quarta-feira, 30 de novembro de 2005

QUARTA

PRINCESA MAXIMA DEIXA
A HOMARADA DE BOCA ABERTA

O governador de plantão, Pinho Moreira (e), recebe a princesa no Palácio da Agronômica. À direita, o presidente do Tribunal de Justiça e outras autoridades.

Acostumada à vida dura de estar sempre sob os holofotes, a Princesa Maxima, da Holanda, passou ontem por Florianópolis e pela Casa d’Agronômica, como emissária da Unesco para a área de microcrédito. E deixou todo mundo (estamos em um estado e em um país muito machista, vocês sabem) de boca aberta: loira, bonita, simpática, inteligente, economista, filha de ex-ministro, é casada com o herdeiro do trono da Holanda e faz juz ao nome.
A história dela tem um pouco de conto de fadas.Maxima Zorreguieta nasceu na Argentina, formou-se em economia e trabalhava em Nova Iorque, no Deutsche Bank, quando, ao passar férias na Espanha, em 1999, conheceu o príncipe Willem-Alexander.

Em 2001, quando anunciaram que pensavam em se casar (e pra isso precisavam de autorização do parlamento holandês), veio à tona o fato de que o pai dela foi ministro da Agricultura, na Argentina, justamente no pior período da ditadura militar. Foi um longo debate, muitas investigações, muita fofoca, até que ficou esclarecido que o pai dela nada teve a ver com os milhares de mortos e torturados do regime militar. Ela adquiriu a cidadania holandesa e eles casaram em 2002, mas o pai não teve permissão para assistir às bodas. E em 2003 tiveram uma filhinha, com um nome enorme: Catharina-Amalia Beatrix Carmen Victoria.

Maxima usa sua experiência profissional em grandes bancos, para atuar como membro do Grupo de Consultores das Nações Unidas para o Ano Internacional do Microcrédito, que é 2005. Por causa dessa atividade, tem viajado pelo mundo todo e é por isso que esteve em Florianópolis. Levada pelo governo, foi ao Ribeirão da Ilha, conversar com maricultores que têm utilizado microcrédito e também falou com autoridades do governo e do Badesc sobre o mesmo assunto. Dizem que ela gostou do que viu por aqui.

JOÃO COLOCA O “DA BEGA” NO NOME
Um dos vereadores mais populares de Florianópolis, João Itamar da Silveira, tinha um problema: todo mundo o conhecia como “João da Bega”. Porque é filho da Dona Bega. Pois ontem, contente e faceiro, o João teve audiência com o juiz que concordou com a alteração no nome de batismo. A partir de agora, oficialmente, o vereador se chama João da Bega Itamar da Silveira.

HISTÓRIA CABELUDA
O Secretário Cesar Cim parece que anda meio perdido nos assuntos da sua pasta. Quando o Ministro do Trabalho disse que Santa Catarina deixaria de receber uns R$ 5,4 milhões de reais de programas federais por causa de falta de prestação de contas do Sine (Sistema de Emprego), ele foi pro jornal dizer que não era bem isso, mas o pior é que era mesmo.

Pois bem, agora aparecem umas “denúncias” ainda mais estranhas, divulgadas pela senadora e por um deputado do PT antes de chegarem às mãos do secretário Cim. De novo ele está boiando.

Em todo caso, o que parece ser verdade, é que Santa Catarina não fez direito seu dever de casa e tem que devolver grana pro governo federal. E enquanto não acerta as pontas, não ganha novas verbas.

O resto da fofoca (falsificação de documentos, herança do Amin e outros babados) ainda está sendo investigado. E em briga de cachorro grande é bom a gente não se meter.

“JUIZO NORMAL”
O deputado Joares Ponticelli (PP) desceu o cacete, ontem, na Assembléia Legislativa, no “governador candidato viajante”. Isso nem é mais notícia, porque ele faz isso quase todo dia.

O problema é que ontem, ao falar sobre a participação do governador em uma entrevista, na TV Barriga Verde na semana passada, Ponticelli afirmou que iria “investigar onde o governador esteve antes da entrevista, quais foram os eventos, qual foi sua agenda”, porque, na TV, o LHS, segundo o opositor, “não parecia no seu juízo normal”.

Isso que pouco antes ele destacou o fato de que, nas últimas viagens e nesta agora, tem sempre visita a alguma vinícola, decerto querendo que a gente embarcasse em alguma insinuação maldosa.

A esta altura, mudei de canal. Com o debate político nesse nível, é melhor a gente assistir ao Ratinho ou ao João Kleber.

COMBATE À AIDS
Para marcar o Dia Internacional de Prevenção e Combate à AIDS, o sindicato da construção civil da Grande Florianópolis vai fazer uma maratona de palestras e outras atividades para atingir quase dois mil operários, de 20 empresas, em dois dias, hoje e amanhã.

Segundo a secretaria municipal da saúde (cujo secretário, Dr. Juca, continua na fritura), foram registrados, de 1986 a 2005, em Florianópolis, 2,7 mil casos da doença, entre adultos e crianças.

A verdade é que depois do impacto inicial e com o aparecimento de medicamentos que prolongam a vida dos infectados, parece que o povo perdeu o medo da AIDS e tem se descuidado demais.

terça-feira, 29 de novembro de 2005

TERÇA

QUANDO OS GOVERNADORES SE ENCONTRAM...

Não sei por que, mas o governo não convidou o DIARINHO pra ir passear em Hollywood. Por isso, fomos obrigados a usar da imaginação para tentar saber como é que poderia ser, se tivesse sido, o encontro entre o governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger (de pé, à esquerda) e o governador de Santa Catarina (de chapéu e ainda com a enxada que ganhou dos agricultores do oeste).

Ali ao lado, sentadinhos e muito satisfeitos com o sucesso da viagem, o secretário Knaesel, da Secretaria de Cultura, Turismo e Esporte e o Meira, da Santur. E o cenário é a entrada dos estúdios da Universal, onde a comitiva catarinense foi pra oferecer Santa Catarina como cenário pros filmes.

OS VIAJANTES
Santa Catarina levou para os Estados Unidos uma comitiva de cerca de 30 pessoas para uma programação eclética e variada.

Ontem, no final da tarde, quando falei com o assessor de imprensa do governador, eles estavam na Motion Pictures, um espécie de sindicato dos grandes estúdios, tinham vindo da Fox e iriam ainda na Paramount, para oferecer Santa Catarina como cenário para filmes. A Fox ficou animadinha e vai mandar um pessoal dar uma espiada no estado em março.

Os catarinas também vão conversar com empresas de tecnologia pra oferecer o Sapiens Parque, uma área no norte da Ilha de Santa Catarina, para que eles se instalem.

COMPOSTURA, SENHORES!
Essas grandes empresas, grandes estúdios, grande qualquer coisa não ficaram grandes sendo bonzinhos, gentis e generosos.
Claro que ao aparecer o governador de um pequeno estado de um país subdesenvolvido, oferecendo o que quer que seja, os executivos devem perguntar: “e quanto é que a gente leva nisso”?

Mais ou menos como as novelas da Globo, que para serem feitas numa cidade ou estado fora do Rio, exigem que o pretendente a cenário pague hospedagem, alimentação, gorgeta e água de côco.

Por isso, seria bom abrir o olho para que a gente não isente uma Sun de pagar impostos pela vida inteira, uma Fox de pagar qualquer taxa e ainda ofereça benefícios com o dinheiro que não temos, apenas pela “glória” de aparecer no cinema.

Como eu sei que sempre tem alguém que conta pro LHS o que saiu no DIARINHO, só queria dizer uma coisa: não se deixem levar pela vaidade, endureçam o jogo e lembrem-se que o dinheiro não é de vocês, é nosso. Tenham compostura, senhores!

DUDUCO QUASE SOBROU
Num dos trechos aéreos da viagem de ida, deu “overbooking” (quando a companhia vende mais passagens do que lugares no avião) e o deputado Duduco, seu assistente e mais uma pessoa, tiveram que esperar o avião seguinte. Aparentemente não teve maiores conseqüências, mas dá pra imaginar que o deputado não deve ter ficado quieto diante da trapalhada da companhia aérea. Alguém deve ter ouvido poucas e boas.

ATÉ NO JURERÊ!?
No final da tarde do domingo, no estacionamento do El Divino do Jurerê Internacional, arrombaram o carro do dono da AGE do Brasil, Guilherme Jacob, levaram o som e um laptop que estava no porta-malas. E ninguém viu nada.

COM A MÃO NA TAÇA
O presidente da Federação Catarinense de Futebol, Delfim de Pádua Peixoto, que não desgruda do charuto nem na hora de tirar fotografia com a taça na mão, teve oportunidade, no final de semana, de fazer agradinhos ao governo do estado como um todo.

No sábado, o governador de Joinville e o prefeito de Santa Catarina foram ajudar a entregar a taça de campeão da Série A-2 do Campeonato Catarinense ao Joinville, em... Joinville.

No domingo, o vice-governador (agora governador em exercício) Eduardo Moreira foi homenageado pela FCF: o troféu da Série B-1 do catarinense leva seu nome. Como o homenageado teve que sair antes do final do jogo, fizeram uma fotinha junto à taça “Vice-Governador Eduardo Moreira”, só pra registrar o momento alegre. Quem levou foi o Próspera. Por coincidência, time da base eleitoral do governador de plantão.

PFL SEM VOZ
O programa do PFL que foi transmitido ontem à noite no horário gratuito, estava sem som na RBS-TV de Florianópolis (canal 12). Não foi muito grave, porque nos demais canais tinha som, mas deve ter acontecido algum problema técnico sério. Afinal, é a emissora aberta com maior alcance na cidade. E, se fosse no programa de outro partido, como o PT, por exemplo, já teria gente falando em boicote proposital.

segunda-feira, 28 de novembro de 2005

SEGUNDA

HOJE, EXCEPCIONALMENTE,
EM VEZ DE FICAR “DE OLHO NA CAPITAL”
ESTOU “DE OLHO NA CABEÇUDAS”


Na foto maior, a praia de Cabeçudas, em Itajaí, onde passamos o final de semana estudando e trabalhando.
Na panorâmica dentro da foto grande, parte da redação do Diarinho participa de mesa redonda (teórica e prática) sobre as tendências do mercado internacional de cervejas.
A foto menor à esquerda é a foto oficial, com todo mundo rindo, que é pra vocês verem que a gente tem bons dentes.

SEMINÁRIO INTERNO VIRA PORRE EXTERNO
No sábado e ontem os jornalistas do Diarinho foram obrigados a passar horas intermináveis confinados em Cabeçudas, mais precisamente no Hotel Marambaia Cabeçudas, para um seminário de treinamento, lavação de roupa suja e conferência de abobrinhas.

Só puderam sair do centro de convenções para ir aos bares à beira-mar, beira-rio ou beira-saco, colocar em prática os assuntos debatidos nas palestras sobre “Mesa de Bar”, “Conversa de Botequim” e “Bêbados chatos: como evitá-los sem tornar-se um deles”.

