terça-feira, 31 de janeiro de 2006

TERÇA

O NOSSO SÍLVIO SANTOS
Lembram que há alguns anos uns gênios da política inventaram de lançar o Sílvio Santos como candidato a qualquer coisa? Porque afinal o homem é conhecido, aparece na TV e tem bastante dinheiro para financiar a campanha. Perfeito.

Pois agora o PFL catarinense está apostando na versão local do Sílvio Santos, o empresário Cesar Souza, para concorrer ao Senado. Aparece na TV, é conhecido e tem bastante dinheiro: não precisa mais nada. Nem seu fraco desempenho como deputado estadual parece importar.

AGORA VAI
E pra mostrar pra quem achava que eles estavam brincando que a coisa é séria, o Sílvio, digo, o Cesar Souza grava nesta semana sua participação nos próximos programas de TV do PFL. Ele e Raimundo Colombo vão tentar acelerar a campanha, levantando a bola das realizações pefelistas.

O lançamento, nesses programas de TV, da Urna Feliz ou do Baú do Senado não foi confirmado. Parece que é apenas intriga da oposição.

ESCULHAMBAÇÃO

O tal “Terminal Marítimo” de Canasvieiras onde os turistas dos navios descem é uma esculhambação, que certamente fará que Florianópolis fique conhecida no mundo todo como aquela ilha em que é melhor não descer.

MUSEUS ÀS TRAÇAS
A gente costuma dizer que o turista não tem nada o que fazer em Florianópolis em dia de chuva, nublado ou quando quiser fazer um programa diferente, fora da praia. Faltam atrações.

Só que a capital catarinense possui exatamente 19 museus. Podem contar: Ecomuseu do Ribeirão da Ilha, Fortaleza de São José da Ponta Grossa, Museu Acervo Histórico da Ponte Hercílio Luz, Museu Arqueológico ao Ar Livre Costão do Santinho, Museu da Escola Catarinense, Museu de Arte de Santa Catarina, Museu do Esporte Catarinense, Museu “Pe. João Alfredo Rohr, SJ” do Homem do Sambaqui, Museu do Judiciário Catarinense, Museu Histórico de Santa Catarina – Palácio Cruz e Sousa, Museu Universitário Professor Osvaldo Rodrigues Cabral, Museu das Armas Antônio de Lara Ribas – Forte Sant’Ana, Museu do Carnaval Hilton Silva “Lagartixa”, Museu do Índio, Museu Sacro “Capela Menino Deus” do Hospital de Caridade, Museu Tim Celular, Museu do Saneamento, Museu “O Mundo Ovo de Eli Heil” e Museu Victor Meirelles.

Alguns são maiores, outros menores, mas todos carentes de uma atenção maior, divulgação adequada e roteiros de visitas. Tanto os nativos quanto os turistas desconhecem a existência da maioria deles.

MANEZINHO AÇU
Quem manda o recado é o Chico Amante, criador de manezinhos:
“Certa ocasião, em Itajaí, ao entrevistar o saudoso Cel. Ledeni Mendonça da Rosa para o meu primeiro livro SOMOS TODOS MANEZINHOS, ele me convidou para coordenar a instituição do Troféu "Manezinhos do Vale". Mas ele faleceu pouco depois e sua idéia não vingou. É preciso que alguém, familiarizado com as coisas do vale e sua gente e os ideais que nortearam a criação da comenda em Florianópolis pelo saudoso Aldírio Simões, tome a iniciativa, pois, como é sabido, existem Manezinhos em todo o litoral catarinense”.
XENOFOBIA DO BEM
E por falar nisso, há muito tempo os catarinenses e mais especificamente os manezinhos têm sido classificados como “xenófobos”, pela intransigência com que defendem seus costumes contra a invasão de culturas alienígenas.

Há um certo exagero nisso. Os manezinhos em especial e os catarinenses em geral são dóceis e hospitaleiros, aceitando às vezes até com excesso de passividade a ingerência de pessoas e instituições de fora no seu dia-a-dia. E muitos “estrangeiros” acabam sendo adotados e depois de algum tempo passam a fazer parte da “família”.

Vejam, por exemplo, a nossa representação no Senado. A bancada catarinense é formada por uma paulista (Ideli), um gaúcho (Pavan) e um carioca (JKB). Se a gente fosse xenófobo mesmo, o pessoal de fora, que já é quase maioria em Florianópolis, não se sentiria tão em casa como se sente.

PALÁCIO ABANDONADO

Quase todas as colunas dos jornais de Florianópolis já tocaram neste assunto e eu não posso ficar de fora: o Palácio Cruz e Souza (aquele cor de rosa, na Praça XV, que já foi o Palácio do Governo), está completamente abandonado.

A explicação mais lógica é que o governador LHS gosta de Florianópolis, mas o pessoal que ele botou pra cuidar da cultura odeia a cidade e não quer, de jeito nenhum, ficar mais quatro anos no governo. Daí, fazem de tudo para que a gente passe a odiar o LHS, não o reeleja e mande eles todos de volta para Joinville.

Faz tanto tempo que prédio está abandonado que todas as outras explicações perderam o sentido. Prum sujeito deixar que todas as lâmpadas externas de um imóvel histórico tombado fiquem apagadas é porque ele odeia muito, mas muito mesmo, a cidade e seus moradores.

Não é possível que o estado do Fundo Social, em que o governador dá um abraço num prefeito e repassa um milhão, conversa com outro e repassa três milhões, aperta a mão de um terceiro e deixa outro milhão, não tenha uns reais pra comprar lâmpadas.

E por falar nisso, por que os irmãos Berger, que têm gabinetes no prédio ao lado e são afinadíssimos com o LHS, não fazem nada a respeito?

SAÚDE DO SERVIDOR
A partir de amanhã os servidores públicos estaduais contam com um novo plano de saúde. Lançado ontem com discurso e banda de música, o Santa Catarina Saúde representa um avanço, com várias vantagens, sobre o antigo plano, o Unisanta.

Administrado pela Secretaria de Estado da Administração, o plano terá o atendimento médico-hospitalar fornecido pela Unimed. Espera o secretário Marcos Vieira que o servidor já comece a notar, nas próximas semanas, a diferença. E que aceite sem problema o aumento da contribuição.

Antes o servidor pagava muito pouco, mas recebia um serviço de última categoria. Agora a promessa é ser melhor servido, por um preço justo.

O VERDADEIRO DIA DE CÃO
Minha amiga Elis Monteiro, jornalista de O Globo, no Rio, teve, na sexta-feira, um dia daqueles. Uma fantástica seqüência de azares, capaz de arrazar qualquer um. Ela contou a história no seu blogue e eu reproduzo aqui os principais momentos, porque nenhum de nós está livre de passar por isso:
“Um dia de cão na vida de uma pessoa é isso: logo de manhã, é assaltada na Praça XI. O assaltante vasculha a bolsa, leva seu dinheiro e, não satisfeito, começa a te puxar pelos pulsos, gritando “você vem comigo”! Você começa a chorar alucinada, morrendo de medo do que ele pretende fazer com você. O clima de tensão permanece até que ele se assusta e foge.

“Você, tonta de medo, consegue atravessar a rua, pega o celular que só se salvou porque estava dentro da necessarie e liga pra uma amiga. Vai direto com ela pro posto médico do jornal onde trabalha, onde, tremendo que nem vara verde, recebe um calmante debaixo da língua que te deixa grogue, mesmo tendo um monte de trabalho inadiável pra fazer.

“Você passa o dia tentando não dormir na mesa e, quando consegue ir embora, uma chuva enorme cai na sua cabeça porque, justamente naquele dia, você foi trabalhar sem guarda-chuva.

“OK. Para não ir pra casa naquele estado, você procura abrigo na casa de um casal de amigos, onde você se sente em casa. Na hora de ir embora, tenta pedir um taxi, mas não consegue, porque a cidade parou e os taxis não estão rodando. Mas o santo casal decide te levar em casa, tarde da noite.

“Quando você chega ao santo lar, o porteiro te dá a temida notícia: cortaram a sua luz, aquela mesmo que você jurava ter pago. É meia noite e não dá nem para pagar pela internet porque... você não tem luz.

“Desesperada, você decide ligar pro seu irmão ir te buscar, antes que tenha uma crise histérica. Só que o telefone é sem fio e, portanto, só funciona com eletricidade, aquela mesmo que foi cortada.

“Mas, é claro, você tem seu celular. Saca da bolsa e descobre que... ele está sem bateria!

“Entra em desespero – nem dinheiro pra comprar cartão telefônico você tem porque o ladrão levou.

“Até que de repente o interfone toca. Você corre, tropeçando no escuro, para atendê-lo. Era o porteiro, avisando que os homens da cia. de eletricidade estão religando a luz de outro apartamento. Você desce os 10 andares para fazer o quê? Implorar, pelo menos até você pagar a maldita conta no dia seguinte cedinho. Eles não aceitam, você começa a chorar, dizendo que está tendo o pior dia de sua vida, e nada surte efeito. Você, cansada, encosta-se onde? No painel de luz, onde leva um choque enorme que te deixa ainda mais atordoada.

“O homem da cia. de eletricidade grita: “cuidado, moça, a senhora pode morrer aí!” E você, aos berros, diz: “mas eu quero mesmo é morrer!!!”

“O fim da história? Por uma graça divina – Deus deve ter percebido que tava exagerando – consegue usar o último suspiro da bateria para pedir socorro ao seu irmão e acaba indo dormir no sofá dele, doida pra passar o terrível inferno astral fora de hora.

Pois é, essa foi minha sexta-feira”.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2006

SEGUNDA

TARIFA ÚNICA NI NÓIS!
A prefeitura escolheu um sábado para informar o aumento da passagem dos ônibus urbanos (travestido de “tarifa única”). Com o anúncio feito no final de semana, só hoje é que a população vai começar a tomar conhecimento da novidade. E a chiar.

