-se publicamente.

Do outro lado, afirmam que o milionário empréstimo que a empresa de Nassif obteve no BNDES, e que foi renegociado há pouco em, segundo contam, excelentes condições, o impediria de ter outra posição sobre o governo, que não a de um admirador otimista.

Ou seja, um rolo danado. Como não tive tempo (nem muito saco) pra estudar o caso com a seriedade que ele merece, não sei quem está certo, quem está errado e muito menos se tem alguém certo ou alguém errado. Mas vocês, que são grandinhos e bem espertos, poderão, se quiserem, dar uma olhada no site do Nassif, no site da Janaína (arrastao.apostos.com) e onde mais acharem necessário para tentar, primeiro, entender. E depois, formar algum juízo.

Pretendo ir à palestra do Nassif, que tem como título “O Brasil no mapa da economia mundial” e na coluna de sexta conto como foi (principalmente se jogou lenha em alguma fogueira, das várias que estão ardendo por aí).

segunda-feira, 21 de abril de 2008

LÁ, COMO CÁ...

Transcrevo, sem tirar nem por, nota publicada na coluna de economia da Estela Benetti, no Diário Catarinense de hoje (um leitor deu a dica, nos comentários):

“Costão em Gramado

O próximo projeto imobiliário do empresário Fernando Marcondes de Mattos, do Costão do Santinho, é o Costão Gramado.

Segundo a revista Exame, a exemplo de SC, há obstáculos ambientais por lá e Marcondes está tentando mudar lei para construir condomínio na cidade gaúcha em área onde há mata nativa. A meta é iniciar a obra em julho.”

Curioso, fui dar uma olhada na Exame. E eis que me deparo com uma nota cujo título já diz tudo:
“Encrenca é com este senhor
O catarinense Fernando Marcondes de Mattos, dono do Costão do Santinho, desafia ambientalistas com seus empreendimentos. Agora parte para mais uma disputa, desta vez na Serra Gaúcha.”
[Clique aqui para ler parte da nota lá. A íntegra é para assinantes.]

Mais um trechinho:

““Pelo que fiz e estou fazendo por Santa Catarina e por Florianópolis, é um absurdo que isso aconteça comigo”, afirma Marcondes. Aos 69 anos de idade, ele se diz perseguido, injustiçado, mas não parece temer outra briga de iguais proporções.”

Então tá, né?

sábado, 19 de abril de 2008

A NÃO CAMPANHA DOS NÃO CANDIDATOS

Lula, como vocês sabem, não é candidato e portanto os comícios que promove para divulgar o PAC não são comícios. A ministra Dilma, igualmente, não é candidata e é claro que não participa de discursos eleitorais.

[Para ver melhor as fotos, clique sobre elas que se abre uma ampliação]

Mas a inexperiência política deu uma rasteira na ministra: dia 17, ao discursar numa cerimônia do PAC perto de Belo Horizonte, para elogiar as mulheres presentes, disse que elas “alegram e embelezam o comício.

Ato falho. Sinceridade involuntária.

O CASAMENTO DA FILHA DA “MÃE” (DO PAC)

Ontem à noite a filha da ministra Dilma Rousseff (a mãe do PAC, segundo Lula) casou-se em Porto Alegre.

Abaixo, notas de dois dos blogs mais lidos dão o tom das circunstâncias que cercaram a pompa.

Coturno Noturno (coturnonoturno.blogspot.com) – Terça, 15/4
Enquete: estamos de olho.

Os jatinhos da FAB não vão descer no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre. Vão aterrissar a dez minutos dali, na Base Aérea de Canoas, com toda a privacidade. Assim como fez José Alencar, dia desses, onde foi recebido pela governadora Yeda Crusius. Já estamos com um informante na área, que vai nos dar todo o movimento. Se alguém tiver algum patriota por lá para fazer algumas fotos, acionem e mandem informações ao Blog. Estamos de olho.

