quinta-feira, 31 de maio de 2007

Quinta

A CORAGEM DO GUGA
A operação moeda verde mal e mal tinha acabado de tomar os depoimentos dos suspeitos de negociar licenças ambientais e o Guga Kuerten aparecia, nos folhetos de lançamento do Águas do Santinho Residence, endossando, com sua imagem e com sua assinatura, o empreendimento. A construtora Hantei, da qual o irmão do Guga, Rafael, participa como investidor, vai ocupar uma faixa de terreno, no Santinho, praticamente ao lado do Costão do Santinho. E certamente acharam que esta seria a época mais adequada para começar a divulgar o projeto.

Durante a semana surgiram alguns boatos que, por algum motivo (incômodos anteriores?) Guga teria pedido que tirassem sua imagem do material promocional. Ontem, o Guga me disse, por intermédio da sua assessora de imprensa, que não houve qualquer modificação, continua tudo como antes.

Parece evidente, a qualquer observador mais atento, que esse relacionamento do Rafael com a Hantei desagrada Guga. Não tem sido bom pra imagem dele, por causa dos desgastes desnecessários que acaba sofrendo a cada problema encontrado pela construtora. Por mais que ele explique e repita que não tem nada a ver com a construtora, que seu irmão é que é sócio, não tem como não respingar no membro mais famoso da família.

Mas não é do estilo Guga, que é um sujeito decente, chutar o pau da barraca, muito menos colocar o irmão em alguma sinuca. Vai agüentando firme. Boa sorte, então.

É O SEGUINTE, JUJU

Eu falei pra chefe que precisava de uma semana de folga. Cheguei a arranjar um atestado praticamente idôneo de famosa clínica. Mas ela me obrigou a trabalhar e o resultado foi ter publicado uma nota que, na visão crítica de um leitor crítico, o Maurício, estava completamente furada. Olha só:
“Vou imputar ao seu estado falimentar de saúde (ou ao excesso no consumo de ‘remédios’) a pisada na bola que foi seu comentário na terça, sob o título ‘É o seguinte, juju’.

Primeira pisada de bola: Você acha que o ‘juju’ tem eleitores que ligam para o que ele faz? Todos os votos dele provém de eleitores comprados pelos patrocinadores da campanha, que é a quem ele serve.

Segunda pisada na bola: Você acha que o ‘juju’ é pessoa de ter consciência? Danou-se.

Terceira pisada de bola: Você chama o ‘juju’ a permanecer na política. Deixa o cara ir. Não precisamos de pessoas assim. Precisamos sanear a Câmara. Outros precisam sair também.

No meu entendimento a conversa a se fazer neste momento é: eleitores do ‘juju’, vocês viram no que deu a meia dúzia de tijolos ou o tapinha nas costas que receberam do ‘juju’ em troca do seu voto? Ao menos aprendam com este caso e passem a votar direito nas próximas eleições.

E vocês, que gritam aos quatro ventos que anulam seus votos ou que votam em branco, estão vendo o que permitem que aconteça? A covardia de vocês em tomar parte do processo permite que outros eleitores que vendem seus votos elejam pessoas como o ‘juju’.”
VEM MAIS COISA
Estão para serem divulgados novos trechos de gravações da operação moeda verde. Não consegui saber do que se trataria agora, mas fiquei sabendo que o esquema continua o mesmo: primeiro sai na RBS e no DC e depois “o resto”, se quiser, terá acesso aos arquivos. É chato ser considerado “resto”.

Em todo caso, sempre tem muita coisa que eles não usam ou que acham menos importante e que só serão lidas em jornais independentes, como o nosso.

Enquanto isso, os escutados vão tocando a vida, confiando na memória fraca do povo e, alguns deles, na dificuldade de identificar, com precisão jurídica, seus patrimônios pessoais.

O TERROR BOLIVARIANO
A gente não tem conversado muito sobre isso, mas é bom ir colocando o assunto em dia. Por mais que desinformados, saudosos de uma volta aos tempos românticos da luta armada contra a ditadura (luta travada por meia dúzia na selva e por milhares nos bares, botequins e praias do Brasil afora) se esforcem não tem como enxergar lado positivo nas ações do Hugo Chávez.

Imaginam (deliram?), os que defendem Chávez aqui, poder um dia tomar os canais da RBS e colocar no ar uma programação “educativa, bolivariana”. Nós, que sofremos com a pressão monopolista dos grandes grupos de comunicação, em teoria, deveriamos até achar engraçada essa hipótese.

Mas, mesmo no DIARINHO, tem coisas sobre as quais não se faz piada e tem princípios que não podem ser negociados, sob pena de ruirem não só os nossos sonhos de uma imprensa livre num país democrático e justo, mas serem jogados, na lata de lixo da história, os sacrifícios e as lutas de todos os que nos antecederam.

Fiquem atentos e depois não digam que nunca ninguém avisou. Esse ódio travestido de ideologia permite a destruição de laboratórios de pesquisa, o fechamento de canais de televisão, a demissão de professores que não rezam pela mesma cartilha, fechamento econômico, nacionalismo, desmoralização do Legislativo e aparelhamento do Judiciário. Tudo isso leva ao mesmo buraco sem saída. Abram os olhos.

E, por favor, não amplifiquem a voz dos imbecis, como já dizia o Millôr.

Molecagem sobre foto do José Cruz/ABrESSE LULA... – A foto acima foi tirada na solenidade de abertura do Congresso da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão. Eles estavam no palco, diante de uma platéia enorme, composta de diretores das principais emissoras do Brasil. Que segredo, de tão importante e urgente, teria obrigado o presidente a se curvar desse jeito, ou com essa falta de jeito?

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Quarta

OS GOSTOSÕES
Por mais que tente, não consigo entender minhas jovens colegas jornalistas e seu encanto por políticos maduros e, de preferência, poderosos, influentes e, vá lá, ricos.

O senador Renan não foi o primeiro a ser seduzido (ou a seduzir, não sei detalhes) por uma jovem jornalista. E eu fui amigo de uma jovem jornalista que se orgulhava de ter traçado o Brizola. Outra, me contou que uma das brincadeiras preferidas do velho Tancredo, era ficar conversando com as repórteres com uma das mãos nas costas delas, como se fosse um despretencioso gesto de carinho. E, por cima da blusa, dando risada, desabotoava o sutiã dela. O neto parece que tem a quem puxar, mas não entra na nossa história porque ainda é solteiro e relativamente jovem.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, sabe bem como esses namoricos podem ser embaraçosos quando não se tomam os devidos cuidados anti-concepcionais. Só que o presidente do senado, Renan Calheiros, que viu seu casinho privado transformar-se num pesadelo público, se enrola mais cada vez que fala sobre o assunto.

É TÃO SIMPLES...
O jornalista Ricardo Noblat, no seu blog (www.noblat.com.br) fez um bom resumo da ópera:
“Há histórias complicadas de explicar e de entender – principalmente aquelas que passam por remessa de dinheiro para o exterior. A de Renan é muito simples: do relacionamento dele com a jornalista nasceu uma filha. A jornalista diz que recebeu pensão providenciada por ele nos últimos três anos. Renan diz que pagou pensão à jornalista nos últimos três anos. Ela afirma que foi um lobista de empreiteira que lhe entregava o dinheiro. Renan confirma.

Eles dizem a mesma coisa.

Agora, basta que Renan esclareça a origem do dinheiro usado para pagar à jornalista. E exiba provas disso.”
DIRETO NO CAIXA
O Partido Progressista (PP, aquele do Amin, não tem?) mandou para todos os jornais e para muitos jornalistas, no dia 16 de maio um “press release”, uma notícia relativa à decisão judicial que tirou do ar a campanha “Volta às Aulas”, do governo do LHS, considerada uma espécie de propaganda enganosa.

Um jornal do oeste, educadamente, respondeu aos remetentes, com todas as letras, que não iria publicar nada porque só publica o que é bom para todos e essa história não era boa pra eles. Isso de ficar suspendendo campanhas publicitárias do governo é muito ruim: “o PP está cortando o que viria para nós”.

A gente, aqui no DIARINHO, até esquece que esse tipo de mentalidade existe entre “jornalistas” e donos de jornais. Mas é uma triste realidade que, em algumas cidades e regiões, acaba sendo imposta como coisa definitiva, imutável. Dane-se o direito à informação.


OS MANEZINHOS 2007
Claro que sem o Aldírio a festa não é a mesma, mas é um belo esforço este, que a turma está fazendo, para manter acesa a pira (o pirão?) da tradição dos ilhéus, cercados de CTGs por todos os lados.

A Manezada da Ilha 2007 será agora neste sábado (já é 2 de junho! como passa o tempo!), para comemorar o Dia do Manezinho (tem até lei municipal: não pode ter coisa mais mané). Começa ao meio-dia e vai até às 18h.

No meio da festança serão homenageados com troféu Manezinho da Ilha os seguintes conterrâneos:

Edson Luiz Silva (o Bruxo)
Cel. Eliésio Rodrigues
Gilberto Nahas
Jucélio José da Silveira (o Xexéu)
Kátia Maria Dallanhol
Laudares Veloso (o Caco)
Paulo Dantas (o Paulinho Paiakan)
Pedro Caetano (o Pedro da Minerva)
e Sérgio “Pinto” Vieira


Terá também homenagem para a Associação das Voluntárias da Saúde (AVOS) e o André Luiz Jesus dos Santos, o Mestre Kalibrina, será declarado Manezinho Honorário.

E DÁ-LHE TAINHA!

A Manezada foi a forma que o Guilerme Paulino Souza (dono do O Manezinho Bar e Restaurante), encontrou para manter um espaço para os velhos e novos manés confraternizarem.