Os irmãos Dário, digo, irmãos Berger, se comprometeram a reduzir de 15% a 18% o custo operacional das empresas. Pra isso, é claro, o valor da passagem tem que aumentar. Hoje cerca de 70% dos passageiros do município pagam entre R$ 1,55 e 1,65. Com a nova “tarifa única”, esse pessoal passa a pagar R$ 2,00 (ou R$ 1,75 se tiver o bilhete eletrônico).

Até a “tarifa social”, que tinha sido criada pra facilitar a vida dos mais pobres, vai ter aumento: passa de R$ 1,05 para R$ 1,30 (só se o cara tiver grana pra comprar o tal passe eletrônico é que vai custar R$ 1,10).

E vai continuar a “absorção das linhas com menor média de passageiros”, com redução de ônibus e horários.

BENEFÍCIO PEQUENO

Com a “tarifa única” de R$ 2,00 (ou R$ 1,75) quem precisa usar as linhas mais longas (como as do norte e do sul da Ilha) vai ter um refresco. Hoje eles pagam o absurdo de R$ 2,75, o que dói muito no bolso de quem tem que andar de ônibus todo dia.

Só que, para beneficiar esse povo, a maioria dos usuários vai pagar mais. Os gênios da prefeitura ainda são bem capazes de querer fazer a sacanagem de dizer, pro coitado do centro, que teve aumento na sua linha, que a culpa é do outro coitado, do norte da ilha, que teve redução no preço.

PAGAM OS DE SEMPRE
E o pior é que os agitadores de plantão, sem criatividade, são bem capazes de começar de novo a quebrar tudo e a parar os ônibus, prejudicando, como sempre, os usuários mais pobres que não têm carro. Os donos das empresas, os irmãos Berger e os vereadores vão assistir, como sempre, de camarote.

FÉRIAS DESIGUAIS
Ainda está longe a realização do sonho do pessoal do turismo, de unificar a data de retorno às aulas da rede estadual, para que as férias tenham maior duração.

Na próxima segunda-feira, em pleno início de fevereiro, calorão danado, voltam às aulas cerca de 150 mil alunos em várias regiões (Joinville e Jaraguá inclusive). Nos dias 8 e 9 voltam mais algumas regiões. Na outra segunda-feira, dia 13, voltam às aulas mais 400 mil estudantes (inclusive de Florianópolis). E pra completar, também tem gente voltando às aulas nos dias 18 e 20 de fevereiro. A previsão é de sol e calor pelo menos até o começo de março.

PRIMEIRÃO!

O colunista Cacau Menezes anunciou finalmente que a sua famosa e concorrida feijoada do sábado de Carnaval será em Jurerê. Era segredo, menos para os leitores desta modesta coluna, que leram aqui, no dia 18/1, quarta-feira, a informação em primeira mão.

GUIA PRÁTICO PARA ENTENDER
O AEROPORTO HERCÍLIO LUZ

O aeroporto de Florianópolis está no limite da sua capacidade e muito acima do limite da paciência de seus usuários. Por isso, se tiver que utilizá-lo, leve um saco extra de paciência. E nem adianta esperar a ampliação, porque essa é uma novela que vai levar alguns anos.
Agora que estamos em férias e tem muita gente indo e vindo, vou dar algumas dicas para tentar ajudá-los a sobreviver naquela selva.

O “CHECK-IN”
A primeira coisa que se faz, num aeroporto, para poder “pegar” o avião é o tal “check-in”: a gente informa pra companhia que está lá, mostra os documentos, despacha as malas e ganha um cartão de embarque.

Parece simples, mas não é. Não no Hercílio Luz. Como as filas ficam mais ou menos amontoadas no saguão apertado, é preciso primeiro identificar qual é a nossa fila. Coisa difícil e confusa (veja a foto abaixo e se quiser ampliar é só clicar sobre ela), porque às vezes a fila que lá no começo é do pessoal que vai pro Rio, se mistura com a do pessoal do Paraguai e aqui no final tem uma porção de gente que pretende ir pro Chile. Todo cuidado é pouco, portanto, para escolher a fila em que você vai ficar, no mínimo, uma hora.


O EMBARQUE
Com o cartão de embarque na mão, é preciso descobrir se o avião está no horário e quando que devemos ir para a sala de embarque. Um problema sério, porque o sistema de vídeo, que é bem novo, está todo detonado: muitos monitores perderam a cor, a definição, a imagem. E os que funcionam, passam mais tempo avisando pra não alugar carros fora dos guichês de aluguel de carros, do que informando sobre os vôos.

Depois de se despedir dos amigos e parentes e enfrentar mais uma meia hora de fila pra entrar na sala de embarque, é preciso cuidado, para acertar o portão em que será feito o embarque do seu vôo. Dá impressão que eles se divertem ao ver o pessoal feito barata tonta, tentando descobrir qual é a porta em que deve embarcar.

O único jeito de ter alguma certeza é quando, ao entrar no avião, a comissária de bordo avisa, pelo microfone: “este é o vôo com destino ao Rio de Janeiro”. Se você pretendia ir para Ciudad del Este, desça imediatamente porque seu avião deve ser aquele outro, que acabou de decolar.

O DESEMBARQUE
Quando for buscar alguém que vai chegar, evite tentar descobrir se o avião está no horário dentro do aeroporto, porque os monitores estão quase todos pifados. Melhor, antes de sair de casa, se souber o número do vôo, ou pelo menos de onde ele vem, é acessar o site www.infraero.gov.br e no item “Vôos On Line” ver, com nitidez, aquelas mesmas informações que deveriam aparecer nas telas descoloridas dos monitores do aeroporto.

E, na chegada, haja paciência: em vez das criaturas sairem da sala de embarque e só mais adiante pararem para abraçar os parentes, elas sempre param bem na saída, trancando a passagem do restante da fila.

Ah, e o lembrete mais importante de todos: nunca, jamais, de modo algum, em nenhuma circunstância, utilize o estacionamento do aeroporto, aquele que fica bem em frente ao prédio.

Utlize aqueles outros, que existem antes de entrar no aeroporto, se quiser sair do estacionamento em menos de meia hora e sem enfrentar novas filas.
A Infraero é péssima administradora de estacionamentos.

sábado, 28 de janeiro de 2006

SÁBADO E DOMINGO

O MAR É A NOSSA CASA

Aposto que tem muita gente que mora no litoral (como eu) que ainda não conhece o Museu do Mar, em São Francisco do Sul. Pois esta semana fui até lá, para corrigir essa falha cultural grave.

Eu diria que não se deve recomendar que alguém faça a visita: a gente tem que obrigar, insistir, encher o saco até que a criatura vá e, como todos os que já foram, fique se perguntando “por que não fui antes?”

É um museu muito bem feito, bem organizado e bem completo. Dá uma idéia bastante real da importância que o mar teve e tem na construção deste nosso País, que está todo voltado para o Oceano.

E ainda tive a sorte de poder assistir ao Ênio Rodrigues, famoso escultor da Praia Brava e adjacências, fazendo mais uma das suas: um barco dentro de uma garrafa (acima). As caravelas fantásticas do Ênio (abaixo) também estão expostas no museu.


OS PLANOS DA ACI
O companheiro Moacir Pereira, presidente da Associação Catarinense de Imprensa (ACI) me escreve para contar como deverá ser a ocupação do belo espaço que acabam de ganhar, no centro de Florianópolis (a casa que foi do ex-presidente Nereu Ramos).

Ele informa que a Fundação cultural do Badesc, no térreo, manterá uma agenda permanente de eventos culturais, como exposições e mostras. E a ACI, no sobrado, terá um auditório para 70 pessoas que pretende também manter ocupado com eventos culturais de interesse não só dos jornalistas.

O mais importante, segundo Moacir, é que finalmente a ACI poderá concretizar o velho sonho de instalar um Museu da Imprensa ou o Memorial da Comunicação Catarinense. O espaço permitirá que se reúna material hoje disperso, para realizar esse resgate histórico.

SEM INTERFERÊNCIA
Como eu fiz, ontem, votos de que o presentão do governo LHS (via Badesc) não acabasse tirando a liberdade da ACI, Moacir me garantiu que “esta parceria com instituições estaduais não interferirá, de nenhuma forma, na independência dos profissionais e dos próprios veículos”.

Não duvido que assim seja, porque o Moacir, por falar nisso e a bem da verdade, quando foi presidente do Sindicato dos Jornalistas, na época da ditadura, manteve-se sempre ao lado dos companheiros perseguidos e a favor do Estado de Direito. Sem que o fato do governo pagar o aluguel do imóvel onde o Sindicato estava instalado fizesse qualquer diferença em suas posições.

A ESTRÉIA DO MANEZINHO
O DIARINHO publica hoje, aqui atrás, na página 4, um artigo do Chico Amante. Conhecido em Florianópolis, defensor da cultura nativa, estudioso dos valores do povo do litoral, ele começa com um artigo onde faz uma espécie de balanço da colonização açoriana no litoral catarinense.

Como o nome completo deste jornal é Diário do Litoral, nada mais apropriado que abrir espaço para falar do pessoal que habita há mais tempo estas terras e mares. Ele promete, pra começo de conversa, publicar artigos como esse todos os sábados.

TERMINOU A CRISE
A julgar pelas últimas atitudes do presidente Lula e de seus auxiliares diretos, a crise acabou. E voltou tudo ao “normal”:

– O marqueteiro da nova campanha tem dinheiro não declarado no exterior (tal e qual o Duda Mendonça)? Não tem importância, ninguém liga, contrata ele assim mesmo.