Coturno Noturno (coturnonoturno.blogspot.com) – Quinta, 17/4
Filha da “mãe”: boda vira visita oficial.

Os jatinhos vão descer livremente em Porto Alegre, amanhã. Os ministros de Lula fizeram o óbvio: criaram uma série de compromissos “oficiais” para a parte da manhã e da tarde, mascarando o real motivo da visita a Porto Alegre: o casamento da filha da “mãe”. Portanto, teremos jatinhos repletos de caroneiros, comendo e bebendo às nossas custas, já chegando embalados para o casório. Até o Presidente Lula já confirmou presença. Vem a Porto Alegre e, da capital gaúcha, segue em viagem para Gana.


Blog do Noblat (www.noblat.com.br) – Sexta, 18/4
Que cada um pague suas próprias despesas

Parabéns à ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, que casa, hoje, em Porto Alegre, na Igreja de São José, sua única filha, a procuradora do Trabalho Paula Rousseff Araújo, 32 anos.

Parabéns aos noivos, que depois da cerimônia seguirão em lua de mal para o Taiti. Que sejam felizes, é o desejo deste blog.

Lula confirmou presença. De Porto Alegre viajará para Gana.

Confirmaram presença cerca de 15 ministros de Estado e mais oito governadores.

Em uma ocasião dessas, é razoável imaginar que todos viajarão em avião de carreira. E que pagarão as despesas do seu próprio bolso. Afinal, não se trata de viagem a serviço do Estado.

O contribuinte adverte – e agradece desde já a compreensão de todos.

Comentário meu
A gente aqui em Santa Catarina já está acostumado com essas “coincidências”: sempre tem um compromisso oficial na cidade onde ocorre o compromisso particular.

FALTOU ASSESSORIA!

[ Esta é a versão que saiu no Diarinho do final de semana de um post publicado antes aqui no blog.]

Na coluna de ontem mostrei a foto de um pessoal que quer salvar a “Trilha da Tainha”, que está ameaçada por um empreendimento imobiliário na praia do Santinho e comentei sobre a novela do Bar do seu Chico (foto acima), que está para ser demolido. Um leitor, que se assina Schneider, enviou duas sugestões extremamente oportunas e muito bem pensadas:
“Trilha da Tainha e Bar do Chico não são temas para leigos como nós. Devemos consultar pessoas adequadas como, por exemplo, o Marcondes de Mattos – presidente do Conselho Estadual de Turismo. Um empreendedor que sempre superou essas “adversidades”, deve ter boas soluções. Bagagem não lhe falta.

Sem uma assessoria eficiente Seu Chico não irá resolver esse problema. Deveria buscar auxílio dos ex-vereadores Juarez da Silveira e Marcílio D’Ávila. São experts no trato da relação empreendimento-ambiente e contam com uma respeitável carteira de clientes satisfeitos.”

sexta-feira, 18 de abril de 2008

PETIÇÃO DE APOIO AO GENERAL

Pediram-me que divulgasse o endereço da petição de apoio ao General Augusto Heleno (que criticou a política indigenista do governo federal).

É só clicar aqui.
(pra assinar, lá na página clique em “click here to sign petition” e pra ver quem já assinou, clique em “view current signatures”. Além desses botões, tem mais umas coisinhas em inglês, mas é bem básico, acho que ninguém terá muita dificuldade em ententeder)

Assim que der um tempinho, falo sobre o caso. Bom final de semana.

NO SERENO

Terça-feira, na saída do Costão do Santinho, após o jogo do Guga, o pessoal de uma Ong do Santinho ficou ali, segurando a faixa, na esperança que seu protesto fosse visto. Eles estão pressionando para evitar que a Hantei (que tem os Kuerten como sócios) acabe com uma trilha centenária que existe ao lado do enorme empreendimento da empresa (o Águas do Santinho), à beira mar, no Santinho. São centenas de apartamentos, no estilo Costão.

