sexta-feira, 11 de novembro de 2005

SEXTA

HOJE É 11/11
O povo da numerologia tem hoje um prato cheio. O onze sozinho já é poderoso, imagina dobrado. E às onze e onze da manhã do dia 11/11 vai se formar uma porta astral intergalática que permitirá, por exemplo, ao nosso Delúbio encher de novo suas burras com o nosso dinheiro.

11/11 são numerais que se repetem, como uma metáfora do tempo, do crescimento e decadência das civilizações, dos impérios e do PT. Tudo que sobe, desce.

O onze representa a espiral gêmea do DNA movendo-se para uma freqüência mais elevada de consciência: o fim do mensalão.

O 11 representa equilíbrio. 11+11=22=4= tempo. 22 é um número mestre. E 11/11, em aramaico arcaico, significa também “o dia que vem antes do 12 e depois do 10”.
Como eu disse, pra quem mexe com números hoje é o dia.

O “NOSSO DELÚBIO”

Depois que Lula chamou-o desse jeito na televisão, o ex-tesoureiro está se achando.
Leio nos sites de notícias, que quarta-feira, por volta das 15:30, Delúbio esteve na agência do Banco do Brasil da avenida Estados Unidos, na capital de São Paulo.

Acompanhado de dois agentes particulares de segurança, o nosso Delúbio Soares entrou na agência e foi recebido com mesuras e salamaleques pelos funcionários. Estava em casa.

Depois foi embora em um Ômega prateado, blindado e dirigido por um motorista também particular. Comentário do Ricardo Noblat: “Nada mal para quem ganhava pouco como funcionário do PT e está desempregado”.

TELEPATIA
A Prefeitura de Florianópolis anuncia que vai chamar uns 800 contribuintes que estão com seus cadastros desatualizados. Vai mandar, a partir de segunda-feira, “uma carta para que eles venham atualizar seus dados”.

Cá entre nós: quantas dessas cartas vocês acham que chegarão a seus destinatários? Se o problema das criaturas é justamente endereço errado ou incompleto?

Alguém tem que falar pro povo da prefeitura que uma carta não é o melhor meio de avisar a alguém que seu endereço está incompleto. Podiam tentar a telepatia.

PITO NOS COLEGUINHAS

O deputado Vieirão (PP) deu uma bronca nos dois jornais estaduais que se acham “sérios”, pelos equívocos nas manchetes sobre o projeto da Celesc. Notou muito bem, o deputado, que os jornais não acompanharam a votação e saíram com manchetes tortas, incompletas.

O Diarinho não é “sério”, mas pelo menos não leva bronca.

A CRISE BEM EXPLICADA
Lúcia Hippólito, historiadora, cientista política e comentarista da CBN, fez uma bela palestra ontem à noite na Assembléia Legislativa, com transmissão ao vivo pela TVAL.

Vale a pena tentar ver quando for reprisado, hoje ou amanhã. Ao buscar as origens da crise, Lúcia chegou No detalhamento da Constituição, que não tem jeito de carta magna, mas de programa de governo, o que atrapalha muito. E, no caso do governo Lula, os indícios de que alguma coisa estava errada são bem anteriores às denúncias do Roberto Jefferson. A desenvoltura com que Delúbio circulava no Congresso, por exemplo, já mostrava que alguma coisa estava acontecendo. E a imprensa pisou na bola ao ficar quieta.

Moacir Pereira, anfitrião e presidente da Associação Catarinense de Imprensa, insistia em chamar o evento, eminentemente político, de “evento cultural”. Mas foi mesmo um belo momento de reflexão sobre a política e sobre a crise política.

E AÍ BENEDET?
A polícia continua devendo explicações e ações no caso do atentado contra o jornalista Maurício Barth, de Itapema. O discurso do Benedet, de que mandaria apurar, ecoou no vazio.

Não seria o caso da gente fazer um placar tipo “Crime político em SC: X dias de impunidade”?

O DILEMA DA ALESC
A presidência da Assembléia, com medo de se repetir a invasão do Plenário, encheu a Casa de policiais. Os deputados ainda discutiam, ontem, esse problema que é muito mais complicado do que pode parecer.

Como casa do povo, as galerias, em tese, deveriam ficar sempre abertas. Mas também não dá pra ignorar que tem gente maluca, que tem militante que não sabe debater civilizadamente.

E aí cabe aos deputados discutirem como vão resolver esse problema: manter o acesso e a transparência e garantir a segurança pessoal dos parlamentares, Que, em último caso, é garantir a liberdade de expressão.

DEU PRO PALOCCI

Lúcia Hippólito lembrou que para a ministra Dilma Rousseff bater do jeito que bateu no Palocci e no ministro do Planejamento sem ter sido demitida, é porque foi autorizada pelo presidente.

“Se eu fosse o Palocci não dormia mais”, disse ela, para mostrar que o ministro da Fazenda é, de fato, a bola da vez.

FUGINDO DA IMPRENSA

E por falar em Palocci cai não cai, ontem ele despachou no Palácio do Planalto. Não foi ao Ministério da Fazenda, pra não ter que enfrentar os jornalistas. O Planalto é mais protegido, de fato. Resta saber por quanto tempo ele ainda terá essa proteção.

O CASO FERNANDINHO
Aquele festerê todo, do prefeito em exercício ameaçando cassar o habite-se da Polícia Federal, das autoridades estaduais correndo pra lá e pra cá, todo mundo jogando pra platéia, exigindo que o governo federal tirasse o Beira-mar da beira-mar, deu em nada.

Ou quase nada. Na verdade, ele fica onde está, até que alguma decisão judicial diga o contrário. E no entendimento do Ministério Público Federal, na cadeia da Polícia Federal em Florianópolis o Fernandinho não representa perigo à comunidade. Ou seja, não há motivo pra apressar a saída dele.

O BISPO E O DESPACHO
O livro onde o Bispo Edir Macedo, da Igreja Universal, diz que as religiões de origem africana, como o candomblé e a umbanda, são “coisas do diabo”, teve sua distribuição proibida em todo o País. O despacho judicial manda retirar de circulação, suspender a venda e a distribuição gratuita, e ainda recolher todos os exemplares do livro em 30 dias. Quem descumprir a sentença será multado em R$ 50 mil por dia e estará sujeito a “sanções cíveis e criminais”. Parece coisa de Exu.

O VERDADEIRO TRATOR
Fiz aqui uma brincadeira, anteontem, sobre a forma como o governo passa por cima da oposição na Assembléia, como se fosse um trator. Mas jamais imaginaria que o governo fosse divulgar em seu site, como se fosse importante, a foto de uma patrola espalhando cascalho na regional de Canoinhas. Justamente no dia seguinte à votação do projeto da Celesc. Bom, talvez seja pra dizer pra oposição que deve tomar cuidado porque o trator do governo não existe só nas molecagens do Diairinho: existe na realidade e tem trabalhado bastante.

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