– Zé Dirceu foi cassado e acusado de uma porção de coisas (inclusive de “trair” o presidente)? Não tem importância, é velho amigo e merece ser recebido em palácio. Lula e Zé jantaram, conversaram uma porção, como se nada tivesse acontecido.

– Parte do PT começa a querer ter vôos próprios e retomar alguns temas que hoje são incômodos? Não tem importância, Lula é maior que o PT e tem novos amigos, como José Sarney e Renan Calheiros, cujo PMDB dará ao ex-operário o necessário respaldo.
E a crise? invenção da imprensa de direita, invejosa, interessada em minar o prestígio político de Lula.

LAMA NO VENTILADOR
Os deputados federais catarinenses tinham uma convivência civilizada e participavam de um “Fórum Parlamentar Catarinense” onde, independentemente de partidos, tratavam coletivamente de assuntos de interesse do estado.

Pois agora parece que o famoso João Pizzolatti (PP), decerto animado com o festival de impunidade que abençoa os corruptos brasileiros, resolveu puxar a grana só para a sua sardinha.

“MALANDRAGEM”
A denúncia, feita pelo deputado Paulo Bauer, é extremamente grave e pode acabar sendo levada à Comissão de Ética da Câmara. Até deputados do PP, como o Odacir Zonta, acham que o que o Pizzolatti fez foi de última categoria.

Ele fez um acordo com o também famoso ministro do Severino, digo, das Cidades, pra liberar R$ 5,8 milhões das suas emendas, deixando os outros deputados catarinenses de fora. Tipo “levar vantagem”, sacou?

Tem gente de todos os partidos indignada com a “malandragem”, como a classificou o deputado Ivan Ranzolin. A coisa, portanto, não deve ficar por isso mesmo. E apesar dos amigos do Pizzolatti acharem que esse “mal entendido” não vai lhe tirar votos, tem quem acredite que o povo não é tão burro assim.

ESSE PAVAN...
Ouvi inúmeras vezes, com meus próprios olhos, o Pavan dizer que faria aliança e coligação com todo mundo, menos com o PT. Era Lula lá e ele cá. Queria distância.

Pois ele acaba de mandar recado que quer conversar com o José Fritsch. A política é mesmo uma nuvem, tá sempre mudando...

sexta-feira, 27 de janeiro de 2006

SEXTA

LHS DÁ UM PRESENTÃO PARA A ACI
A bela casa da foto lá em cima, onde o ex-presidente Nereu Ramos morou, no centro de Florianópolis, será reformada para abrigar uma Fundação do Badesc (que agora só atende se a gente chamar de “Agência de Fomento de Santa Catarina”) e, como um presentão especial, a Associação Catarinense de Imprensa (a ACI, que também atende se a gente chamar de “Casa do Jornalista”).

Apesar da cara séria do governador e do Moacir, todos devem ter ficado bem contentes.

O governador LHS (à esquerda), porque terá um local mais legal para dar suas coletivas sempre que voltar das inúmeras viagens que fará, se for reeleito.

O presidente do PMDB de Florianópolis (e presidente do IPUF) Carlos Farias (de óculos escuros), porque apareceu na foto histórica.

O presidente do Badesc (digo, da AFOMESC), Renato Viana (à direita), porque vai poder instalar a Fundação Fernando Beck (que não tenho a menor idéia do que vai fazer).

E o próprio Moacir Pereira (na foto ele é o que tem mais cabelos), que peregrinou um bocado pelas repartições governamentais em busca de uma sede maior e melhor e acabou conseguindo.

Não tá na foto, mas teve sua participação nessa engenharia toda, o Secretário da Administração, Marcos Vieira. Que também conseguiu, para o Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina, outro belo casarão do centro, o da antiga Academia de Comércio, na Hercílio Luz.

Espero que o grande presente não venha a comprometer a necessária independência nem tolher a liberdade com que toda entidade associativa apartidária deve exercer suas atividades.

O AJUDANTE DISTRAÍDO
O texto do artigo que o governador LHS mandou para os jornais do interior (Diarinho inclusive) nesta semana, tinha anexado, por engano, um bilhete que não era destinado aos jornais.

Dizia o seguinte:
“Segue anexa a sugestão de texto para os jornais do interior. Favor entregar ao governador com a máxima urgência, para que ele possa fazer as alterações que julgar necessárias ainda hoje. Tenho prazo final até às 16hs de hoje para enviar o texto aprovado aos jornais.”
É, com certeza, um bilhete do autor do artigo (um ajudante do governador que também escreve seus discursos) para alguém no Gabinete, que deveria mostrar o texto para o LHS.

Depois de aprovado, o artigo deveria ter sido encaminhado para os jornais sem o bilhete. Mas alguém dormiu no ponto. Agora, quem ainda não sabia que LHS tem um ajudante para escrever artigos e discursos, ficou sabendo.

O PERIGO DOS RECADOS
Com o e-mail a coisa ficou pior, mas é muito fácil e comum esquecer pedaços de mensagens que deveriam ter sido deletadas, ao encaminhar algum texto para alguém. O que aconteceu com o artigo do governador é apenas um cochilo sem importância.

Uma vez um jornalista, num dos jornais de Santa Catarina, mandou uma reportagem por telex e, no final, um recado para seu editor, onde comentava sobre o entrevistado chamando-o disto e daquilo. Pois não é que o recado acabou sendo publicado junto com a matéria? Deu um rolo estadual.

DECORAÇÃO EMENDADA
A prefeitura de Florianópolis ainda nem tirou direito a decoração de Natal e já começa a colocar a decoração de Carnaval. Deve ser uma Operação Festa Contínua ou coisa parecida.

A antiga cadeia, depois Câmara dos Vereadores, parece que está destinada a ser a sede de todas as festas. Foi a Casa do Papai Noel e agora é a casa do Samba. Teve a padaria do Papai Noel e agora terá a oficina de Momo: serão fabricadas fantasias e adereços, para que o povo veja como o Carnaval dá trabalho.

E terá também uma espécie de museu da folia, com a história da festa na cidade e memória de cada uma das escolas de samba. Ficará aberta até 3 de março. A partir daí, imagino, será a Casa do Coelhinho ou, quem sabe, a Casa do Chocolate Mágico, uma coisa assim.

Desde a década de 60 a igreja Nossa Senhora da Salete era um dos cartões postais de Criciúma, com seu telhado pontudo (acima). Daí, na noite desta quinta, um tornado reduziu a cacos uma ala inteira (abaixo). Um desastre inacreditável. O pouco que sobrou da igreja terá que ser demolido.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2006

QUINTA

O governador LHS, em Concórdia, no oeste de SC, deu uma entrevista coletiva para contar como foi a viagem à Rússia e à Checa (êpa!). Ao contrário da última entrevista, aqui na capital, essa aí foi um sucesso de público.

Aviso aos leitores desta coluna: a Secretaria de Comunicação tem distribuído muitas fotos desfocadas do governador, numa demonstração de amadorismo e falta de respeito para com a autoridade e os veículos. Por isso, sempre que, por absoluta falta de opção, precisar utilizar uma dessas fotinhas, vou colocar aquele aviso que está ali no canto superior direito.

EM BANHO MARIA
Na entrevista coletiva que o governador LHS deu ontem, em Concórdia, pra contar como é que foram as coisas na Rússia e na Checa (ôpa!), afirmou que o final do embargo é só uma questão de dias. A viagem, portanto, foi qualificada como sendo um sucesso.

Bom, como os russos ainda não tomaram nenhuma medida prática, recomenda-se manter as comemorações pelo sucesso da viagem em banho maria e em fogo baixo. Se der certo, ótimo. Se não der, fica mais fácil arranjar outro motivo pra festejar.

A CULPA É DO LULA
Segundo LHS, os russos ficaram meio confusos ou chateados ou atrapalhados com a falta de informações do governo federal. Ainda bem que ele foi lá, pra verificar que eles continuam confiando em Santa Catarina. Só desconfiam do Brasil, mas aí são outros quinhentos.

Além de deixar subentendido que a culpa de tudo é do Lula, LHS aproveitou para anunciar as novas contratações para a Cidasc, “depois de 15 anos”.

TECNOLOGIA RURAL
E para completar o programa em Concórdia, LHS participou da inauguração da Tecnoeste 2006 (“show tecnológico rural do oeste catarinense”), uma grande feira que tem, entre suas atrações, demonstrações de produtos agrícolas (na foto acima LHS examina, como grande conhecedor que é, um híbrido de milho), seminários, cursos e palestras.

O DILEMA DO PMDB
E já que estamos falando no LHS, a turma dele no PMDB está animada com as prévias do partido para indicar candidato próprio à Presidência da República. E já começaram a fazer campanha pelo governador Rigotto, do RS.

O outro candidato é o inacreditável Garotinho, um populista bem falante e oportunista que se elegeu governador do Rio utilizando-se da popularidade obtida como pastor evangélico e apresentador de programas de rádio.

QUEM É O RIGOTTO?
Como todo governador, Germano Rigotto tem amigos e inimigos no seu estado. Os amigos louvam sua fidelidade ao PMDB, sua origem caxiense e sua história política, como deputado estadual, federal e agora governador.

Já os observadores menos comprometidos (que nem podem ser chamados tecnicamente de inimigos) acham que ele tem mais fachada que conteúdo. Posa de jovem político (ou pelo menos, a esta altura, de novo político) mas tem idéias excessivamente maturadas, pra não dizer antigas.

Dizem que ele foi eleito porque todo mundo ficou com pena dele, coitadinho, no meio da briga de dois grandes que já não entusiasmavam tanto os eleitores (Antônio Britto e o fortíssimo PT gaúcho). E que não está resolvendo os problemas do estado.

O principal ponto fraco apontado por esses “inimigos” do Rigotto é a Segurança Pública. Justamente um dos temas centrais da próxima eleição, num País que está assustado com sua crescente insegurança.

