sexta-feira, 30 de junho de 2006

SEXTA

CANTINHO DOS LEITORES

“Um dinheiro que nunca veremos?”

Já falei várias vezes que o DIARINHO tem leitores espetaculares e vários deles, para minha emoção, não só têm lido a coluna, como se animam a mandar e-mails com críticas e elogios.

O texto abaixo é de uma leitora que mostra, com sentimento e simplicidade, uma situação particular que é, sem dúvida, universal e atinge muitos servidores e categorias que sofrem com a falta de inteligência com que as questões de pessoal são resolvidas.
“Quando li o texto sobre Insegurança Pública, fiquei mais indignada ainda. Meu marido é Agente Prisional. Recebeu um abono de R$ 300,00 aproximadamente, sem incorporar no salário. Depois de muito pedirem para incorporar, a SSP incorporou em folha complementar com valor de R$ 85,00 - com vários descontos que até agora ninguém sabe explicar.

“Aí ficam prometendo que vão repor o dinheiro descontado. Até parece! Mesmo com os descontos legais não iria de 300,00 para 85,00 - Melhor então seria ficar com o ABONO.

“Os novos agentes que entraram agora, entraram com um salário base maior que os dos antigos, mesmo considerando os tais R$ 85,00 que seriam incorporados e que até agora efetivamente não foram.

“Eles falam (meu marido e colegas) que vão entrar na justiça - via sindicato - só que em tempos de eleição o Sindicato não quer se queimar e diz pra esperar - acho o fim do mundo. E, assim os meses passam e as promessas de aumento salarial viram motivo de descontentamento e aborrecimento.

“Isso já vai fechar uns 7 meses - se fossem repor o que foi descontado somaria R$ 1.505,00 - uma poupança forçada? Ou um dinheiro que nunca veremos?”

A foto acima, distribuída pelo escritório de campanha do candidato maratonista LH da Silveira, mostra uma animadíssima caminhada em quase 5 km de asfalto no norte do estado, ontem.

Antes, quando ainda estava governador, LHS costumava inaugurar estradas dessa forma: fazendo uma caminhada sobre um trecho dela. Agora, já candidato, continua fazendo a mesma coisa, só que não pode dizer que está inaugurando a estrada.

Na foto, o LHS é o de chapéu marrom segurando a bandeira de SC (clique sobre a foto para ver uma ampliação). Ao lado dele, de calça branca está o Secretário do Desenvolvimento Regional de Canoinhas, Wilson Pereira. Para surpresa de todos, aquele sujeito levemente calvo e todo animadão, à frente da marcha, dando o ritmo das passadas, é ninguém menos que o jornalista José Augusto Gayoso, assessor de imprensa do LHS.

De fato, o Gayoso estava um pouco acima do peso. A campanha, se continuar nesse ritmo aeróbico, pode fazer-lhe bem.

ESSES BRASILEIROS...
O jornal esportivo argentino Olé, do grupo Clarin, fez uma enquete (acima) pra saber quem os leitores acham que ganha o jogo de hoje. Quase que deu empate. Mas não pensem que os argentinos estão desanimados. O número grande de votos para a Alemanha tem uma explicação: os brasileiros invadiram o site do jornal e votaram em massa contra a Argentina.

AINDA OS UNIFORMES
O secretário do desenvolvimento regional de Laguna, o cidadão de paletó de veludo e gravata vermelha, fez questão de entregar pessoalmente os uniformes escolares (785 só nessa escola aí das fotos acima). Decerto deu, a cada um, conselhos fundamentais, tipo “não suja a roupinha, meu filho”.

CHEGA DE EXERCÍCIO!
O governador-atleta, Dr. Moreira, poderá descansar um pouco a apartir da quinta-feira, dia 6, quando deixa de ser interino e passa a ser integral.

Em solenidade na Assembléia Legislativa ele será empossado como governador 1 (por enquanto é governador 2, porque o LHS continua ocupando a moita, ainda que de licença).

Na terça, dia 4, no auditório da Fiesc, empossa novos secretários de estado (Ricardo Fabris, na Comunicação, Sérgio Silva, no Desenvolvimento Sustentável e o Borbinha na Cultura) e o Fernando Elias Jr na Fatma.

Ontem o governador 2, em pleno exercício da liberação de verbas deu mais uns R$ 4 milhões para o sul (Araranguá). Diz a oposição que quando ele assumir de verdade é que a Grande Criciúma e suas adjacências serão ajudadas pra valer. Até agora tem sido só aperitivo. Café pequeno.

CARROS ANÔNIMOS
O deputado Vieirão (PP) reclamou ontem, na tribuna da Alesc, de um carro com adesivo da Secretaria da Saúde que estava estacionado no local da convenção do PMDB.

E aí me lembrei que há vários meses leitores têm alertado para o número de carros alugados, em vários órgãos do governo estadual, que circulam sem qualquer identificação (sem aqueles adesivos de serviço público estadual).

No caso desses carros “camuflados” e alugados, jamais saberemos onde estacionam e que passeios fazem às custas do nosso rico dinheirinho.

quinta-feira, 29 de junho de 2006

QUINTA

A campanha começou mesmo: me mandaram ontem estas “fotos-denúncia”. Na de cima, o prefeito de São Francisco do Sul chega à convenção do PMDB em São José, onde foi abraçar seu ídolo LHS, só que os intrigantes juram que o carro com motorista que o levou é da prefeitura (“tão usando a máquina!” berram eles). E na foto abaixo, a puliçada que fez a segurança da convenção, que eles acham que foi demais (“é a máquina!”). Eu não acho: em lugar com muita gente tem mesmo que colocar bastante puliça. Neste caso o pessoal exagerou foi na “denúncia”.


A PENCA TÁ COMPLETA
O PSDB fez a sua convenção ontem, aparentemente sem maiores problemas. Terminou tarde, com muitos abraços e beijos e, como dá pra ver na foto acima, todos estão sorridentes.

Apesar de toda a fofoca e dos temores dos pefelistas, dos 356 votantes na convenção, 349 disseram sim à coligação. E foi mantida a separação para a chapa tucana de candidatos a deputados estaduais.

LHS E AMIN MULTADOS
O governador licenciado Luiz Henrique da Silveira (PMDB) foi multado pelo Tribunal Regional Eleitoral em R$ 53.205,00 “por realizar propaganda eleitoral antecipada em maio do corrente ano”. A decisão foi publicada ontem.

E na sessão ordinária de ontem à noite, o pleno do TRE-SC manteve a decisão do juiz auxiliar Volnei Celso Tomazini, que no último dia 21 condenou o ex-governador Esperidião Amin à multa de R$ 21.282,00, por “veiculação de propaganda eleitoral extemporânea”.

Os dois casos se referem àqueles programas partidários (do horário político gratuito fora da época das eleições) em que, em vez de falar sobre o partido e o programa do partido, todos aproveitam pra fazer propaganda de seus candidatos.

PODE CRITICAR O LULA
O PT de Blumenau queria que o TRE-SC desse um pau no Paulo Gouvêa da Costa (PFL), por ele ter falado mal do Lula num programa de rádio.

A Juíza Auxiliar Eliana Paggiarin Marinho, que indeferiu a liminar, disse que “não é legítimo cercear a liberdade de imprensa e o direito de crítica dos órgãos de comunicação social às ações governamentais somente porque o apresentador do programa é possível candidato a cargo eletivo”.

Ai que saudade dos revisores...
Antigamente todo jornal tinha um anjo da guarda dos jornalistas (e dos leitores) que era o revisor. Antes de serem publicadas, as matérias passavam por ele que, com paciência de Jó e olho de lince, pegava os erros de todos os tamanhos e os corrigia. Podia ser uma simples torca de lertas ou um erros de concordência, nada passava.

Depois, com a chegada dos computadores às redações e com a crise mundial que reduziu as margens de lucro a quase zero, a função de revisor foi extinta. Seria, aos olhos dos consultores que formataram as novas empresas de comunicação, um desperdício, um retrabalho, um gasto inadmissível.