Atualização da manhã: FALA, SCHNEIDER!

“Trilha da Tainha e Bar do Chico não são temas para leigos como nós. Devemos consultar pessoas adequadas como, por exemplo, o Marcondes de Mattos - presidente do Conselho Estadual de Turismo. Um empreendedor que sempre superou essas "adversidades", deve ter boas soluções. Bagagem não lhe falta.

Sem uma assessoria eficiente Seu Chico não irá resolver esse problema. Deveria buscar auxílio dos ex-vereadores Juarez da Silveira e Marcílio Ávilla. São experts no trato da relação empreendimento-ambiente e contam com uma respeitável carteira de clientes satisfeitos.”

A NOVELA DO SEU CHICO

Na praia do Campeche tem um boteco à beira-mar que está ali há muitos anos. Serve um camarão decente e uma cerveja no ponto. É um lugar onde os nativos levam os visitantes quando querem impressioná-los com o marzão, a ilha do Campeche em frente e a simpatia do seu Chico.

Só que o troço é irregular. Está em cima de dunas, ou de restinga e tem outros rolos. Na administração da dona Ângela, a prefeitura pediu à Justiça uma ordem de demolição. Não sei se o fato do filho do seu Chico, o Lázaro Daniel, ter sido vereador do PT tem algo a ver com isso. O fato é que a coisa andou rápido e a ordem de demolição saiu no começo da gestão do prefeito Darío.

Na primeira tentativa de cumprir a ordem judicial, a comunidade se mobilizou, deu um bafafá danado e a prefeitura achou melhor dar um tempo. Agora, um ano depois, o juiz voltou a mandar a prefeitura cumprir a ordem e derrubar o bar. E deu prazo até dia 22.

De novo, grande comoção na cidade. Os amigos do bar foram ontem de manhã lá, abraçar o barraco de madeira. O prefeito Darío, pra não ficar com o ônus de ter demolido uma instituição tradicional, vai tentar uma coisa diferente: hoje a Floram vai pegar seu Chico pela mão e eles, com o Ministério Público, vão até a Vara da Fazenda pedir uma audiência de conciliação, onde tentarão fazer um termo de ajuste de conduta, para ultrapassar esta fase com o menor trauma possível.

Temos todos enorme simpatia pelo bar do seu Chico (eu mesmo, sempre que posso, dou uma passada por lá), mas o fato é que, embora mereça tratamento especial, está irregular. Só que antes de demolir este monumento cultural, tem um montão de ocupações irregulares de bacanas endinheirados, que é preciso por no chão.

COISA DE PAÍS RICO

Abaixo, levantamento feito pelo site Contas Abertas (contasabertas.uol.com.br), sobre quanto nos custa cada deputado federal. Dêem uma olhada, mas não comparem com seus próprios salários, para evitar depressão e desespero. Os valores são em reais, por mês:

Salário = 16.500 (mensal), mais 13º, mais 14º, mais 15º salário = 20.625,00;

Verba de gabinete = (a partir deste mês, abril) 60.000,00;

Verba indenizatória = 15.00,000;

Auxílio-moradia = 3.000,00;

Cota de gasto postal e de telefonia = 4.268,55 para deputados e 5.513, 09 para líderes e vice-líderes da Câmara;

Cota de gasto com publicações = (Valor máximo anual) 6.000,00;

Cota de passagens aéreas = De acordo com o estado do deputado: de R$ 4.300,00 a R$ 16.000,00. O mínimo para parlamentares residentes em Brasília e o máximo para os residentes em Roraima;

Assinaturas de publicações = Direito à assinatura de cinco publicações, entre jornais e revistas (nos dias úteis);

Assistência médica = Sem limite, exclusivo para o deputado.

COMO É QUE É?

Deu na Folha de S.Paulo: “Embora seja pouco conhecida no Brasil, a ova de tainha é tradicional do sul da Itália e de outras regiões do Mediterrâneo”.

