quinta-feira, 26 de janeiro de 2006

QUINTA

O governador LHS, em Concórdia, no oeste de SC, deu uma entrevista coletiva para contar como foi a viagem à Rússia e à Checa (êpa!). Ao contrário da última entrevista, aqui na capital, essa aí foi um sucesso de público.

Aviso aos leitores desta coluna: a Secretaria de Comunicação tem distribuído muitas fotos desfocadas do governador, numa demonstração de amadorismo e falta de respeito para com a autoridade e os veículos. Por isso, sempre que, por absoluta falta de opção, precisar utilizar uma dessas fotinhas, vou colocar aquele aviso que está ali no canto superior direito.

EM BANHO MARIA
Na entrevista coletiva que o governador LHS deu ontem, em Concórdia, pra contar como é que foram as coisas na Rússia e na Checa (ôpa!), afirmou que o final do embargo é só uma questão de dias. A viagem, portanto, foi qualificada como sendo um sucesso.

Bom, como os russos ainda não tomaram nenhuma medida prática, recomenda-se manter as comemorações pelo sucesso da viagem em banho maria e em fogo baixo. Se der certo, ótimo. Se não der, fica mais fácil arranjar outro motivo pra festejar.

A CULPA É DO LULA
Segundo LHS, os russos ficaram meio confusos ou chateados ou atrapalhados com a falta de informações do governo federal. Ainda bem que ele foi lá, pra verificar que eles continuam confiando em Santa Catarina. Só desconfiam do Brasil, mas aí são outros quinhentos.

Além de deixar subentendido que a culpa de tudo é do Lula, LHS aproveitou para anunciar as novas contratações para a Cidasc, “depois de 15 anos”.

TECNOLOGIA RURAL
E para completar o programa em Concórdia, LHS participou da inauguração da Tecnoeste 2006 (“show tecnológico rural do oeste catarinense”), uma grande feira que tem, entre suas atrações, demonstrações de produtos agrícolas (na foto acima LHS examina, como grande conhecedor que é, um híbrido de milho), seminários, cursos e palestras.

O DILEMA DO PMDB
E já que estamos falando no LHS, a turma dele no PMDB está animada com as prévias do partido para indicar candidato próprio à Presidência da República. E já começaram a fazer campanha pelo governador Rigotto, do RS.

O outro candidato é o inacreditável Garotinho, um populista bem falante e oportunista que se elegeu governador do Rio utilizando-se da popularidade obtida como pastor evangélico e apresentador de programas de rádio.

QUEM É O RIGOTTO?
Como todo governador, Germano Rigotto tem amigos e inimigos no seu estado. Os amigos louvam sua fidelidade ao PMDB, sua origem caxiense e sua história política, como deputado estadual, federal e agora governador.

Já os observadores menos comprometidos (que nem podem ser chamados tecnicamente de inimigos) acham que ele tem mais fachada que conteúdo. Posa de jovem político (ou pelo menos, a esta altura, de novo político) mas tem idéias excessivamente maturadas, pra não dizer antigas.

Dizem que ele foi eleito porque todo mundo ficou com pena dele, coitadinho, no meio da briga de dois grandes que já não entusiasmavam tanto os eleitores (Antônio Britto e o fortíssimo PT gaúcho). E que não está resolvendo os problemas do estado.

O principal ponto fraco apontado por esses “inimigos” do Rigotto é a Segurança Pública. Justamente um dos temas centrais da próxima eleição, num País que está assustado com sua crescente insegurança.

A COISA TÁ FEIA...
Mesmo com a queda da verticalização (liberou geral, agora pode coligar de qualquer jeito) ainda não dá pra saber direito como fica o quadro, mas em todo caso as candidaturas ou pré-candidaturas que já estão postas compõem um quadro desanimador. E praticamente sem novidades. E nem é só filme antigo, é muito filme queimado.

TÁ TUDO DOMINADO

Lembram que há uns dias eu mostrei aqui fotos do centro de Florianópolis totalmente dominado pelos camelôs? E que, no outro dia, a prefeitura me disse que não dava conta porque tinha que fiscalizar as praias?

Pois ontem, na rádio, a prefeitura admitiu, mais uma vez, sua impotência. Desta vez, diz que não dá conta nem nas praias, onde os ambulantes ilegais são, além de tudo, agressivos.

O problema não é mais só tributário (quem paga imposto contra quem não paga imposto) é de segurança pública: muitos desses camelôs são de fora e têm uma folha corrida na polícia de mais de metro.

A patética posição da prefeitura, admitindo publicamente que foi vencida pelos bandidos, só ajuda a consolidar o caos na Ilha: tá mesmo tudo dominado pela malandragem.

LHS E A CAPITAL
A jornalista Elaine Borges, freqüentadora do CIC, registra sua irritação com o estado em que o governo estadual deixou o principal ambiente cultural da cidade: assim que chove inunda tudo e ninguém toma providência.

4 comentários:

Anônimo disse...

Você tem certeza de que os ambulantes não cadastrados na prefeitura têm folha na polícia? Não me parece que bandido teria ânimo para agüentar sol na moleira todo dia do jeito que eles fazem...

Mas a prefeitura deveria sim ter regras e fiscalização adequada nas praias.

Muitos destes ambulantes são explorados por empresários sem ética. Aceitam o emprego por falta de opção. A negligência da prefeitura abre brecha pra esse tipo de coisa acontecer.

Sobre os fiscais, eles são muito despreparados. Presenciei uma cena em Jurerê esses dias onde um fiscal tentava tirar a bandeja de churros de um vendedor não cadastrado. O vendedor segurava firme e não deixava o fiscal arrancar-lhe a bandeja. O fiscal então, estupidamente, virou a bandeja pra cima do rapaz, manchando-lhe a blusa e derrubando tudo na areia.

Muitos turistas em volta presenciaram o acontecido. Foi uma cena forte, truculenta. Senhoras se levantaram de suas cadeiras de praia, acompanhadas de outras pessoas, e foram tirar satisfação com os fiscais pelo ato truculento.

Umas trinta pessoas cercaram os fiscais já na rua, cobrando educação ao cumprir seu trabalho (imagine só, as pessoas se deram o trabalho de sair da areia e ir até a rua!). Uma senhora batia com as mãos no carro dos fiscais, dizendo que eram muito grossos.

A coisa ficou feia e os fiscais saíram meio que fugidos.

O fato do ambulante não estar autorizado a trabalhar naquele local não justifica o deplorável ato truculento e violento do fiscal.

Certamente existe uma forma de atuação mais profissional para estes fiscais seguirem.

Cesar Valente disse...

Ô Rafael: o negócio da folha corrida é com alguns daqueles que vendem contrabando (ou "mercadoria descaminhada"), principalmente no centro e fazem parte de verdadeiras quadrilhas organizadas, com logística de distribuição (em caminhões) e tudo. Claro que tem muito ambulante honesto que está nesta só pra tentar sobreviver.
E o despreparo dos fiscais começa no despreparo das chefias, que não conseguem fazer o trabalho para o qual são pagos e sequer treinam direito os caras que terão contato com o público.
Dá nisso que contastes.

Anônimo disse...

Sobre o Rigotto, eu já li algo semelhante. Só não lembro onde. Abraço.

Anônimo disse...

Caros, Isto é apenas mais uma cena na descida aos infernos de Nova Cancún, cujo prefeito, segundo consta, é dono de uma empresa de segurança privada - e tem, portanto, interesse em que o ambiente de darwinismo social campeie pelas ruas privatizadas de Nova Cancún. Deve estar contentíssimo. Abraço (com a respiração difícil, entre carros carros carros carros e "resorts"), R.