Quem leu minha coluna de ontem no jornal com um mínimo de atenção e conhecimento futebolístico, deve ter percebido o enorme erro que a ilustração principal, no alto da página, continha: ali não apareciam, na lista das seleções que continuam no mundial, Portugal e Ucrânia (aqui na internet eu coloquei a ilustração correta).

Se os revisores ainda estivessem trabalhando, os leitores do jornal não teriam sido submetidos a esse incômodo (erro em jornal é sempre incômodo para o leitor). E eu teria sido alertado e/ou advertido para corrigir o erro. Com tanta modernidade, ao reduzir o número de pessoas pelas quais uma coluna passa, aumentam as chances do erro do autor chegar ao leitor.

Mais uma vez, perdão, leitores.

quarta-feira, 28 de junho de 2006

QUARTA

JOGUINHO RUIM, NÉ?
Claro que a esta altura ninguém mais tá ligando se o jogo foi ruim ou não, se a seleção jogou pouco ou muito, se o juiz era nosso ou deles. Estamos entre os grandes do futebol.

O mundo agora se resume a dois grandes (territorialmente) bananões ao sul do Equador e a seis velhos ranzinzas ao norte, que agem como se fossem um único país em quase tudo (quatro deles têm até a mesma moeda), mas no futebol têm lá as suas diferenças (sim, eu sei que a Ucrânia não é exatamente o que a gente pode chamar de Europa, mas é leste europeu).

Pra mim, que não sou grande futebolista, mas criei-me na década de 70, que foi fundamentalmente anti-americanista, a graça principal está em deixar os Estados Unidos, suas armas, sua presunção e seu presidente de poucas luzes, fora do mapa.

Não sei não, mas com o que a nossa seleção tem mostrado, tudo o que vier a partir de agora é lucro. E do jeito que jogamos mal e ganhamos ontem, é até capaz de chegarmos à final.

QUERES UM HOTEL?
O banco que ficou com o mico do Hotel Itapirubá manda dizer que se aparecer uma boa proposta ele vende direto, sem fazer leilão. Como eles querem resolver isso o quanto antes, é bom que os investidores se apressem.

O Hotel Itapirubá é o maior hotel de praia do litoral catarinense, fica ao sul de Florianópolis e próximo a Laguna. Os interessados podem entrar em contato com o advogado que está tratando disso, o Alessandro Fornari, no e-mail fornari.advogados@terra.com.br.

Eu ficarei de fora desta vez, porque estou, como direi, um pouco descapitalizado e o banco não aceitou meu Corcel II (bicolor, único dono, em estado de novo) como entrada.

PCdoB CHUTA O BALDE
A turma do PCdoB tinha sido alojada, pelo LHS, na Fesporte (a Fundação Estadual do Esporte), onde pintaram e bordaram, protagonizando alguns eventos no mínimo curiosos, graças à mistura de inexperiência com uma certa ganância, ao longo de três anos e pouco.

Agora, com as definições pró-Lula do PCdoB nacional, eles tiveram que desocupar a moita aqui em SC. Mas não saíram quietos, nem agradecidos: disseram, aos servidores do órgão, que estavam saindo em protesto contra a aproximação de LHS das “oligarquias”.

Quando foi pra chorar pitanga pros deputados do PFL e do PMDB, pra que, pelamor de Deus, não extinguissem seus carguinhos nas Reformas Administrativas do LHS, eles atuaram pragmaticamente. Agora, às vésperas da eleição, querem transformar sua saída obrigatória do governo num ato de “coerência política”. Então tá.

TODOS POR TODOS
Tem gente apostando que até o último minuto do prazo de registrar candidaturas muita coisa pode acontecer. Com isso, praticamente todo mundo vai deixar tudo para a última hora, confiando-desconfiando dos colegas de partido, dos colegas dos outros partidos, dos inimigos e dos amigos.

Mas a política é assim mesmo. O mais tolo avoa e todo mundo só dorme com a bunda encostada na parede. E é um tal de ligar pros colunistas, de passar e-mail, plantando notinhas, cada uma mais falsa que a outra. Não dá pra levar essa gente muito a sério.

UNIFORMES DE INVERNO
É grande a choradeira das mães e pais de alunos que ainda não receberam os uniformes de inverno e mesmo assim têm que mandar as crianças uniformizadas, com aquelas camisinhas ridículas sem manga, morrendo de frio. E alguém espalhou, pra azedar o clima, que nas escolas de Joinville já tá tudo quentinho.

“MENAS, LULA!”
O PT não gostou muito de certas partes do discurso do Lula na convenção nacional do partido e, ao publicar o texto no seu site de internet, fez uma censura básica, deixando de fora as críticas de Lula à forma como o PT se portou com alguns dos aliados. Vê se pode? Lula falar mal dos intocáveis!

FILME DE SUSPENSE
Hoje o PSDB faz sua convenção estadual, onde, teoricamente, deve homologar (dizer amém) os acertos feitos com os demais partidos da penca.

Mas ontem estava um disse-que-me-disse que elevou o suspense e aumentou o interesse pela convenção. Pode não acontecer nada, mas pode ser que alguém vire a mesa. Ou pelo menos alguma cadeira.

O PFL e o PMDB, já fizeram suas convenções sem surpresas e estão de olho nos tucanos.

INSEGURANÇA PÚBLICA
O governo estadual estava com muita pressa de preencher 306 vagas da Polícia Civil e queria contratar a tropa ainda este ano, antes do período em que as contratações ficam probidas por causa do ano eleitoral.

Aí, obrigaram os calouros a fazer o curso da Academia de Polícia (sem o qual não podiam ser contratados) em ritmo frenético, intensivo, com aulas de manhã, de tarde e de noite. Quem trabalhava teve que deixar o serviço, para poder se dedicar integralmente ao curso. Ninguém ficou muito triste porque, afinal, estava acertado que ele ganhariam uma bolsa durante o curso e seriam empregados logo após o treinamento.

A pressa era tanta que se a gente for olhar com cuidado vai ver que muitas aulas foram meio matadas.

Mas a perda de qualidade no treinamento acabou não sendo a coisa mais grave: o governo deu o calote completo na calourada. Só pagou a bolsa referente a um mês e ainda assim no final do curso (dia 26 de maio).

E a promessa de contratação era só uma promessa. Sem recursos para suas despesas básicas, o governo não teve como arcar com mais esse compromisso. E os 306 novos policiais estão chupando o dedo sem emprego, com treinamento meia boca, com cara de tacho e a polícia civil com falta de gente.

A primeira família, como sempre, fez a sua festa. O presidente, que começou a copa de camiseta, agora já está torcendo de terno. No próximo jogo estará de smoking. Na final, vai de fraque e cartola. Já a D. Marisa não tá nem aí pra copa: está em campanha pra continuar no Palácio da Alvorada.

terça-feira, 27 de junho de 2006

TERÇA

E AGORA?
Ontem fui entrevistado, às oito da madrugada, pelo Adelor Lessa, da rádio Antena 1 FM de Criciúma. E ele perguntou, entre outras coisas, como seria a coisa daqui pra frente, em termos eleitorais. Quase respondi que as minhas bolas de cristal, embora façam muito barulho quando caminho, não permitem mais que eu veja o futuro, mas não quis ser indelicado com os gentis ouvintes do sul catarinense.

Ora, sem dúvida que a habilidade política do Luís Henrique da Silveira (o popular LHS) conseguiu colocar, num mesmo barco, três grandes partidos e pelo jeito agregará ainda alguns outros.

LHS, que faz política somando, montou, desde os primeiros meses de governo, uma base de apoio que provocou urticária na oposição.

A GRANDE COLIGAÇÃO
Não é à toa que o Esperidião Amin e o PP reclamam desde 2003 da forma como LHS arregimenta “aliados”. Amin chegou a sugerir que aconteceu aqui a mesma coisa que aconteceu em nível nacional: assim como o PT usou grana e favores para atrair apoio para Lula, o LHS teria usado cargos e outros benefícios para montar a sua base.