ESPIÕES SE FERARRAM
A concorrência, que vive levando surra nas bancas, inventou diversas maneiras para tentar saber o que estava sendo discutido no Seminário do Diarinho. Primeiro, tentaram esconder microfones nas luminárias, depois, câmeras nas cortinas e finalmente disfarçaram um espião de garçom.

Mas, como o Diarinho é debochado mas não nasceu ontem, tinha contratado uma varredura anti-espionagem à conceituada empresa de arapongas “CIA do Brasil Ltda.”, que tem sede ali no Caga Pé e eles pegaram todos os artefatos que foram maldosamente plantados. Tá certo que quiseram também apreender as máquinas e gravadores dos participantes do seminário e implicaram com a altura da Carla, mas tudo foi contornado antes do happy-hour.

CLIMA NÃO AJUDOU
A única nota destoante foi o céu excessivamente azul, com uma brisa deliciosa e aquele marzão, o que obrigou o pessoal a ficar mudando de bar até achar um com a cerveja na temperatura certa.

EXCLUSIVO: A PROGRAMAÇÃO SECRETA DO SEMINÁRIO
Agora falando sério: como percebemos o grande interesse que o seminário do Diarinho despertou em duas ou três pessoas e em quatro ou cinco concorrentes, vou romper o pacto de silêncio e revelar, em primeira mão e com exclusividade, a programação secreta do seminário. Sei que assim que o jornal sair serei despedido, mas não tem importância, o leitor precisa ser bem informado.

SÁBADO CEDO – Um jornalista norueguês de nome complicado fez uma longa palestra, mas um defeito no sistema de tradução simultânea impediu que a gente soubesse do que se tratava. Pelo que ele projetou na tela parece que tinha algo a ver com os resultados de uma pesquisa sobre tablóides no interior da Noruega.

SÁBADO NA HORA DA SESTA – O jornalista convidado mexicano recusou-se a descer para fazer sua palestra sobre tablóides no interior do México, porque, segundo ele, ninguém deve trabalhar na hora da sesta. Indignados, fomos todos para o bar mais próximo aguardar a palestra seguinte.

SÁBADO NO FINAL DA TARDE – Foi a hora da palestra mais aguardada do dia, com o renomado e bem afamado professor Luiz Alberto Scotto, do Curso de Jornalismo da UFSC, que discorreu por mais de duas horas sobre os tablóides no interior da Nicarágua na década de 70 e sua influência praticamente nula sobre a reforma do jornal francês Libération em 2005.

SÁBADO À NOITE – Alguns dos patrocinadores do seminário ofereceram uma recepção em black-tie numa simpática danceteria na BR 101 duplicada. As colegas não foram e alguns colegas exageraram.

DOMINGO CEDO – O sistema de tradução simultânea foi finalmente consertado e o jornalista norueguês repetiu sua palestra, sem grande sucesso, porque a metade da sala que estava acordada não conseguia entender o que a tradutora falava. Por economia tinha sido contratada uma tradutora do norueguês para o português de Portugal.

DOMINGO À TARDE – Uma emocionante dinâmica de grupo inovadora, aplicada por falsas monjas convertidas, com técnicas de biodança, tai-chi e funk criou grande ajuntamento no centro de convenções, assim que elas passaram para a fase dois, a do desprendimento dos bens materiais e tiraram a roupa. Durante uma hora e meia fizeram evoluções harmônicas e dissonantes usando, para proteger parcialmente sua nudez, exemplares selecionados do Diarinho.

Ninguém entendeu o que isso tinha a ver com o nosso treinamento, mas o pessoal gostaram. As colegas fizeram um abaixo assinado exigindo que no próximo seminário a dinâmica de grupo fique a cargo dos falsos monjes convertidos que, ao que parece, fizeram grande sucesso no último congresso internacional das Jornalistas Empregadas em Tablóides (JET).

DOMINGO À NOITE – Sinceramente não me lembro do que aconteceu ontem à noite.

PRÓXIMO SEMINÁRIO
Até podemos pensar num outro seminário, para continuar o aperfeiçoamento do Diarinho. Mas dificilmente conseguiremos fazer outro evento tão proveitoso quanto este.

sábado, 26 de novembro de 2005

SÁBADO E DOMINGO

[quer ver as imagens ainda maiores? é só clicar sobre elas que se abre uma ampliação. Depois é só clicar na seta de retorno pra voltar para esta página]
CATEDRAL NA “FASE 2”
Ontem foi realizado o lançamento da tal “Fase 2” da reforma da Catedral de Florianópolis: é aquela parte chata em que o vigário tem que sair com a sacolinha da Lei Rouanet pedindo um ajutório pras empresas e pros ricos em geral. Quem colabora ganha desconto no Imposto de Renda.

Infelizmente não dá pra usar o caixa 2 na “Fase 2”, o que certamente vai dificultar um pouco a coleta dos recursos necessários.

A “Fase 1”, que não tenho a menor idéia do que se trata, exceto o fato que vem antes da “Fase 2” foi bancada pelo governo LHS, que doou R$ 1,3 milhão e pela prefeituradário, que deu R$ 500 mil.

Agora é que o bicho vai pegar, porque serão necessários R$ 6,6 milhões. Mas, garante a empresa que está de olho nessa grana, que a Catedral vai ficar novinha em folha, sem perigo de cair no primeiro vento Sul e pode ser até que dê pra voltar a badalar seus sinos, que hoje estão mudos pra não trincar as paredes.

“MP DO BEM” FICOU “MARROMENO”

A Federação do Comércio de Santa Catarina acha que a aprovação da tal “MP do Bem” vai trazer alguns benefícios imediatos para a comercialização de computadores e autopeças, que teve redução nas alíquotas de PIS e Cofins.

Isso porque, como está ficando comum nesse governo, as medidas que eram pra ser aprovadas acabaram não sendo bem do jeito que deviam e aí logo logo será necessário fazer alguma coisa pra desafogar o setor da prestação de serviços, que ficou sobrando na história, depois de tantas idas e vindas. A coisa nunca é totalmente “do bem” sempre tem uma maldadezinha escondida.

TÁ MELHORANDO
Na última assembléia dos professores da UFSC, pra decidir se para de ficar parado ou se continua, votaram 161 pessoas. E deu uma votação apertada, 85 pela greve e 76 contra.

Na assembléia anterior tinha bem menos gente. Sinal que o povo acomodado está tirando o pijama, colocando a bermuda e aparecendo pra votar. Tá melhorando, mas ainda faltam algumas centenas aparecerem pra ficar bem bom.


LHS PEGA NO PESADO
Pra pegar na enxada nunca tem ninguém, mas pra ficar olhando sempre aparece um monte. O coitado do governador LHS (o de chapéu, com a mão no cabo, nessa foto aí de cima) teve que plantar sozinho a muda de árvore nas margens do rio Canoas, em Ponte Alta, no lançamento do EcoSanta Catarina 2005, ontem. Ainda bem que amanhã ele viaja pros EUA e pode dar uma descansadinha nas confortáveis poltronas da primeira classe do avião, que deitam mais que as dos ônibus-leito.

BANANA PARA TODOS
Santa Catarina é o terceiro maior produtor de banana do país e produz 10% fo total nacional. Em 2004 produziu 660 mil toneladas e exportou uns 30% disso pro Mercosul.
Cerca de 5 mil famílias catarinenses sobrevivem exclusivamente da bananicultura e em sua grande maioria em pequenas propriedades. Se somar as outras, que produzem banana e outros produtos, chega a 25 mil famílias.

Esta semana o deputado Dionei Walter da Silva (PT) fez uma homenagem mais que merecida ao povo da banana na Assembléia Legislativa. A banana é um excelente alimento, ótima para todas as idades, muito consumida por esportistas no mundo todo, mas ainda não faz parte da merenda escolar. O deputado tá tratando disso, tocando um projeto para obrigar a enfiar a banana na merenda.


TREINAMENTO PRA GALERA
A viadagem do Diarinho vai voltar pra escola. Todo mundo vai ficar de castigo, no sábado e no domingo, no fantástico, fabuloso e jamais visto Seminário “Olha pro teu rabo, macaco!”, que o Diarinho realiza em Cabeçudas. Essa montoeira de leitores e leitoras que o Diarinho tem merece um jornal cada vez melhor e pra isso, de vez em quando, a turma tem que sentar a bunda na cadeira e discutir o que está errado e o que está certo e ver o que dá pra melhorar.

Como a galera é muito responsável, em vez de ficar achando piolho na cabeça alheia, vai primeiro cuidar da própria casa, do próprio rabo. E se preparar para crescer ainda mais, porque cada dia tem mais gente lendo o macriado. O Seminário tem como objetivo principal identificar os problemas e dificuldades do dia-a-dia do jornal e discutir como dar a volta por cima na boa.

sexta-feira, 25 de novembro de 2005

SEXTA

O TAPETE (PRETO) DO VEREADOR JUAREZ
Quem passa pela rua Comandante José Ricardo Nunes, em Capoeiras (a rua da Fesporte), não deixa de se admirar com esse magnífico cartaz que expressa a gratidão do vereador Juarez Silveira pelo asfalto que a prefeitura colocou ali. E também não deixa de notar o extraordinário aparato de segurança que protege a placa: grade bem alta, câmera de tv e sensores de movimento. Decerto para evitar que alguém escreva outros agradecimentos ao prefeito, aproveitando os espaços vagos da placa. Se este jornal fosse a cores (como o blog), o leitor e a leitora poderiam ver que o vereador utilizou, na placa, o azul e amarelo do PSDB, que é o partido dos homenageados. O amor é lindo...

AINDA O MERCADO
O prefeito Dário Berger afirmou, esta semana, provavelmente sem se dar conta da gravidade do que dizia, que a pressa na execução das obras no Mercado “foi motivada pela necessidade de devolver o Mercado aos comerciantes no menor tempo possível”.

Claro, estávamos todos sabendo disso: ninguém na prefeitura parecia mesmo preocupado com outra coisa. Fazer do desastre uma oportunidade de melhorar o espaço público é coisa de provérbio chinês. Transformar limão em limonada, então, nem pensar.

Os planejadores municipais (ou pelo menos aqueles a quem o prefeito e seu irmão ouvem) não conseguem ver, para o Mercado, outro futuro além de uma espécie de camelódromo com paredes de alvenaria. E agem como se os comerciantes, e não a população da cidade, como um todo, fossem os donos daquilo ali.

LADRÕES BEM DE VIDA

Engana-se quem pensa que não tem ladroagem em ambiente de gente “fina”. A diretora de um colégio particular da capital está de cabelo em pé com a onda de furtos dentro das salas.

E tem para todos os gostos: desde roubo de celular até dos trocadinhos que são deixados nas mochilas, passando por casacos, bonés e outros pertences. Estão instalando câmeras para poder monitorar os alunos, porque tudo indica que os gatunos são alguns deles mesmos, todos filhinhos de “gente bem”,
A diretora, decepcionada e chateada com essa nova “moda”, acredita que isso esteja ligado às pressões consumistas da mídia. Ora, não é só consumo desse tipo de bens, professora: tem muita gente bem jovem (em todas as classes sociais) que já é dependente de droga e rouba pra poder manter o vício.