A COISA TÁ FEIA...
Mesmo com a queda da verticalização (liberou geral, agora pode coligar de qualquer jeito) ainda não dá pra saber direito como fica o quadro, mas em todo caso as candidaturas ou pré-candidaturas que já estão postas compõem um quadro desanimador. E praticamente sem novidades. E nem é só filme antigo, é muito filme queimado.

TÁ TUDO DOMINADO

Lembram que há uns dias eu mostrei aqui fotos do centro de Florianópolis totalmente dominado pelos camelôs? E que, no outro dia, a prefeitura me disse que não dava conta porque tinha que fiscalizar as praias?

Pois ontem, na rádio, a prefeitura admitiu, mais uma vez, sua impotência. Desta vez, diz que não dá conta nem nas praias, onde os ambulantes ilegais são, além de tudo, agressivos.

O problema não é mais só tributário (quem paga imposto contra quem não paga imposto) é de segurança pública: muitos desses camelôs são de fora e têm uma folha corrida na polícia de mais de metro.

A patética posição da prefeitura, admitindo publicamente que foi vencida pelos bandidos, só ajuda a consolidar o caos na Ilha: tá mesmo tudo dominado pela malandragem.

LHS E A CAPITAL
A jornalista Elaine Borges, freqüentadora do CIC, registra sua irritação com o estado em que o governo estadual deixou o principal ambiente cultural da cidade: assim que chove inunda tudo e ninguém toma providência.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2006

QUARTA

O verão, esse desconhecido

No prédio em frente, do outro lado da rua, o calor é igual ao daqui. As pessoas circulam pelos apertamentos com o mínimo de roupa. Não sei que anjo ou demônio terá me inspirado a alugar justamente este, de cuja janela só se vê o pessoal de lá olhando pro prédio de cá. As vizinhas que não consigo ver devem ser mais interessantes que as senhoras descuidadas do lado de lá que vejo, mas não acredito.

***
A areia é um problema romântico-abrasivo.
E a água salgada é adstringente.
Não sei como levar adiante esse namoro à beira mar.

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Na piscina de casa é preciso fazer bastante barulho com a água, rir alto, comentar quase gritando que “a água está uma delícia”. Para que o vizinho ouça e morra de inveja.

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Quem ensinou essas mocinhas de hoje a chamar a gente de "tio" deve odiar a humanidade.

***
Rotina: banho de mar perto do meio-dia, almocinho leve, sesta literária (pegar no sono lendo antigos livrinhos policiais de bolso), caminhada na praia pra ver a moçadinha remanescente, noitada de canastra, cerveja e camarão e, pra encerrar, o sono dos justos: calor, mosquito, mulher com dor de cabeça e barulho na vizinhança.

Eu quero o meu em dinheiro!

Essa história de dinheiro para campanhas eleitorais sempre dá muito pano pra manga. Principalmente porque todos os partidos já admitiram que têm caixa 2 (o dinheiro “não contabilizado”). Mesmo assim, sempre é bom ficar de olho.

A ONG Transparência Brasil (que tem o catarinense Geraldo Althoff como um dos membros do Conselho Deliberativo) deu uma organizada nos dados disponíveis sobre a última campanha, para prefeitos e vereadores e está divulgando um relatório bem interessante.

Não tem nenhuma grande novidade (os dados estavam, de alguma maneira, disponíveis no Tribunal Eleitoral), mas facilitou a leitura e o entendimento e arrisca algumas análises e comparações.

O documento pode ser encontrado no site www.transparencia.org.br.

Um dado interessante é o que cruza o número de votos com o total arrecadado para a campanha (acima). Acabamos sabendo, que em Santa Catarina, cada voto “custou” cerca de R$ 10,00 em média. Ou seja, pra ter 200 mil votos o sujeito gastou pelo menos R$ 2 milhões (só valores declarados oficialmente).

Outra, que não é novidade, mas sempre é bom saber: o maior doador da campanha do prefeito Dário foi a Casvig, empresa que é da família Berger (tabela abaixo). Isso pode levar a várias leituras. Uma delas: ele, seu irmão e sua esposa não devem muita coisa aos empresários locais, porque praticamente se auto-financiaram.

Importante lembrar que doar dinheiro legal para campanhas políticas é uma prática, em princípio, sadia. E os problemas nessa área geralmente ocorrem por causa da grana ilegal.

Acima, as nove maiores doações para o Dário Berger.

Abaixo, um gráfico que mostra a “coincidência” (ou o dilema Tostines): teve mais doações quem teve mais votos ou teve mais votos quem teve mais doações?


NA HORIZONTAL É MELHOR
Hoje deve sair uma decisão sobre a tal “verticalização” que tanto tem tirado o sono dos políticos. A gente, que não tem nada com isso, só fica assistirndo eles se debaterem.

Lula, o PT e parte do PMDB acham que é melhor parar com essa história de verticalizar e passar imediatamente para o que interessa: o salve-se quem puder do vale tudo eleitoral.

Se for aprovada a liberação das coligações, os partidos não precisam ter, nos estados, os mesmos aliados que terão na campanha a presidente.

TADINHO DO DUDA
Não sei se vocês lembram, mas o Duda Mendonça, durante muito tempo, foi o marqueteiro do Maluf e sua turma. Quando o Lula (ou Zé Dirceu?) o chamou, teve até um certo estremecimento, porque na época soava meio esquisito juntar o sujeito que fazia campanhas para os maiores políticos “de direita”, com o maior símbolo da “esquerda” nacional.

Como nessa área de propaganda eleitoral as coisas sempre foram pagas em dinheiro vivo e na maior parte das vezes em dólar mesmo, os marqueteiros são os caras que mais conhecem os esquemas financeiros das campanhas das quais participam.

Por isso, as investigações sobre a grana no exterior do Duda Mendonça vão avançar pouco e ainda assim com muito jeitinho. Não interessa a ninguém abrir essa caixa preta e muito menos irritar o publicitário. Vai que ele surta e sai a falar tudo o que sabe...

NEM TUDO ESTÁ PERDIDO
A Justiça mandou voltar para a cadeia o ex-prefeito de São Martinho (aqui no sul) e o vereador que foi seu motorista, condenados pelo desvio de recursos públicos. Os dois tinham conseguido, no ano passado, um “benefício” espetacular: um juiz os autorizou a sair pra “trabalhar fora” menos de um mês depois de terem sido presos.

terça-feira, 24 de janeiro de 2006

TERÇA

AS PLACAS DOS PERITOS
O Instituto Geral de Perícias (IGP), da Secretaria de Segurança Pública e Defesa do Cidadão, tem uma bela sede, no Itacorubi, em Florianópolis. Ainda não está completa, faltam alguns acabamentos, mas é espaçosa e aparentemente atende às necessidades dos vários órgãos do IGP.

Um desses órgãos é responsável por emitir a Carteira de Identidade, documento fundamental do cidadão, sem o qual ninguém consegue ir muito longe. Não dá pra ir ao Paraguai, nem ao Uruguai, muito menos à Argentina, sem uma identidade. Não pode abrir conta em banco, nem pode se matricular na universidade.

Pois aí, nas fotos, estão as placas, feitas à mão, que indicam os caminhos no IGP. Devem ter sido feitas assim por economia. Afinal, o governo tinha que mandar uma comitiva ao Japão, outra à Rússia e não podia ficar gastando dinheiro em plaquinhas. Ainda mais quando os artistas do IGP são tão competentes.

A FRENTE É NOS FUNDOS
Todo esse rolo de placas tem uma explicação: o prédio dá os fundos para a rua e a portaria principal é lá na frente, ou seja, nos fundos. Então, não adianta chegar nas portas mais próximas da rua (que estão nos fundos do prédio, embora de frente pra rua), porque o atendimento é lá no fundo, ou seja, na frente. Entendeu?

Imagino que os gênios que fazem a sinalização do governo e enchem os prédios de ondinhas vermelhas e verdes, devem ter olhado o problema e amarelado: não conseguiram sugerir uma solução eficaz. Aí o jeito foi manter os cartazes feitos em casa. Pobre de quem precisa dos serviços do IGP...

COMEÇOU O CARNAVAL

Em janeiro nada acontece porque estão todos de férias, em fevereiro nada anda porque estão se preparando para o Carnaval. E Carnaval, como vocês sabem, dá muito trabalho. Até blocos de sujos agora têm reuniões preparatórias e uma certa burocracia.

Os jornalistas da capital, por exemplo realizam hoje uma reunião do bloco Pauta que Pariu. E usam o gerúndio, como qualquer operador de telemarketing: “vão estar sendo discutidas questões como camisetas, local da concentração, esquenta com churrasco, dia do desfile e bateria”.

Sou dum tempo em que Carnaval era mais simples: a gente botava um vestido qualquer e ia pra Praça XV. Pronto. “Esquenta com churrasco” e reunião preparatória marcam, com certeza, o fim do Carnaval de rua tal qual nós o conhecemos.

ABRE O OLHO, BOLÍVIA!

A gente já viu esse filme: um presidente que veio do povo, eleito com a promessa de corrigir injustiças, dar um novo rumo ao País. Na época da posse também estávamos todos muito entusiasmados. E deu no que deu.

LHS PASSOU POR AQUI
Ontem o Governador LHS, pra não perder o costume de falar com estrangeiros, almoçou com o embaixador da China (decerto ele veio perguntar que tanto o LHS conversa com os russos). Ganhou um jogo de porcelana e deu de presente uma bela escultura em madeira feita pela filha do Godofredo Thaler, de Treze Tílias.

De tarde, com o embaixador a tiracolo, foi a Itajaí e amanhã vai a Concórdia, onde, entre outras atividades, dará a tradicional entrevista coletiva sobre a viagem ao exterior.