Nas sessões da Assembléia Legislativa, nas votações importantes, o governo sempre foi imbatível. O Vieirão (PP) chegou a falar no trator com que LHS passava por cima da Assembléia.

E nesse trator governista, embarcados, estavam o PMDB, PFL e PSDB, além de outras siglas com menor número de filiados. Uma coligação, portanto, que não foi construída apenas às vésperas da eleição.

NEM TUDO ESTÁ PERDIDO
Mas, embora a engenharia política do LHS seja admirável, essas alianças sempre deixam rebarbas. No PMDB tem setores descontentes. No PFL muita gente tem falado alto que está inconformada. E o PSDB, que aparentemente ganhou muito na coligação com o PMDB, a se levar em conta o tom que Pavan usa nos discursos, também não está totalmente satisfeito.

Com essas dúvidas sobre o comportamento da militância e do eleitor, acende-se uma luz no horizonte: pode ser que a disputa eleitoral seja emocionante. Pode ser que o LHS não ganhe de véspera. Pode ser que pelo menos aconteça um segundo turno com todas as emoções, alegrias e tristezas das grandes competições.

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Advertência: as notas abaixo contém doses elevadas de mau humor.
Recomenda-se ler com cautela.
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O INFERNO DA SAÚDE
Quem depende do serviço de saúde pública está sempre levando a pior. Agora são mil e tantos médicos da secretaria de saúde estadual que vão parar hoje e amanhã.

Os coitados que tinham conseguido consulta, depois de sabe-se lá quanto tempo de espera, serão punidos pelos grevistas: vão ter que ir de novo pra fila das marcações.

Com essa sacanagem pra cima do cidadão que não tem plano particular de saúde, os ilustres doutores pretendem sensibilizar o Dr. Moreira (o colega que está em permanente exercício como governador 2). Como tantas outras greves e movimentos semelhantes, dá se um soco na cara, no ânimo e na saúde de quem não tem nada a ver com o peixe, a pretexto de “pressionar” o governo.

Sempre que alguém resolve pedir aumento, o pobre se phode. Do cobrador ao médico, do professor ao fiscal, quando resolvem “reivindicar”, sobra pra galera do andar de baixo. Mais tempo nas filas, mais tempo a pé, mais tempo na chuva, mais tempo doente... tudo porque os gênios do sindicalismo acham que é um preço justo a pagar.

Por que, por exemplo, não deixam sem atendimento médico só o governador, os secretários e suas famílias?

BÊBADO ASSASSINO
Agora é a UFSC que perde uma excelente oportunidade de falar contra o bêbado assassino que matou uma estudante e deixou outros feridos ao jogar seu carro sobre um grupo de pessoas. Na ridícula e inútil nota da reitoria, publicada sob o quase anonimato da “Administração Central da UFSC” (faltou coragem para algum pró-reitor ou mesmo o reitor assinar?), a entidade informa que a festa não foi autorizada e que está apurando as responsabilidades pela realização do evento.

Mas em que mundo estamos?

O bêbado assassino não poderia, em nenhuma hipótese, ter jogado seu carro sobre os pedestres. Não é relevante, neste caso, se a festa era autorizada ou não. É relevante, para uma instituição com a tradição humanista da UFSC, reafirmar o valor da vida, coisa que ela, naquela nota mesquinha e indigna, não fez.

Se a festa tivesse sido proibida, o bêbado assassino teria jogado seu carro contra outro grupo de pessoas, em outro lugar. E tanto num caso como no outro se espera de uma Universidade apego e apreço pela conduta civilizada, que impede que tenhamos qualquer respeito e contemplação com bêbados assassinos. Muito menos devemos encontrar-lhes atenuantes.

Governo lança o projeto “REVIGORAR 2”: devedores do ICMS terão abatimento de até 80% nos juros e multas por atraso no pagamento.

De tempos em tempos os governos (todos eles), a pretexto de conseguir mais algum dinheiro para o Tesouro, inventam de “estimular” os maus pagadores. O resultado é sempre abatimento nos juros e multas, de tal forma que o idiota aqui, que sempre pagou os impostos em dia, fica se achando um grande otário. Poderia ter ficado com aquele dinheiro, usado em outra coisa e depois, quando ocorresse uma dessas “promoções”, pagaria praticamente a mesma coisa que pagaram os tolos pontuais.

segunda-feira, 26 de junho de 2006

SEGUNDA

AGORA VAI!
Pronto, agora a gente já sabe que Lula, o dissimulado, é candidato mesmo. E que fará a campanha a bordo do nosso dinheiro (embora diga que vai separar bem direitinho o caixa dois, que é como os partidos brasileiros se financiam, das verbas públicas).

Já temos dois candidatos. De um lado, navegando nas ondas do “já ganhou”, Luís Inácio Lula da Silva, candidato a pai dos pobres, herdeiro presuntivo de Getúlio Vargas, Kennedy e Juscelino Kubitschek que até agora só conseguiu comprovar parentesco com o Sarney, o FHC e o Collor (cada um por diferentes razões).

De outro, navegando nas ondas do “já perdeu”, sabotado pelos cartolas de seu próprio partido, espicaçado pelas estrelas do partido coligado, Geraldo Alckmin, candidato a vingador dos desencantados com o PT, herdeiro presuntivo do Mário Covas, que agora, depois que morreu, seria eleito presidente com facilidade, mas quando era vivo e se candidatou, não conseguiu empolgar a massa.

TODOS POR TODOS
A penca catarinense vai se formando sem surpresas. A convenção do PMDB, no domingo, mostrou que a turma está mesmo agarradinha uns nos outros. Luís Henrique lembrou, no discurso, a construção da coligação de 2002 com o PSDB. Referiu-se, mais uma vez, ao papel decisivo que tiveram os tucanos Jacó Anderle, Dalírio Beber, Marco Tebaldi e Marcos Vieira. Segundo ele “isso não acontece por acaso, são estágios de uma construção”, que levaram agora a juntar-se novamente com o PSDB e acrescentar o PFL.

LHS disse que se arrependeu de ter apoiado o PT e frustrou-se com a falta de ética na gestão da coisa pública.

Paulo Afonso Vieira (que era governador quando Raimundo Colombo dirigia a Casan), elogiou a atuação do pefelista e convocou os peemedebistas a tocar o barco da penca.

Nas proporcionais, o PSDB não vai fazer coligação nas candidaturas a deputado estadual, só a federal. Já o PFL e PMDB vão coligar em tudo. Hum...

BÊBADO ASSASSINO
O imbecil que jogou o carro contra um monte de gente numa festa junina, no campus da UFSC, matando uma jovem e ferindo várias pessoas, cometeu um ato injustificável. Mas tem coleguinha de jornal dando a entender que, como a festa não tinha sido autorizada e a “segurança” da UFSC (que é outro caso sério) não tinha sido avisada, o caso pode ter atenuantes.

MARIA DO MAR A TODA
Ontem almocei no Maria do Mar, o hotel que, por um erro de cálculo do BESC, quase foi a leilão. O leiloeiro, entusiasmado, deu tanta divulgação à coisa, que acabou fazendo com que o hotel perdesse vários eventos. Agora que não tem mais ameaça de leilão, o dono vai processar quem plantou chifre em cabeça de cavalo. Ah, e a feijoada dos sábados também voltou.

[Não esqueça que neste blog, ao clicar sobre as fotos, abre-se uma ampliação]

sábado, 24 de junho de 2006

SÁBADO E DOMINGO

LULA SAI DO ARMÁRIO
Hoje, na convenção nacional do PT, finalmente saberemos se o presidente Lula é candidato à reeleição ou não. Lula será (será mesmo?) confirmado como o candidato do partido. E Zé de vice. E aí a campanha poderá, finalmente, começar (com o sugestivo slogan “Lula de novo. Com a força do povo”).

Os adversários vêm dizendo que esse carinho dele pelo povo, essas inaugurações frenéticas, essas entregas simbólicas (?!) de casas no oeste catarinense, já fazem parte da campanha, deflagrada antes do tempo.