E ainda tem o problema principal: as famílias não educam mais os filhos. Não ensinam a não roubar, não têm autoridade, não mostram os limites. Sobra pra escola lidar com um bando cada vez maior de delinqüentes. E família é família, escola é escola. Mas tem muito pai e mãe irresponsável que não sabe a diferença.

OS FISCAIS DA FATMA
Tem alguma coisa muito errada com a máquina pública. Criadas para defender-nos, manter nossas cidades, estado e país em boas condições e fiscalizar o cumprimento das leis, muitas entidades, empresas, autarquias e repartições públicas acabam só fazendo de conta que cumprem suas funções. E a gente faz de conta que acredita.

Mais uma vez um representante da Fatma vem a público para dizer que a entidade tem “apenas oito fiscais para atuar em todo o estado”. Isso foi dito diante dos Ministérios Públicos do estado e federal, no seminário sobre a proteção da Mata Atlântica no começo desta semana. Ora, se quem devia fiscalizar não tem fiscais, então a coisa está mesmo entregue às baratas.

Além disso, quando altas autoridades querem impressionar empresários, sempre dizem: “vou mandar a Fatma liberar”. Não fiscaliza e ainda sofre pressão política sobre o pouco que está sendo fiscalizado. Aí não dá, né, ô?

DEFESA DO DIPLOMA

O Conselho Regional de Contabilidade de Santa Catarina (CRCSC) atendeu aos apelos do Sindicato dos Jornalistas e disparou e-mail para os 15 mil contabilistas em atividade no Estado, pedindo que orientem os seus clientes da área de comunicação sobre a necessidade de se cumprir a legislação que regulamenta a profissão de jornalista.
Em 26 de outubro, o Tribunal Regional Federal da 3º Região manteve a obrigatoriedade do diploma em Jornalismo para o registro e para o exercício da atividade.

Agora só falta combinar com as escolas de jornalismo, para que elas se comprometam a só colocar no mercado profissionais bem preparados, dignos dessa profissão tão mal compreendida e tão necessária. Informação é um bem vital, como a água, o ar e as proteínas.

A GUERRA DO RECIFE
Não sei se vocês estão acompanhando, mas a capital de Pernambuco, Recife, passou e ainda passa por problemas semelhantes aos que Florianópolis enfrentou, embora com menor gravidade.

Um aumento do preço das passagens desencadeou uma onda de manifestações violentas e uma reação igualmente violenta da polícia. Foram baixadas medidas assustadoras, como a permissão para manter presos todos os que forem pegos em atitude suspeita.

Para evitar o que aconteceu em Florianópolis, onde um cinegrafista gravou um PM esmurrando um estudante que já estava no chão, a polícia pernambucana está apreendendo câmeras de foto e filmadoras de todos os que não estejam a serviço de órgãos de comunicação.

Além disso, o nível de arbitrariedade e baixaria da polícia, por lá, está além de qualquer imaginação. Por exemplo: jogaram gás de pimenta dentro do camburão onde estavam estudantes, já presos, só por maldade.

FALSO JORNALISTA
Já que falei na história do diploma de jornalismo, tem o caso do jornalista de Chapecó, condenado por ter publicado um artigo inurioso aos indígenas. O Sindicato dos Jornalistas está reclamando, porque ele não tem registro e portanto não pode ser chamado de jornalista. Tá certo: afinal a gente não pode chamar de médico, enfermeiro, bibliotecário ou qualquer outra profissão regulamentada, quem não tenha cumprido os requisitos básicos.

Só que, na verdade, essa defesa da profissão seria função do Conselho Federal. Mas, como os jornalistas não podem ter Conselho (a grande imprensa achou que o Conselho seria uma forma de censura e bombardeou a iniciativa), o Sindicato tem que assumir também essa tarefa ingrata.

A “ROUBADA” DO RONÉRIO
Nessa o prefeito de Palhoça se superou: “deu de mão” numa ambulância do pátio do Centro Administrativo, nos bigodes do governador LHS e ainda saiu desfilando pela cidade, exercendo ilegalmente uma função (motorista de ambulância) para a qual não está qualificado.

Só fiquei sabendo do assunto ao ler o Diarinho, porque a assessoria de imprensa de Palhoça não me manda mais aqueles alegres avisos sobre as aventuras do Ronério.

No Centro Administrativo a atitude do prefeito e a forma como foi anunciada, glamurizando um “furto”, gerou grande constrangimento. Sabe como é, em ano pré-eleitoral, o pessoal não gosta de dar munição para os adversários assim, de graça, de bobeira.

quinta-feira, 24 de novembro de 2005

QUINTA

CALVÁRIO NATALINO
Coitados dos florianopolitanos. Estão sendo submetidos a uma série de torturas de vários tipos e intensidades. As obras nas ruas, avenidas e estradas, foram planejadas para esta época, pra que ninguém esqueça que Jeusus nasceu para nos libertar dos sofrimentos aqui na terra.

Mas, enquanto ele não nasce, o sujeito leva 4 horas pra vir do norte da ilha ao centro. E vê, sem acreditar, a tal “Operação Tapete Preto” passar uma camadinha de asfalto nas ruas, criando problemas onde não tinha e deixando pra trás antigas reivindicações.

Claro, ruas onde moram vereadores da base aliada, são melhor tratadas. Ruas onde moram desafetos do clã Berger são tratadas a pão e água.
De todo lado a gente recebe e-mails e telefonemas contando o sofrimento de quem tem que usar as ruas para... ir e vir. E na temporada as coisas serão ainda mais animadas.

Não sei não, acho que essa “árvore” aí, colocada na Beira-mar Norte tá mais pra calvário. O contribuinte municipal que chegar até lá em cima sem ter tido uma crise de nervos, ganha 5% de desconto no IPTU.

DESCENTRALIZARAM O NATAL!
Dia 10 de dezembro a primeira dama do estado, Ivete da Silveira, oferece um jantar na Casa d’Agronômica, aqui em Florianópolis, para arrecadar fundos em favor da... Sociedade Joinvilense de Amparo à Criança.

Vai ver que se trata de uma estratégia de descentralização do espírito natalino: captar dinheiro em Florianópolis para presentear entidades de outros municípios maiores, mais ricos e com maior PIB per capita.

Não seria mais apropriado fazer tal jantar em Joinville? Ou, quem sabe, destinar os recursos do jantar da capital para alguma entidade local?

BOLACHA PRA TODOS
Um sucesso a fábrica de biscoitos que a prefeitura montou na casa do Papai Noel. Já vendeu todo o estoque de 3 mil pacotes. Sinal que o preço estava bom (R$ 2 a embalagem com 22 biscoitos) e que as bolachas tinham boa aparência. A produção será aumentada para que os visitantes não sintam a falta do produto.

A casa está aberta das 9 às 20h e a partir de 5 de dezembro fica aberta até mais tarde, acompanhando o horário do comércio. E Papai Noel também está por lá.

PIQUENIQUE
Estudantes, servidores e professores de universidades federais acamparam ontem diante do Ministério da Educação, em Brasília. O objetivo, naturalmente, é fazer com que alguém note que eles estão em greve e reivindicando alguma coisa. Fora os alunos que estão sem aula, vendo o semestre terminar e fazendo as contas do prejuízo no prazo de formatura, pouca gente tem notado o movimento.

Não que a luta por um ensino de qualidade seja coisa sem importância. Mas a forma de luta que eles têm adotado, ano após ano, parece ter perdido a eficácia.

Menos mal que, segundo o site de notícias Universidade Aberta, da UFSC, os manifestantes mais animados são os catarinenses.

REAÇÃO LENTA
Só agora o secretário da Fazenda, Max Bornholdt anuncia que vai entrar com ação popular contra o deputado e ex-secretário da Fazenda Antônio Carlos Vieira e o ex-governador Esperidião Amin, por causa da criação da SC Genéricos com recursos públicos. Bornholdt está com seus bens bloqueados pela Justiça, justamente por causa de uma ação relacionada com a SC Genéricos que foi movida pelo PP.

Não entendi por que só agora. Se havia irregularidade na criação da empresa (de 2002), a ação poderia ter sido proposta em 2003. Ou 2004. Mas ficou para o final de 2005, depois que a Justiça colocou sob suspeita mais de uma dezena de componentes do atual governo.

MARCO E MARCOS
Morreu ontem, em São Paulo, o repórter Marco Uchôa, da Rede Globo. Jovem, foi vitimado por um câncer. Na minha cabeça apareceu a imagem do repórter careca, atualmente sediado em Londres. E achei estranho, porque vi matéria dele há poucos dias.

A explicação é que a Rede Globo tem dois repórteres com esse nome pouco comum. A única diferença entre os dois nomes é que o de Londres é Marcos Uchôa. E o que faleceu é Marco Uchôa, estava sediado em São Paulo, fazia matérias para o Fantástico e para os demais noticiários da emissora.

CHAPOLIN COLORADO
O presidente Chaves, da Venezuela, está cada vez mais parecido com o Chaves, daquele seriado infantil mexicano que o SBT apresenta desde o século passado.

Pois agora ele mandou que uma companhia de petróleo controlada pelo governo da Venezuela comece a distribuir óleo de calefação a baixo custo para milhares de famílias pobres de... Massachussetts, nos Estados Unidos!

E não é piada. O combustível (fundamental para enfrentar o inverno rigoroso de lá) será fornecido pela Citgo, uma subsidiária da estatal venezuelana PDVSA, que tem 14 mil postos de gasolina nos Estados Unidos.

Para o programa, a empresa separou 45 milhões de litros de combustível, que serão vendidos a preços 40% mais baixos do que os praticados no mercado.

É louco, esse Chaves. Os pobres da Venezuela (que é um país com sérias desigualdades sociais) devem estar achando muito legal a esmola que estão dando com o dinheiro público para moradores do país mais rico do mundo.

JORNALISMO
Começa no domingo, 27, aqui em Florianópolis, o 3º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo. Vai até o dia 29 com a apresentação de 129 trabalhos, lançamento de 13 livros e várias palestras e mesas redondas.

Tem palestrantes e debatedores convidados de Portugal, Alemanha, Espanha e de vários estados brasileiros. Promovido pela Sociedade Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor), o encontro é o principal fórum para apresentação das pesquisas realizadas nos programas de pós-graduação e pelos pesquisadores das universidades brasileiras.

A gente, aqui na planície, só espera que um dia esse povo ai resolva descer das nuvens e também estudar os problemas reais da nossa vida profissional.

STF BLZ! FLW?
Os ministros do Supremo Tribunal Federal, durante a sessão de julgamento do recurso do Zé Dirceu, ontem, quando não estavam lendo seus votos, passavam o tempo navegando na Internet. O repórter do blog do Ricardo Noblat (www.noblat.com.br) deu uma espiada nas telas de cada um. Carlos Velloso conferia seus e-mails, Cezar Peluso batia papo no messenger e assim por diante.