O evento é ali na Rita Maria (próximo da Rodoviária e em frente ao restaurante). Tem estacionamento exclusivo, mas como a festa é tipo pague uma vez e beba todas, talvez seja melhor ir de táxi.

Pra entrar o sujeito ou a sujeita tem que comprar uma camiseta e a respectiva pulseira. Os organizadores avisam, aos gayuchos distraídos, que “não serão permitidos trajes apilchados (de bota e bombachas), cuia de chimarrão, nem cavalos, pois não temos cocheira”.

Como a Manezada não é por baixo dos panos, mas é debaixo do toldo, a festa acontece mesmo que chova com vento sul. O preço dos ingressos: R$ 20,00 (crianças até 12 anos); R$ 50,00 (mulheres) e R$ 70,00 (homens).

Tem vários locais de venda (como o próprio restaurante O Manezinho, o box do Alvim, no Mercado, o Fratelanza, na escadaria do Rosário). Qualquer dúvida entra em www.omanezinho.com.br ou liga para (48) 3222-1183.

No preço tá tudo incluído, a comida e a bebida (água, cerveja e refrigerante, essas coisas). O forte, é claro, é a tainha, mas também terá caldinho de vários tipos (marisco, feijão, peixe, etc), caldeirada de frutos do mar, crepe de ostra e marisco e, pra variar, um mini sanduíche de mortadela.


AINDA NO ESTALEIRO
Os remédios para gripe que andava tomando não deram muito certo. Mas era uma rica farmacopéia. Quer ver? Café com umas gotinhas de cachaça, gemada, leite, manteiga, canela, gengibre e conhaque, chá preto com limão e conhaque. Descontando a caipirinha sem gelo, que é hors concours em toda gripe o troço mais estranho foi um copo de cerveja bock praticamente sem gelo, com o suco de meio limão.

Aí ontem tive duas enormes decepções que só me azedaram o resto do dia. Primeiro, a minha chefe não aceitou o atestado médico que eu consegui, pra me liberar uns dias do serviço. Assim que botou os olhos e viu o logotipo da SOS Cardio, ela deu um monte de risada e disse que eu deixasse de ser cara-de-pau e fosse trabalhar, que a coluna estava atrasada.

Depois disso, descrente do ser humano, fui mesmo consultar um médico. Só que o desgraçado não deu atestado. Disse, como se eu não estivesse à beira da morte, que eu tinha perfeitamente condições de escrever algumas linhas num computador e não havia necessidade de folga remunerada. E ainda mandou suspender o conhaque!

terça-feira, 29 de maio de 2007

Terça

AVISO IMPORTANTE
Tô gripado, portanto não aproximem muito o rosto da página, que posso espirrar a qualquer momento. Até pedi pra cobrir o teclado com plástico, mas na hora em que iam cobrir a tela, espirrei e aí o jeito foi logo trazer desinfetantes, álcool e iodo. Agora tou vendo tudo meio cor de âmbar. Descobri, tarde demais, que que não se deve passar iodo na tela do monitor do computador.

CONFRARIA MANÉ

Se a turma de Joinville se protege e apoia, se a turma de Criciúma também age corporativamente, por que a turma de Florianópolis deveria ser diferente?

Não surpreendem os gestos de amizade, de lealdade e até mesmo de carinho que a gente percebe na relação do Içuriti, presidente da Codesc, com seus amigos, entre os quais o Juarez.

Quem é manezinho da Ilha compreende bem. Afinal, essa forma quase familiar, essas ligações tão próximas. vêm de um tempo, que não está muito longe, quando Florianópolis era uma pequena cidade, em que todos se conheciam. Talvez o morador da Ponta do Leal não conhecesse “todo mundo” da Praia de Fora, mas num grande raio eram todos conhecidos, amigos, quando não meio parentes, compadres.

Claro que incomoda o fato de um diretor de estatal pedir ao diretor administrativo (Otto Entres, outro manezinho, recebeu o troféu no mesmo ano que eu) que arranje uma brecha para que o amigo não se estrepe ainda mais.

Mas pelo menos não fez como tantos, que ao primeiro sinal de perigo lava as mãos, desliga o celular e deixar o ex-melhor amigo fritar em fogo brando. Seja pela imprensa, seja pelas forças intestinas que sempre combatem dentro de qualquer esquema de poder.

Até poderia me orgulhar dos meus conterrâneos, se essas demonstrações de saudável provincianismo não viessem seguidas de tantos indícios de crimes. Até pra se safar da prisão, o Juju usou um velho artifício ilhéu: o atestado do Dr. JJ Barreto. Com a modernidade, o velho médico bonachão foi substituído por uma clínica onde diretores fazem às vezes de amigos dos amigos. Mas o efeito é o mesmo.

É O SEGUINTE, JUJU

O Juarez se sente tão protegido na Codesc, que nem parou para pensar antes de sair dizendo que deixaria a política e ficaria “apenas na Codesc”. Em respeito à nossa adolescência vivida na mesma vizinhança, freqüentando o cine Glória, o bar Margarete, o Seis e tantas outras boquinhas do Estreito e adjacências, peço licença aos demais leitores para dizer algumas palavras apenas para o Juarez Silveira.

É o seguinte: foram teus eleitores que te colocaram na Câmara, Juarez. Eles. Não foram os teus amigos empresários, nem teus amigos ricos (por mais tenham ajudado na campanha e por mais que joguem isso na tua cara sempre que se sentem contrariados). Foram os eleitores. Tens um mandato.

Num momento difícil, o político deveria se recolher, abraçar-se com a única fonte de seu poder, que é o eleitor. E tentar reconciliar-se com aqueles que, um dia, fizeram este gesto corajoso e generoso, de votar. Até o Severino, que não chega a teus pés em termos de rapidez de raciocínio, sabe disso.

Isto, Juarez, não tem preço.

Se pensares bem, verás que a fonte dos teus dissabores não está na política propriamente dita. O desgosto não nasce em servir ao público e ao bem público fiscalizando e legislando. Nem o relacionamento com aquela massa de eleitores que te reelege já há quanto tempo causa problemas.

Por isso, Juarez, se queres mesmo mudar de vida, foge da Codesc. E experimenta ouvir mais os teus eleitores.

ESCUTA SÓ!

Vou dar um aviso pro meu colega colunista Cacau Menezes, que às vezes, distraidamente, publica coisas que recebe por e-mail ou encontra na Internet: tem mais trechos desta coluna circulando como se não tivessem autor.

Só ontem recebi, de um amigo de Florianópolis e de um primo de Balneário Cambiriú e-mails que mandaram para eles contendo trechos da minha coluna e nenhuma assinatura. Num deles, a criatura, indignada com a falta de ética e o comportamento desonesto dos políticos, ainda acrescentou, no final, uma frase atribuída ao Albert Einstein: “O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário”.

Eu trabalho horas catando milho feito um condenado neste teclado, arrancando os cabelos pra escrever coisa com coisa, lé com lé e cré com cré, e um gênio moralista, em defesa do bem comum, contra os maus políticos, copia, cola e distribui o resultado desse trabalho sem ao menos dizer de quem copiou. Sacanagem!

E olha que eu nem estou querendo cobrar pelo uso da coluna (se o Diarinho e a Multitarefa me pagam todo mês preu escrever pra eles, por que os outros não deveriam pagar?) porque é uma questão ainda muito controversa. Sejam originais: pelo menos digam de onde copiaram!

E antes que me esqueça (e aproveitando o mau humor a que todos os gripados têm direito), um recado pros meus amigos e parentes: em vez de me mandar os e-mails, tratem de responder praqueles que estão repassando os textos, dizendo algo como: “puxa, que legal, pararam de repassar textos do Jabor e do LFVeríssimo e agora estão prestigiando um autor local”.

EU TAMBÉM COPIO

Li no Paulo Alceu que o deputado César Souza Jr. retirou da pauta um projeto criando um disque-denúncia de corrupção estadual, que ele próprio tinha proposto. Decerto imaginava que existissem centrais telefônicas capazes de agüentar o número de chamadas. Só que a coisa tá de um jeito que, se fizer as contas direito, é capaz de precisar de uma central nuclear atômica pra permitir a chegada de tanta denúncia. Não tem como colocar em prática.

OS 30 ANOS DO IPUF
Os opositores do prefeito dizem sempre que o problema da prefeitura é o Dário. Pois eu acho que tem mais coisas: a prefeitura tem um seríssimo problema de comunicação. Hoje começa um seminário importante, promovido pelo IPUF, para comemorar seus 30 anos. A informação distribuída pela assessoria era meio capenga: tinha o horário e tema das palestras, mas nem uma única linha sobre quem seriam os palestrantes. E o site do instituto na internet estava fora do ar.

Além da data comemorativa, este é um momento delicado e importante: a população ainda está chocada com o impacto da operação moeda verde, do aumento das passagens de ônibus, enfim, receptiva a uma discussão sobre o ambiente natural e urbano. Mas ai, no site de notícias da prefeitura (o IPUF é da prefeitura, pois não?) o seminário não existe. Portanto, quem ficou sabendo ficou, quem não ficou não ficará, porque não tem onde se informar.

O seminário “30 Anos do IPUF – Trajetória e Perspectiva”, será realizado no auditório Deputada Antonieta de Barros da Assembléia Legislativa, de hoje até quinta-feira e será aberto ao público em geral. Quem chegar antes das duas, além de pegar um lugar melhor, ainda assiste, a partir das 13h30, um filminho.