Faz sentido, afinal a viagem foi para tratar do embargo da carne suína. Nada mais justo que ele vá se explicar perto do pessoal que tem sido mais atingido pela suspensão das compras.

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UM PAÍS SEM FUTURO

Sempre que algum governante brasileiro, federal, estadual ou municipal é colocado diante de um problema grave e complicado, pensa, primeiro, em como resolvê-lo ou amenizá-lo no tempo que lhe resta de mandato.

Se der, muito bem, se não der, que tratem de encontrar um remendo que possa ser atribuído àquele governante, como obra sua. E o País vai vivendo de remendo em remendo, sem um projeto de longo prazo, sem saber, afinal como será seu futuro.

PARA ONDE VAMOS?
Nem mesmo em anos eleitorais, como este, a gente discute como será o País dos nossos netos.

Se temos problemas de saúde pública, em quanto tempo e a que custo eles serão solucionados? E os nossos miseráveis, qual é o projeto para que eles deixem de ser pobres? Em quanto tempo a assistência de saúde e a escola para todos serão posíveis? E quais serão os passos para desemperrar a Justiça ter julgamentos em prazos razoáveis?

Sim, porque se algum político me disser que isso não é possível, que nunca poderemos ter o que a Suécia tem hoje, ou pelo menos o que o Canadá tem, então o que é que estamos fazendo aqui? Pra que pagamos impostos?

TEM QUE TER UMA SAÍDA
Desde que eu era pequeno ouço dizer que o Brasil é o país do futuro. Pois agora, que estou ficando velho, enchi o saco: quero saber quando é esse futuro, quanto vai custar e como chegaremos até lá.

Chega de míopes que não vêem além de quatro anos, basta de projetos políticos oportunistas de oito anos que não levam em conta a solução dos problemas do País, apenas a solução dos problemas imediatos do partido ou de seus dirigentes. Quero poder votar em gente que saiba o que está fazendo.

NINGUÉM QUER PENSAR
Uma proposta para um País como o Brasil exige criatividade, estudo, esforço, capacidade de mobilização. Exige honestidade, ética, preocupação real com o futuro da humanidade.

Não é qualquer bedameco, eleito porque distribui dinheiro ou porque faz favores aqui e ali, que terá capacidade de enxergar assim tão longe.

Nesse mar de políticos medíocres, muito poucos querem se comprometer com um projeto para o País, meia dúzia quer pensar além da próxima semana, dois ou três são capazes de se sacrificar para ajudar o povo a tirar o pé da merda.

Porque dá trabalho, porque são poucos os honestos, porque fazer política desse jeito não enriquece e não transforma ninguém em celebridade.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2006

SEGUNDA


O último compromisso solene e oficial do Governador 3, desembargador Jorge Mussi, foi a inauguração do santuário de Santa Paulina, em Nova Trento. Milhares de pessoas, uma bela solenidade religiosa, apesar do calor, num templo grandioso.

Tudo seria relativamente previsível, não fosse a prefeita Sandra Regina Rachadel ter chegado de excelente humor, rindo e fazendo rir. Não consegui saber direito do que tanto ria a prefeita nem o que contava para os deputados a seu lado que também os fazia gargalhar, mas a verdade é que foram poucos os momentos em que ela ficou quieta e séria.

Ontem, enquanto o Governador 3 assistia à missa e os deputados Rogério Peninha e Edinho Bez se divertiam com as histórias da prefeita Sandra, o Governador 2 estava a bordo de um avião, voltando do Japão e o Governador 1, depois de ter feito um tour super-concentrado de dois dias na República Checa (êpa!), também se preparava para voltar.

Nesta semana vamos ouvir as mesmas histórias de sempre: a oposição descendo o cacete nas viagens do governo, dizendo que são exageradas e inúteis e o governo defendendo suas iniciativas, dizendo que a economia catarinense se beneficia dessa aproximação com outros mercados.

[Pra ver melhor as fotos é só clicar sobre elas]

PESSOAL DE FÉRIAS
Estiveram presentes à solenidade em Nova Trento, além do Governador Jorge Mussi e da prefeita da cidade, o Secretário Regional de Brusque, Jair Amorim, o diretor geral da Secretaria da Fazenda, Lindolfo Weber, os deputados estaduais João Henrique Blasi, Rogério Mendonça, Paulo Eccel e o deputado federal Edson Bez de Oliveira. Achei pouca autoridade e pouco político, pela importância do evento e pelo lugar privilegiado que Santa Paulina ocupa no coração dos eleitores.

AMIGOS NO IBGE
Ontem me contaram um episódio que teria ocorrido quando o Dário ainda era prefeito de São José e Dona Ângela de Florianópolis. Dário fez uma mudança nos limites municipais de São José e, “por coincidência”, livrou-se de duas favelas. Uma passou para Palhoça (abriga um dos maiores desmanches de carros do estado) e outra para Florianópolis (a Chico Mendes). Para a manobra, que reduziu artificialmente a criminalidade em São José, Dário teria contado com “amigos no IBGE”. Será que é verdade?

AMIGOS NA CÂMARA
Uma senhora comentou com a vizinha que pensava em reclamar, para um vereador, de um loteamento irregular nas redondezas. A outra, bem informada, avisou à amiga: “Desiste, Onorina, não vai adiantar nada, esse vereador aí ganhou dois lotes pra ajudar a aprovar o projeto na prefeitura”.

Ou seja, numa Ilha onde cada metro quadrado vale ouro, é muito fácil ceder às tentações. Os vereadores passam a ser assediados por corruptores milionários e só uns poucos (se tanto) conseguem manter-se íntegros.

sábado, 21 de janeiro de 2006

SÁBADO E DOMINGO

Aldírio (e) com o Marreco (Érico Neves), garçom do Bar Fala Mané, programa de TV que fez história e deixou saudades. Foto do Olívio Lamas.

NAQUELA MESA TÁ FALTANDO ELE...

Hoje vamos homenagear o inesquecível Aldírio Simões. Manezinho e criador de manezinhos, era visto pelos nativos como uma voz em defesa dos valores que, aos poucos, vão desaparecendo, soterrados por novos costumes, novos sotaques, novas gerações.

Por isso, convidei o grande Chico Amante, com quem o próprio Aldírio se aconselhava sobre assuntos da cidade, para escrever um artigo especial (que está aí embaixo), para que a gente pudesse lembrar do Aldírio a partir de uma visão privilegiada. O Chico é escritor e reuniu em livro a biografia dos homenageados com o Troféu Manezinho da Ilha. Um documento fundamental para ajudar a entender esta nossa cidade.

Aldírio dirigiu a Fundação Franklin Cascaes de 1989 a 1992 e segundo o atual superintendente, Vilson Rosalino, “ele contribuiu de forma expressiva para o resgate e valorização das tradições florianopolitanas, incentivou como poucos a continuidade das manifestações culturais populares, reconhecendo a singularidade da história, do jeito de ser, de se expressar e de se relacionar com o mundo, do autêntico manezinho”.

Nos bares mais simples da Ilha, nos locais onde ainda se pratica o bom esporte da conversa entre amigos, no coração dos florianopolitanos, este final de semana terá, com certeza, pelo menos um minuto de silêncio de reverente e saudosa lembrança.

Aldírio abraça o amigo Chico Amante na Mercearia Ori, no Abraão,
onde hoje existe uma placa em sua homenagem.


...E JÁ SE PASSARAM DOIS ANOS

Francisco Hegidio Amante
Manezinho da Ilha

Isso mesmo. Amanhã (22), fazem dois anos que o grande Manezinho da Ilha, Aldírio Simões nos deixou em circunstâncias trágicas.

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E nunca é demais rememorarmos a trajetória dessa figura ímpar, que com dignidade e inteligência soube muito bem representar e defender nossa cidade frente às inúmeras tentativas de distorcer nossos costumes e nossas tradições, com a incursão de culturas alienígenas.

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Conheci o Aldírio nos idos de 1956, quando ele, ainda garoto, ingressou na firma João Moritz S/A., vindo da não menos famosa Confeitaria Chiquinho, para desempenhar as funções de balconista na A Soberana da Rua Felipe Schmidt, esquina com a Praça XV. E ali se notabilizou pela forma carinhosa com que atendia a clientela, notadamente às senhoras a quem fazia questão de chamá-las de “madame”, algo bastante inusitado e uma forma de reverência àquelas pessoas que, aliás, faziam questão de serem atendidas pelo Manezinho.

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Entretanto, a função de balconista era muito pouco para a capacidade e a inteligência dele, que pretendia alçar vôos muito mais altos na vida. Por isso resolveu ir buscar a sorte no Rio de Janeiro, permanecendo por lá por alguns anos. Entretanto, o cheiro característico da maresia da Ilha, aliado às amizades que havia deixado e alguns dos pontos que caracterizavam a rotina de Florianópolis, como, por exemplo, o Miramar e o Mercado Público, juntou sua trouxa e retornou para cá, agora com mais experiência e disposto a trabalhar no ramo jornalístico.

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Assim, visitando as redações dos jornais da cidade, encontrou na pessoa do jornalista Wilson Libório de Medeiros, do Jornal O Estado, recém instalado nos altos da Felipe Schmidt. o “padrinho” que necessitava para dar início a essa nova e fascinante atividade. Mas, como qualquer iniciante, sua primeira função foi de paginador.

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A partir de então sua carreira foi meteórica, passando a atuar não somente na imprensa escrita, como também em rádios e posteriormente na televisão, tendo criado, dirigido e apresentado um sem número de programas, culminando com o inigualável e até hoje insubstituível “Bar Fala Mane”, de saudosa memória.

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Também ingressou na Prefeitura Municipal, onde galgou passos importantes em sua carreira profissional, culminando com a Superintendência da Fundação Franklin Cascaes e a Secretaria de Cultura, Esportes e Turismo. Apaixonado pelo Carnaval, foi seu coordenador oficial por várias décadas, incentivando as Escolas de Samba e os tradicionais Blocos de Sujos, este últimos de tanto sucesso em anos passados.