No final, ficou tudo elas por elas. Empatou, o desempate será em outra sessão e até lá os votos ainda podem ser mudados.

Ah, o título desta nota está na linguagem cifrada usada nos bate-papos da Internet. Diz mais ou menos o seguinte: “STF é beleza! Falou?”

quarta-feira, 23 de novembro de 2005

QUARTA

Na foto, os dois primeiros, à esquerda e à direita, são da diretoria da ACI. Os demais são da Secretaria de Segurança. Moacir é o jovem de terno claro, com os cabelos precocemente embranquecidos e Benedet os tem em menor quantidade.

HELP! AJUDEM O BENEDET!
E por falar em (in)segurança: pois não é que o Secretário da Segurança, deputado Benedet, foi ontem à Associação Catarinense de Imprensa pedir ajuda aos jornalistas pra combater a violência?

Agiu muito bem o nosso presidente Moacir Pereira, ao recomendar a criação de um fórum composto pelos demais setores da sociedade para discutir a violência. Os jornalistas não podem cair na conversa de que promovem a “espetacularização da violência”.

Espetáculo é deixar acontecer sete fugas num ano pelo mesmo buraco. Show é achar que a gente tem que resolver problemas que aqueles que são pagos pra isso (em todos os setores do governo, não só na polícia, que às vezes leva a culpa injustamente), não conseguem.

NOTÍCIAS DA GREVE
É bom explicar logo que vou falar só da greve da UFSC. Das outras que ainda estão se arrastando por aí não tenho notícias a dar.

Pois o pessoal anda com a criatividade em baixa. Depois de horas de dicussão os servidores da UFSC resolveram colocar o mico nas mãos de quem, a rigor, nada tem a ver com o peixe.

Vão pedir “ajuda” a ex-reitores que hoje estão em outras funções: Diomário de Queiroz é Secretário de Estado da Educação e Rodolfo Pinto da Luz é Secretário de Educação de Florianópolis. E também vão voltar ao governador, pra saber se ele já tem alguma resposta pra carta que deixaram na portaria na sexta-feira.

O mais engraçado é que eles não vão só conversar: vão fazer “atos” em frente às secretarias e ao palácio do governo. Certamente vão “cobrar” o posicionamento a favor da greve.

Em 14 universidades os servidores já voltaram ao trabalho. Só faltam 26. Que provavelmente vão deixar passar as festas e o ano novo antes de pensar nisso.

HAJA PROPAGANDA
O Vieirão (PP), deputado estadual que volta e meia pega no pé do governo, fez as contas das despesas daquele Festival Cultural do Mercosul, de setembro.

Lembram? Aquele que teve a abertura no Costão do Santinho, não foi ninguém e ainda expôs o governador ao ridículo?

Pois bem. Pra fazer o festival todo, gastaram R$ 682 mil. E só pra fazer a propaganda do festival, gastaram R$ 380 mil. Uau!

Se vocês puxarem pela memória aposto que nem vão lembrar das propagandas, que de tão caras deveriam ser, no mínimo, inesquecíveis. Eram horrorosas. E ficaram ainda piores agora, que a gente ficou sabendo quanto custaram.

O PREÇO DA SAÚDE
Os servidores públicos estaduais nunca tiveram um plano de saúde de bom nível. Dizem os mais antigos que no tempo do montepio ou no começo do Ipesc, a coisa era melhor. Mas os problemas com a administração do plano foram fazendo com que ele tivesse prejuízos crescentes, depois teve que ser terceirizado e acabou ficando como café mal requentado: fraco, frio e amargo.

Em janeiro começa o novo Plano de Saúde, planejado para se equiparar aos demais planos do mercado. Claro que tem um problema básico: vai custar mais caro. Hoje o servidor paga, pelo plano ruim, um valor quase simbólico. O povo da Secretaria da Administração, que é a responsável pelo plano, acha que o servidor vai topar pagar mais para ter uma cobertura melhor. Claro, desde que funcione e seja, de fato, melhor.

COMEÇA O INQUÉRITO
A Polícia Federal começa nos próximos dias a tomar depoimentos sobre o seqüestro dos membros do Conselho Universitário e do Reitor da UFSC, que ficaram, em 18 de outubro, várias horas presos por terroristas que exigiam aumento no valor das bolsas.

O pessoal que naquele dia usou da violência, agora reclama que “um ato político está sendo transformado em crime”. Não sou advogado, mas parece que um crime cometido por motivação política não deixa de ser crime.

PENEIRA
O presídio de Florianópolis poderia ser transformado em casa de férias, pousada ou SPA. A facilidade com que se sai dali é tão grande que não fica bem chamar aquilo de presídio.

Das oito fugas dos últimos meses, sete foram feitas da mesma maneira. Deve ter até plaquinha iluminada escrito “saída”, com flechinhas indicativas. E taxi esperando do lado de fora, pra aproveitar o movimento. Sempre pode dar umas corridas pros municípios vizinhos.

Claro que os carcereiros já estão falados na praça. Dizem que levam um por fora pra olhar pro outro lado, pra colocar o som da novela bem alto, pra não passar por perto da “rota de fuga”.

O pessoal que está tentando tirar o Beiramar da Beira-Mar vai usar isso aí como argumento: “as constantes fugas no presídio vizinho à carceragem da Polícia Federal colocam em risco a integridade do Fernandinho, por isso é preciso tirar ele logo dali”.

REPÚBLICA VERBAL
Quando a gente fala, vai jogando ao vento as palavras, que podem ser mal compreendidas, podem nem ser ouvidas direito. Por isso, quando a gente quer dizer alguma coisa com exatidão, a gente escreve. Os contratos, as leis, as sentenças, são escritas. Não são verbais. Até no jogo do bicho, vale o que está escrito.

Mas o nosso querido presidente Lula quer reverter isso. Ele só fala, de preferência, de improviso. Com todos os problemas que isso representa para a República, que precisa saber com exatidão o que seu presidente quer dizer.

O SORRISO DO AMIN
O deputado Afrânio Boppré (Psol) foi ontem à tribuna pra tirar um sarro do LHS no tal almoço de desagravo ao Jorge Bornhausen.

Afrânio interpretou o sorriso com que o Esperidião aparece, nas fotos feitas pelo fotógrafo do governo do estado e publicadas pelos jornais, como “sorriso de prazer” por ver LHS de saia justa.

“Amin estava com uma cara de satisfação”, insistiu Afrânio, ao lembrar que na campanha ao governo, LHS bateu bastante nos Bornhausen, pai e filho.

Claro, também sobrou para o senador Bornhausen, que era governador do estado quando aconteceu a “Novembrada”, que está para aniversariar.

Já eu só achei esquisito que o fotógrafo da Secom (um fotógrafo experiente), tenha distribuído fotos onde seu patrão, LHS, aparece em desvantagem, ainda se levantando, de costas, enquanto Esperidião, de frente para a câmera, sorrindo, está com toda a vantagem. O pessoal do PP deve ter adorado a mãozinha.

SÃO SÓ 16 MESMO
O Tribunal de Justiça, em decisão unânime, acabou com as esperanças dos suplentes de vereador na capital: são mesmo 16 as cadeiras disponíveis na Câmara municipal. Esta é a composição atual, que não vai mudar.

A 2ª Câmara de Direito Público definiu que municípios com população entre 360 mil e 380 mil habitantes devem ter 16 vereadores.

Havia uma polêmica sobre o número das cadeiras em Florianópolis. Uns entendiam que deviam ser 21, outros que eram só 13 e um jultamento em primeira instância tinha fixado em 14.

A tal da “Sol” fez em Chapecó, durante os Jogos Abertos, uma “maratona de cinema”, onde foram apresentados filmes feitos em Santa Catarina. Até aí tudo bem.

Mas adivinha qual foi o artista principal da maratona de cinema, segundo o material distribuído pela “Sol”? Isso, ele mesmo, o fotogênico secretário Knaesel. Pode?

terça-feira, 22 de novembro de 2005

TERÇA




A POLÍTICA DO CORTE DE CABELO
Toda semana, ou quase, alguma Secretaria Regional faz a tal de “Força Tarefa”. Concentra num dia, num município, uma porção de serviços, reunindo repartições estaduais e federais, com a participação das prefeituras.

O povo parece que acha muito divertido poder cortar o cabelo de graça, examinar a pressão, olhar os dentes, medir a glicose, tirar carteira de identidade. Tudo coisa que deveria ser fácil, acessível e disponível o ano todo, todos os dias, mas que acaba, em véspera de ano eleitoral, virando presente fino do moço bonzinho.

Uma “Força Tarefa” envolve, com poucas variações, as seguintes entidades: prefeitura, Casan, Celesc, Cidasc, Epagri, Bombeiros, Polícia Militar, Polícia Civil, Exército, INSS, Escolas Estaduais, Universidade ou faculdades da região, Ministério do Trabalho, Caixa Econômica, BESC, Banco do Brasil, Senac, Senai e Sine, além, é claro da SDR. Não é pouca gente e não é pouca coisa.

A cada dia são atendidas milhares de pessoas, numa espécie de grande feira assistencialista. Porque a “Força Tarefa” passa e os problemas ficam. Deve ser, num município pequeno, um dia de grande festa. Que começa com carreata e foguetório. No dia seguinte, para toda aquela gente simples, que talvez pela primeira vez cortou cabelo com um profissional treinado, o dia a dia continua igual. O cabelo cresce, a demora no atendimento médico é desesperadora e o dentista é só um sonho vivido, naquele dia, num ônibus do Sesc.

Essas intervenções multi-disciplinares meio que viraram moda. A Rede Globo tem um projeto semelhante. Nunca estudei esse tipo de ação muito a fundo, mas elas dão a impressão de serem mais marketing do que qualquer outra coisa.

Dá, nos municípios pequenos ou nos bairros pobres, um choque cuja lembrança dura por bastante tempo. Mas, ao mesmo tempo, deve alertar a população para um fato simples e cruel: por que não temos direito a isso o tempo todo?

ESSE PT...
O PT conseguiu de novo. A ação desastrada de alguns de seus membros deu, para os setores de centro e de direita do mundo político catarinense, pretexto para reunirem-se em torno de Jorge Bornhausen.

Um almoço de desagravo, ontem, no Costão do Santinho, colocou à mesma mesa, praticamente de mãos dadas, PFL, PMDB, PSDB e PP.

O clima estava tão ameno que o senador Leonel Pavan fez das suas piadinhas de palanque:

– Tem algum petista presente?

(silêncio)

– Deveria ter, porque esta seria uma ótima oportunidade para os petistas pedirem desculpas.


LHS, pra mostrar que é, de fato, o orador mais erudito, citou Platão. Esperidião Amin elogiou o espírito público do homenageado.

Ao falar, o senador Bornhausen praticamente agradeceu ao PT pela oportunidade de “viver, na vida publica, uma hora tão feliz”.

AGORA RUMO AOS EUA
Uma robusta missão comercial catarinense zarpa dia 26 em direção aos Estados Unidos. Desta vez não é só o governador e alguns prefeitos: vai “todo mundo” mesmo.