Programação

Hoje:

14h – Abertura
14h30 – Planejamento Urbano (IPUF)
15h30 – Ambiente Natural (FLORAM, IPUF, PMG)
17h – Saneamento Básico (COMCAP, Secretaria de Habitação e Saneamento Ambiental)
18h – Debates

Amanhã, dia 30:
14h – Estudo de Capacidade de Tráfego (IPUF, UFSC, UFRG)
15h – Mobilidade Urbana (IPUF)
16h30 – Acessibilidade (IPUF, FLORIPACESSIVEL)
17h30 – Debate

Quinta, dia 31:
14h – Habitação de Interesse Social (Secretaria de Habitação e Saneamento Ambiental)
15h – Arte Pública e Conservação de Bens Culturais (IPUF)
16h30 – Patrimônio Histórico (IPUF, ICOMOS, IPHAN)
18h às 19h – Debates

SÓ A PARTE BOA
Ia esquecendo que a nossa brava gente, que gosta tanto de falar mal dos políticos, que xinga com vontade (e com razão) quando fica sabendo de alguma maracutaia, não gosta de pegar no pesado. Isso de ir a reuniões do orçamento, da associação de moradores, de discutir e organizar-se, é cansativo. E é política. Só se conserta os descaminhos da política fazendo política pelos caminhos corretos.

Mas tudo dá trabalho. Então, se eu fosse vocês, não iria a esse seminário de 30 anos do IPUF. Vai que surjam algumas idéias que precisem do apoio da comunidade e eles olhem para o auditório e, da comunidade, só estás tu? Vais assumir tamanha responsabilidade? Claro que não. Melhor ficar em casa, vendo TV, torcendo pra aparecerem mais algumas gravações desses políticos oportunistas e corruptos, né?

sábado, 26 de maio de 2007

Sábado, domingo e segunda

ESCUTA SÓ!
“Tou preso por causa
daquelas porras
dos vinhos do Içuriti*!”


Para sua leitura de final de semana, publico aqui a transcrição de alguns trechos das escutas feitas pela Polícia Federal com autorização judicial e distribuídas sem autorização judicial. A seleção foi feita entre as escutas gravadas de 8 a 21 de novembro de 2006. Nesse período, o vereador Juarez Silveira, na época líder do governo e diretor da Codesc, foi preso preso por contrabando, ao chegar do Uruguai com uma camionete cheia de bebidas importadas. E escolhi uma questão principal: como é que o funcionário da Codesc, Juarez Silveira, vai justificar que não só não estava trabalhando naqueles dias, como também se ausentou do país sem autorização oficial? Os outros trechinhos são só para contextualizar e dar o clima da coisa.

* O Içuriti é o Içuriti Pereira: presidente da Codesc e tesoureiro do PMDB-SC

A ATA FAJUTA

Dia 10/11/2006, às 11:44, Otto Entres Filho, Diretor Administrativo da Codesc, liga para Cláudio (chefe de gabinete do Juarez) perguntando se ele está em contato com o vereador, que está “preso” na clínica SOS Cárdio.

Otto Entres Filho: É o seguinte, tem que dizer pro Juarez, que ele pediu uma licença agora lá na Codesc por causa do período eleitoral, pra não complicar mais a vida dele, entendesse? Porque a princípio ele teria que estar trabalhando, entendesse?

Cláudio: Fazer como, de qual maneira?

Otto: Nós fazemos uma ata, lá, que ele pediu licença de 30 dias pro período eleitoral, entendesse? do dia 16 de outubro a 14 de novembro. Aí se perguntarem ele diz, não, não, eu pedi licença por causa da eleição, pedi licença do dia 16 de outubro ao dia 14 de novembro na Codesc.

Cláudio: Tá.

Otto: Entendesse? porque não pode tirar férias porque não tem um ano na companhia ainda, entendesse? Então eu falei isso com o Içuriti, que tinha me telefonado, a maneira que eu vi é essa, porque não tem outra, entendesse?

Cláudio:

Otto: Então, se ele for perguntado pelo serviço dele, pra não complicar a vida dele, ele diz que tirou uma licença na Codesc de 16 de outubro a 14 de novembro.

Cláudio: eu vou dar um jeito de pedir pra ele ligar pro senhor.

Otto: Tá bom, querido, obrigado... Cláudio, na hora que tu falar, que tu ligar pra ele, o telefone dele deve estar grampeado. Tá, querido?

Cláudio: Já entendi. Pode deixar comigo.
Às 21:11, Juarez recebe a notícia, por meio de seu advogado Achilles, de que a fiança fora fixada em R$ 14 mil. Achilles alerta Juarez de que deve ser paga em dinheiro. Juarez diz que vai tentar arrumar.

Às 21:17, Juarez liga para Paulo Cesar Maciel da Silva (um dos donos do Shopping Iguatemi, que meses depois também seria detido na operação Moeda Verde).
Juarez: tudo bem? eu tô preso, tá? por causa daquelas porras dos vinhos do Içuriti ali, tá?

Paulo Cesar: Puta merda!

Juarez: é o seguinte, o juiz determinou agora, pelo Dr, Achilles e ele liberou e agora preciso arrumar 14 mil reais vivos pra me tirar da prisão... da prisão, não, do SOS Cárdio, que eu tou. E pra mim sair eu tenho que levar em dinheiro vivo, da fiança. Tu não tens aí vivo pra emprestar pro Içuriti, ou o Renato pra emprestar?

Paulo Cesar: vamos ter que correr atrás.

Juarez: dá uma olhadinha pra mim, porra? eu preciso em meia hora, senão eu vou ficar aqui, cara.

Paulo Cesar: eu corro atrás.

Juarez: pelo amor de Deus, me ajuda com isso.

Paulo Cesar: te ligo de volta em 20 minutos.
A coisa vai longe, mas se vocês ficaram preocupados, eu conto o final: o Juarez conseguiu o dinheiro da fiança e talvez até com sobras, porque ele recebeu envelopes de dinheiro não só do bondoso Paulo Cesar Santa-Fé/Iguatemi, como também do Luiz Henrique Dias Figueiredo (sócio majoritário da Assessoria para Projetos Especiais Ltda., que tem entre seus principais clientes o Departamento Estadual de Infra-estrutura de Santa Catarina, Deinfra, e a Prefeitura Municipal de Florianópolis).

ATÉ SERIA CÔMICO...
Se não fosse extremamente trágico. O que se depreende das conversas que os personagens dessa farsa tiveram ao telefone (mesmo desconfiando que poderiam estar sendo gravados), é que está nessa falta generalizada de ética e respeito à lei, a origem daquela sensação de desânimo, misturada com nojo, que tem assaltado os brasileiros de vez em quando.

Ontem mesmo começou a circular a revista Veja, acusando o presidente do Senado, Renan Calheiros, de manter um relacionamento pra lá de imoral com uma empreiteira. Na mesma revista, o colunista Diogo Mainardi conta, como se não tivesse a menor dúvida, que outra empreiteira pagou uma cirurgia e outras coisas para filhos do presidente Lula. Amigos generosos que servem tanto para pagar fianças, quanto para emprestar algum, desinteressadamente..

CULPA DA IMPRENSA
O presidente Lula disse ontem que não disse o que a gente tinha entendido anteontem que ele tivesse dito.

Ao mesmo tempo que diz que não quer nem vai reduzir o empenho e o ânimo da Polícia Federal, comenta que tem que ver se não teve algum excesso.

Mas, quanto à pirotecnia o porta-voz assegura que Lula estava se referindo à última CPI, que fez muito carnaval e pouca investigação. Então tá.

A CASA DOS BERGER
O Ministério Público Federal, pra não perder o embalo, ajuizou uma Ação Civil Pública contra o Dilmo Berger (irmão do Dário e do Djalma, não tem?), a mulher dele, a Floram, o município de Florianópolis e a União, por causa da construção de uma casinha modesta, de pouco mais de 1.500 m2, em Coqueiros, entre as praias da Saudade e do Meio.

Tal e qual um trator, a vivenda teria causado danos ambientais. O mais interessante é que a pendenga começou em 2005, provocada por uma representação da senadora Ideli Salvatti (PT) e do ex-deputado Mauro Passos, do mesmo partido.

Segundo apurou a procuradora Analúcia Hartmann, os Berger usaram máquinas e explosivos em terreno de marinha e em área de preservação permanente, que são bens da União. Causaram também danos à vegetação.

O Plano Diretor da cidade que é dirigida por um destacado membro da família Berger, proíbe boa parte das coisas que foram feitas ali.

Mas apesar de todas as irregularidades, a Fundação do Meio Ambiente (Floram), autorizou o pedido pra explodir pedras e outras agressões e, naturalmente a Secretaria de Urbanismo deu o alvará de construção.

Deve ser por isso que o LHS quer que o controle ambiental fique nas mãos dos municípios. Para que os prefeitos e suas famílias, a exemplo dos empresários bem relacionados, possam fazer do jeito que acham que deve ser feito.

Neste caso específico os Berger não tiveram qualquer problema também com o Patrimônio da União, que abriu a porteira para que todas as outras “autorizações” acontecessem.

Esta ação deverá ser reunida com outra, proposta pelo réu desta, o Dilmo Berger, onde ele, injustiçado e choroso, pede que seja anulado o embargo do Ibama e os autos de infração que até agora essa gente ruim aplicou no modesto e discreto lar dos Berger.

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Sexta

[Nunca é demais lembrar que, neste blog,
se clicar sobre a foto abre-se uma ampliação]

O GOVERNO
Esse pessoal da foto acima, que parece orgulhoso e faceiro de estar ali, posando com um certificado, tem toda a razão de sentir-se assim. Combater a aftosa no rebanho bovino catarinense foi uma tarefa assumida por governos sucessivos, levada adiante por veterinários competentes, que não ficavam chorando sobre as dificuldades e iam adiante, porque tinham deveres a cumprir.

