segunda-feira, 16 de janeiro de 2006

SEGUNDA

TÁ TUDO DOMINADO!
Essa cidade costumava ser Florianópolis, mas agora tá mais pra “Camelópolis” ou “Terra de Ninguém”

A dica vale para todo e qualquer muambeiro, contrabandista, camelô de qualquer estado do País ou de outros países: o centro de Florianópolis está completamente abandonado. Aparentemente, não há qualquer fiscalização da prefeitura ou de quem quer que seja. É só colocar a banquinha no meio da rua e pronto.

Todos os dias, de manhã cedo, um caminhão baú estaciona perto da ponte Hercílio Luz e descarrega centenas de vendedores e milhares de quilos de muamba. O pessoal vai calmamente se instalar na Conselheiro Mafra e proximidades. Tranqüilos, como se tivessem alvará, como se pagassem impostos e como se a mercadoria fosse perfeitamente legalizada.

É claro que os comerciantes estabelecidos estão muito chateados com essa falta de respeito.


PREFEITURA OMISSA
Os comerciantes que não fazem parte dessa invasão alienígena e que têm endereço conhecido, pagam muitos impostos e são obrigados a atender um monte de exigências.
No sábado, por exemplo, todos os garçons dos bares do Mercado tinham que usar uma camiseta da campanha “Não dê Esmola”, da primeira-dama e secretária. E nas ruas ao redor do Mercado, o povo nem conseguia caminhar direito porque o enxame de camelôs tomava conta de tudo.

MÁ IMPRESSÃO

Fazia algum tempo que eu não batia ponto no Mercado no sábado e levei um susto grande ao ver como o centro da cidade tinha mudado. Algumas notas, aqui e ali, falavam do abandono da Praça XV, cujos jardins estão sendo transformados em albergue para os sem-teto, que contam com a cumplicidade das lâmpadas queimadas e da falta de manutenção.

E ver as ruas simpáticas do centro antigo atulhadas de cds e dvds piratas, de óculos chineses de quinta categoria e de seus vendedores com sotaques estranhos chateia, dá raiva e tristeza.

O Alvim da Luz, do Bar e Mercearia Spinoza (e) e o Beto Barreiros, do Box 32 (d), dois dos principais comerciantes do Mercado Público de Florianópolis, lamentam o estado de abandono em que o centro da cidade se encontra e a falta de ação do poder público para controlar a invasão de ilegais.

ATÉ TU, ARMAZEM VIEIRA?
Os problemas do centro são tão graves que o fato de terem colocado telhas de lata (zinco?), num imóvel tombado pelo patrimônio histórico (abaixo) parece não ter muita importância. A mudança, que certamente visou melhorar o imóvel e “modernizá-lo”, agride a vista (e o coração) de quem achava que aquele era um dos poucos lugares que preservava a memória da cidade. Faltou bom gosto e sensibilidade arquitetônica.

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