Bobagem, isso é pura intriga de quem sabe que não tem votos suficientes para eleger um pardal, o que dirá um tucano, que é bicho pesado e grande, de bico incômodo e asa pequena.

Ontem, em Chapecó, Lula (escoltado pela Ideli e pela Luci) se jogou de novo nos braços do povo, mas quase mandou a segurança tirar de perto dele um sujeito de óculos que não parava de pedir coisas, reclamar atenção e falar de problemas.

Lula foi direto ao ponto: “olha, Dr. Moreira, problema não é comigo, é com os ministros, por favor vá a Brasília falar com eles e dá licença que eu ainda tenho umas dez crianças pra pegar no colo e muita fotografia pra tirar”. O governador atleta recolheu sua viola e foi cantar em outra freguesia.

Neste final de semana, por falar nisso, várias convenções, nacionais e estaduais, delineiam com mais clareza a grande confusão eleitoral deste ano.

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CALENDÁRIO MALUCO
Aposto que vocês são daqueles que acham que o segundo semestre de 2006 termina no final de 2006. Eu também pensava assim, até que descobri que, graças às greves dos professores da UFSC, o calendário virou de ponta cabeça.

O Reitor Lúcio Botelho, que é um sujeito que sabe fazer contas, confirmou ontem, com todas as letras: “o segundo semestre de 2006 só terminará em 2007 por causa da greve de 2005”.

E como em todo lugar sempre tem um engraçadinho, esse segundo semestre de 2006 que só termina em 2007 começará exatamente dia 11 de setembro.

MUTRETA BARRADA
O Tribunal de Justiça, por unanimidade, suspendeu, provisoriamente (em liminar) os efeitos das alterações realizadas no Plano Diretor de Florianópolis pela Lei Complementar 215/2006.

Essa lei mexe no vespeiro conhecido como “índice de potencial construtivo” ou “transferência do direito de construir”, supervalorizando a propriedade desses títulos e permitindo aumento nos custos da construção civil.

A mutreta está em que a tal lei, que aparentemente só trataria do zoneamento no Córrego Grande, embutiu essas modificações que invertem o sentido inicial do vespeiro aquele.

Vou tentar simplificar: é uma manobra pra rico ficar mais rico, ao abrigo de uma lei pra lá de estranha que não protege o ambiente, não preserva a paisagem, não garante o crescimento ordenado e ainda encarece os imóveis para a maioria da população. Mas o Ministério Público de Santa Catarina, que não nasceu ontem, entrou com uma ação direta de inconstitucionalidade pra parar com a brincadeira.

TERÇA ENFORCADA
Na terça, dia de jogo do Brasil ao meio-dia, as repartições estaduais funcionarão das 8h às 11h e das 16h às 19h. Uma boa sugestão de bolão é aquele que aposta quantos, dos servidores que apareceram de manhã, voltarão às 16h. Outro, é sobre o horário em que a maioria vai aparecer: 8:30h, 9h ou 10h? 16:30h, 17h ou 18h?

SE A MODA PEGA...
O Tribunal de Justiça aumentou a indenização que a Prefeitura de Florianópolis terá que pagar a uma senhora que pisou num buraco da rua, caiu e se quebrou toda.

A notícia boa é que a Justiça reconheceu que a Prefeitura tem responsabilidade por acidentes desse tipo, causados por buracos, desníveis e outras irresponsabilidades municipais.

A notícia ruim é que esse acidente aí aconteceu em 1998 e só agora (oito anos depois) está chegando aos finalmentes. A família da senhora aquela teve que arcar com oito anos de despesas, próteses, tratamentos, etc. enquanto os advogados da prefeitura iam tentando livrar-se da culpa.

A PENCA TÁ FORMADA
Tal e qual na penca do Ribeirão (uma espécie de trenzinho lendário e profano, onde um ia engatado no outro), PMDB, PSDB, PFL e PPS trancaram-se em um hotel (hum...) e depois de horas a portas fechadas decidiram que irão mesmo juntinhos pras eleições.

A penca vale pra governador, senador e deputado federal. Pra deputado estadual eles meio que se separam (PSDB e PPS correm com suas próprias chapas).

Pelo acertado, em 2010 a penca inverte e o PSDB é que vai na frente.

BICO CALADO!
Ontem participei do Seminário em que a Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão deu orientações preventivas sobre o que não se pode fazer em época eleitoral.

A legislação eleitoral é um caso sério, uma catastre, um pandemônio. E os coitados do rádio e TV, que trabalham sobre concessões públicas, vão ter que andar na corda bamba, equilibrando-se pra não sofrer multas que podem, com facilidade, alcançar três ou quatro vezes o faturamento anual de uma emissora.

Vocês, que são leitores de jornais e eu, que escrevo em jornal, somos muito felizes. Pra nós existe a liberdade de imprensa. Na segunda-feira, se eu quiser, posso falar bem, ou mal, de qualquer candidato.

Mas em rádio e TV, na segunda-feira, depois de realizadas as convenções, se algum locutor falar no nome de um candidato e alguém achar que isto está privilegiando ou prejudicando, pode resultar numa representação e em muito trabalho pros advogados.

Este ano já tem sido mais ou menos assim, mas a partir de agora, principalmente em rádio e TV, os reis do noticiário serão os advogados: a eles caberá dizer até onde se pode ir. Opinião, então, nem pensar.

E, se algum locutor de rádio, inventar de ler no seu programa uma opinião que eu tenha escrito aqui sobre algum candidato, a emissora poderá ser multada. Porque a lei tem interpretações diferentes quando se trata de veículo de massa (transmissão aberta) que explore concessão pública.

O objetivo é preservar o eleitor da pressão, ao evitar que comunicadores fiquem fazendo propaganda de seus candidatos.

sexta-feira, 23 de junho de 2006

SEXTA

Ao olhar estas fotos da primeira família fiquei em dúvida: D. Marisa só está entusiasmada com a seleção ou já estaria comemorando a outra vitória?
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VIAGRA SEM RECEITA
Esta semana teve, aqui em Florianópolis, um encontro de preparação para a aposentadoria que reuniu uns 30 funcionários e funcionárias veteranos de uma empresa.

E por uma dessas “coincidências” espetaculares, assim que um urologista acabou sua palestra, onde elogiou abertamente o Viagra, representantes farmacêuticos apareceram distribuindo amostras grátis da pílula azul.

Normalmente, por causa de alguns efeitos colaterais, o remédio deveria ser vendido (ou dado) com receita médica, mas ali, numa espécie de promoção comercial conjunta (ouça a palestra e prove a balinha), tava tudo liberado.

Entre os participantes ficou a dúvida se o médico elogiou porque acha mesmo a coisa uma maravilha, ou porque era apenas um garoto propaganda. Em todo caso, o pessoal da empresa essa deveria se preocupar com a utilização mercantil de um evento que, de resto, segundo me contaram, foi útil e sério.

ESCASSEZ OPORTUNA
É claro que o governo do estado não está devendo pra tanta gente porque quer, mas em ano eleitoral, à medida que o final do mandato se aproxima, ter muitos empresários como credores pode ter seu lado positivo: eles farão toda a força para que o LHS se reeleja, porque, caso contrário, aí mesmo é que correm o risco de nunca mais receber o que lhes é devido.

SAI DA FILA, SEU TOLO!
Em Florianópolis tem filas enormes nos dois postos de gasolina da rede Angeloni, para aproveitar a promoção do combustível a R$ 2,19 o litro.

Só que a manezada não notou que o Rita Maria (em frente à rodoviária) vende pelo mesmo preço e não tem fila. E tem um na Agronômica, perto da casa do governador, que vende a R$ 2,18. Sem falar em outros que estão com promoção a R$ 2,29 (mas aceitam cartão de crédito).

O GRANDE ATOR SE FOI
Sempre que alguém precisava de um ator em Florianópolis pensava nele. Participou de inúmeras novelas (de rádio), filmes, vídeos e peças de teatro. Era, de certa forma, uma das faces da cidade. E a cidade se orgulhava e se identificava com ele.

Waldir Brazil morreu esta semana com 85 anos, tendo sido ator durante toda a sua vida.