Um dos meus tios foi veterinário do governo estadual. No lombo de um jipe sacolejava horas nas estradas lamacentas e esburacadas deste estado e à noite, em casa, ainda tinha que preencher seus relatórios, completar o serviço. Era uma vida sacrificada, mas ele gostava dela e se orgulhava de fazer parte de uma turma que levava o trabalho a sério, que acreditava que estava fazendo sua parte para que o País em que vivemos hoje fosse melhor que aquele País em que eles viviam.

Esse certificado, conseguido com trabalho, esforço, resultado limpo de um planejamento de longo prazo, é o governo que queremos. Serviço público que apresenta resultados que podem ser medidos até internacionalmente.

E O DESGOVERNO
Quase que ao mesmo tempo, como se fosse coisa orquestrada, mais uma demonstração de imbecilidade dentro do Estado: a festa na cadeia. É o desgoverno, que se revela nesses eventos.

E, há poucos dias, a voz do presidente da Codesc foi difundida para todo o estado, orientando um contrabandista que, por coincidência, é diretor da mesma Codesc, sobre onde ele deve entregar o fruto do descaminho. E a TV não mostrou, mas as gravações continuam, com o Içuriti informando para quem serão os “presentes”.

Não vejo grande diferença entre o diretor do presídio onde aconteceu o convescote e o Içuriti. Sob suas barbas, e nas suas repartições, ocorreram festins irregulares, ilegais e manchados por nuvens de suspeitas.

Mas o diretor do presídio foi imediatamente substituído. O Içuriti, em que pesem as gravações, continua firme e forte. Tão forte que o próprio vereador Juarez Silveira disse a alguns colunistas que pretende deixar a política, mas vai continuar na Codesc. Sinal que ali é um porto seguro.

CORRUPÇÃO ENDÊMICA
Por que são tão raros os momentos de orgulho e satisfação e tão freqüentes as frustrações com as tais “autoridades”? Porque muitos dos que ocupam postos de responsabilidade perderam totalmente a noção da realidade.

Perguntem a qualquer empresário que vocês conheçam, que tenha feito negócios com o governo. Se ele não foi achacado, conhece alguém que foi e, se vocês prometerem guardar segredo, eles contarão histórias de arrepiar os cabelos.

Na década de 80 fui ao México e fiquei muito espantado por ver que os guardas de trânsito aceitavam propina para deixar a gente estacionar em fila dupla ou em local proibido. Algum tempo depois, relembrei essa história numa mesa de bar e uma amiga disse que fazia a mesma coisa aqui em Florianópolis. Levava sempre uma graninha pra dar pro guarda (era no tempo em que tinha guarda de trânsito).

Parece que todo ou quase todo nosso serviço público incorporou a idéia que é natural, normal, inevitável, alguém sempre levar “algum por fora”. E, maior o cargo, maior a mordida.

Há quem diga que o Collor começou a cair quando seus “operadores” (é assim que são chamados aqueles que põem a mão na massa) começaram a aumentar o percentual das comissões. O empresariado achava “normal” morrer com 10% e o PC Farias teria elevado o patamar para 25% ou 30%. Aí começou a grita.

Agora, em Santa Catarina, fala-se coisa semelhante (sempre por debaixo dos panos), porque alguns “operadores” estariam extrapolando todos os limites “aceitáveis” de corrupção.

O CÂNCER AVANÇA

Não importa se o diretor, ou gerente, ou presidente, ou secretário, pede 6% ou 60% ou 120% por fora. Qualquer quantia já configura uma chaga, um câncer, que vai corroer não só o dinheiro público, mas, principalmente, as nossas chances de vivermos melhor.

Uns poucos se beneficiam com a corrupção, mas todos nós perdemos, e perdemos muito. Ouvi ontem relatos estarrecedores das conversas havidas recentemente em algumas reuniões, num organismo do estado.

A sensação é que reina um sentimento sólido e impenetrável de impunidade. “Negociações” acontecidas depois da operação “Moeda Verde” mostram que a “pirotecnia” da Polícia Federal (e do Ministério Público e do Judiciário) não assustaram a ponto de fazê-los parar.

É claro que a posição ostensivamente pró-indiciados assumida pelo governador ajuda a tranqüilizar o andar de baixo. E ontem, o próprio presidente Lula mandou “vazar” a frase que usei na foto que abre esta coluna, lá no alto. Que é exatamente a mesma expressão usada antes pelo governador LHS. Nas entrelinhas é possível que esteja escrito “sejam discretos e nada lhes acontecerá”.

UM PLASIL, POR FAVOR
Deveria ter me ocupado, na coluna, de tantos assuntos que estão agitando e atrapalhando a capital. Greves, fechamento de pontes, trânsito infernal, bandidagem a mil... assunto não falta.

Mas ando com o estômago embrulhado e cada vez fico mais enjoado. Dá vontade de vomitar quando vejo, leio ou ouço a forma como o desgoverno, em todos os níveis, está superando o governo que deveríamos ter.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Quinta


A CASA DE ANGOLA

A construtora Hantei, de Florianópolis, está se preparando para começar a atuar em Angola com uma subsidiária, a Hantei Internacional.

Na semana passada, o Nelson Moraes (dono da construtora) e seu irmão foram a Angola para tratar de alguns contratos e cuidar da preparação da montagem de um canteiro de obras naquele país africano. Um funcionário da Hantei foi junto e ficou em Angola especificamente com este fim.

Esta viagem foi a terceira que a empresa empreendeu àquele país e teve, contudo, uma coincidência curiosa: manezinho amigo da coluna (daqueles fofoqueiros que conhecem “todo mundo”) estava no aeroporto do Rio e viu, junto com a turma do Nelson, preparando-se para embarcar no vôo para Angola, o Moacir Menezes, um grande amigo do presidente da Codesc, Içuriti Pereira.

E aí a imaginação fértil do mané começou a funcionar: “será que o Içuriti está começando a internacionalizar sua área de atuação? por que a Codesc está interessada nos negócios da Hantei?”

Na Hantei, a informação que obtive é que o Moacir é consultor da empresa e foi para ajudar a examinar os contratos que fazem parte do processo para instalação em Angola.

O Moacir, que alguns dizem que trabalha na Codesc e é assessor do Içuriti, não trabalha lá. E embora seja citado por outros como pessoa do governo, também não trabalha no governo. Ele próprio me disse, ontem, que a ida dele a Angola não teve nada a ver com governo, nem com o amigo.

Quanto à entrada da Hantei em Angola, pedi a uma velha amiga, que é jornalista em Luanda, para me manter informado e, se tiver novidade, eu conto pra vocês.

O SUSSU NÃO ME LÊ?
E já que estava assuntando essa história, perguntei para a Mônica Corrêa, assessora de imprensa da Codesc, quando é que o Içuriti iria explicar, para os contribuintes, o motivo de tanto empenho do governo para legalizar na marra o jogo de azar.

Aí descobri o motivo do Içuriti não ter ainda respondido aos meus apelos: ela não lê a minha coluna e, como conseqüência, não passa para o chefe. Ela nem sabia onde era publicada!

Então foi tudo em vão, vou ter que recomeçar toda a campanha e voltar a falar tudo que já falei do Içuriti (juntando algumas outras coisas, pra não ficar repetitivo), porque a partir de agora ela jurou que vai ler, recortar e entregar para o chefe.

A propósito, a Codesc suspendeu, desde o começo do mês (alguns dias depois da operação Hurricane), os efeitos das Resoluções 1061/07 e 1062/07, que autorizavam a operação de videoloterias em Santa Catarina. Sinal que alguém resolveu colocar o pé no freio, pelo menos até passar o furacão.

ESSE JUAREZ...

O Juarez Silveira, vereador que está com a vida bem enrolada por causa de umas moedinhas verdes que encontraram no bolso dele, foi chamado para depor no inquérito sobre aquelas caixas de bebida que trouxe “informalmente” do Uruguai. Agora, o que deu na cabeça de um sujeito, que estava com a vida arrumada, de ficar servindo de mula, trazendo bebida pros amigos?

“ESBULHO LINGÜÍSTICO
E FILOSÓFICO”


O NOME DA COISA
O Ilton Dellandréa, em seu blog Jus Sperniandi (dellandrea.zip.net), publicou uma argumentação irretocável sobre essa mudança de nome do PFL. Achei o texto tão bem acabado que nem tentei fazer um de minha própria lavra para dizer coisa semelhante. Tratei de fazer como tantos e copiei na caradura. E, abaixo, “dou de graça pra vocês”. Dá-lhe Ilton!
“Acho que estou ficando ranzinza, mais do que esperava para essa época da vida. Não acho correto, por exemplo, que o PFL, agora se chame Democratas... Assim, simplesmente, DEMOCRATAS.

Isto provoca sentimentos dúbios e esquisitos e chego a perceber que a Ditadura Militar nos impôs coisas boas também. No campo eleitoral quase nada, até porque não era muito chegada a eleições. Mas inclusive por aí ordenou uma medida das mais importantes – embora não pareça – que foi a de exigir que todo o partido político tivesse, em sua denominação oficial, exatamente o vocábulo “partido”.

Por isto o MDB passou a ser PMDB e a ARENA passou a ser PDS. PARENA lembraria Eparema, aquele remédio para a digestão, e tudo o que o partido, que foi o maior do Hemisfério Sul segundo um de seus próceres da época, não queria era parecer indigesto, embora fosse.