A Federação das Indústrias e a Federação do Comércio farão companhia à alentada comitiva do governo. Vão em busca dos dólares, dos investidores, da solução dos nossos problemas e esperam voltar com polpudos contratos com as maiores empresas de alta tecnologia do mundo. E vender por lá produtos catarinenses de pequenas e médias empresas. Tomara que consigam. Boa sorte.

O INVISÍVEL DR. JUCA
O processo de fritura do secretário de Saúde de Florianópolis, o médico Walter da Luz (Dr. Juca foi o vereador mais votado na última eleição) fez com que ele praticamente desaparecesse da informação oficial. Nem nas fotos o secretário aparece mais.

Na ativação do SAMU, que é parceria da prefeitura com o governo do estado e o governo federal, apareciam nas fotos todas as autoridades. Menos o secretário do município. Numa delas, dá pra ver um pedaço de seu rosto, na quinta fila.

Ontem a prefeitura divulgou uma informação sobre elogios que foram feitos ao site do programa de bem estar animal do município, que é coisa da secretaria do Dr. Juca. Pois os caras não citaram o nome dele uma única vez. Nem para dizer que ele é o cocô do cavalo do Dário Berger e que por enquanto continua secretário de saúde.

Isso que o cuidado com os cães e gatos abandonados foi uma das primeiras preocupações do Dr. Walter ao assumir. Mas a política é assim mesmo. Num dia se sobe, no outro se desce.

segunda-feira, 21 de novembro de 2005

SEGUNDA

“OU ENTÃO FELICIDADE
É BRINQUEDO QUE NÃO TEM...”

Já que a capital inaugura hoje seu “Natal das Luzes”, esta coluna também entra no clima, mostra a casa do Papai Noel (agora entendi por que os vereadores foram despejados) e traz a letra de uma música de natal brasileira. Uma das poucas. Que, não por acaso, é do genial Assis Valente. Chama-se “Boas Festas”.
Boas Festas, então.

Anoiteceu, o sino gemeu,
A gente ficou feliz a rezar.
Papai Noel, vê se você tem,
A felicidade pra você me dar.

Eu pensei que todo mundo
Fosse filho de Papai Noel,
Bem assim felicidade,
Eu pensei que fosse uma brincadeira de papel.

Já faz tempo que eu pedi
Mas o meu Papai Noel não vem,
Com certeza já morreu,
Ou então felicidade é brinquedo que não tem.


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[nunca é demais lembrar que neste blog, para ver as fotos no seu tamanho real, basta clicar sobre elas que se abre uma nova janela, com a ampliação]
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PROFISSIONALISMO 9 X 0 AMADORISMO
Se tem uma coisa que não dá pra criticar no governo LHS é o profissionalismo com que o José Augusto Gayoso conduz o relacionamento com a imprensa. Sério, cuidadoso, sempre disponível, sabe como fazer bem o seu serviço.

Infelizmente, os secretários do mesmo governo nem sempre escolhem com cuidado suas assessorias de imprensa. O que se viu ontem no campo do Figueirense, num jogo-brincadeira beneficente, que deveria ser uma festa, beira o ridículo. E o Gayoso vai subir nas tamancas, quando souber.

A assessoria da “Sol” (que é como o pessoal do Knaesl gosta de chamar a Secretaria) credenciou como “imprensa”, com direito a acesso ao campo, todos os seus amigos e convidados. E queria impedir jornalistas de verdade de trabalhar. Quase histéricas, as meninas da “Sol”, com suas sainhas bem curtas, andavam pra lá e pra cá criando confusão. Barraram o Diarinho, encheram o saco do fotógrafo da Folha de São Paulo, não queriam que o fotógrafo do Figueirense (o dono da casa!) ficasse lá e quase conseguiram impedir que a rádio Gazeta, única emissora AM que se dispôs a transmitir o, vá lá, jogo, entrasse em campo.

O pessoal mostrou que entende tudo de desorganização do lazer. No joguinho que aparentemente foi montado só para que o Knaesel aparecesse na foto, quiseram impedir a entrada justamente dos fotógrafos. Já o Daniel, que é um profissional, cumpriu bem seu papel. Com gentileza e humildade enfiou 9 no time do Knaesel.


EM DEFESA DAS VIAGENS DE LHS
Toda vez que viaja ao exterior, o governador LHS vai à casa do Jornalista, sede da Associação Catarinense de Imprensa, dar uma entrevista e fazer um relato da viagem. Prestar contas é um hábito saudável, faz bem a todos.

Mas parece que as críticas às viagens estão sendo muito freqüentes ou muito fortes, porque ontem o presidente da Associação Catarinense de Imprensa, jornalista Moacir Pereira, cuja coluna é reproduzida por uma dezena ou mais de jornais catarinenses, resolveu sair em defesa das viagens do governador.

Entusiasmado, depois de expor sua argumentação, o companheiro Moacir afirmou que “na globalização crescente, quem se isolar, perde o trem da história. E quem condenar, está agindo de má-fé, por inveja, burrice ou cegueira”.

A CRÍTICA É SAUDÁVEL

Levei um susto, porque me pareceu um pouco forte demais. Claro, sempre existem aqueles que condenam e criticam por má-fé, inveja, burrice ou cegueira. Mas não se pode aceitar a presunção que toda e qualquer crítica seja movida apenas por esses quatro motivos.

Acredito que seja possível criticar um governante – qualquer que seja – ou opor-se a quaisquer ações de uma autoridade pública, sem necessariamente agir “de má-fé, por inveja, burrice ou cegueira”.

Faz bem para a democracia que ninguém se julgue acima de qualquer suspeita. É bom para o sistema que tudo seja passível de crítica, debate, avaliação e exame. Não fosse assim, não teriam razão de ser os Tribunais de Contas, o Ministério Público, a própria imprensa. E, porque o conheço, tenho certeza que o Moacir Pereira também acredita nisso.

Por isso fiquei espantado com o fecho exageradamente forte da nota, que parece desqualificar, no atacado e previamente, toda e qualquer crítica aos movimentos que o governador LHS tem feito em direção ao exterior. Assim como as ações do governo não devem ser condenadas em bloco e a priori, a aprovação também não deve se dar dessa forma.

SEMANA ANIMADA
A semana que começa promete grandes emoções para quem ainda tem saco de acompanhar a novela da corrupção federal.

Na terça a CPI dos Bingos vota a convocação do ministro Palocci. Como ele mesmo disse que topa, provavelmente será aprovada. E ouve Paulo Okamoto, o contador do Lula, o amigão que pagou com seu próprio dinheiro uma dívida de R$ 29 mil do presidente.

Na quarta, se não ocorrer novo adiamento, o plenário da Câmara vota a cassação do Zé Dirceu.

sábado, 19 de novembro de 2005

SÁBADO E DOMINGO

O QUE É ISSO?! VIROU CHAPA BRANCA? TÁ LOUCO?

Montei essa ilustração aí, com três dos quatro símbolos oficiais de Santa Catarina (o quarto é o hino) de propósito, pra comentar um pouco essa história de símbolos e pra encerrar a semana da proclamação da República.

A flor-símbolo é a laelia purpurata, magnificamente fotografada, na Festa das Flores, que está acontecendo em Joinville, pelo Rubens... Flores (ele aproveitou a ida a Joinville pra visitar a família).

Assim como o brasão e a bandeira, identificam este nosso pequeno, porém valoroso, estado. Esses símbolos são de uso público, popular, não pertencem nem devem pertencer a ninguém em especial. São nossos.

O problema é que às vezes são apropriados por candidatos, partidos, campanhas e a gente fica sem jeito de usá-los para o que eles servem: dizer de onde a gente é, identificar-nos. Na ditadura, usar verde e amarelo era um problema. E agora, com a nossa bandeira, está ocorrendo coisa semelhante.

O governo utiliza, para identificar-se, o brasão e a bandeira. Aí o LHS chegou e, para ser diferente, fez a bandeira tremular, como que dizendo que a bandeira sem onda é do Amin, a de ondinha é dele. O pessoal deve ter olhado pra essa aí da foto e pensado “hum, o cara é do PP”. E não é nada disso: a bandeira é nossa. E seria muito bom que tratassem de arranjar outra coisa para identificar o governo. Deixem a bandeira para o estado, para nós. Senão, a cada mudança de governo, a gente fica de novo sem poder usar a bandeira.

AS PERNAS DO DANIEL
Não estava entendendo por que as meninas da Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado da Cultura, Turismo e Esporte estavam tão animadas com a partida beneficente que o time amador do cantor sertanejo Daniel realiza domingo em Florianópolis.

Durante a semana enviaram dezenas de e-mails insistindo que a imprensa toda fosse lá, que se credenciasse para entrevistar o cantor, fizeram grande carnaval.

Fui perguntar para a correspondente do Diarinho na capital, a sempre atenta Carla Cavalheiro, qual seria a razão de tanto empenho e ela só respondeu depois de longo e profundo suspiro: “eu também vou”, disse, misteriosa.

O jogo será no Orlando Scarpelli às três da tarde e, ao que parece, lotado de fãs do cantor, loucas para vê-lo de calção, correndo pra lá e pra cá. Ô raça!

SOL? QUE SOL?

Já que estamos falando na Secretaria do Knaesel, deixa eu fazer uma pergunta: por que o material de divulgação da Secretaria continua usando a sigla SOL?

Quando era Secretaria de Organização do Lazer, a sigla era essa. Mas desde janeiro, quando mudou para Secretaria de Cultura, Turismo e Esporte, não tem mais sentido chamá-la de SOL.

Ô Knaesel, põe os criativos para arranjar uma nova sigla: Secute, SCTE, CulTurEsp, Secutures. Ou a simpática sigla-apelo: SCUTE!

PUNHOS DE RENDA
O prestigioso blog do Ricardo Noblat (www.noblat.com.br) usou, para identificar as notas sobre a convenção nacional do PSDB, ontem, essa identificação aí: “Punhos de Renda”. Bem apropriado para o partido de FHC e Serra, que não é exatamente um partido popular.

COLIGADÍSSIMOS
Estavam na convenção do PSDB e ocuparam lugar de honra os senadores Jorge Bornhausen (SC), José Agripino (RN) e o trio elétrico baiano: Antônio Carlos Magalhães, César Borges e Rodolpho Tourinho. Sim, todos do PFL. E eles não estavam lá só pra rir das piadas sem graça do Tom Cavalcante (que passou um tempão imitando o presidente Lula).

MÃOZINHA
Nessa discussão se o Pavan foi eleito com ou sem a ajuda do PMDB o pessoal parece que se esquece do Paulinho Bornhausen. Lembram dele? Pois eu conheço montões de gentes que votaram na Ideli ou no Pavan só porque não queriam de jeito e maneira que o doutor Jorge tivesse dois senadores na família. Não sei o quanto ajudou, mas que ajudou, ajudou.