Na foto ao lado, de 11 de julho do ano passado, Waldir agradecia a homenagem que lhe prestou o Grupo Armação, denominando Sala Waldir Brazil ao espaço cênico da Casa do Teatro.

QUEM QUER DINHEIRO?
O governo estadual continua com o “show do milhão”. Ontem foram assinados convênios que representam cerca de R$ 21 milhões para obras na capital. Claro que isso é anunciado como um grande benefício para a cidade. Mas não é dinheiro a fundo perdido: o Badesc empresta e o Badesc certamente cobrará. Além do que, a prefeitura tem que entrar com R$ 6,4 milhões do total.

Ou seja, é mais ou menos como se o banco onde a gente fez um empréstimo (a juros de mercado), ficasse dizendo que está nos fazendo um grande favor ou dando um presente.

IDELI E SUA GRANA
As explicações da senadora Ideli salvatti (PT-SC) para a movimentação de R$ 1 milhão em suas contas correntes não encerraram o caso.

O procurador Celso Antônio Três, do Ministério Público Federal, que levantou dúvidas sobre a origem dessa dinheirama (justamente na época em que o valerioduto estava a toda), afirmou ao jornal O Estado de S.Paulo que “os números não fecham, a dissonância é muito grande”.

O corregedor do senado, Romeu Tuma (PFL-SP) disse que vai analisar a denúncia, tornada pública pelo jornal Correio Braziliense.

quinta-feira, 22 de junho de 2006

QUINTA

A FANTÁSTICA HISTÓRIA
DO HOTEL ITAPIRUBÁ

Em 1978 foi inaugurado o primeiro hotel de grande porte do litoral de Santa Catarina. Ainda hoje é o maior hotel de praia do estado, com 213 apartamentos, 15 mil m2 em terreno de 49 mil m2, só que está vazio, inativo e completamente depredado. Parece um hotel fantasma. A história que o fez chegar ao ponto em que está é sensacional.

Nas fotos, tiradas em março pelo ex-proprietário Orlando Becker, as marcas do abandono e da depredação do maior hotel de praia do litoral catarinense.

O DELÍRIO GLOBAL
Construído pelo Grupo Battistela, o hotel acabou tomado pelo Banco Sudameris como pagamento de uma dívida não paga. Mais tarde, em 2002, o ex-proprietário do Hotel Fazenda Jomar, Orlando Becker, adquiriu-o e reformou-o. O hotel vinha tendo vida normal até que, em janeiro de 2004, foi vendido para um ex-funcionário da Rede Globo, Eid Walesko Araújo. Aí começou a parte verdadeiramente espetacular da história.

Sem experiência em hotelaria, o novo dono tratou de turbinar o hotel, contratou executivos, empregados e inchou a folha de tal maneira que em sete meses foi à falência.

Falido e aparentemente fora de si, Eid Walesko trancou-se no hotel e, para sobreviver, começou a vender tudo o que tinha dentro do hotel. Televisores, móveis, portas, janelas, tudo.

GOLPE DENTRO DO GOLPE
Chegou uma época em que todas as lojinhas de móveis usados do sul do estado tinham alguma coisa vinda do Hotel Itapirubá. Só que o ex-global estava vendendo coisas que pertenciam, na verdade, ao banco, porque o hotel estava financiado.

Quando acabou de vender tudo o que tinha algum valor e podia ser carregado, no final de 2004 o Eid Walesko sumiu do mapa. E em 2005 uma turma de “amigos” dele assumiu o comando: formaram uma empresa que passou a vender títulos de um parque aquático que seria construído ali, na área do hotel. Claro que estavam vendendo uma coisa que não iriam entregar, pela simples razão que não eram donos do terreno.

Até que agora em maio, o banco conseguiu reaver a posse do imóvel, trancou tudo e a turma toda deverá ser chamada a se explicar.

TRISTE OCASO
Mesmo depredado, como mostram as fotos acima, o hotel continua imponente, dominando a paisagem à beira-mar. Sua situação, causada por uma administração delirante, causa prejuízos à atividade turística da região. Quem vê aquele esqueleto imagina que ficou assim por falta de hóspedes ou porque a praia é ruim.

O imóvel irá a leilão por estes dias e não se sabe se os investidores vão mantê-lo como hotel ou dar outra finalidade. De qualquer forma, será outro capítulo desta novela que, até agora, tem tido mais jeito de dramalhão mexicano.

Ah, e o tal Eid está no Rio de Janeiro, em local incerto e não sabido.

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A PEGADINHA DA CIDE
O DIARINHO tem os melhores leitores do mundo e eu acabei herdando alguns deles, que, espertos e gentis, me ajudam a preencher este espaço todos os dias. Alguns mandam as colaborações tão prontas e bem feitas, que basta copiar e colar. Vejam só:
“Eduardo Moreira imita Garotinho e faz pegadinha com prefeitos. Lembram da pegadinha do Garotinho com o Lula no debate eleitoral da última campanha? Perguntou o menino: o que senhor fará com a CIDE? (e o Lula não sabia o que era CIDE).

Pois não é que o Eduardo Moreira pegou os recursos da CIDE, recolhidos pelo Governo Federal e repassados em parte aos municípios e foi distribuir como sendo do Estado? Esse recursos vão direto pra conta do município... Ele é dos municípios, por lei federal, não pela vontade do governador. E os prefeitos caíram, rindo felizes e contentes... Eduardo superou Garotinho!”
PEFELISTAS INDÓCEIS
O ex-prefeito de Lages e virtual candidato a senador pela super-coligação, Raimundo Colombo, tem sofrido duras crtíticas do setor mais radical (!?) do PFL catarinense.

Esses pefelistas estavam animados com os primeiros filmes da campanha de Colombo, onde ele batia no LHS e na descentralização. E agora se sentem traídos e estão mandando o Colombo cachimbar formigas: “vamos votar na Luci pra senadora e tomara que o PP se junte ao PT!”

O PFL gosta de fazer de conta que é oposição ao LHS e ao PMDB, mas seus deputados faziam e fazem parte da base governista. Sacanagem escantear o Colombo apenas porque ele cedeu à maioria e resolveu oficializar a adesão (e o casamento) que já acontecia na prática.

BLUMENAU, MEU AMOR
O candidato LHS não sai mais de Blumenau. Foi anteontem, foi ontem, vai amanhã. LHS está naquela fase de ser blumenauense desde criancinha (e a campanha ainda nem começou pra valer).

E por falar nisso, candidato sempre tem dezenas de cidades natais. Nasce em Brusque, cria-se em Florianópolis, estuda em Joinville, namora em Blumenau, joga futebol em Jaraguá, tem o primeiro emprego em Rio do Sul, o primeiro filho é de Lages, a tia preferida mora em Chapecó e assim por diante.

Pode perguntar pro Esperidião ou pro LHS, que são profissionais, quais as cidades com as quais eles têm algum laço: a lista vai englobar quase o estado inteiro.

quarta-feira, 21 de junho de 2006

QUARTA

TREINAMENTO DO LULA
De bem com a vida, o virtual candidato-reeleito Lula da Silva aproveita tudo quanto é oportunidade pra treinar. Ontem, ao fazer alguma coisa com o biodiesel (tudo é pretexto pra fazer discurso e sair na foto), ele mostrou pra galera da Petrobras como é que se levanta um caneco.

Imagina Sua Excelência que, assim como ele já ganhou a eleição de véspera, a seleção dele também já ganhou o hexa e que portanto a única coisa sensata a fazer é treinar a melhor maneira de levantar a taça.

“A taça do mundo é nossa, com o Lulinha, não há quem possa...”

DEPUTADOS AGITADOS
Na Assembléia Legislativa, a turma da penca (PMDB, PFL e PSDB) teve que se defender da turma que ficou de fora da penca (PP e PT).

O mais engraçado é que se tem uma coisa que não colou neste País, foi a fidelidade partidária. Mas os críticos da penca dizem que o eleitor saberá cobrar a falta de coerência de quem ontem falava mal e hoje dorme junto.