Claro que com o nome italiano (bottarga), não é todo mundo por aqui que conhece. Mas dizer que é “pouco conhecida” só pode significar uma coisa: pra repórter de culinária, Santa Catarina não faz parte do Brasil. O que, pensando bem, até pode ser uma coisa boa pra nós. Né não?

Pra ler as receitas dessa coisa “pouco conhecida” clique aqui.

ABRE O OLHO!

CURSINHO TIO CESAR DE MANIPULAÇÃO FOTOGRÁFICA

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Hoje em dia não dá mais pra confiar em nada. Nem em fotografia. Sempre que alguém tentar “provar” alguma coisa usando uma foto, coloquem os quatro pés pra trás e desconfiem. Pode ser, mas pode não ser.

Programas de computador permitem mexer nas fotos de tal maneira que fica difícil dizer se a foto foi alterada. Por isto, aqui nesta coluna, sempre que a foto foi alterada digitalmente ou tem alguma molecagem, eu aviso. Com letrinha pequenininha, mas aviso.

Vejam esse exemplo. Numa solenidade no metrô de Brasília, apareceu, numa foto, um sujeito fazendo o sinal de 3 (provavelmente apoiando o terceiro mandato). Em outra foto, outro cara faz o mesmo gesto. Pra ficar mais interessante e mostrar que o movimento 3 começa a ganhar corpo, pode-se somar as duas e fabricar esta foto falsa, aqui embaixo.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

OS PIRES-MARCONDES

O governador LHS parece que está conseguindo sepultar de vez aqueles malestares causados pelos incidentes envolvendo a ex-secretária Anita Pires e o empresário Fernando Marcondes de Mattos no passado remoto. Não há nada como o tempo para cicatrizar as feridas e dar novo ânimo.

Anita Pires volta ao governo como superintendente da Fundação Catarinense de Cultura. Empossada por LHS e “condecorada” pelo Edison Andrino (foto no alto). E já começou dizendo que vai estimular o turismo cultural. Claro, tudo a ver. Afinal, naquele mesmo dia, sua filha, presidente da Embratur (na foto acima, sentada ao lado do vice Pavan), prestigiava a posse do novo presidente do Conselho Estadual de Turismo, o Fernando Marcondes de Matos (dono do Costão do Santinho, foto abaixo).

Anita é também presidente da ONG FloripAmanhã, fundada por empresários florianopolitanos, entre os quais o próprio Fernando. Ou seja, foi um daqueles dias em que LHS deve ter se sentido em família. E naturalmente espera que, de tanta proximidade, brote uma saudável sinergia, em que a Cultura e o Turismo dêem bons frutos.

Antes que me acusem de ser irônico quando não sou, deixa esclarecer: não duvido da capacidade de trabalho de nenhum deles. E nem acho que o fato de serem amigos e parceiros seja, em si, um problema. Ao contrário. Mas é preciso respeitar escrupulosamente os limites. Em funções públicas e com dinheiro público não dá pra fazer primeiro e achar uma justificativa depois. Ou misturar, mesmo sem querer, o interesse privado e a coisa pública. Não que eles tenham feito isso alguma vez ou possam fazer, mas não custa a gente deixar um lembrete.

Nas fotos acima, é curioso o jeitão do vice Pavan. Como se estivesse distraído. Ou preocupado.

O CONSELHO DO TURISMO

Publico a seguir a lista dos notáveis do turismo catarinense, componentes do tal Conselho, que agora estão sob a presidência do Marcondes de Mattos.