GREVE FURADA
Ontem foi a vez dos servidores da UFSC fazerem assembléia. Tomaram decisões importantíssimas para a solução da crise:

1. Entregar uma carta ao LHS para que “se manifeste a respeito da greve” (por que ele?!).

2. Fizeram a lista de quem vai daqui para acampar na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, de 22 a 24 da semana que vem.

3. Doaram R$ 1 mil para os estudantes que também forem a Brasília protestar.

A entrega da carta foi, digamos, simbólica: chegaram no Palácio da Agronômica mais ou menos na hora em que LHS estava indo para uma coletiva na sede da Associação Catarinense de Imprensa. Como ele não estava, deixaram com o Major Atair, da Casa Militar.

OUTRO BOLO
O presidente da Câmara, Marcílio Ávila já está se acostumando a ir a Brasília e não ser recebido pelos Ministros. Pela segunda vez teve que conversar com o secretário geral. Desta vez quem não estava era o Ministro do Turismo. Quando estava substituindo Dário na Prefeitura, Marcílio participou da comitiva que não foi recebida pelo Ministro da Justiça.

Se na visita anterior eles não conseguiram tirar o Beiramar da Beira-Mar, agora eles não conseguiram grana pra reforma do Mercado Público da capital.

MÁGICA ESTATÍSTICA
A estatística é uma maravilha. Vejam, por exemplo o PIB per capita, que foi anunciado ontem. É obtido dividindo toda a riqueza produzida (o Produto Interno Bruto) pela população. Em Florianópolis dá R$ 9.912 por pessoa. Claro que tem muita gente que não tem isso, porque algumas outras pessoas ficaram com quase tudo.

Assim, como poucos têm muito, sobra muito pouco para a maioria. A concentração de renda é uma questão matemática perversa que demonstra, também, o nível de atraso de uma sociedade.

“CIDADE INVADIDA”
Uso o mesmo título que o colunista Gonzalo Pereira usou (em www.gonzalo.com.br), porque vou usar algumas das informações que ele publicou ontem: a normalmente pacata feirinha da Beira-Mar Norte, no domingo passado, foi invadida por um bando de pivetes que “assumiram” a guarda dos carros, cobravam pelo estacionamento e ainda faziam arruaça.

Seria engraçado, se não fosse trágico, constatar que todo mundo sabe onde estão os problemas de segurança, onde agem os arruaceiros (o próprio Gonzalo lembra do Largo da Alfândega), só não vê quem tem poder para exercer o policiamento ostensivo e inibir a ação dessas gangues.

Não vale, nos casos citados, a desculpa que “não podemos estar em todos os lugares”. Estamos falando de locais de grande concentração de público e grande visibilidade. Seria fácil (ou recomendável), incluí-los nas rondas habituais (se é que ainda são feitas). Antes que o problema piore.

sexta-feira, 18 de novembro de 2005

SEXTA

O NATAL COMEÇA SEGUNDA-FEIRA
Os comerciantes e a prefeitura transformam o centro da cidade, a partir de segunda-feira, numa espécie de sucursal do Polo Norte, cheio de luzes e outros atrativos, para ver se conseguem sensibilizar-nos e fazer-nos meter a mão no bolso e tirar dinheiro para as compras natalinas.

O Natal de Luzes será aberto oficialmente às 19h da segunda-feira, na Praça XV de Novembro, em frente à antiga Câmara de Vereadores, transformada na própria Casa do Papai Noel.

Mesmo que não caia neve de verdade no final de semana, a Praça terá trenó com renas, neve de mentirinha, milhares de lâmpadas coloridas e 200 papais noéis enfeitando as árvores.

Tal e qual Curitiba, onde na antiga sede do Bamerindus corais infantis se apresentam, aqui também, todos os dias, corais infantis vão cantar nas janelas do prédio.

Na Casa do Papai Noel terá a cozinha da Mamãe Noel, onde doceiras de verdade vão fazer, diante dos visitantes, biscoitos e doces de verdade, cuja venda ajudará entidades assistenciais.

Tomara que esse esforço todo resulte num ambiente legal para que as famílias voltem a passear no centro da cidade, levando as crianças para saborear o gostinho do Natal. Como há algumas décadas, antes dos shoppings, quando o comércio aberto à noite e as ruas decoradas enchiam a criançada de animação e tornavam os adultos um pouco mais cordatos e generosos.

CARNAVAL
A prefeitura e a Liga das Escolas de Samba já definiram que o desfile será no sábado, 25 de fevereiro. Com os atrasos de praxe entram, a partir das 22 horas, Protegidos da Princesa, Unidos da Coloninha, Copa Lord e Consulado do Samba. Na terça-feira a campeã e vice-campeã voltam a desfilar.

A prefeitura da capital vai injetar R$ 320 mil em cada uma das escolas de samba, um valor 10% maior que o do ano passado.

FLORIPADA. FLORIPADA?
A ONG Floripa Amanhã, do Fernando Marcondes de Matos (Costão do Santinho), do Roberto Costa (Propague) e de outros grandes empresários da região, criou um evento para tentar atrair os jovens bem de grana para a sua causa.

Apesar do nome esquisito (quem será o gênio que inventou essa tal de “Floripada”?), será uma festança e tanto amanhã, a partir das 12 horas no El Divino Lounge (avenida Beiramar Norte).

Segundo os organizadore a ONG “surgiu com a intenção de acompanhar o crescimento da cidade, propondo um desenvolvimento consciente e sustentável para Florianópolis”. Durante a, com o perdão da palavra, “Floripada” serão apresentadas algumas das ações do Movimento FloripAmanhã.

Na programação estão shows com várias bandas e os DJ’s Cacau Menezes, Dani Kuhnen, Henrique Fernandes, Rolf Krueger e Thiago Alves. Na mesa, feijoada completa e bebidinhas.

Os ingressos custam “apenas” R$ 50,00 para os rapazes e R$ 30,00 para as moças. E vocês ainda poderão se associar à ONG, pagando módica mensalidade.



GREVE VAZIA
A UFSC tem cerca de 1.500 professores. Sabem quantos, ontem à tarde, decidiram pela continuação da greve em nome de todos os demais? Setenta e dois (72!).

A culpa, é claro, não é desses que votaram pelo prolongamento da agonia e pela inviabilização do segundo semestre: é de todos os outros, alienados, acomodados e irresponsáveis, que não se envolvem com os movimentos da sua categoria, emborem fiquem resmungando pelos cantos.

Os únicos que podem falar contra a greve, de boca cheia e cabeça erguida, são os 37 que estavam na Assembléia de ontem e votaram contra (outros três que também estavam lá se abstiveram).

Ou seja, decisões que afetam a vida de 1.500 professores e cerca de 30 mil alunos são tomadas por pouco mais de 100 pessoas. E são legítimas porque, até onde sei, não foi à Assembléia quem não quis ir, não votou quem não quis votar.

Muitos professores ignoram olimpicamente a existência do sindicato e da greve. Continuam a dar aulas como se nada estivesse acontecendo. Não deixa de ser um tipo de alienação. Uma espécie de avestruz com a cabeça enterrada na areia. Não ajudam em nada o aperfeiçoamento da democracia.

EM DEFESA DA MATA ATLÂNTICA
Segunda e terça o Ministério Público faz um encontro para organizar a defesa da Mata Atlântica em Santa Catarina. Promovido pelos Ministérios Públicos de Santa Catarina e Federal, o objetivo é tornar as ações mais eficazes, com a definição de estratégias comuns.

Segundo os organizadores do encontro, a Mata Atlântica, mesmo reduzida a 7,3% de sua cobertura florestal original ainda abriga 1.361 espécies da fauna e cerca de 20 mil de plantas vasculares. E dessas, 567 espécies de animais e 8 mil da flora só ocorrem na Mata Atlântica. Trata-se de patrimônio que precisa ser defendido com todas as armas.

Mesmo que alguns empresários míopes se recusem a entender por que seus “empreendimentos” são embargados ou por que o Ministério Público “engessa” suas iniciativas, não se trata de luta que se possa agir frouxamente.

BOM SENSO
O Tribunal de Justiça de Santa Catarina suspendeu provisoriamente a Lei do Passe Livre em Florianópolis. A lei entraria em vigor no dia 1º de fevereiro. A torcida para que o bom senso desta liminar prevaleça também no exame do mérito é grande.

Segundo o procurador de Justiça Gilberto Callado de Oliveira, que pediu a liminar, o passe livre, é inconstitucional porque "estabelece a gratuidade para todo estudante sem qualquer parâmetro sócio-econômico".

Se quer dar desconto em passagem de ônibus, que seja para o trabalhador de salário baixo, para a empregada doméstica, para o estudante pobre.

quinta-feira, 17 de novembro de 2005

QUINTA

JOGO (BEM) ABERTO
Chapecó acaba de sediar os Jogos Abertos, orgulhosa e faceira com a festa que reuniu, na cidade, gente de todo lugar.

A prefeitura deve ter gasto muito dinheiro: hospedou num dos hotéis mais caros da cidade e deu alimentação para todos os radialistas e jornalistas que cobriram o evento (parece que só a RBS recusou a mordomia).

E dá-lhe festa, jantar e chopada para os alegres rapazes da imprensa, como já os qualificava, apropriadamente o Adolfo Ziguelli.

PRESSÃO INDEVIDA
O trânsito é caótico em Chapecó. Ninguém respeita limite de velocidade, uma bagunça. Durante os Jogos Abertos estava pior. Mas ao ler isto no DC, o povo da prefeitura foi todo pra cima da repórter, Cláudia Sans, tomar satisfações. Como se ela não tivesse direito de fazer jornalismo.

As informações eram corretas, os dados tinham sido fornecidos pelo comando do policiamento de trânsito, tudo certinho. Nada disso fez com que o pessoal da prefeitura se acalmasse.

Isso acontece em muitas cidades: como os jornais e rádios locais dependem muito da publicidade oficial, a prefeitura acaba ditando o que eles devem ou não devem publicar. E não se conformam quando encontram, pela frente, jornalistas que não aceitam a mordaça.

SORTEIO NA CHÁCARA
Na sexta-feira, aconteceu lá em Chapecó uma coisa pra lá de esquisita, num município cujo prefeito é ou foi pastor evangélico: uma festa “privê” para jornalistas, numa chácara, cuja principal atração era o sorteio de duas prostitutas (claro que o convite falava em “duas gatas”).

Não sei quem ganhou, nem quero saber, mas dar seres humanos de presente é o cúmulo do mau gosto, pra não dizer outra coisa.

Nem todos os jornalistas que cobriram os Jogos foram à tal festa (alguns nem foram convidados).

EM CAMPANHA
Todos os jornalistas que se credenciaram para os Jogos Abertos tiveram que preencher extensa ficha, onde colocaram até seus endereços residenciais.

Claro que isso alimentou a mala direta do prefeito, que não perdeu tempo: já mandou, pelo correio, seu material promocional particular: um mimoso calendário de 2006, onde consta, além do nome dele, o partido (PFL 25) e o slogan “Prefeito de verdade”. E, coroando tudo, uma espantosa fotografia dele com a família.