O PT, que no governo federal fez algumas das mais surrealistas e surpreendentes alianças (aliou-se com o PP, pois não?) acusa o PFL de ser incoerente por ter falado mal da descentralização e agora querer fazer parte do governo da “Descentralização 2, o retorno das Éssedeerres”.

O deputado João Henrique Blasi (PMDB) colocou uma boa dose de pragmatismo político na discussão: “a aliança reúne o mesmo grupo de partidos que trabalhou conjuntamente nas votações da Assembléia”. Só quem não prestou atenção à forma como os partidos se uniram no apoio ao governo é que estranha a coligação PMDBPFLPSDB.

UNIFORMES SEM MANGAS
A deputada Ana Paula Lima (PT) falou ontem, na tribuna da Alesc, sobre o fato dos uniformes dos estudantes de escolas públicas estaduais, distribuídos às vésperas do inverno, não terem mangas. Eu também já reclamei, aqui. É uma coisa muito ridícula mesmo.

A GRANA DA IDELI
A senadora (que na foto ao lado olha embevecida para o seu querido amigo e presidente) passou o dia ontem dando explicações.

O jornal Correio Braziliense publicou matéria onde afirma que a movimentação de dinheiro nas contas da senadora Ideli Salvatti (PT-SC) foi incompatível com o dinheiro que ela ganhou naquele período (2003 a 2005).

Ela garante que tudo não passa de manobra pra desviar a atenção da votação do relatório final da CPI dos Bingos (que acabou aprovado, contra o desejo do governo). Disse que a história é velha e que o culpado dessa lambança com o nome dela é o procurador Celso Três, que está desde o ano passado nos calcanhares dela.

E, naturalmente, afirmou que é tudo compatível e está tudo declarado direitinho para a Receita Federal.

A matéria do jornal, de fato, não tem nada muito novo. E navega no terreno pantanoso da quebra de sigilo bancário não autorizada (se a gente achou ruim terem violado o caseiro Francenildo, tem que achar ruim sempre que acontecer, não importa com quem).

Além de tudo, mistura historinhas em que a senadora aparece como antipática (que às vezes é), com o negócio das contas. Mistura alhos com bugalhos. Como se o fato da senadora ter inimizades dentro do Congresso significasse automaticamente que recebeu dinheiro “não contabilizado”.

Tá certo que a defesa (“eu fiz vários empréstimos”) não está lá essas coisas (afinal a especialidade do Delúbio eram empréstimos). Mas não dá pra fazer uma mistureba tão grande.

CADÊ O DIÁRIO “ON LINE”?
O Diário Oficial do Estado, quando fez 70 anos (em 2004), fez o lançamento oficial de sua versão eletrônica, para ser lida pela Internet. Depois o lançamento de fato foi adiado, a coisa parou e não se falou mais nisso.

Lembrei do caso porque o Tribunal de Justiça está transferindo seu Diário da Justiça do papel para o meio eletrônico. E a partir de 3 de julho para de imprimir a versão tradicional, para economizar tempo e dinheiro.

A FORÇA DAS PALAVRAS
O PT está lutando com todas as forças para que a CPI dos Sanguessugas passe a ser chamada de CPI das Ambulâncias. Nos informes e nas conversas, ninguém se refere aos sanguessugas, só às ambulâncias. A propósito, a senadora de nome complicadíssimo (Serys Slhessarenko) que o PT indicou pra fazer parte da CPI, consta na lista de sang... digo, ambulâncias da empresa que coordenou o esquema. Ela vai poder atuar com conhecimento de causa, né não?

PRESIDENTE PRESENTE
Já falei nisto aqui uma vez e volto ao assunto, porque no site do governo apareceram novas fotos, de novas ações da Fundação Nova Vida, em que estão, juntas, a presidente licenciada, Ivete Appel da Silveira (à direita, na foto acima) e a presidente em exercício, Ivane Fretta Moreira (c).

Repito a pergunta que não quer calar: por que a D. Ivete se licenciou se não larga o cargo e está em todas as solenidades? Dá impressão que não confia na presidente interina e precisa acompanhar pra ver se ela faz tudo direitinho. Ou é só pra aparecer na foto? O LHS também se licenciou, mas pelo menos deixa o Dr. Moreira aparecer sozinho nas fotos oficiais.

terça-feira, 20 de junho de 2006

TERÇA

NADA COMO UM CHEQUE...
Ainda não inventaram nada mais eficiente pra fazer prefeito rir. Não tem piada, anedota, cosquinha ou resultado de jogo de futebol que supere a alegria de ver um chequinho chegar.

Sabendo disso, o governador 2, o Dr. Moreira, faz questão de ir levar pessoalmente, em mãos, os chequinhos da parte que cabe às prefeituras na Cide (Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico), para pavimentar ruas e estradas. Quem recebeu menos, na rodada de municípios do sul, ganhou uns R$ 240 mil, mas vários cheques foram de R$ 500 mil.

Com isso, de chequinho em chequinho o Dr. Moreira vai se qualificando para as próximas eleições: no mínimo se elege Papai Noel fácil-fácil.

CIDASC SE ENROLA TODA
Ontem dei um toque rápido na confusão que a Cidasc arrumou, ao alterar o resultado de um concurso que já havia sido publicado.

Pois bem, ontem o Ministério Público de Santa Catarina explicou que o erro da Cidasc foi considerar, como primeiro critério para desempate, a nota na prova de Conhecimentos Específicos. Segundo recomendou a Promotora de Justiça Sônia Maria Demeda Groisman Piardi, o primeiro critério deveria ser a idade, que é o que determina o Estatuto do Idoso.

A Cidasc, ao receber a recomendação da promotora, simplesmente publicou novo resultado, alterando o anterior, ignorando as regras do edital que orientou o concurso. Talvez fosse mais prudente ter anulado o concurso, se o edital continha alguma ilegalidade. Alterar o resultado depois do concurso concluído é um casuismo suspeitíssimo.

PARQUES PERIGOSOS
Um assalto a mão armada num dos parques municipais de Florianópolis colocou a nu o bate-cabeça que ocorre na Prefeitura.

O secretário municipal de Segurança Pública, delegado da Polícia Federal, que o prefeitoDário trouxe com banda de música e tudo, se enrolou na explicação. Chegou a falar que a prefeitura “cogita a possibilidade de criar um setor de trate especificamente das questões de segurança cívica e patrimonial”. E a Guarda Municipal, que anda pra lá de ociosa e até se fala em sua extinção, seria o quê?

No final, tirando a prefeitura da reta, o delegado Ildo disse que o “o caso do parque é um caso de segurança pública”. Para bom entendedor isto significa que os incomodados devem se queixar ao estado (polícias civil, militar e secretaria de segurança).

A prefeitura também anunciou, com banda de música, que os parques municipais tinham guias e vigias treinados. É claro que no dia do assalto não se achou um único dos tais vigias. O delegado/secretário levantou a possibilidade de ter acontecido algum imprevisto que tenha afastado os vigias.

Por via das dúvidas, o melhor é evitar os parques municipais ou exigir escolta armada pra passear por lá.

DIARINHO TEM PODER
O pessoal do PMDB está rifando o Dado Cherem (que o Pavan queria que fosse vice do LHS) por causa de coisas que ele disse no entrevistão do DIARINHO. E o Diário Catarinense, morto de medo de alimentar a concorrência, se refere à gente como “um jornal de Itajaí”, ao falar do fato que está movimentando a cena política.

A JOGADA DO JORGINHO
O deputado Jorginho Mello é um político experiente e sagaz. Dia desses levou o prefeito de Florianópolis, Dário Berger, o irmão Djalma Berger e vários secretários da capital, para visitar o oeste. E lá apresentou Dário como candidato “natural” do PSDB ao governo do estado em 2010.

É natural que Jorginho seja grato ao Dário: afinal, ele empregou o filho dele como secretário da Administação da capital. E o Jorginho é candidato à reeleição, em dobradinha com o Djalma Berger.