Não sem surpresa vejo ali, ao lado de gente do ramo (como o Antônio Pereira Oliveira, o Osmar Nunes, o Ézio Librizzi), o ex-presidente da FCC, o Edson Busch Machado. Deve ser da cota pessoal do LHS. Bom, aí estão eles:

Secretário-geral: Valdir Walendowsky (presidente da Santur);
Conselheiros: Acari Menestrina; Aristides Niehues; Antônio Pereira Oliveira; Edson Busch Machado; Elisa Wipes Sant’Ana Liz; Marcelino Campos; Moacir Bogo; Osmar de Souza Nunes Filho; Tarcísio Schmidt; Moacir Benvenutti (Abrajet); Marli Cardoso (Abbtur); Lino Braun (Sindegtur); Eduardo Loch (Abav-SC); Wilson Macedo (Abih); Ricardo Ziemath (Conventions e Visitors Bureau de SC); Ézio Librizzi (Abrasel); Valdir Luiz Della Giustina (Fcdl); Irani Raquel Necket Prux (Unidavi-Rio do Sul).

SINUCA DE BICO

Quem achou que o Brasil, com os biocombustíveis, entraria pacificamente no clube dos países muito ricos e que as zelites e os governantes nadariam facilmente em dinheiro, errou.

Não se substitui área plantada com alimentos por área plantada com cana ou outra matéria-prima energética assim, de graça e sem pagar um alto preço (econômico e político). Da mesma forma, não se substituem áreas de floresta nativa por monoculturas (seja soja, seja cana) sem que a natureza se manifeste.

E é claro que a cupidez, a ganância e a cegueira provocadas pelo lucro fácil tendem a menosprezar todos os avisos que o bom senso emite. Tal e qual as piadas de bordel, ficam dizendo, para que os ingênuos acreditem, que vão colocar só um pouquinho de cana. Que haverá coexistência tranqüila entre a produção de alimentos e a produção de biomassa para geração de energia. Pois sim.

A choradeira, se interna, é classificada de despeito dos que não aceitam que o governo Lula está “dando certo”. Se externa, rotulada como gritaria dos concorrentes, que não querem deixar que o Brasil se transforme numa potência inigualável.

Bom, mas em todo caso, as advertências continuam: “A produção em massa de biocombustíveis representa um crime contra a humanidade por seu impacto nos preços mundiais dos alimentos”, disse esta semana o relator especial da ONU para o Direito à Alimentação, o suíço Jean Ziegler, em entrevista a uma rádio alemã, segundo conta a agência France Presse.

O presidente Lula, ontem, bem a seu estilo, disse que “é muito fácil alguém ficar sentado num banco da Suíça dando palpite no Brasil ou na África”. E que o aumento de preço dos alimentos se deve ao fato dos mais pobres estarem se alimentando melhor.

São questões muito interessantes e polêmicas, que convivem com a defesa que tem sido feita, do uso de biocombustíveis, largamente menos poluentes que os combustíveis fósseis (petróleo). E, para que a fogueira fique ainda maior, podemos também adicionar as denúncias de que, para produzir álcool, usinas brasileiras estão queimando carvão vegetal, o que favorece o desmatamento. Ou que exploram os trabalhadores, submetidos a rotinas desumanas.

É dura a vida na economia globalizada. Só espero que os brasileirinhos estejam se dando conta que, para ter sucesso e melhorar seu belo País de forma que seus habitantes beneficiem-se com a melhora, é preciso mais do que apenas malandra esperteza e jeitinho para burlar as leis.

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Atualização da madrugada: Dá uma olhada nesta foto aqui pra entender por que os suecos estão porraqui com o etanol brasileiro. Ah, e a Sandra Paulsen, brasileira que mora na Suécia (e publica Cartas de Estocolmo no blog do Noblat) ajuda a explicar melhor:
Cartas de Estocolmo
O Brasil na imprensa sueca

A imagem do Brasil na imprensa sueca de hoje me deixa triste.

Digo isso porque acabo de assistir, na televisão, a um programa sobre as condições de trabalho nos campos de cana-de-açúcar em São Paulo e no Nordeste, com o título: “Eles se matam pelo nosso etanol”.