Eu achava que isso tinha diminuído, com tanto barulho em Brasília com a história de caixa 2 e campanhas eleitorais muito ricas. Mas, pelo jeito, nada mudou.

DONA IVETE DOA KARAOKÊ
Em Imbituba, ontem, a Fundação que a primeira dama dirige distribuiu recursos a várias entidades. E a Secretaria de Comunicação distribuiu essa foto. O texto que acompanha não fala nada sobre a doação desse karaokê lindão. Lá só diz que ela foi levar cerca de R$ 20 mil. Não explicaram se o presente está incluído nesse dinheiro ou não. E nem dizem que entidade vai poder, a partir de agora, dispor de um karaokê com pontuação, ou quem é a moça da esquerda (a da direita é Dona Ivete). Por via das dúvidas a feliz ganhadora traz, num local bem visível, o adesivo vermelho onde está escrito “Obrigado governador Luiz Henrique, parabéns prefeito Beto”. Coisas de ano eleitoral, mas não custava explicar melhor, né?

Afinal, deve ter uma porção de gente querendo ganhar karaokê. Ainda mais assim, de graça.

MAU CHEIRO
A gente tá cansado de saber, mas sempre se assusta quando falam nisso de novo:

“Apenas 16% das pessoas que vivem nas cidades catarinenses são atendidas adequadamente por serviços de esgoto, quando a média nacional é de 44%”, afirma o Coordenador-Geral do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente (CME) do Ministério Púlbico de Santa Catarina, Procurador de Justiça Jacson Corrêa.

Os 4 milhões de catarinenses não atendidos por serviços de esgoto, lançam, por dia, 576 milhões de litros de merda e seus derivados, direta ou indiretamente nos mananciais de água superficiais e subterrâneos. E no mar.

Falta de esgoto é um dos principais indicadores de atraso, porque sem esgoto a região fica exposta a todo tipo de doenças e a água de beber fica cada vez mais cara para tratar. Uma bosta.

SOCORRO!
Hoje a Grande Florianópolis ganha seu serviço de atendimento médico de urgência (SAMU), que atenderá por intermédio de onze ambulâncias e um monte de médicos e enfermeiros. Parceria entre os governos federal, estadual e municipal, lembra, para os mais antigos, o SAMDU (lembras disso?).

O serviço já devia ter começado há mais tempo e já está defasado em termos de quantidade de ambulâncias. Mas isso não tem muita importância, porque a região está ainda pior em termos de hospitais. Pode perguntar pra qualquer motorista de ambulância a dificuldade que é encontrar vaga nos hospitais da capital. Não importa se o sujeito tá morrendo ou se é muito rico: não tem vaga. Os hospitais já deram o que tinham que dar.

A TOQUE DE CAIXA
Na bela foto acima, captada pelo Rubinho que não é Barrichelo, um operário dá retoques finais (ou quase) na pintura externa do Mercado Público. Portanto, a reforma daquela ala que pegou fogo está quase terminada, para desespero de todos os que tentaram fazer com que a prefeitura visse aquele prédio como um patrimônio arquitetônico de valor histórico e arqueológico e não só como um galpão cheio de lojinhas, uma espécie de camelódromo do século passado. Restaram, para contar a história, apenas as paredes externas. Dentro, o que o fogo não destruiu, os tratores derrubaram.

Bom, isso de dar valor a pedra velha é uma questão cultural. Quem não tem cultura, acha que é frescura. E acha que basta uma pintura e uma massa corrida pra dar jeito em qualquer coisa.

terça-feira, 15 de novembro de 2005

TERÇA E QUARTA


A REPÚBLICA SOBREVIVE, APESAR DOS PESARES
Imagino que todos saibam por que hoje é feriado. Relembro, para os mais distraídos: há 116 anos, no dia 15 de novembro, a monarquia brasileira foi extinta e criou-se uma república presidencialista. O Marechal Deodoro da Fonseca assumiu, provisoriamente, a presidência. Neste país de paz e boa conversa, o Imperador D. Pedro II e sua família, destituídos do trono, viajaram sem grandes incidentes para Portugal, no dia 17 de novembro.

Claro, se a gente for examinar direito, vai ver que Deodoro não queria se meter nessa história, mas aceitou, a contragosto, e marcaram o golpe militar para o dia 20. No dia 14 surgiu o boato que o governo mandaria prender os líderes do movimento (que devia ser tão secreto que todo mundo sabia quem eram). E o golpe foi antecipado para o dia 15 (ainda bem, porque senão hoje não estaríamos de folga).

No dia 19 o governo provisório lançou a nova bandeira da nova república, que é esta, que nós conhecemos e que nos identifica, até hoje, como nação. Adaptada (acho que às pressas) da bandeira anterior, manteve as cores da família imperial: o verde, o amarelo, o azul e o branco. Com o passar dos anos adotou-se, popularmente, a interpretação de que o verde seria das matas, o amarelo das riquezas, o azul do céu e o branco da paz.

Pois bem, depois de uma monarquia que durou 67 anos, embarcamos numa república que, 116 anos depois, ainda está na adolescência. Temos tido algumas crises, recaídas, febres, ataques de melancolia e uma danada de uma corrupção que não sara. Coça aqui, coça ali, quando a gente acha que cicatrizou uma pústula, abre outra, ainda mais fedorenta. Mas a gente vai levando.

Aos poucos, estamos aprendendo. Já conseguimos fazer eleições periódicas, sem sobressaltos e sem golpes militares. O próximo passo é aprender como escolher os candidatos sem levar gato por lebre.

Para comemorar este dia, além do Brasão e da Bandeira da República, trouxe alguns versos do Hino à Proclamação da República. Pena que esta página não tenha som, senão mostraria também algumas frases musicais desse Hino, que são muito bonitas. O início e o estribilho, por exemplo, são bem legais. No conjunto, é claro, tem aquela formalidade dos hinos militares e a letra usa uma porção de palavras eruditas e pedantes, o que atrapalha a compreensão. Ah, a letra é do Joaquim de Medeiros e Albuquerque e a música do Leopoldo Miguez.

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!

Mensageiros de paz,
paz queremos,

É de amor nossa força e poder
Seja o nosso País triunfante,
Livre terra de livres irmãos!

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!


BURAQUEIRA CELESTIAL
O pessoal de Florianópolis tem sido bombardeado pelos inimigos do LHS que dizem que o governador não gosta da capital. Vive em Joinville, se pudesse dormiria todos os dias em Joinville, só leva verba pra Joinville, tudo em Joinville é melhor, maior e mais bem feito. Daí a gente, que só ouve isso, fica imaginando que, se aqui é o purgatório, Joinville deve ser o paraíso, o céu.

Quando a gente anda pelas estradas estaduais esburacadas que cortam a Ilha de Santa Catarina, sonha que, em Joinville, todas as ruas devem ser de asfalto lisinho ou pelo menos de paralelepípedo bem colocado e polido.

Pois não é que um mané amigo meu foi conhecer a Cidade dos Príncipes, o céu na terra, o paraíso do LHS e voltou desapontado? Disse ele que foi subir no morro da Boa Vista, para ter uma... boa vista da região. A vista é, de fato, espetacular. Dá pra ver desde a África até o Chile, mas pra chegar lá, meu amigo, que sofrimento. “Tá tudo esburacado, pior que o morro da Lagoa em Floripa”, reclamou o manezinho, desconsolado e ao mesmo tempo alegre.

“Quarta-feira, na repartição, o pessoal vai adorar saber que o LHS deixou um rabo desses no paraíso”. E trouxe fotos dos buracos, mas não quis me emprestar nenhuma antes de mostrar pros colegas e mandar uma cópia pro Esperidião.

Que coisa! Vai ver que os buracos da subida da Boa Vista vão virar tema de programa eleitoral no ano que vem...

CRUZES, CREA!
Uma coisa relativamente simples, que o Brasil já aprendeu há algum tempo como fazer sem complicação, que é eleição, está infernizando a vida de engenheiros, arquitetos e agrônomos. Eles se enrolaram de tal maneira com a eleição do novo presidente do CREA-SC (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia), que vários dias depois da votação ainda não sabem quem foi eleito.

E tem uns lances esquisitos, de mais voto na urna que o número de eleitores, essas coisas, que lançam uma triste nuvem de suspeita.

PAU NO CNJ
Os Corregedores-Gerais da Justiça dos estados reuniram-se em Alagoas, na semana passada, e ao final publicaram uma carta que é pau puro contra o Conselho nacional de Justiça (CNJ):

1. Aconselham que os Tribunais de Justiça “resistam ao cumprimento de determinações do CNJ”.

2. Pra não ficar a impressão que eles são a favor do nepotismo (uma das normas do CNJ mandava acabar com essa prática nos Tribunais), também dizem que são contra, mas que quem deve regular isso é o Congresso.

3. Praticamente chamam o CNJ de órgão ditatorial.

Putz! Se isso não é uma bela duma declaração de guerra, então eu não entendo mais nada.

CASA ABERTA

Desde que LHS mudou o nome do Palácio Residencial da Agronômica (onde moram os governadores de Santa Catarina) para “Casa d’Agronômica” e colocou placa na frente, que eu comecei a achar que aquilo estava parecendo um restaurante chique.

Bom, ainda não estão servindo refeições, mas a partir do dia 18 a Casa d’Agronômica estará aberta ao público, funcionando como galeria de arte decorativa e utilitária.
A exposição, que irá até o dia 29, mostrará a obra de Karl Ignaz Völkl, artesão austríaco que se radicou em Joinville e morreu em 1974. Exímio artista da serralheria, Völkl é o autor de portas, corrimões e janelas do palácio residencial. Além dessas peças, que estão fixas na casa, serão trazidas outras, de Joinville, para completar a mostra.

Pois não é que até na sua casa florianopolitana, onde passa alguns dias da semana, LHS achou um jeito de paparicar o povo de Joinville? Depois acha ruim quando a manezada intica com ele.

BÍGAMO DAS ALAGOAS

E o Collor, hem? Sempre arranjando confusão. Falsificou seu próprio casamento!

Imaginem a cena: noiva grávida, entra na igreja de véu e grinalda, o noivo espera, em pé, de terno preto. Sentam-se na primeira fila e o padre reza uma missa comum. E depois tem festa. Como se tivesse ocorrido casamento na igreja. Não teve nem pode ter, porque ele ainda é casado com a Roseane. Mas fez toda a cena. Que cara de pau!

GRANDE DIARINHO
Vocês já estão acostumados, mas eu sou novo na casa e ainda me espanto: isso que o Diarinho fez, de repetir as reportagens que alguém tentou esconder comprando todos os jornais é demonstração de apreço pelos leitores e sobretudo de coragem. Muita coragem. Não é qualquer jornal que teria peito pra isso. Parabéns pra nós.

segunda-feira, 14 de novembro de 2005

SEGUNDA

AS GREVES ANUAIS DA UFSC
O site de notícias Universidade Aberta (www.unaberta.ufsc.br), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), fez uma interessante linha do tempo, mostrando as últimas greves e de que forma cada uma delas bagunçou o ano letivo.