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Suas promoções transcenderam a mais de uma dezena, e destacando-se a Maratoma, os Torneios de Dominós, a Parufest, os banhos de mar à fantasia, e tantas outras. Criou a famosa Banda Mexe-Mexe, nos moldes da Banda de Ipanema, do Rio de Janeiro, nomeando sua rainha a nossa querida Marisa Ramos. Criou também o Bloco Carnavalesco Ânsia de Vômito, que antecipava os festejos momescos, nos moldes do que hoje faz Bloco Berbigão do Boca.

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E desde 27 anos atrás, tive a felicidade de vê-lo meu vizinho no Abraão, juntamente com outro Manezinho famoso, o poeta Zininho. Daí em diante, consolidou-se uma amizade indissolúvel, e tornei-me, involuntariamente, seu confidente e seu conselheiro, principalmente quando algo sobre nossa cidade fugia de sua memória e ele precisava para ornamentar suas inconfundíveis crônicas no jornal.

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E a Ilha e os Manezinhos, no fatídico 22 de janeiro de 2004, perderam o seu maior porta-voz; uma voz atuante em defesa de nossos interesses culturais, folclóricos, usos e costumes, que não media esforços para manter acima de qualquer coisa, tudo aquilo que sempre nos pertenceu e que diuturnamente “alienígenas” tentam de todas as formas nos roubar. Porém, jamais deixaremos a peteca cair. Em memória do Aldírio, iremos defender com intransigência toda a sua obra, dignificada pela sublime atuação profissional e o comportamento exemplar no seio de nossa sociedade.

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Estejas onde estiveres, Aldírio, já assumimos tua trincheira em defesa de nossa cidade e de nosso povo, na certeza de que, irmanados pelo ideal que sempre norteou tua existência, haveremos de manter viva a tua memória e os sagrados anseios do povão, justamente aquele povão que sempre reverenciou tua pessoa, prestigiou e foi solidário com o teu trabalho.

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Sabemos perfeitamente que a municipalidade está a dever a perpetuação de tua memória, seja através da concessão de teu nome a um logradouro, à altura do teu trabalho de defesa e promoção de nossa cidade e de nossa gente, ou erigir em algum lugar uma estátua que torne perene a tua imagem.

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Aliás, há alguns meses enviei uma foto da estatueta que mandei confeccionar pelo Plínio Verani, para a Fundação Franklin Cascaes, sugerindo sua colocação naquele protótipo do Miramar da Praça Fernando Machado, desde que o mesmo fosse coberto e colocada as muretas em seu redor, porém ninguém na Fundação teve a gentileza de responder à correspondência.

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Descanse em paz, mô Pombo, até um dia na eternidade e um beijo no fundo do teu coração!

Do teu saudoso e eterno Amigo
Chico Amante

sexta-feira, 20 de janeiro de 2006

SEXTA

EXCLUSIVO
DELEGAÇÃO CATARINENSE
QUASE VIRA PICOLÉ NA RÚSSIA!


Nem o freezer da casa da gente é tão gelado quanto o inverno russo. Enquanto aqui em casa ontem à tarde o termômetro marcava +25º C, lá em Moscou, na mesma hora, estava –28º C, nevando e com a umidade a 85%. Além de frio pra cacete, úmido!
Num frio desses, se deixar as orelhas de fora por mais de dois minutos elas congelam, quebram e caem. A mesma coisa com o nariz. Fazer xixi na rua, nem pensar.

Mesmo assim, o Governador 1 (LHS) manteve o ritmo, indo pra lá e pra cá (veja nas fotos exclusivas, que comprei de um coreano), sem ligar para os transtornos que as nevascas sempre causam. Ainda bem que o Secretário Colin sabe tudo sobre a Rússia e não deixou o LHS entrar em fria.

O CRIME COMPENSA
O secretário de obras da cidade de Vale do Anari, em Rondônia, disse, há duas semanas, que foi ele quem mandou matar o presidente da associação dos seringueiros de lá.

Até ontem à tarde continuava, tranqüilamente, exercendo suas funções na prefeitura. Segundo o prefeito, “o crime que ele cometeu não teve nada a ver com a administração municipal”.

Claro, o Brasil agora está assim. Cometer um crime, qualquer crime, não é mais desonra, o sujeito não precisa fugir, ficar envergonhado, com medo de alguma punição. Delúbio e Marcos Valério não estão por aí, livres, leves e soltos, usufruindo seus dólares em liberdade? Pois então...

POLÍCIA CIVIL LOTADA

Nem os cursos superiores mais disputados do País, como medicina, têm tanta procura quanto o concurso pra Polícia Civil de Santa Catarina que será realizado domingo.

Chega a ser um absurdo: para delegado de polícia, são 200 candidatos por vaga. Para investigador tem 72 candidatos por vaga e assim por diante: quase 26 mil candidatos disputam 336 vagas.

Deve ter alguma explicação além da procura normal por um emprego estável no serviço público. Vai ver o pessoal está aproveitando que o concurso não tem teste psicotécnico e tenta entrar de qualquer maneira.

QUE MEDO!
Imagina só, em breve 336 novos policiais civis serão admitidos sem que tenham se submtido a qualquer exame psicológico. E terão armas e munição, darão voz de prisão, conduzirão inquéritos e estarão submetidos a todo o estresse e às pressões próprias da profissão, sem que se saiba se têm estrutura mínima pra isso.

O PROJETO DO PFL

O presidente do PFL, Jorge Bornhausen, deu uma entrevista ao site Congresso em Foco, onde informa algumas medidas que seu partido gostaria de tomar se vencer as eleições presidenciais: “Eu acho que ainda há o que privatizar no Brasil. Estudando caso a caso, nós podemos avançar, sim, num esquema de privatização”.

PSDB ESCALDADO
A militância do PSDB catarinense deve estar morrendo de medo dessa aproximação com o PFL. Na última vez em que isso aconteceu, não sobrou nada para o PSDB, que só emprestou a sigla à “coligação” e ficou de fora do governo. Com o PMDB, mesmo que tenha levado menos do que os mais otimistas esperavam, pelo menos ocupou cargos em todos os escalões.

OS VENENOS DA COMCAP

O Ministério Público recomendou, desde dezembro, que a prefeitura de Florianópolis e a Comcap parem de envenenar as ruas da cidade com agrotóxicos proibidos pela Anvisa. A tal “capina química” que eles fazem consiste em pulverizar, nos meios fios, um veneno que além de matar as plantas, pode intoxicar os animais domésticos e fazer mal aos contribuintes do IPTU.

O município tem uma lei de 1989 que proíbe o uso de herbicidas e coisas venenosas na limpeza pública, mas ela, naturalmente, tem sido olimpicamente ignorada. Descumprir a lei federal que trata sobre o assunto, lembra o Ministério Público, dá cadeia.

LAJOTAS REUTILIZADAS
A gente só fala mal da tal Operação tapete Preto (também, tem tanto assunto...) e quase deixa passar quando tem uma coisa boa: a prefeitura vai reaproveitar as lajotas que está retirando de algumas das ruas que recebem asfalto. Colocou provisoriamente no Parque São Jorge (foto acima), mas, segundo o coordenador da Operação, logo vai utilizá-las para pavimentar ruas que ainda são de chão batido.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2006

QUINTA

CASA EMPRESTADA
Por causa da reforma do seu prédio, as sessões da Assembléia Legislativa estão sendo realizadas no plenário do Tribunal de Justiça (foto acima) e os deputados estão se sentindo tal e qual desembargadores, naquelas bancadas escuras de madeira entalhada.

Pra ajudar nossos nobres representantes, até coloquei uma plaquinha, de minha própria lavra, para indicar que, por enquanto, não é o Poder Judiciário que está funcionando ali, mas o Legislativo, que anda sendo muito mal falado. Mas podem acreditar: ruim com eles, muito pior sem eles.

O PROJETO DO MUSSI
O Governador 3, Jorge Mussi, vocês lembram, apresentou na semana passada um projeto do Código de Divisão e Organização Judiciárias, que está sendo discutido nas comissões da Assembléia Legislativa. Ontem o presidente em exercício do Tribunal foi lá explicar para os deputados que o projeto é dez e merece ser aprovado.

Aparentemente o projeto passa sem grandes sobressaltos, embora tenha recebido algumas críticas e até uma proposta de não ser discutido no período extraordinário. O petista Paulo Eccel, vejam só, implicou com “a total autonomia para a instalação de varas”. Ele acha que vara tem que ter um certo controle e quer que a Assembléia também olhe com carinho para as varas.

Mesmo assim, o hábil e experiente líder do governo, deputado João Henrique Blasi, ao que tudo indica, não terá dificuldade em conduzir mais esse barco em segurança até o porto.

A CULPA É DO PARANÁ
O Governador 1, na Rússia, conseguiu, finalmente, explicar ao vivo para o ministro da Agricultura, Alexey Gordieev, que Santa Catarina trata seus porquinhos com água mineral e os protege (antes e depois do abate) como filhos queridos que são.

LHS ouviu, do ministro russo, que as compras foram suspensas porque “faltou transparência” no governo brasileiro. No fim da conversa ficou entendido que a culpa é do Paraná e do governo federal e que os russos vão pensar com carinho no porco catarinense.

LIÇÕES JAPONESAS

A turma do Governador 2, que está no Japão (e que conta até com a presença, sempre útil, de um colunista social), estava pedindo dinheiro pra isso, verba aqui, ajuda acolá, teve ontem uma boa lição de como são as coisas no mundo real.