Uma viúva conta sobre suas condições de vida depois que seu marido faleceu, após um dia cortando 17 toneladas de cana. Um trabalhador descreve o dia-a-dia na lavoura e uma religiosa apresenta a lista de mais de 20 cortadores falecidos nós últimos três anos, no Estado de São Paulo. A maior parte deles de infarto e esgotamento.

A repórter também entrevista menores, de 13 e 15 anos, que trabalham no corte da cana. Depois, telefona para a empresa que, é claro, nega a contratação de menores. Fica confirmado, assim, que a legislação não é seguida e que os menores trabalham clandestinamente.

No programa, vemos também o ministro sueco da agricultura sendo entrevistado e inquirido se continuará a comprar etanol importado do Brasil para abastecer seu veículo.

O acordo assinado quando da visita do Presidente Lula a Estocolmo, no último outono, também é trazido à discussão. O ministro é perguntado por que razão o governo sueco não discutiu, no momento da assinatura do acordo, as condições de trabalho dos cortadores de cana.

EM DEFESA DO DR. XUXO

O leitor Eduardo Assis comenta a nota da coluna de terça (15/4):
“Eu sou seu leitor diário através do nosso malcriado (diarinho), porém acho que você errou na tacada ao falar do dr. Xuxo, pré candidato a prefeito pela cidade de Joinville. Penso que a imprensa fala tanto em renovar a política e mudar os atores e quando aparece alguém recém inserido na vida política disposta a colocar todos os seus sonhos e desejos em prática, a imprensa não dá espaço ou ainda ridiculariza.

Acredito ser porque os novos candidatos não tem dinheiro para pagar espaço nem ofertar patrocinio a jornal ou jornalista.

Como tenho a certeza que não é este o caso do jornalista, pensoPeço gentilmente que repense pois o dr. Xuxo já tem dificuldades enormes para viabilizar sua candidatura em uma cidade repleta de caciques. Desejamos que o dr. Xuxo consiga prosseguir com sua candidatura e que saia vitorioso para renovar a política e os anseios da população joinvilense.”
Hum... renovação? Será mesmo?

Será mesmo que eu me enganei e que, apesar de todas as aparências (o uso de uma entidade de transplante de rim como plataforma de lançamento, por exemplo) o Dr. Xuxo não é um político exatamente igual a todos os demais? Será que a informação, divulgada por ele, de que sua mãe (dele) ajudou a descarregar a mudança da família de LHS quando chegaram a Joinville e outros elogios ao ex-prefeito não fazem parte de um jogo já conhecido e antigo?

Bom, tomara que o leitor tenha razão.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

EXTRA: DARÍO X SEU CHICO (O retorno)

Só agora fiquei sabendo que a prefeitura vai tentar mais uma vez, amanhã, derrubar o tradicional e histórico bar do seu Chico, lá no Campeche (foto acima).

Atualização da noite: depois de ler as contribuições dos leitores, lembrando que a iniciativa de pedir a derrubada foi da dona Ângela e constatar a insistência do juiz Hélio do Valle Pereira em ver a coisa na chón, sou obrigado a relativizar a participação do prefeito Darío e sua equipe no processo. Até poderia, meio por birra, manter as cobranças, tipo “por que não tentaram reverter a decisão?” ou coisa parecida, mas sinto que, neste caso (e até onde consegui saber), não vale a pena.

Por isso, apaguei vários parágrafos que estavam antes aqui. Acho que perderam o sentido.

Atualização da tarde: um assessor do Darío, que adora comentar anonimamente com seu estilo inconfundível (nunca escreve direito o “transitado em julgado”), trouxe informações “novas” que “esclarecem” bem o problema.
“Taí mais uma "obra herdada da tia Angela".
A ação foi impetrada pela tia em 2001.

Agora, trasitada e julgada, a justiça mandou derrubar o bar.
Se a prefeitura não derrubar o presidente da Floram vai preso por descumprir ordem judicial.

E agora a culpa é do Dário?