A anteposição do termo “partido” antes do nome escolhido exigia uma espécie de limitação e impunha, ao menos no aspecto, uma igualdade, ainda que meramente pré-conceitual, entre eles. Se ainda em vigor, evitaria apossamentos indevidos de termos universais que não deveriam ser da posse exclusiva de ninguém, até por respeito à História e à evolução do ser humano como integrante da grande aldeia global.

SOBERBA SEM LIMITES

O PFL se chamar DEMOCRATAS é uma estupidez. Seus partidários se julgam donos exclusivos do nome e querem dar a entender que são os únicos democratas do mundo. Agora, toda vez que eu quiser enganar meus leitores e dizer que sou democrata devo ressalvar: democrata autêntico, nada a ver com aquele partido que já foi pefelê, uma corruptela injustificável de pe-efe-ele. Injustificável, na verdade, não, pois em se tratando de partidos políticos corruptelas e corrupções não são, de maneira alguma, injustificáveis.

A apropriação dos pefelistas de um título universal é indevida. É um esbulho lingüístico e filosófico. Eles não têm o direito ao uso exclusivo do conceito, ainda que todos sejam efetivamente democratas. Estão excluindo dele todos os outros que são democratas e que não integram o partido. Ninguém mais é democrata sem explicações, só os membros do partido chamado DEMOCRATAS.

Isto é de uma empáfia sem precedentes, de uma soberba sem limites, constitui uma evidência megalômana limitadora dos direitos pessoais de todos aqueles que são democratas mas não filiados ao partido e são agora democratas com limitações e reservas. Eles podem bater no peito e berrar: nós somos DEMOCRATAS sem ressalvas! E ainda, para salientar mais ainda sua megalomania, grafam o nome do partido com letras maiúsculas. De preferência, todas...

Não importa que eles sejam autoritários; para todos os efeitos são DEMOCRATAS.

TERMO UNIVERSAL

Mesmo que não se tenham apossado do conteúdo conceitual do vocábulo, se apossaram do signo lingüístico que ele expressa como se tivessem criado uma marca, um logotipo, um identificador exclusivo. Só que o termo é universal, é nosso, é da nossa língua, é de todos, e não poderia ser utilizado da forma que o foi. Não se pode obter a exclusividade de uso daquilo que é de todos, como o direito de ir e vir, o direito ao ar que se respira, enfim, tudo aquilo que é bem da humanidade.


Poderão argumentar que vivemos numa Democracia e que, por isto, foi certo abarcar a totalidade do possível. Não é bem assim. A Democracia não se mede pela esperteza daquele que chegou antes ou teve a idéia por primeiro. É algo muito mais complexo.

Foi mais democrata a Ditadura ao impor que ‘do nome constará obrigatoriamente a palavra partido com os qualificativos, seguidos da sigla’, estabelecendo, assim, uma condição de igualdade entre todos os partidos, do que o PFL ao se apoderar de um conceito, como se a só ele coubesse.”

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Quarta

ALLONS Y! – E lá se foi LHS de novo viajar. À França, que é sempre um lugar legal para se ir. Acima, aproveito que o LHS andava de capa e chapéu nesses dias chuvosos, para trazer um pouco de cultura para meus leitores e leitoras. Assim como é bom ir à França, é bom conhecer o trabalho do Jacques Tati, diretor, autor e ator que deu vida ao personagem Monsieur Hulot (tem alguns filmes com ele nas locadoras). Um boa praça desajeitado e engraçado. Tirante a semelhança no trajar, não acho que os dois tenham muito em comum. Monsieur Hulot, por exemplo, fala muito pouco, quase nada e só o essencial, criando as situações engraçadas com seus gestos. O LHS é mais, por assim dizer, verbal, embora também tenha certo talento histriônico.
(Para ampliar as fotos é só clicar sobre elas)

SC É O MÁXIMO
A organização internacional que cuida da saúde dos rebanhos deu ontem a Santa Catarina um diploma e tanto: agora o estado é, para todos os efeitos internacionais, área livre de aftosa.

Isto é muito importante para os negócios, para a imagem da indústria agropecuária e também para recolocar, no noticiário, alguma coisa positiva.

Nos últimos tempos a coisa tem andado tão ruim que o governador chegou a ser fotografado até assistindo a jogo de “futilama” (acima). Isto mesmo, futebol na lama. Qualquer semelhança com o que aconteceu na secretaria da Fazenda (Aldinho), nas adjacências do poder (operação moeda verde) e em outros salões, foi mera coincidência. O LHS na torcida e a turma, na maior lama, se esforçando para fazer um gol.

A MÃO NA FIVELA
Vocês sabem que eu me divirto olhando as fotos oficiais e procurando motivo pra fazer molecagens. Ontem publiquei uma foto onde três autoridades pareciam estar disputando uma miniatura de um avião da TAM (é só rolar a tela pra achar, mais embaixo).

Na pressa, nem olhei direito a outra, onde um sujeito estava levantando a miniatura como se fosse uma taça. Mas depois, olhando com calma, vi uma coisa espantosa: a senadora Ideli Salvatti parecia que estava segurando a fivela do moço do aviãozinho.

E aí resolvi fazer uma continuação da molecagem de ontem (acima), não só para mostrar que o deputado Acélio Casagrande (candidatíssimo a prefeito de Criciúma) ganhou a disputa pela miniatura do avião e levanta o troféu como se fosse final de campeonato, mas principalmente registrar esse momento de encontro entre o PT e o PMDB, de verdadeira consolidação da base de apoio do governo Lula. (Clique na foto e veja os detalhes na ampliação)

Boa articuladora, a senadora que agora deu esse, digamos, suporte ao peemedebista empolgado, em outros momentos trocou beijinhos e confidências com o Ponticelli e outros pepistas, sempre ampliando a sua própria base.

SÓ TEM ESPERTO
Essa história de querer levar vantagem em tudo não é privativa dos brasileiros ou do Brasil. Mas aqui, com a lentidão da Justiça e a sensação geral de impunidade, a coisa fica meio por sobre o insuportável.

De vez em quando o ministério público enfia o dedo na cara de um ou de outro esperto, mas não dão conta de tudo. Coisas que às vezes que poderiam ser resolvidas apenas com bom senso e com a ajuda das entidades de classe, acabam virando casos em que o ministério público tem que atuar, quando não a polícia.

Casos recentes: a poderosa Havan, cujo dono é famoso fogueteiro, teve que ser chamada às falas pelo MPSC para retirar as placas onde dizia que não tinha responsabilidade por danos ou furtos de veículos no seu estacionamento (pago). Eles têm responsabilidade, sim, precisam proteger os veículos colocados sob sua guarda.

Aceitaram assinar um Termo de Ajuste de Conduta. E mesmo assim a Havan pediu 30 dias (um mês!) pra retirar a placas. Espero que não use o prazo para achar uma brecha legal, algum artifício pra continuar fugindo das suas reponsabilidades.

Em outro Ajuste de Conduta, o dono da boate El Divino Club, de Jurerê, se comprometeu ao óbvio: não vender mais ingressos que a capacidade da casa. O cliente, tratado como idiota, chegava na porta, tinha ingresso, mas não conseguia entrar por causa do “overbooking”. Levou uma multinha (só R$ 15 mil) e prometeu se comportar.

Gente sem noção que só cumpre a lei sob ameaça de multa ou cadeia.

terça-feira, 22 de maio de 2007

Terça

PENSANDO A CIDADE
A cidade não é composta de um pensamento único, de uma solitária visão, nem segue o líder sem contestá-lo. Um estudante da UFSC, que foi ao evento da Fiesc, no dia 15, descreveu o que viu e sentiu e mandou para os amigos. E o texto tem circulado bastante, mostrando que nem todo mundo concorda com tudo o que o LHS diz e faz.

Alguns trechos:
“19:15 - Fui na recepção pegar meu “material”. Só tinha propaganda, a única coisa útil eram 2 folhas em branco e uma caneta. Foi aí que reparei: o evento é patrocinado por Elevadores ThyssenKrupp, Gerdau e Grupo Votoran.... Cimento, aço e elevadores... OH, O QUE SERÁ QUE ELES QUEREM FAZER COM FLORIPA??

20:15 - Com quase 2h de atraso (isso que é respeito pelo povo!) chega a noiva, seguida de uma tripa de puxa-saco. Sem brincadeira, eram uns 20 seguindo ele auditório abaixo, parecia que tavam segurando a grinalda da criança.

21:05 - LHS discursa: pauladas na PF. Citações de Marx, de filósofos gregos e o escambau pra defender os indiciados. Discurso emocionado e indignado. Dois terços de palmas. Mete pau nas favelas e diz que onde não se constrói empreendimentos tudo acaba virando favela e esgoto a céu aberto. Palmas.

21:20 - Começa com um histórico besta sobre economia. Enrolação pra dar uma de cult. Logo se cansa do papinho e volta a atacar. Dessa vez é o CONAMA quem vai pro saco. “Meia dúzia de técnicos que pensam que mandam no mundo”, berra cuspindo. Um terço da platéia indignada, boquiaberta. Dois terços clap clap clap.

21:40 - Papinho dos hotéis. Fala do hotel “internacional” que acabou indo pra Tailândia porque aqui não rolou. Dá exemplos pitorescos das mil e uma edificações que ele viu em suas viagens, atingindo o clímax dando o exemplo de um hotel em que o hóspede desce de elevador (ThyssenKrupp?), pega uma ESTEIRA ROLANTE por cima da AREIA e é “depositado” confortavelmente na sua marina. Dois terços aplaudindo, um terço se beliscando pra confirmar que não era um pesadelo.