A agência de cooperação internacional japonesa, a exemplo de organismos semelhantes de outros países desenvolvidos, acha que Santa Catarina, no Brasil, é um estado que está acima e à frente. E que, por isso, tem o dever de ajudar os demais.

Eles querem que os catarinenses, que no passado se beneficiaram de dinheiro japonês em várias áreas, agora ajudem a desenvolver outros estados e países mais pobres, como uma forma não monetária de pagar a ajuda externa passada e futura.

Se tinha alguém na comitiva que achava que ia simplesmente pegar a grana, usar e depois pagar em dinheiro (ou nem isso), deve estar repensando seus conceitos: o engajamento das comunidades em projetos sociais, a contribuição coletiva para correção de desigualdades, a preocupação com o meio ambiente são moedas que valem mais, em muitos casos, que o euro, o dólar ou o yene.

A PRAIA SEM ESGOTO
O Ministério Público de Santa Catarina conseguiu um acordo judicial na ação que move contra três empreendedores da Praia Brava (no norte da Ilha), que dá prazo de 15 meses para que eles dotem o loteamento da infra-estrutura necessária ao abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto e depois repassem para a Casan a responsabilidade pelos serviços.

Até lá, fica mantida a proibição de construir, reformar ou ampliar imóveis naquela praia onde vários notáveis têm casa. As obras que agora terão que ser feitas por ordem judicial estavam previstas no projeto autorizado pela prefeitura, mas nunca foram executadas.

ABRE O OLHO!
O pessoal que tem empresa, além de pagar um monte de imposto, ainda tem que ficar esperto pra não cair nos contos do vigário que aparecem todo dia. Os últimos envolvem o INPI.

Tem um tal “Escritório de Propriedade Industrial”, de São Paulo, fajutíssimo, que está mandando para as empresas um boleto de cobrança de R$ 420,00, para pagamento de uma taxa inexistente, de “atualização de dados cadastrais da empresa e agilização de seu pedido de registro de marca, independente de notificação, por determinação deste Instituto e por força do que determina a Lei da Propriedade Industrial”.

Outra: uma firma do Rio está mandando um boleto de R$ 130,00 para pagamento de uma “taxa de manutenção optativa de marca ou patente” em uma suposta “edição anual de marcas e patentes 2003/2004”.

Mais uma: dessa vez a ficha de compensação é de R$ 230,00, para participar do “Espaço da Empresa” em um “Guia de Marcas Registradas Junto ao INPI”, que não tem nada a ver com o INPI, que é quem está fazendo as advertências acima.

[Neste blog, sempre que quiser ver melhor uma foto,
basta clicar sobre ela que se abre uma ampliação]

quarta-feira, 18 de janeiro de 2006

QUARTA

Acima, a delegação catarinense que está no Japão, com o Governador 2, enfrenta breves dificuldades com o idioma (mas os intérpretes logo acudiram e resolveram o impasse).

Ao lado, é o Shzydkoy, diretor da agência cultural russa, que sofre um pouco para entender o sotaque carregado do Governador 1, que, como vocês sabem, fala russo fluentemente mas nem sempre é bem compreendido. Aí também os intérpretes colocaram tudo em samovares limpos. (Fotos via satélite da SECOM)

TEMA DE LARA
O Governador 1 (o LHS, é claro) está na Rússia convidando o povo para a festa dos seis anos da filial do balé Bolshoi em Joinville.

Nas horas vagas, tenta convencer o pessoal que Santa Catarina não tem nada a ver com a esculhambação brasileira, que a nossa carne não se mistura e que nosso porco é pobre mas é limpinho. Tá indo bem: já conseguiu a adesão do embaixador brasileiro na Rússia. Agora só falta convencer os russos.

ARIGATÔ

No outro extremo da Ásia, o Governador 2 (o vice-Moreira) tem reuniões de manhã, de tarde e de noite para convencer os japoneses que Santa Catarina precisa de dinheiro para saneamento, controle de poluição, recuperação ambiental, fruticultura, treinamento de pessoal, suinocultura, aqüicultura, pesca, agricultura familiar, casa, comida e roupa lavada.

Parece que já estão se acostumando com o fato de que os japoneses balançam a cabeça e sorriem amistosos mesmo quando estão dizendo não.

DOMINÓ E SINUCA
E o Governador 3, que ontem passou algumas horas em Itajaí (tem reportagem completa em outra página deste mesmo jornal, mostrando que ele é bom no dominó), não consegue se livrar de sua toga. O prefeito Morastoni aproveitou pra pedir uma mãozinha pra desenrolar o terreno da Sul Atlântico, onde pretende instalar uma “arena multiuso”.

Acho que o prefeito Imagina que mesmo que o Mussi não tenha muito tempo como governador, ainda poderá fazer alguma coisa quando voltar ao Tribunal de Justiça.

FEIJOADA
Ontem me contaram como sendo coisa certa e definida que a Feijoada do Cacau, mega-evento do sábado de Carnaval na Ilha de Santa Catarina, será realizada este ano naquele terreno ao lado do Jurerê Beach Village. É o mesmo local onde a festa aconteceu há uns dois anos.

O Cacau Menezes, por falar nisso, tem sofrido ameaças de vários tipos, de um bando que não sabe conviver com humanos e só porque não gosta dele, do jeito dele ou do que ele fala, parte para a agressão.

Isso é inaceitável e a gente tem que mostrar a esses trogloditas que quem age assim não é uma pessoa corajosa ou de opiniões fortes: é apenas alguém que ainda está na idade da pedra lascada e não tem lugar numa sociedade civilizada.

FINALMENTE, CHICO DE ASSIS NA PREFEITURA
O coitado do Chiquinho de Assis, candidato da Dona Ângela Amin (PP), não conseguiu se eleger. Os Berger levaram a prefeitura de Florianópolis.

Talvez nem seja o melhor consolo, mas ontem tomou posse como Secretário Extraordinário do município um Francisco de Assis. Normalmente ele é mais conhecido pelo sobrenome (Kuster), mas para fazer média com a oposição, bem que poderia a partir de agora ser chamado apenas de Chico de Assis.

O Kuster, isto é, o Chiquinho, recebeu tantas tarefas políticas e administrativas que até dá a impressão que os Berger o estão vendo como uma espécie de salvação da lavoura.

“DEMAGOGO É V. EXCIA.”

A sessão inaugural da Convocação Extraordinária da Assembléia Legislativa foi bem divertida. Primeiro, a deputada Ana Paula Lima (PT) foi para a tribuna dizer que estava devolvendo, pelo quarto ano, o cheque (de R$ 11,8 mil) com que tinha sido paga pra trabalhar nas férias. A certa altura do discurso, ela resolveu dar uma cutucada nos colegas que doam o salário em vez de devolver. “O pagamento é imoral, bem como a demagogia daqueles que falam que vão doar o salário”, disse ela.

Pra quê! O deputado Duduco subiu nas tamancas e na tribuna. E de lá tratou de descer o cacete na deputada, naquele jeito típico do Duduco. Dá impressão que está elogiando, mas está mesmo é dizendo poucas e boas.

“SOU PURO E SINCERO”
“Não sou demagogo, sou puro e sincero”, disse o deputado, que doou o dinheiro recebido pelo “trabalho extraordinário” para o Lar Recanto do Carinho, que abriga crianças aidéticas. E reclamou de ter sido chamado de demagogo. Disse respeitar a deputada, embora também dissesse que essa forma de falar, ofendendo os colegas “já é comum” nela.

Depois desse aquecimento, parece que a partir de amanhã o trabalho na Assembléia vai começar pra valer.

terça-feira, 17 de janeiro de 2006

TERÇA

Na abertura da Couromoda 2006 ontem, em São Paulo, o desembargador/governador Mussi teve seu batismo de fogo na política nacional: ficou entre três candidatos a presidente e quase sucumbe diante do irresistível charme e simpatia do Zé Serra (prefeito de São Paulo, à direita). Alckmin, à esquerda (governador de SP), parece que queria ter tido antes da idéia de tirar o Rigotto (governador do RS) pra dançar. Bobeou, dançou e ficou amuado. Mussi, quando viu que não seria dessa vez que teria que sair rodopiando pelo salão com o Serra, tratou de correr para os estandes das empresas catarinenses.

O CENTRO ABANDONADO

Ontem falei com o pessoal da Prefeitura de Florianópolis pra tentar entender por que o centro está tomado de camelôs, sem que se veja, com a necessária freqüência e rigor, a ação dos fiscais, da Guarda Municipal, ou o que seja. Claro que não consegui entender.

Eles explicam que já foram feitas operações conjuntas com PF, PM e prefeitura (“a última há uns dez dias”), mas que o município é grande, os fiscais são poucos e não dá pra manter fiscalização permanente, que tem que atender as praias, essas coisas.

SEM SURPRESAS

Não sei vocês, mas eu não me surpreendi com as explicações e a admissão de que o município, de certa forma, é impotente para combater a invasão de camelôs e contrabandistas.

Também tentei saber, do secretário de Urbanismo e Serviços Públicos, se era verdade o que falam os fofoqueiros de plantão: o prefeito teria dado ordem para apenas advertir os camelôs, sem multá-los. Ou seja, pegar leve.

Mas o secretário é muito ocupado e não teve tempo de me responder. Não tem importância. Tem jornal todo dia e, quando ele falar, eu conto pra vocês.

ESSA GENTE FALADEIRA...

Um passarinho me contou, ontem, que na última “blitz” contra os camelôs, quando a tropa chegou, a cidade estava limpinha. “Até parecia que eles tinham sido avisados que ia ter uma batida”, disse ele, querendo levantar um aleivo. Deve ser mentira. Imagina se alguém vai fazer uma coisa dessas...

LULA E O FMI
Eu sei que vocês estão “por aqui” com o Lula, mas isso que ele falou ontem na TV, de ter pago tudo o que o País devia para o FMI, não é pouca coisa e é muito positivo.