Vcs são muito engraçados e muito mal informados.”

Mais lenha...
Outro comentário de leitor:
Independente das discrepâncias do Sr. Prefeito nas atitudes de seu governo o Bar do Chico está irregular, não paga qualquer imposto além de estar em área de preservação... isto pra não falar na higiene inexistente naquele ambiente ...O 'Seu' Chico que me perdoe, ele é um fofo mas, o bar tá ilegal!

Claro que o ideal seria que o Costão do Santinho e seus vários costões também fossem ao chão, o Iguatemi, o Rosa do Rio Tavares, o Bistek da Costeira e tantos outros. Mas uma ilegalidade não pode servir de exemplo para manutenção de outras!

E falar é fácil... Porque os 'defensores' da permanência ilegal do Bar do Chico não se mobilizam pra que a 'grande imprensa' tenha que noticiar o assunto ligando o ventilador para as outras tantas irregularidades?

Mexam-se. afinal vocês são ou não são pela permanência do bar na areia da praia?????????

E um leitor manda o endereço do processo, para que vocês possam beber direto na fonte:

“O número do processo contra o Bar do Seu Chico é 023.99.067339-4. O andamento pode ser acompanhado pelo site do Tribunal de Justiça de SC (comarca da capital).”

Atualização da quinta: Abaixo, nota/press release que a Prefeitura publicou em seu site de notícias, a respeito do caso.
“A verdadeira história do Bar do seo Chico

A demolição do bar de seo Chico, localizado nas dunas da Praia do Campeche, Sul da Ilha, numa Área de Preservação Permanente, foi pedida pela ex-superintendente da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram), Elizabeth Amin Vieceli, na gestão passada. A ação entrou na Justiça em 2004, ainda na administração anterior.

A primeira sentença determinando a derrubada do bar ocorreu no dia 2 de junho de 2006, um ano após Dário Berger assumir a Prefeitura de Florianópolis. Como seo Chico não recorreu, três meses depois, em 12 de agosto, a sentença foi transitada em julgado. “Desde este período,tentamos um acordo com seo Chico para que ele desocupasse as instalações, amigavelmente, sem causar nenhum problema que o prejudicasse, mas não obtivemos êxito”, afirmou o procurador Jaime de Souza.

Agora, o juiz Vara da Fazenda Pública da Comarca da Capital, Hélio do Valle Pereira, oficializou a prefeitura sobre a demolição do imóvel, dando um prazo de 10 dias para o município se manifestar. De acordo com o procurador, o prazo termina nesta terça-feira, dia 22 de abril.”

EXTRA 2: ESPERANDO NASSIF

Apenas pra ajudar a turma a se preparar para a palestra do Luís Nassif (dia 23/4, quarta-feira da semana que vem na Assembléia Legislativa), deixo aqui o endereço do blog da Janaína Leite, onde tem uma história muito interessante sobre Nassif e uma dívida perdoada pelo BNDES.

E também link para o blog da Soninha (vereadora em SP) onde ela responde ao Nassif, que tentou envolvê-la numa briga alheia.

O rolo todo envolve grandes interesses internacionais (Daniel Dantas, italianos, etc), Veja, blogueiros lulistas e anti-lulistas, jornalistas. Por isso, talvez seja necessário gastar algum tempo navegando no blog da Janaína (e depois no do próprio Nassif), pra poder ter uma idéia do tamanho do rolo e do papel de cada um dos envolvidos.

Ah, o Gravataí Merengue fez um resumão da novela e das acusações de Nassif à Janaína, no blog Imprensa Marrom.

E do Coturno Noturno trouxe a ilustração acima, mostrando que o Nassif foi patrocinado (sem precisar licitação) pelo mesmo banco que perdoou parte da sua dívida.

Atualização da quinta: para leitores que levantaram algumas dúvidas nos comentários e que aparentemente lêem o que o Nassif publica, recomendo ler os resumos do caso que estão aqui.