21:50 - LHS dá a informação de que ele está negociando a vinda de uma grande montadora de automóveis pra cá (olha a idéia), mas o motivo de estarmos perdendo a concorrência pra um Estado vizinho é de que aqui não há nenhuma escola americana pros filhos dos frufrus crescerem falando inglês, e que acima disso a principal exigência dos gringos é que eles PRECISAM de um campo de golfe, senão não rola!!! PUTA MERDA!! Momento de maior tumulto na platéia, risadas histéricas e uns berros indignados. Pensei na sugestão deles jogarem críquete na joaquina. Ou ainda peteca, frescobol.

22:01 - Uma mulher levanta a voz pra falar com LHS e começa a dizer que quando a convidaram pra participar da palestra o tema não uma cerimônia de louvor à essa putada que tenta destruir nossa ilha, e muito menos um ritual de achincalhamento à Polícia Federal, ao Ministério Público, aos Vereadores de Floripa e ao CONAMA. A horda de puxa-sacos começa a vaiar e não deixa a mulher continuar a falar. Os com cérebro começam a aplaudir a mulher. Confusão do demonho, pessoal começa a se levantar pra sair e tudo acaba com um semi-bafafá. Luiz Henrique deixa o local um pouco transtornado. FIM!”
ESTACIONAMENTO
Na coluna do final de semana contei um incidente ocorrido comigo no estacionamento do Shopping Iguatemi. O seu Iguatemi, preocupado, me ligou para saber que história foi aquela.

Acabei descobrindo, na nossa conversa, que o estacionamento do supermercado Big (no subsolo), é administrado pela tal Estapar, mas que os demais estacionamentos são gerenciados diretamente pela turma do seu Iguatemi.

E nos estacionamentos deles, a entrada é automatizada (“aperte o botão e retire o ticket”). No do supermercado, tem uns marmanjos que ficam diante de um computador, nas cancelas. Quando o computador pifa, eles ficam sem ação (e esta foi a origem do incidente). Mas já foram tomadas providências para que eles tratem melhor a freguesia quando o sistema “cair” de novo.

Seu Iguatemi tava muito preocupado porque eu tinha ameaçado não voltar lá. Por isso queria esclarecer tudo. E ficou combinado assim: como a turma da Estapar não vai mais brigar com os clientes, um dia eu volto lá para apreciar a bela vista do mangue que se tem da praça de alimentação.

SEM PREJUÍZO

O Juiz Hélio do Valle Pereira julgou improcedentes, no último dia 11, uma ação de improbidade administrativa e uma ação popular contra o ex-governador Experidião Amin Helou Filho; o ex-Comandante Geral da Polícia Militar, Walmor Backes e os ex-Secretários de Estado da Administração, Celestino Roque Secco e Octávio Lebarbechon Neto.

As duas pretendiam culpar a turma que estava no governo por irregularidades na edição da “Indenização de Representação Especial e Temporária”, uma gratificação que foi dada aos policiais Militares. O Juiz acha que não houve prejuízo aos cofres públicos, ao contrário, “abstenção de despesa”. Cabe recurso.

UNIFORMES VIRTUAIS

Ainda nos tribunais, a bancada do PP conseguiu liminar tirando do ar um comercial do governo do estado, chamado “Volta às Aulas”, porque mostrava crianças de uniforme e foi veiculada na mesma época em que o Secretário da Educação afirmava que não tem uniforme neste semestre, quem sabe no próximo. Típica propaganda enganosa.

Aliás, basta ir a qualquer escola pública estadual, para ver que o tal uniforme não só não colou, como já se esfacelou. Difícil encontrar a gurizada completamente uniformizada.

Palomar é sábio e culto, mas também é um cachorro. E gosta muito de mandar-me e-mails sobre a vida alheia. Quando começa a escrever, não para mais. Como ele diz: “não dá pra parar, um assunto sempre puxa outro...” Então tá, com vocês mais dois dedos de prosa com o único cão filósofo que eu conheço.

O Papa no Brasil
Contra o sexo antes e depois do primeiro casamento... Só pode durante? Já fiquei sabendo por que o Papa condena o segundo casamento: é que ele não viveu o primeiro...

Por falar em Papa, tem deputados aderindo ao movimento “Padre Cícero Santo Já!” por puro corporativismo. É que Padre Cícero também foi deputado lá no Ceará. E seria o primeiro deputado santo no Brasil...Meu Deus!? Um deputado santo!? Essa canonização vai dar CPI, que vai acabar em pizza, perdão, em buchada de bode...

Passatempos

E na contramão dos mandamentos da Igreja, alguém perguntou, por onde anda o Luiz Henrique? Resposta na telha (na telha?): “foi jogar no bicho”... e outro arrematou: “e invadir uma área verde”... É que o Luiz Henrique incorporou duas novas bandeiras ao “Por toda Santa Catarina”: liberar a bicharada e liberar o matagal... Tudo a ver.

13 da sorte
Mas eu gosto mesmo é dos companheiros de Luiz Henrique nessa empreitada de defesa do jogo. Particularmente de um: Ronério, o popular Rei Nério, prefeito de Palhoça, também PMDB. Talvez vocês não conheçam direito, mas o Rei Nério é famoso e tem grande experiência no ramo, ex-dono (ex?) da banca de bicho “13 da Sorte” e principal cabo eleitoral em Santa Catarina do ex governador do Rio, o Garotinho, na tentativa de ser candidato à Presidência da República...

Pois dizem que Rei Nério terceirizou o bicho para poder assumir a prefeitura de Palhoça. E dizem também que se encontra igual ao Dário de Floripa, decepcionado com a política e com a administração pública. Parece que pretende fazer o caminho de volta, ou seja, terceirizar o cargo de prefeito e reassumir o bicho...

Acho uma bobagem do Rei Nério fazer isso: tem muita gente que não vê diferença entre administrar uma banca de bicho e a prefeitura de Palhoça... dizem que, afinal, “é tudo no bilhetinho”. E, se procurar direito, é capaz até de encontrar, na prefeitura, um pavãozinho, uma cobra e outros bichos...

sábado, 19 de maio de 2007

Sábado, domingo e segunda

Os shoppings da discórdia
Hoje lembrei-me de dar uma atenção especial aos milhares de leitores da coluna (e do jornal) que não moram em Florianópolis e que talvez não estejam entendendo direito, ou se localizando, em toda essa lama levantada pela operação Moeda Verde, da Polícia Federal.

Na TV apareceram gravações de alguns dos suspeitos. Destacam-se dois vereadores: o ex-presidente da Câmara e atual presidente da Santur, Marcílio Ávila e o ex-líder do governo e ex-diretor da Codesc, Juarez Silveira.

Tal e qual no futebol, cada um dos dois torce (torcia?) para um time. O Juarez é do time da Santa Fé (depois Shopping Santa Mônica e finalmente Shopping Iguatemi, com a entrada dos irmãos Jereissati no negócio). O Marcílio, do time do Floripa Shopping. Embora os dois apareçam, nas gravações, negociando entre si, fica também claro que, na briga dos shoppings, não basta viabilizar o negócio, é preciso criar problemas para o concorrente.

É neste cenário que foram criados obstáculos para um e para outro projeto e facilidades para um e para outro projeto. Os mesmos amigos que resolviam o problema de um time, tratavam de colocar água na cerveja do outro. E vice versa.

POBRES MANGUES
Há poucos ambientes tão importantes para a vida marinha, para a pesca, para a qualidade da água e de toda a fauna, que os mangues. Só gente inculta (e tem muito rico ignorante) acha que não tem problema “ganhar” uma areazinha a mais, aterrando mangues. O desrespeito, neste caso, vem de séculos. Assim como a mata atlântica e demais florestas estão desaparecendo, os manguezais também estão sendo exterminados pela falta de visão humana.

E esses dois shoppings, que têm papéis tão importantes neste escândalo de corrupção, por coincidência (será?) localizam-se bem pertinho dos mangues. Eu até diria dentro dos mangues. Mas não quero me arriscar a alguma imprecisão. Aí, fui buscar, naquela extraordinária ferramenta que é o Google Earth (www.earth.google.com), as fotos acima, de satélite, para ilustrar a localização deles.

Dirão os defensores, de um e de outro empreendimento, que eles não foram os primeiros nem os únicos a se estabelecer naquele naquelas imediações. E é verdade. Desrespeito ao ambiente é uma coisa mais ou menos contagiosa. Depois da porteira arrombada, a turma vai entrando sem muito cerimônia.

Não é à toa que os dois Shoppings foram chamados às falas pelo Ministério Público e tiveram que se submeter a alguns ajustamentos de conduta diante do juiz federal, para poderem funcionar.

E POR FALAR NISSO...
Como diz o filósofo esportivo Miguel Livramento, “uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa”. Os dois shoppings são centros de compra muito agradáveis, aparentemente bem construídos e não fosse a polêmica externa, não se teria queixa...

Quer dizer, exceto pelo fato da Estapar, empresa que administra o estacionamento do Iguatemi, conseguir criar tanto caso com os usuários. O estacionamento é pago. Donde o consumidor tem todo o direito que achar que será tratado com cortesia e respeito. Pura ilusão.

Dia desses aconteceu comigo, mas nem falei aqui, porque podia ser um fato isolado. Mas leio na seção dos leitores da coluna do Paulo Alceu, outras reclamações semelhantes e vejo que o assunto tem relevância.

O “sistema cai” de vez em quando. Como os “porteiros” ficam diante de computadores, quando o “sistema cai”, mal treinados e grosseiros, eles não fazem nada e reagem muito mal quando os motoristas cobram uma solução para o impasse.