O que a tucanada tá achando esquisito é que, quando faz o mesmo trajeto ao lado do senador Leonel Pavan, ele faz questão de dizer que irá apoiá-lo ao governo em 2010. “Não dá pra servir a dois senhores”, reclama um observador dessa jogada.

Dirão vocês que 2010 está longe e que não faz mal acender uma vela pra cada santo (ou uma ao santo e outra ao diabo). Só que 2010 está sendo acertado agora, nas coligações para esta eleição. E está todo mundo nervoso.

BUSSUNDA
Evitei falar da morte do Bussunda porque não queria engrossar o coro dos lugares-comuns. Agora que já se disse e publicou todo tipo de “gracinha”, faço uma referência: tem hora que os amigos precisam tomar uma atitude. Um gordinho sentir-se mal depois de exercício físico é um sinal de alerta que deveria ter sido investigado. Pode ser até que não detectasse nada, mas também pode ser que a obstrução ou o que fosse acabasse sendo localizada.

E hoje ele estaria vivo, convalescendo de algum tratamento.

Mas também não dá pra ficar, a essa distância do que aconteceu, ditando regra: pode ser que ele não quisesse levar a sério os sintomas e tivesse convencido os amigos que não era nada.

E não quero fazer parte daquele grupo de pessoas que, nos velórios, fica demonstrando maneiras como a morte do falecido poderia ter sido evitada. Mas a gente fica triste de ver que uns e outros são salvos a tempo e gente fina, criativa, crítica e bem humorada como o Bussunda, vai cedo.

O agitador sócio-cultural Amilton Alexandre, o Mosquito, enviou a foto acima, da estrada que liga o Sertão de Imaruí à Palhoça. Vê-se que as margens da estrada viraram um lixão, com entulho de todo tipo. Tem até uma fogueira ameaçando a mata atlântica. Isso em área de preservação, numa região que deveria ser bem tratada, porque é muito bonita, a Pedra Branca. Mas a prefeitura de São José não tem quem cuide do meio ambiente, a Polícia Ambiental tem mais o que fazer e a Fatma não tá aí pra lixão clandestino. Salve-se quem puder.

segunda-feira, 19 de junho de 2006

SEGUNDA

CANGURU PERNETA
Ainda bem que não sou comentarista de futebol e nem me considero grande torcedor. Portanto, não tenho grandes compromissos com o esporte. Nem preciso saber exatamente pra que lado o gordinho, o gordão e o cumprido lento têm que chutar.

Só sei que ontem assisti um jogo feioso, sofrido, durante o qual dava pra ouvir as risadas dos argentinos, aqui ao lado. Saco! Vou ter que continuar com a campanha iniciada no jogo passado:

Chega de sufoco! Goleada já!

CIDASC SE ENROLA TODA
O assunto da semana será, com certeza, a virada de mesa no concurso público que a Cidasc realizou.

Depois de anunciados os resultados, de concluído o processo todo, a Cidasc resolveu mudar as regras do jogo e alterar o resultado do concurso.

Uma série de ações judiciais vão movimentar a semana e jogar sobre a manobra da Cidasc um manto ainda mais espesso de suspeita.

Até onde consegui saber, um advogado reprovado no concurso conseguiu convencer um procurador que a Cidasc não tinha respeitado o Estatuto do Idoso. E com base nisso, os trapalhões da Cidasc, em vez de anular o Concurso e começar de novo, acharam melhor só melar o jogo e fazer os concorrentes de bobos. Uma bagunça que vai render muito pano pra manga.

PSDB QUER DINHEIRO
O povo do PSDB, que vai realizar um jantar dias 24 de junho pra comemorar os 18 anos do partido e arrecadar uma graninha, pede pra avisar que a iniciativa do evento é do Instituto Teotônio Vilela (o ITV). Os preocupadíssimos advogados do partido acham que, como a coluna é muito lida no TRE, se não fizerem esse esclarecimento pode ser que dê galho pra cima do diretório estadual.

Mesmo que exista uma porção de falhas nas normas que regulam as eleições deste ano, os partidos parecem muito mais cautelosos.

TURVO BRIGA COM A FIAT
Um cidadão de Turvo (sul do estado), quem diria, está para arrancar uns R$ 7,6 milhões da multinacional Fiat. A história é relativamente simples: o cara comprou um carro numa revenda autorizada e pagou. A revenda deu calote na fábrica e não repassou a grana.

A fábrica, com a sutileza de um paquiderme, resolveu o caso da forma mais simples, cancelou o renavam dos veículos que a revenda não pagou.

O cidadão, que ficou sem ter como emplacar o carro que comprou, recorreu à Justiça. Pra completar a trapalhada, a montadora perdeu prazos judiciais e a coisa está em execução.

Pode ser que recorram ao Tribunal de Justiça, mas o mal já está feito: pra todos os efeitos trata-se de uma empresa que, em vez de punir o caloteiro (a revenda), resolveu azedar a vida dos clientes, que nada tiveram a ver com as lambanças dos outros.

Outras quatro ações parecidas tramitam em Turvo, envolvendo a Fiat e clientes, ambos lesados pela revenda, mas brigando entre si. Portanto, ao comprar carro zero abram o olho.

TJ ALIVIA NERI
O Tribunal de Justiça, ao julgar uma apelação, na semana passada, manteve a condenação ao Miguel Orofino no caso do superfaturamento da ponte Pedro Ivo Campos, mas livrou a cara do ex-secretário Neri dos Santos, que no governo atual é uma espécie de braço-direito do LHS para assuntos aleatórios (capitaneou as reformar administrativas, por exemplo).

A FARRA AINDA. DE NOVO.
O Ministério Público Federal enviou ao Superior Tribunal de Justiça denúncia contra o governador LHS. Alguém acostumado a ver chifre em cabeça de cavalo ouviu, numa entrevista do governador à TVBV, “apologia ao crime” e foi se queixar aos procuradores.

Claro que se LHS tivesse mandado prender e arrebentar metade da população litorânea, a esta altura o Ministério Público o estaria denunciando por abuso de autoridade ou coisa parecida.

Uma subprocuradora chamada Lindôra Araújo interpreta a questão de uma forma tão radical que pode levar-nos a todos à cadeia: discutir a farra do boi ou simplesmente tentar compreender as razões que levam certos grupos a praticar essa brincadeira pode ser entendida como “apologia ao crime”.

NÃO TEM CONVERSA
Ou seja: na visão da Dra. Lindôra não se pode discutir o assunto. Ou a polícia desce o cacete na população humana e enche de manezinhos e manezinhas as já superlotadas cadeias, ou então ela e seus colegas tratarão de infernizar ainda mais a vida dos catarinenses.

Por menos que a gente se importe com os processos a que o LHS é submetido, este caso é diferente, porque o que a gente, que é leigo, entende da denúncia, é que o Ministério Público Federal parece interpretar de forma míope um processo social amplo. As vítimas dessa visão estreita não serão só as autoridades citadas nessa denúncia inicial: seremos todos nós, que vivemos no litoral catarinense.

O que a denúncia pede, em última instância, é que seja deflagrado o processo violento e sangrento de combate à tradição que alguns abominam. Que é o pior caminho. Modificar culturas não é coisa para baionetas e metralhadoras, cacetetes e paus-de-arara. Exige sensibilidade e inteligência, conhecimento sociológico e respeito aos direitos humanos.

O governador 2, o Dr. Moreira, como todos os demais políticos catarinenses, foi à festa do pinhão, em Lages. E, como muitos deles, passou pela casa da Rede TV Sul, onde participou do programa conduzido pela estonteante Vanessa Campos. E, é claro, ficou sem palavras. Antes, o governador-atleta (em exercício) tinha plantado uma muda de araucária, como parte de um projeto que pretende distribuir um milhão de mudas de pinheiro.

sábado, 17 de junho de 2006

SÁBADO E DOMINGO

BALAIO DE SIRI
No litoral catarinense, mais especificamente na Ilha de Santa Catarina, sempre que uma coisa tá muito enrolada e que um fato leva a outro, tudo encadeado, a gente fala que se trata de um balaio de siri.

Experimenta pegar um siri: ele se agarra no outro e o outro no outro e fica uma penca de siri sem fim.