Reproduzi acima (com algumas adaptações, porque no site é uma linha contínua) os últimos oito anos, que foram “premiados” praticamente com uma greve por ano. Dirão os defensores dessas férias extras que é mentira, que não foi uma greve por ano. De fato, mas foi bastante greve: ficaram parados praticamente um ano inteiro (cerca de 13 meses, na verdade).

As setinhas indicam os semestres letivos que passaram de um ano para outro. Por exemplo: as aulas do segundo semestre de 2001 só terminaram em maio de 2002. Por causa dos três meses e pouco de greve que começaram em agosto de 2001.

Já fui professor da UFSC e já participei ativamente de várias greves. Mesmo achando que o que o governo tem feito com o ensino de uma maneira geral e com o ensino superior em especial merece todo tipo de protesto, não é possível deixar de reconhecer duas coisas:

1. O excesso de greves retirou, desse tipo de ação política, o impacto, a força e a eficácia;

2. A vida dos estudantes fica muito mais complicada, com as greves, do que a vida do governo, a quem, teoricamente, o movimento desejaria incomodar. E a qualidade do ensino, que ninguém nos ouça, despenca ainda mais.

LHS FOI ALI E JÁ VOLTA
O caro leitor, a estimada leitora, que estão neste momento em Balneário Camboriú, Cabeçudas, Piçarras, Penha, ou qualquer uma das inúmeras praias deste litoral onde o Diarinho chega, certamente já desconfiava que o LHS (o governador de toda Santa Catarina) não ia ficar no estado num feriadão, né?

Pois é, embarcou ontem para um giro rápido, praticamente um bate-volta, ao Chile, com breve escala na Argentina, na volta. Como sempre, não faltam bons motivos e excelentes justificativas para que Sua Excelência gaste mais um pouquinho do nosso dinheiro.

IQUIQUE?

LHS e comitiva vão visitar a primeira feira da Indústria e da Alta Tecnologia Chinesa para a América Latina, na cidade de Iquique, no Chile. Além disso visitarão o Porto de Iquique, que é responsável por 65% de todo movimento portuário do Chile.

Na comitiva estão os prefeitos de Imbituba, José Roberto Martins e de São José, Fernando Elias, que viajam numa cortesia dos contribuintes de seus municípios. Também participa do feriadão chileno o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Alcântaro Corrêa, naturalmente com recursos fornecidos pelos associados da entidade.

Ontem à noite a comitiva foi recepcionada pela Prefeitura de Iquique. E eu, já meio sem paciência com tanta viagem, pergunto novamente: i qui que eu tenho com isso?

ENTÃO TÁ...
Em Mendoza, na Argentina, o pessoal esse vai visitar uma empresa que fabrica equipamentos para portos. E, é claro, visitar o governador local. E o idiota aqui não consegue, por mais que se esforce, alcançar a relevância, a importância e a utilidade de viagens como essas.

“Estreitar as relações”, “atrair investimentos”, “fazer contatos” são os chavões mais usados. E se alguém menciona o valor das diárias, todos se abespinham, olham feio, irritam-se com a inconveniência do assunto: “imagina, trata-se de assunto de interesse do Estado e vocês vêm com mesquinharinhas e desrespeito?”

BOM FERIADO, ENTÃO

Na verdade LHS está paparicando os chineses (que promovem a feira em Iquique) porque pretende atraí-los para a tal rodo-ferrovia bi-oceânica. Imagina que talvez algum investidor queira ajudar a concluir as estradas catarinenses ou mesmo completar percursos ferroviários, que serviriam para trazer mercadorias do oriente para portos no Atlântico. Sem dinheiro no caixa para investir, tem que correr atrás. O resto é só perfumaria.

LÚCIA HIPPOLITO
Quem estiver interessado numa boa análise sobre a crise brasileira atual não pode deixar de assistir, na TVAL (a TV da Assembléia Legislativa), a reapresentalção da palestra da cientista política, historiadora e comentarista da CBN, Lúcia Hippolito.

As reprises estão programadas para hoje e amanhã, sempre a partir das 20h. Tem TVAL nos canais a cabo (Net e TVA) e pega também com parabólica.

LÍRIO É O CARA
Estão falando que o ex-deputado Lírio Rosso vai substituir o João Matos na Secretaria da Coordenação e Articulação. Não consegui consultar o oráculo do Saco Grande pra saber se ele tem chance, mas seria muito bom se fosse.

Lírio tem exercido, neste governo, funções de extrema importância que nunca foram adequadamente divulgadas ou valorizadas. Conciliador, articulador, pacificador, deveria ganhar, dos Bombeiros, alguma medalha, pela habilidade e precisão com que tem manejado os extintores de incêndio dentro do Centro Administrativo.

Nas negociações da reforma administrativa, Lírio Rosso exerceu um papel político fundamental, evitando que desavenças internas do governo se transformassem em desastres públicos.

Agiu sempre com discrição, de forma inteligente e cordial, respeitando os colegas atritados, mas interferindo de maneira firme sempre que necessário. Bem ao contrário do João Matos, que prefere um estilo com menos sutileza e mais confronto, mais Mike Tyson e menos Tancredo Neves.

TORCEDOR EMPOLGADO
Pena que a resolução dessa foto aí embaixo, distribuída pelo governo do estado, estava muito ruim, porque senão eu a teria aumentado, só pra que vocês vissem bem a pose do prefeito Dário Berger, no meio do time de vôlei de Florianópolis, sábado, em Chapecó (aqui no blogue dá pra ver melhor, porque é colorida e, se quiser, ainda pode clicar na foto, que abre uma ampliação). A capital tirou 3º lugar na classificação geral e ganhou no remo, ciclismo, tiro, tênis de mesa masculino, bolão 16 masculino, vôlei masculino e natação feminina.

sábado, 12 de novembro de 2005

SÁBADO E DOMINGO

HORÁRIO ELEITORAL
DAS LOJAS COLOMBO

Ali do lado, cenas do comercial-eleitoral “Juro Zero”, que começa a ser apresentado na TV segunda-feira (pra ver a imagem um pouco maior é só clicar). Vai passar 17 vezes, nos dias 14, 16, 18, 21, 23 e 25. O ator principal, acho que vocês já perceberam, é Raimundo Colombo, prefeito de Lages e presidente do PFL, que quer ser governador.

No filme ele conta como, em Lages, a prefeitura usou dinheiro público para pagar os juros dos empréstimos das empresas privadas.

Dá até a impressão que o Colombo é candidato a presidente do Banco Central, prometendo baixar os juros. Ou então está pleiteando o Ministério da Fazenda, já que o Palocci tá cai-não-cai.

LHS é que vai gostar: não fala nada contra a descentralização.

A CASA DO PAPAI NOEL (OU SERIA DO SANTA CLAUS?)
A prefeitura vai decorar a ex-Câmara de Vereadores para ser a “casa do Papai Noel”. Pelo projeto, apresentado ontem pela secretária/esposa/dirigente da Aflov, vai ter até neve nas janelas. E muito vermelho e verde, que são as cores do governo LHS. Quer dizer,, são as cores do estado e também muito usadas no Natal anglo-saxônico. Pra ficar mais adequado ao projeto, de nítida inspiração européia, a gente também devia passar a chamar o velhinho de Santa Claus. A casa abre dia 21.

O AMOR É LINDO...
A cena mais romântica da semana, no Congresso, foi protagonizada pelos senadores Leonel Pavan (PSDB), que estava discursando contra a demora na liberação das verbas das emendas parlamentares e Jorge Bornhausen (PFL), que o aparteou, concordando com o nobre colega, dando a maior força e fazendo suas as minhas palavras. Vai ver estão ensaiando para ocupar o mesmo palanque no ano que vem.

FERIADÃO! UÊBA!
Este ano tem um calendário que é uma maravilha: montes de feriados na terça e na quinta, garantias de feriadão.

Terça, dia 15, é feriado nacional (do quê mesmo?) e o governo do estado e a prefeitura de Florianópolis trataram de liberar os barnabés para mais um merecido final de semana prolongado.

Tem gente achando ruim, dizendo que o pessoal não trabalha, fazendo pose de pai severo. Bobagem. Besteira.

DESCANSO FAZ BEM
No tempo em que passei em repartições públicas pude observar o seguinte:

1. Tem muita gente que trabalha direito, cuja produtividade não é prejudicada por uns dias de descanso. Pelo contrário.

2. A malandragem (e tem malandro em todo lugar, mesmo na iniciativa privada) não trabalha nunca. Tanto faz ser dia de semana, feriado ou ponto facultativo.

3. As chefias são muito incompetentes, porque sabem exatamente quem mata serviço e quem se mata no serviço e não fazem absolutamente nada pra resolver isso. Têm medo de se queimar com os padrinhos políticos dos malandros.

4. Todo malandro do serviço público é puxa-saco e pau-mandado de algum político influente, que, em retribuição pelas mesuras e “servicinhos”, mantém uma espécie de escudo protetor sobre as malandragens do sujeito.

TEATRO NA CAPITAL

Começa hoje em Florianópolis o 13º Festival de Teatro Isnard Azevedo, que vai até sexta-feira, 18. A promoção é da Fundação Franklin Cascaes, órgão cultural da Prefeitura Municipal. Serão apresentados espetáculos na rua e nas salas de teatro, para adultos e crianças.

Como acontece muita coisa nesta semana, é bom dar uma olhada na programação, no site da prefeitura (www.pmf.sc.gov.br), vai que descobres alguma coisa que te interessa e que vale uma chegadinha até a capital.

Serão apresentados 19 trabalhos, oriundos de Florianópolis, São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Uberlândia (MG), Porto Alegre, Catanduva (SP), Jaraguá do Sul e Angra dos Reis (RJ).

A maioria dos espetáculos custa R$ 20,00, mas se for feita a doação de um livro (em bom estado, é claro) custa só a metade. Tem alguns espetáculos infantis que são gratuitos. O de hoje custa R$ 30,00, mas dem desconto-livro também.

ESGOTO NO CANTO

Domingo a Casan e o governo do estado lançam, com banda de música e foguetes, edital para a construção da rede de esgotos do Canto da Lagoa. Nada espetacular (será uma rede de 716 ligações), mas sempre é alguma coisa. O medo do povo é que o pessoal se anime e resolva esburacar as ruas na temporada, como parece ser hábito na Ilha.

De qualquer forma, se sair mesmo do papel e se foi construída direito, vai reduzir o volume da merda in natura despejada naquele maltratado cartão postal.

PRORROGAÇÃO
Tá todo mundo cansado de tanta CPI. O Lula, mesmo, já não aguenta mais. Tanto que fez enorme esforço pra evitar a prorrogação de prazo. Ofereceu mundos e fundos pra quem tirasse o nome da lista, mas não adiantou. Duas já decidiram que vão até abril e provavelmente a do Mensalão também vai pedir mais tempo.

E se o Congresso tirar uns dias de folga, no final do ano, daí as CPIs podem ir até junho. Vão azedar a campanha eleitoral do PT e azucrinar a vida do Lula. Tadinho.