O pessoal anda tão contra o Lula que há alguns dias, quando o sujeito do FMI esteve aqui pra dar o recibo, chargistas de jornal chegaram a fazer o Palocci se curvando diante do representante do Fundo. Prova que não só não entenderam nada, como não fazem questão de entender.

MARGEM DE MANOBRA
Pela primeira vez em muito tempo o Brasil não deve nada ao FMI. E vocês sabem exatamente o que significa não dever nada a alguém: a gente não tem que ouvir conselhos, levar broncas, pagar multas.

A partir de agora, se o Brasil quiser implantar alguma medida que o FMI desaconselha, não está de pés e mãos atados. Claro que não vai poder (nem a Argentina, que também antecipou pagamentos para se livrar do FMI), fazer muita coisa, porque os bancos continuam mandando no mundo. Mas pelo menos tem uma margem de manobra um pouco mais espaçosa.

O CENTRO ABANDONADO 2
A Avenida Trompowsky é uma das ruas lendárias de Florianópolis. Arborizada, endereço de políticos, de famílias tradicionais, foi sendo engolida pelo “progresso”, transformada em mais uma daquelas vias tradicionais de nome complicado que o jornal dos gaúchos sempre escreve errado.

Mesmo com a chegada dos prédios e das clínicas, que foram ocupando os espaços das famílias que saíam dali, continuava sendo um local tranqüilo. Ou aparentemente tranqüilo.

No domingo à noite, um assalto à mão armada virou mais uma página na história da Trompowsky.

NINGUÉM MERECE

Quem é de Florianópolis ou chegou por aqui até a década de 70, com certeza conhece a Iara Pedrosa. Não conhecê-la equivale a dizer que não sabe onde fica a Praça XV.

Pois ela, a mãe dela, de 90 anos e a enfermeira que as ajudava, foram feitas reféns dentro da própria casa, enquanto assaltantes armados procuravam algo de valor. Levaram R$ 800 e o revólver com o qual, imagino, ela um dia pensou em defender seu patrimônio.

E também levaram, os mascarados, as esperanças de quem ainda achava que Florianópolis guardava alguma coisa da cidade de 40 anos atrás. Roubaram o sonho que todos ainda tínhamos, de um dia poder voltar a morar em casas, caminhar sob as árvores antigas e amigas da Trompowsky, sentindo os doces odores das tardes de verão.

Os florianopolitanos têm razão em ficar assustados com tudo isso.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2006

SEGUNDA

TÁ TUDO DOMINADO!
Essa cidade costumava ser Florianópolis, mas agora tá mais pra “Camelópolis” ou “Terra de Ninguém”

A dica vale para todo e qualquer muambeiro, contrabandista, camelô de qualquer estado do País ou de outros países: o centro de Florianópolis está completamente abandonado. Aparentemente, não há qualquer fiscalização da prefeitura ou de quem quer que seja. É só colocar a banquinha no meio da rua e pronto.

Todos os dias, de manhã cedo, um caminhão baú estaciona perto da ponte Hercílio Luz e descarrega centenas de vendedores e milhares de quilos de muamba. O pessoal vai calmamente se instalar na Conselheiro Mafra e proximidades. Tranqüilos, como se tivessem alvará, como se pagassem impostos e como se a mercadoria fosse perfeitamente legalizada.

É claro que os comerciantes estabelecidos estão muito chateados com essa falta de respeito.


PREFEITURA OMISSA
Os comerciantes que não fazem parte dessa invasão alienígena e que têm endereço conhecido, pagam muitos impostos e são obrigados a atender um monte de exigências.
No sábado, por exemplo, todos os garçons dos bares do Mercado tinham que usar uma camiseta da campanha “Não dê Esmola”, da primeira-dama e secretária. E nas ruas ao redor do Mercado, o povo nem conseguia caminhar direito porque o enxame de camelôs tomava conta de tudo.

MÁ IMPRESSÃO

Fazia algum tempo que eu não batia ponto no Mercado no sábado e levei um susto grande ao ver como o centro da cidade tinha mudado. Algumas notas, aqui e ali, falavam do abandono da Praça XV, cujos jardins estão sendo transformados em albergue para os sem-teto, que contam com a cumplicidade das lâmpadas queimadas e da falta de manutenção.

E ver as ruas simpáticas do centro antigo atulhadas de cds e dvds piratas, de óculos chineses de quinta categoria e de seus vendedores com sotaques estranhos chateia, dá raiva e tristeza.

O Alvim da Luz, do Bar e Mercearia Spinoza (e) e o Beto Barreiros, do Box 32 (d), dois dos principais comerciantes do Mercado Público de Florianópolis, lamentam o estado de abandono em que o centro da cidade se encontra e a falta de ação do poder público para controlar a invasão de ilegais.

ATÉ TU, ARMAZEM VIEIRA?
Os problemas do centro são tão graves que o fato de terem colocado telhas de lata (zinco?), num imóvel tombado pelo patrimônio histórico (abaixo) parece não ter muita importância. A mudança, que certamente visou melhorar o imóvel e “modernizá-lo”, agride a vista (e o coração) de quem achava que aquele era um dos poucos lugares que preservava a memória da cidade. Faltou bom gosto e sensibilidade arquitetônica.

sábado, 14 de janeiro de 2006

SÁBADO E DOMINGO

[para ampliar as fotos é só clicar sobre elas]
A RÚSSIA QUE SE CUIDE
Mais uma vez o governador LHS vai pessoalmente à Rússia dar uma bronca no povo que não quer comprar carne catarinense. Das outras vezes deu certo. Vamos ver agora.

LHS vai mostrar pro Gordeev e pro Neplokonov com quantas barreiras se faz um estado livre de aftosa. E leva junto o Sopelsa, que andou estudando russo pra poder explicar direitinho como é que é a coisa por aqui.

MINI COMITIVA
Assim como a viagem ao Japão, esta viagem à Rússia e adjacências também não é de se perder. Mas, em comparação com outras viagens, até que vai pouca gente.

Com passagem e diárias do nosso bolso: o governador LHS, o secretário de Estado da Articulação Internacional, Roberto Colin; o secretário da Agricultura, Moacir Sopelsa; o secretário da Comunicação, Derly Massaud de Anunciação; e o ajudante e ordens, Renato José de Souza.

Representando o empresariado (e pagando suas próprias contas): Pedro David Schmitt, proprietário da Açopeças (Indústria de Peças de Aço Ltda.); Wolmir de Souza, presidente da Associação de Suinocultores de Santa Catarina; Pedro Camargo Neto, presidente da ABIPECS (Agência Brasileira da Indústria, Produção e Exportação da Carne Suína); e Aly Rodrigues David Modesto, diretor-comercial do Frigorífico Romani.

ELES TAMBÉM PASSEIAM

Ontem chegou a Santa Catarina uma delegação de autoridades russas e estudantes, mais especificamente da prefeitura de Moscou. Assim como o nosso pessoal vai pra lá tratar de coisas urgentes e importantíssimas, eles também vêm pra cá ter reuniões seriíssimas e cumprir longas agendas.

Uma parte dos russos (as chefias e autoridades) veio conhecer o sistema brasileiro de educação e fica por aqui até o dia 19.

Outra parte, com estudantes e diretores de escolas, vai participar de um intercâmbio cultural (seja lá o que for que isso signifique) até o dia 24.

BITA PEREIRA VAI À LUTA

O vice-prefeito, pastor e surfista Bita Pereira cansou de ficar esperando o Dário viajar e arranjou um serviço: com o pessoal da Vigilância de Saúde do município está passando um pente fino em Ingleses.

Eles procuram as ligações clandestinas das patentes no esgoto fluvial (que é por onde a merda vai pro mar, atrapalhando o veraneio e os negócios de todo mundo).

Tomara que o pessoal tome gosto e continue trabalhando o ano inteiro. A Ilha é muito grande e não dá pra consertar tudo só numa temporada.

LÁ VEM O IPTU!
Começa na semana que vem a distribuição do carnê do IPTU de Florianópolis. Como diria o colega de página, o tucanês está mais vivo que nunca. Olha só como a prefeitura está anunciando a coisa: “o imposto não teve aumento, apenas um reajuste de 5,5%”!

A VARA E O GOVERNADOR
O governador Jorge Mussi não vai abandonar completamente as varas que tanto fez crescer no Tribunal de Justiça. Tanto que participou, ontem, em Fraiburgo, da instalação da 2º Vara daquela comarca.

O PROJETO DO MUSSI

O projeto que vai marcar a passagem do Jorge Mussi pelo governo estadual é o do Código de Divisão e Organização Judiciária de Santa Catarina. Entregue ontem ao presidente em exercício da Assembléia Legislativa, deve ter uma tramitação rápida, sem sobressaltos e ser aprovado a tempo do próprio Mussi sancioná-lo.

O Código é uma espécie de “Plano Diretor” para o Judiciário, organizando o crescimento, ajudando na modernização e também, é claro, colocando uma certa ordem nessa história de Vara. Pra não ficar botando Vara de qualquer jeito, em qualquer lugar.

TAPETE PRETO ENTUPIDO
A fotinha, tirada ontem à noite, mostra uma rua da Lagoa da Conceição que foi recapeada, há poucas semanas, pela tal Operação Tapete Preto, menina dos olhos da prefeitura dos irmãos Berger.

Não sei se vocês conseguem ver direito, mas ali tem uma boca de lobo (aqueles ralos por onde a água da chuva deveria escorrer) completamente entupida. Além de sujeira, tem restos de asfalto.

Na pressa de colocar o tapete, o pessoal da prefeitura esqueceu de desentupir o bueiro. E a sorte dos comerciantes ali por perto é que não tem chovido. Porque no primeiro aguaceiro vai ser aquela água.