sexta-feira, 25 de novembro de 2005

SEXTA

O TAPETE (PRETO) DO VEREADOR JUAREZ
Quem passa pela rua Comandante José Ricardo Nunes, em Capoeiras (a rua da Fesporte), não deixa de se admirar com esse magnífico cartaz que expressa a gratidão do vereador Juarez Silveira pelo asfalto que a prefeitura colocou ali. E também não deixa de notar o extraordinário aparato de segurança que protege a placa: grade bem alta, câmera de tv e sensores de movimento. Decerto para evitar que alguém escreva outros agradecimentos ao prefeito, aproveitando os espaços vagos da placa. Se este jornal fosse a cores (como o blog), o leitor e a leitora poderiam ver que o vereador utilizou, na placa, o azul e amarelo do PSDB, que é o partido dos homenageados. O amor é lindo...

AINDA O MERCADO
O prefeito Dário Berger afirmou, esta semana, provavelmente sem se dar conta da gravidade do que dizia, que a pressa na execução das obras no Mercado “foi motivada pela necessidade de devolver o Mercado aos comerciantes no menor tempo possível”.

Claro, estávamos todos sabendo disso: ninguém na prefeitura parecia mesmo preocupado com outra coisa. Fazer do desastre uma oportunidade de melhorar o espaço público é coisa de provérbio chinês. Transformar limão em limonada, então, nem pensar.

Os planejadores municipais (ou pelo menos aqueles a quem o prefeito e seu irmão ouvem) não conseguem ver, para o Mercado, outro futuro além de uma espécie de camelódromo com paredes de alvenaria. E agem como se os comerciantes, e não a população da cidade, como um todo, fossem os donos daquilo ali.

LADRÕES BEM DE VIDA

Engana-se quem pensa que não tem ladroagem em ambiente de gente “fina”. A diretora de um colégio particular da capital está de cabelo em pé com a onda de furtos dentro das salas.

E tem para todos os gostos: desde roubo de celular até dos trocadinhos que são deixados nas mochilas, passando por casacos, bonés e outros pertences. Estão instalando câmeras para poder monitorar os alunos, porque tudo indica que os gatunos são alguns deles mesmos, todos filhinhos de “gente bem”,
A diretora, decepcionada e chateada com essa nova “moda”, acredita que isso esteja ligado às pressões consumistas da mídia. Ora, não é só consumo desse tipo de bens, professora: tem muita gente bem jovem (em todas as classes sociais) que já é dependente de droga e rouba pra poder manter o vício.

E ainda tem o problema principal: as famílias não educam mais os filhos. Não ensinam a não roubar, não têm autoridade, não mostram os limites. Sobra pra escola lidar com um bando cada vez maior de delinqüentes. E família é família, escola é escola. Mas tem muito pai e mãe irresponsável que não sabe a diferença.

OS FISCAIS DA FATMA
Tem alguma coisa muito errada com a máquina pública. Criadas para defender-nos, manter nossas cidades, estado e país em boas condições e fiscalizar o cumprimento das leis, muitas entidades, empresas, autarquias e repartições públicas acabam só fazendo de conta que cumprem suas funções. E a gente faz de conta que acredita.

Mais uma vez um representante da Fatma vem a público para dizer que a entidade tem “apenas oito fiscais para atuar em todo o estado”. Isso foi dito diante dos Ministérios Públicos do estado e federal, no seminário sobre a proteção da Mata Atlântica no começo desta semana. Ora, se quem devia fiscalizar não tem fiscais, então a coisa está mesmo entregue às baratas.

Além disso, quando altas autoridades querem impressionar empresários, sempre dizem: “vou mandar a Fatma liberar”. Não fiscaliza e ainda sofre pressão política sobre o pouco que está sendo fiscalizado. Aí não dá, né, ô?

DEFESA DO DIPLOMA

O Conselho Regional de Contabilidade de Santa Catarina (CRCSC) atendeu aos apelos do Sindicato dos Jornalistas e disparou e-mail para os 15 mil contabilistas em atividade no Estado, pedindo que orientem os seus clientes da área de comunicação sobre a necessidade de se cumprir a legislação que regulamenta a profissão de jornalista.
Em 26 de outubro, o Tribunal Regional Federal da 3º Região manteve a obrigatoriedade do diploma em Jornalismo para o registro e para o exercício da atividade.

Agora só falta combinar com as escolas de jornalismo, para que elas se comprometam a só colocar no mercado profissionais bem preparados, dignos dessa profissão tão mal compreendida e tão necessária. Informação é um bem vital, como a água, o ar e as proteínas.

A GUERRA DO RECIFE
Não sei se vocês estão acompanhando, mas a capital de Pernambuco, Recife, passou e ainda passa por problemas semelhantes aos que Florianópolis enfrentou, embora com menor gravidade.

Um aumento do preço das passagens desencadeou uma onda de manifestações violentas e uma reação igualmente violenta da polícia. Foram baixadas medidas assustadoras, como a permissão para manter presos todos os que forem pegos em atitude suspeita.

Para evitar o que aconteceu em Florianópolis, onde um cinegrafista gravou um PM esmurrando um estudante que já estava no chão, a polícia pernambucana está apreendendo câmeras de foto e filmadoras de todos os que não estejam a serviço de órgãos de comunicação.

Além disso, o nível de arbitrariedade e baixaria da polícia, por lá, está além de qualquer imaginação. Por exemplo: jogaram gás de pimenta dentro do camburão onde estavam estudantes, já presos, só por maldade.

FALSO JORNALISTA
Já que falei na história do diploma de jornalismo, tem o caso do jornalista de Chapecó, condenado por ter publicado um artigo inurioso aos indígenas. O Sindicato dos Jornalistas está reclamando, porque ele não tem registro e portanto não pode ser chamado de jornalista. Tá certo: afinal a gente não pode chamar de médico, enfermeiro, bibliotecário ou qualquer outra profissão regulamentada, quem não tenha cumprido os requisitos básicos.

Só que, na verdade, essa defesa da profissão seria função do Conselho Federal. Mas, como os jornalistas não podem ter Conselho (a grande imprensa achou que o Conselho seria uma forma de censura e bombardeou a iniciativa), o Sindicato tem que assumir também essa tarefa ingrata.

A “ROUBADA” DO RONÉRIO
Nessa o prefeito de Palhoça se superou: “deu de mão” numa ambulância do pátio do Centro Administrativo, nos bigodes do governador LHS e ainda saiu desfilando pela cidade, exercendo ilegalmente uma função (motorista de ambulância) para a qual não está qualificado.

Só fiquei sabendo do assunto ao ler o Diarinho, porque a assessoria de imprensa de Palhoça não me manda mais aqueles alegres avisos sobre as aventuras do Ronério.

No Centro Administrativo a atitude do prefeito e a forma como foi anunciada, glamurizando um “furto”, gerou grande constrangimento. Sabe como é, em ano pré-eleitoral, o pessoal não gosta de dar munição para os adversários assim, de graça, de bobeira.

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