Um deles, na entrada do estacionamento do Big (supermercado) chegou a me recomendar que eu desse ré e fosse ao Angeloni, do outro lado da rua. E os maus tratos e as filas demonstram que eles estão pouco se lixando para o consumidor.

Senti-me um idiota, parado ali, sem saber se o “sistema” voltaria, se a fila toda teria que manobrar ou nos deixariam entrar. Só não fui embora porque minha filha me esperava no supermercado. Mas acho que não voltarei lá tão cedo.

BAIXARIA NO NORTE
A insistência de empresários e políticos de Rio Negrinho, no norte do estado, em atacar despropositadamente os promotores Max Zuffo e Nádea Clarice Bissoli, está preocupando o ministério público e demais órgãos do judiciário catarinense.

Na segunda-feira desembarcam na cidade o presidente da Associação Catarinense do Ministério Público (ACMP), Rui Schiefler e um representante da Procuradoria-Geral de Justiça de Santa Catarina. Eles se reunirão com promotores de Justiça da região Norte do estado e do Conselho Consultivo da ACMP, para estudar formas de apoio aos colegas e as medidas judiciais cabíveis.

Segundo a ACMP, “as agressões ao promotor iniciaram em 2006, quando ele começou a realizar inspeções e apreensões de produtos de origem animal impróprios ao consumo”. Depois, meteu a mão em outro grande vespeiro: pediu a cassação do prefeito eleito Alcides Grosskopf (PMDB) por crime eleitoral.

A procuradora Nádea Bissoli, vem sofrendo perseguições por causa de sua atuação no Programa de Combate à Fraude e à Sonegação Fiscal, na Defesa da Moralidade Administrativa e no controle de constitucionalidade de leis e atos normativos municipais.

Audaciosos, confiantes na impunidade e certamente estimulados por suas contas bancárias, os malandros da região acham que vivem na idade da pedra e que estão acima da Lei.

É bom acompanhar o caso, para ver se a população honesta e trabalhadora do Norte conseguirá se impor.

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Sexta

Molecagem sobre foto da Neiva Daltrozo/SECOMPENSAR A CIDADE
Na terça à noite, na Fiesc, um grande evento reuniu empresários e políticos para discutir rumos para Florianópolis. Por causa dos últimos eventos policiais, acabou virando uma espécie de desagravo corporativo aos colegas que estiveram presos na Polícia Federal. Na foto acima dá pra ver que Fernando Marcondes de Matos e o Péricles Druck (os dois primeiros, sentados) foram chamados para a mesa de honra (para abrir uma ampliação é só clicar sobre a foto).

E, como parece estar se tornando um hábito sempre que grupos se reúnem para discutir a cidade, o prefeito Dário não apareceu, mas mandou o Bita fazer uma figuração básica. O governador, naturalmente, aproveitou a audiência cativa e expôs mais uma vez suas idéias a respeito do mundo ideal.

Para o LHS, a União não tem nada que se meter no gerenciamento ambiental, no controle da ocupação. Isto deve ser feito localmente ou, no máximo, regionalmente. A tese ganha enorme força diante de uma platéia assustada com a possibilidade de que forças fora de seu controle local (PF, Ministério Público, juízes federais) resolvam achar defeito na forma como eles ocupam a cidade.

NÃO MATEM A GALINHA
Para o cidadão comum, preocupado com o ambiente e com a degradação da Ilha de Santa Catarina, deixar a coisa apenas por conta da Floram, da Fatma e do Conselho Regional de Desenvolvimento (formado majoritariamente pelos prefeitos da região), neste momento, parece uma má idéia.

Acredito que muitos empreendedores tenham perfeito conhecimento da fábula da galinha dos ovos de ouro e tenham verdadeira preocupação em manter viva essa ave maravilhosa. Mas há aqueles que acham que uns metros pra lá, um aterrinho aqui, umas pilastras ali, não farão muita diferença. Afinal, estamos gerando empregos e no final ninguém nem vai lembrar como a coisa era mesmo.

Seria a situação ideal, que todos tivessem a adequada responsabilidade e levassem a sério a ocupação do solo, do ar, do mar, da água e até do espectro eletromagnético. Mas, como o próprio governador advertiu em seu discurso, “há uma bagunça generalizada neste País!” e um dos sintomas dessa bagunça é justamente o desrespeito generalizado às leis.

PREFEITURA CAPENGA
Ao que tudo indica a prefeitura de Florianópolis continua paralisada, de medo ou por falta de quem tenha apetite para administrar a cidade. O prefeito Dário já disse, na TV, que não quer mais brincar de ser prefeito. E aí, a Secretaria de Ubanismo e Serviços Públicos continua acéfala, na Floram também não tem chefia (substitutos estão tentando tocar o barco, mas sem ter uma definição sobre o futuro próximo).

No Ipuf (Instituto de Planejamento Urbano), o diretor continua lá, mas dois dos três servidores (computadores que gerenciam redes) estão presos na PF, sendo periciados. E sem esses computadores, o serviço fica lento e sobrecarrega o que sobrou.

E tudo isso porque a operação Moeda Verde passou longe do prefeito. Imagina o que não estaria acontecendo se tivesse passado perto...

ENTRANHAS À MOSTRA
Os diálogos captados pelas escutas telefônicas feitas durante as investigações da Polícia Federal (que continuam vazando abundantemente para o generoso regaço da RBS), mostram, por dentro, como é que o poder se move.

Quando a gente fica horas na fila do Pró-Cidadão e depois é atendido com olímpica má vontade, nunca consegue resolver numa visita só, precisa voltar dali a alguns dias para novamente ficar na fila e assim durante meses, sente vontade de conversar com algum vereador conhecido para pedir uma ajuda.

Têm razão os empresários quando queixam-se que a prefeitura cria dificuldades para vender facilidade. Isto acontece em todos os níveis de atendimento.

Ao contribuinte que não freqüenta as mesmas rodas dos poderosos do município, não resta outra opção além de se conformar. Bom, se tiver sorte, poderá encontrar um fiscal que “quebre o galho” e solucione o caso por um preço módico.

SEM SURPRESAS
Mas o empreendedor, que tem a responsabilidade de tocar uma obra que envolve muito dinheiro, seu ou de investidores, deve se sentir compelido a fazer a coisa andar de qualquer maneira. E agora ainda tem que fazer isso sem usar o celular, porque todo cuidado é pouco.

Nada do que tem sido dito nas gravações se constitui em surpresa completa. A gente imaginava como as coisas se davam. Aqui mesmo, nesta coluna, vez por outra, comentei sobre essas negociações. Ver, entretanto, as entranhas do monstro, com a tripas reviradas, é sempre muito interessante. E seria mesmo muito didático.

Digo “seria”, porque a publicação dessas provas têm um pecado original: alguém cometeu um crime (ao surrupiar o cd dos autos) para que a gente pudesse se deliciar com o tititi.

Agiu com grande sabedoria o Juiz Bodnar, ao recusar o pedido de censura, feito pelos advogados dos suspeitos que estão sendo expostos.

Nós também, aqui no DIARINHO, se tivessemos acesso a um material desses, tratariamos de dar toda a divulgação possível. A “culpa”, como deixou claro o juiz, é daquele fofoqueiro que, tendo sob sua guarda ou exame um material sigiloso não resistiu, jogou para o alto a lei, desprezou suas obrigações e agora deve estar se achando o grande herói da cidade. Mas não passa de um ladrãozinho de galinhas.

PIRIQUITO E O PADRE
Quando eu fui coroinha, na década de 60, todo mundo morria de medo de desacatar o padre. Com o tempo, porém, esse respeito pelos ministros religiosos parece que foi desaparecendo. Um viajante do tempo que tivesse chegado ontem à Assembléia Legislativa, vindo de algum lugar do passado onde ainda se tratavam os padres com certa reverência, certamente ficaria assustado e imaginando o castigo que os céus estariam reservando para o deputado Piriquito, que, alterado, desceu o cacete no deputado Padre Pedro Baldissera.

Hoje em dia até essa história de céu e inferno está mudada. Para um deputado encarregado de defender o governo, xingar o Padre do PT deve render pontos no céu do Centro Administrativo. E talvez a entrada no paraíso da penca, com direito a sentar-se à direita do LHS, seja facilitada para aqueles que se disponham a bater no Padre.

Baldissera acusou o golpe, chegou a emitir uma nota onde mostra que ficou ofendido mas, como bom cristão, nem vai pedir ao Papa que depene o colega. E, com educação e sutileza, só chamou o Piriquito de palhaço.

AS FÉRIAS DO JUIZ
Tem gente ligando para a Justiça Federal para se certificar se o Juiz Bodnar vai mesmo sair de férias. Desde o começo da semana ligam para perguntar “xcuta, ele ainda não saiu? já não devia ter saído?”

Na terça, antes de fazer as malas, o juiz deu mais um canetaço e mandou parar outra ocupação irregular de mangues na grande Florianópolis. Na decisão a gente fica sabendo que a obra irregular da empresa Lajes Vitorino já tinha sido embargada pelo Ibama, mas que os “empresários” nem ligaram.

Decerto sentem-se respaldados pela indignação do governador e têm certeza que serão recebidos com aplausos na Fiesc. Depois, na visão progressista desssa gente, mangue é área lodosa, sem valor comercial, aterrar mangue é “urbanizar” terra inservível.

Mas, para tranqüilidade da turma, o juiz já saiu de férias e só volta dia 4 de junho. O problema é que pode ser que volte descansado e louco para por o serviço em dia.

