Essa história de unir as SDRs em redes de videoconferência pela internet, por exemplo, não é coisa ruim em si. Uma estrutura descentralizada precisa de ferramentas desse tipo. O grande risco da descentralização é justamente que as partes percam a noção do todo e que as políticas determinadas pelo núcleo do governo demorem a chegar ou cheguem distorcidas às regionais.

Então, ao mesmo tempo que considero ótimo que o governo finalmente tenha meios eficientes de comunicação, irrito-me com o uso que fazem deles. Irrita-me, na verdade, encontrar servidores públicos, em várias áreas, lutando com enormes dificuldades, sem que ninguém os ajude. Faltam desde coisas básicas (gasolina, por exemplo) até soluções modernas e eficientes.
Mas quando o governador quer falar com seus secretários, mobilizam-se todos os cérebros disponíveis, abrem-se as burras do tesouro e instala-se o que for preciso para que o espetáculo do deslumbramento ocorra sem falhas.
Acho que eu respeitaria muito mais o governante que buscasse os benefícios da tecnologia e da “modernidade” (em qualquer dos 300 significados que isso pode ter), para melhorar os serviços públicos e com isso a vida do contribuinte, sem se exibir, a todo momento, como o pai de todos, o fura-bolos e o mata-piolho salvador da pátria.
Alguém do governo poderá dizer, até com certa propriedade, que estou deixando de mencionar uma série de inovações que foram colocadas à disposição da máquina estatal, para tornar mais eficiente o serviço público. E que minha implicância é ranzinza, sim, porque todos os governantes fazem isso – e precisam fazer, para não serem engolidos pela contra-informação dos adversários políticos.
Talvez por causa da proximidade do final de semana, o velho ranzinza aqui sonha, cada vez mais, com o dia que verá, no poder, alguém que faça diferente. Que não aja tal e qual seus antecessores. Que fuja das práticas viciadas, viciosas e perigosas que sempre deturparam a vida política.
Apesar das decepções freqüentes, não perco essa esperança. E, pelo jeito, ela continuará comigo até o dia em que tiver que bater à porta do paraíso dos ranzinzas, onde – espero – o ranzinza-mor, aquele que expulsou os vendilhões do templo, me receberá com um sorriso cúmplice e um copo de cerveja celestialmente gelada.
4 comentários:
Dissestes tudo. É exatamente isso o que pensam as pessoas que detêm um pouco de conhecimento e cultura, e que não se deixam seduzir por empregos e dinheiro públicos, ganhos de forma desonesta. Esta na hora de alguém dar uma basta nesta farra, que torra milhões de reais pagos com o suor de muita gente humilde e que possui carências básicas (saúde e educação de qualidade, para começar) não atendidas pelo estado. A continuar as coisas como estão, tenho receio pela "jovem democracia" que vivemos, haja vista os exemplos vindos do "barbudo" e do "bigodudo".
E do "topetudo" importado de São José !
Criaram uma SDR em Timbó e por incrível que pareça o secretário de Blumenau vai até Dr. Pedrinho para se reunir com prefeitos e secretário daquela regional. Semana passada o secretário de Timbó foi até Blumenau se reunir com o secretario daquela regional. Sabemos que quando a viagem é para fora da região que abrange a regional eles ganham diária. Não está na hora da oposição se ligar antenar em casos como estes?
Mas quem perdeu meeeesmo o bom humor, foi a Dilma "sorriso", com seu "banco de dados" hein ?
Ela ameaçou colocar a Polícia Federal para investigar, mas aí eu pergunto: será eles já descobriram a origem do dinheiro do dossiê contra o Alkmin na campanha presidencial ?
Aquele dos "aloprados", que a Polícia Federal flagrou entregando o dinheiro no hotel, não tem ?
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