BIGUAÇU É 15
A prefeitura de Biguaçu também mistura política e administração, fazendo campanha pelo 15 com dinheiro público. Tal e qual em Palhoça. Devem achar-se acima da lei.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Quinta

PF INVESTIGA QUEM DEU
PRA QUEM NA RBS!

Todo mundo acha o máximo ver (e ouvir) na TV, trechos de escuta telefônica. Ainda mais quando o conteúdo joga uma lama federal sobre autoridades locais e estaduais.

Mas tem, neste caso das escutas que a TV dos gaúchos está colocando no ar, coisas muito estranhas: por que nenhum outro veículo teve acesso às gravações? A própria Polícia Federal está pê da vida com a história, que pode por em risco uma operação que estava indo tão bem, com aprovação popular e procedimentos cheios de cuidados.

Na verdade, houve um vazamento ilegal. Aquelas gravações só foram ao ar porque alguém violou a lei. Assim como ficamos satisfeitos que vereadores e empresários que tenham supostamente agido à margem da lei estejam sendo processados, deveríamos ficar preocupados com mais este crime.

INQUÉRITO POLICIAL

A coisa é tão grave que o Juiz Zenildo Bodnar mandou abrir um inquérito policial, para apurar o vazamento de informações da operação Moeda Verde. A lei de interceptações telefônicas (Lei 9.296/95) diz que “comete crime quem realiza interceptações sem autorização judicial ou quebra segredo de justiça sem a devida autorização ou com objetivos escusos”. A pena é de 2 a 4 anos de xilindró.

A Polícia Federal afirmou ontem, numa nota oficial, que “quem quer que tenha sido a pessoa que facilitou o acesso da mídia aos dados da investigação, será responsabilizado criminalmente”. Algum idiota sem noção (ou perfeitamente lúcido e sabendo o que fazia), deixou-se corromper e arriscou muita coisa para dar para a RBS esse material.

Coleguinhas de redes de TV concorrentes da RBS queixam-se, com toda a razão, do favorecimento. Falam de canais especiais e muito bem azeitados que dariam, à emissora dos gaúchos, algumas vantagens, como essa, da entrega de gravações que, teoricamente estariam sob proteção da lei (e em segredo de justiça). Esperam que o inquérito aberto pela PF lance alguma luz nessa questão nebulosa.

A PF diz que tiveram acesso aos CDs com áudios e transcrições das interceptações telefônicas, além da equipe da Polícia Federal, o Poder Judiciário, o Ministério Público Federal e “os advogados dos 22 alvos de prisão”. Bastante gente, portanto.

Só que, ao que tudo indica, virou questão de honra esclarecer este caso, para que a Operação Moeda Verde não acabe também manchada de lama.

BALANÇA E CAI
Em Florianópolis está ficando perigoso ter construções perto de casa. Dia desses, lá na Duarte Schutel, metade da rua desabou pra dentro do buraco aberto para a fundação de um prédio.

Há pouco tempo, quase na Osmar Cunha, um prédio inteiro teve que ser evacuado, porque ameaçava ruir graças às escavações feitas no terreno ao lado, para as fundações de outro edifício.

Neste final de semana, na Carvoeira, a quadra de esportes de um condomínio desabou (fotos acima), também porque, ao lado, estavam escavando as fundações de outro prédio.

O que será que houve com a engenharia florianopolitana? Fecharam o CREA? Será que não existe alguma maneira de construir sem causar dano aos vizinhos? A entrevista do engenheiro deste desastre acima foi de um cinismo exemplar. Como se a coisa fosse, além de inevitável, natural, normal: “depois a gente recupera a quadra”.

Então já sabe: se começarem a construir qualquer coisa ao lado da sua casa, trate de se mudar para a casa da sogra. Ou do genro. E rápido,

MULTA É EXCEÇÃO
Um leitor, a propósito do projeto que alivia (parcela) o pagamento de multas de trânsito, levanta uma questão bem interessante:
“Para desmentir a turma que acha que fiscalização é indústria de multas, observe os dados a seguir: no período de março/2006 a março/2007 passaram pelas 50 lombadas eletrônicas instaladas em rodovias estaduais 148.072.694 (não há engano: foram mesmo mais de 148 milhões de veiculos) e somente 33 mil foram autuados. Sendo que apenas 0,02% foram autuados duas vezes. Ou seja, os bons motoristas são maioria absoluta”.
E ainda manda um recado para o nosso amigo deputado:
"sugiro ao Kennedy Nunes que faça um projeto proibindo a venda de bebidas alcoólicas nas margens das rodovias estaduais. Será que ele topa?”
LHS E A NINTENDO
O LHS insiste na história da Nintendo. Ontem falou de novo, só que mudou um pouco: agora seria uma software house (uma “fábrica” de programas de computador) de Florianópolis que estaria sendo contratada pela Nintendo para produzir jogos.

Na vez anterior, LHS falou numa fábrica da Nintendo, o que é uma coisa bem diferente. Produzir os consoles (que são semelhantes a computadores) é uma coisa, produzir os joguinhos (que são softwares) é outra coisa. De qualquer forma, se é do estrangeiro, se os diretores falam inglês e se estão em busca de mão-de-obra barata, é tudo conosco mesmo. A gente dá incentivo, estímulo e, por que não, até beijo na boca.


PRIMEIRÃO!
Alguns dias depois do leitor desta coluna ter visto que a D. Marisa preferiu beijar a própria mão a beijar a mão do Papa, o site Kibe Loco fez piadinha com a mesma foto que eu usei aqui. Claro que não copiaram, a piada deles é diferente, mas, de novo, aqui saiu primeiro. E agora vários sites estão usando o material do Kibe Loco, como uma grande novidade. Mas, pro leitor do DIARINHO, aquilo já é notícia velha. Hehehe.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Quarta

LULA FALOU
O presidente deu sua segunda entrevista coletiva ontem. Cercada de cuidados (só uma pergunta por repórter, sem direito a réplica, sem poder fazer pergunta a partir da resposta do presidente, etc e tal) a entrevista visava impedir que alguém pudesse criar situações desagradáveis e permitir que Lula brilhasse (como sempre).

Segundo o jornalista Fernando Rodrigues, Lula se diz atingindo “a perfeição”. De fato, um presidente que consegue separar o acidente da Gol da crise dos aeroportos (“os aviões se chocaram no ar, não tem nada a ver com aeroporto”), está praticamente no Nirvana.

GRUPO PRÓ-BINGO
Teve uma manifestação pró-bingo ontem na Cinelândia, centro do Rio e depois o grupo pegou dez ônibus fretados pelos “empresários do bingo” e foi para Brasília, onde tem nova manifestação hoje. Não consegui identificar os representantes do governo de Santa Catarina na manifestação. Mas é claro que o LHS deve ter mandado alguém. Imagina, tem mais é que ser solidário com os colegas de luta.

LHS E A NINTENDO
O LHS gosta mesmo de um joguinho. Além de envolver o estado na defesa intransigente da legalização dos bingos e dos caça-níqueis, protagonizou um outro rolo, só que desta vez relacionado com videogames.

LHS teria anunciado, durante um discurso, no dia 5 de maio, em comemoração ao aniversário da PM, a instalação de uma fábrica na Nintendo em Santa Catarina. A empresa produziria seus videogames aqui, num “ambicioso programa de exportação”. Quem estava na solenidade jura que ouviu o governador falar exatamente isto.

Tal e qual as conversas sobre BESC e Banco do Brasil, isto gerou um tititi nacional. Quem paga caríssimo pelos consoles da Nintendo já estava sonhando com o barateamento de preços. E a imprensa especializada estava babando de raiva, por não saber da história antes.

O UOL, o nominimo e outros sites que têm colunas sobre videogame foram atrás da informação. E os técnicos do governo desmentiram a história. A Nintendo também disse que não tem nada, nem pensa em abrir fábrica em SC. Mas o pior é que o pessoal do governo, ouvido, colocou a culpa na imprensa catarinense, que não teria entendido direito ou teria interpretado errado.

Não é a primeira vez que o LHS se empolga no meio do discurso, fala coisas estranhas (pode ter trocado o nome da empresa) ou que ainda não estão bem resolvidas e depois a culpa acaba caindo nas costas de quem publicou o que todos ouviram.

GRANDÃO E SAFADO
Johnson & Johnson e Procter & Gamble, duas das principais multinacionais, empresas gigantescas, com ramificações nos cinco continentes, sete mares e lucros astronômicos, foram multadas, em Florianópolis, pelo Juiz Paludo. A ação, iniciativa do Ministério Público do estado, pedia punição das duas por terem enganado as consumidoras: nas embalagens onde normalmente tinha 10 sempre livre e 10 always, passaram a colocar 8, sem reduzir o preço e sem avisar. É o golpe do absorvente.

SEÇÃO NADA SE CRIA
PARECE QUE TODO MUNDO GOSTA
DO JEITÃO QUE O TIO CESAR ESCREVE!

Abaixo, a nota de abertura da coluna do Cacau, no Diário Catarinense, do grupo RBS, publicada ontem, dia 15. Vejam só: o Cacau (imagino que sem saber) reproduziu na coluna dele um texto que vocês leram primeiro aqui no DIARINHO (e que está mais abaixo). Tá certo que a turma só copia o que gosta, mas bem que podiam dizer donde que estão copiando, né mesmo?

Agora vejam o original, publicado aqui no DIARINHO, dia 8 de maio, terça-feira da semana passada:


A propósito: este site aqui tem, desde que foi criado, ali no rodapé, uma inscrição que, ao que parece, a turma não leva muito a sério:

Copyright Multitarefa Editora e
Diário do Litoral (Diarinho)
Seja original: não copie