O problema do PT e do Lula com os recursos não contabilizados que foram distribuídos aos partidos aliados e a alguns de seus próprios políticos, é um balaio de siri. Tá tudo interligado, como demonstrou a denúncia apresentada pelo Procurador Geral.

Logo nas primeiras semanas desta coluna, em agosto do ano passado (ou seria setembro?) publiquei a ilustração ao lado, sobre o escândalo que estava começando. No fundo de tudo estava o presidente Lula, fazendo força pra não ser levado na onda.

Repito-a com uma pequena alteração: coloquei, como o sujeito que vai puxar pra fora do mar de lama a penca toda, o eleitor. Na época a gente ainda achava que as CPIs fariam uma limpa no Congresso. Mas agora só o eleitor poderá dizer o que fazer com a penca de siri. E até que ponto quer mexer nesse balaio. (pra ver o desenho maior é só clicar nele que se abre uma ampliação)

O QUE DÓI MAIS?
Se eu fosse militante do PT, estaria muito chateado com toda essa história, mas ficaria ainda mais indignado por ter dado munição para o PFL. Principalmente porque foi apenas graças às trapalhadas de dirigentes petistas que o PFL teve condições de montar esse programa de TV onde bate firme em Lula.

Acho que é o pior dessa história toda: ter que ouvir, de quem estão ouvindo, lições de moral. E sem poder dar um troco à altura. A senadora Ideli, o Carlito Merss (que deu uma bela entrevista ao DIARINHO semana passada) até que se esforçam, mas é muita bola quicando e o adversário é profissional.

PESADELO
O colunista Josias de Souza, da Folha, resumiu bem, no seu blogue, a nossa situação: vivemos um pesadelo.
“Súbito, acorda-se pela manhã sob o impacto de um pesadelo: a Argentina produziu uma vistosa goleada. Seis a zero. Fora o baile. Vai-se à internet e descobre-se que o PIB da Argentina cresceu 8,6% no primeiro trimestre do ano. No Brasil, só 3,4%. Dá uma inveja! E uma vontade de voltar a dormir!”
PAVAN TÁ DE BIRRA?
Ontem LHS, Pavan, Dalírio e Dr. Moreira almoçaram juntos, conversaram uma porção e até assistiram ao jogo da Holanda. Tudo certo, a penca está mantida (PMDB, PSDB, PFL e quem mais vier).

Na saída, ao comentar com a viadagem presente como é que foi o encontro, o Pavan surpreendeu todo mundo: “mas bota aí que eu continuo candidato ao governo”.

O que isso significa? Que a coligação está ameaçada ou mal alinhavada? Acho que não. Ninguém, dos que eu conversei, disse nada disso. Ao contrário: tá tudo certo. Então por que o Pavan insiste em fazer reuniões com o PP e em dizer que continua candidato ao governo do estado?

Ah, aí são coisas da política. Decerto ele acha que se bater o pé e fizer cara feia pode melhorar as condições do PSDB (ou dele mesmo) na coligação. Afinal, com o PFL na jogada, todo cuidado é pouco. Tem uma turma escaldada: no governo FHC, que era do PSDB, o PFL tomou todo o espaço dos tucanos em SC. Não sobrou nem vaga de porteiro.

Outra coisa que está posta (e bem posta, a meu ver): se as convenções fossem hoje, o candidato a vice seria Dalírio Beber, o presidente do PSDB. Respeitado pelos demais partidos da coligação e com grande apoio no seu próprio partido, tem grandes chances.

MÁQUINA DO TEMPO: TESTE CULTURAL
Usando apenas as dicas abaixo você é capaz de dizer em que década a foto acima foi batida? O sujeito à esquerda é o Paulo Alceu (hoje no SBT) o da direita sou eu e o agachado é o Jair Alberto.

1. A parede da reitoria da UFSC ainda não tinha mosaicos;
2. Cabelinhos compridos e repartidos ao meio;
3. Jaquetão, colete e gravata larga;
4. Gola rolê e jaquetinha de couro;
5. Cabelo afro;
6. Câmera CP, que usava filme de 16mm com som em banda magnética;
7. Bolsa artesanal de couro, a tiracolo;
8. Calça boca de sino.

Respostas para o e-mail da coluna. Quem acertar não ganha nada.

Mais umas dicas, pra facilitar: na época o Paulo era repórter da TV Gaúcha (de onde eu acabara de sair para ser professor na UFSC) e tinha vindo a Florianópolis fazer uma matéria. De brincadeira, fiz de conta que estava sendo entrevistado por ele.

sexta-feira, 16 de junho de 2006

SEXTA

Tão falando que o mal-estar do Fenômeno foi praga...
de quem mesmo?


E A VIDA SEGUE...
Uso a frase que o colega Paulo Alceu popularizou para registrar alguns fatos que me chamaram a atenção nos jornais:

– O ex-braço direito do ex-ministro e ex-deputado José Dirceu está de volta ao Palácio do Planalto: desde março é assessor especial do presidente Lula. Quando Zé Dirceu saiu da Casa Civil (em junho do ano passado) seu fiel companheiro Swendenberger dos Nascimento Barbosa também saiu. Ficou no desvio uns tempos (no Ministério da Previdência) e assim que a poeira baixou ele voltou ao centro do Poder.

– O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), que denunciou o esquema de distribuição de dinheiro aos partidos da base aliada nunca negou que ele também usufruiu do acerto. Pois ele acaba de receber a medalha Pedro Ernesto, a maior condecoração da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro. Por pura coincidência a proposta da homenagem partiu da vereadora Cristiane Brasil (PTB), que por puro acaso é filha de Jefferson.

– Partido de militantes, o PT já não consegue empolgar como antes os seus filiados. A campanha de arrecadação de fundos que está para terminar pretendia conseguir R$ 13 milhões, para equilibrar as finanças do partido. Em dinheiro contabilizado deverá chegar a, no máximo, R$ 4,5 milhões.

DÁRIO, O DESBOCADO
O prefeito de Florianópolis perdeu a compostura e a educação diante da mãe de um atleta que reclamou pra ele, em público, do atraso dos salários dos treinadores da Fundação Municipal de Esportes e do abandono de algumas modalidades. Não quis nem saber e mandou a queixosa... bom, deixa pra lá.

A resposta grosseira do prefeito a uma munícipe que, segundo as testemunhas do destempero verbal do alemão, estava justamente indignada, mostra que o negócio dos irmãos Berger é mesmo o tapete preto. Esporte não é prioridade (não dá voto?).

PARQUE? PRA QUÊ?
Alguns leitores escreveram para comentar meu espanto sobre a construção do espigão municipal (11 andares) justamente no Parque da Luz. Alguns dizem que não tenho por que me espantar: “este prefeito e estes vereadores não acham que Florianópolis precise de parques”.

De fato, há algum tempo, comentei que o vereador Juarez Silveira tinha dito, diante do prefeito, que “Florianópolis não tem cultura de parques” e que “isto aqui não é Porto Alegre”. Pois agora vejo que essa idéia está mais difundida do que imaginava.

“Parque”, no entender de quem administra a cidade, é uma área vazia, um baldio inútil que precisa ser preenchido com coisas “úteis”, como um prédio de 11 andares que permita que o prefeito (que pretende ficar pelo menos oito anos administrando a cidade e depois passar o cargo para sua mulher por outros oito anos), tenha uma vista privilegiada, do seu gabinete, na cobertura, das baías norte e sul.

A qualidade de vida, ao que parece, será medida pelo número de viadutos, pela quilometragem de asfalto, pela alta densidade de ocupação do solo e pela arrecadação do IPTU. Ah, e por ciclovias vermelhas.

LEVA O ESPIGÃO PRA LÁ
O Parque da Luz é um espaço nobre da cidade (no alto da Felipe Schmidt, cabeceira da ponte Hercílio Luz) que nunca entusiasmou muito os governantes. A área é resultado do desmonte de uma colina e da mudança de um cemitério que existiam ali.

A comunidade criou e manteve, do jeito que deu, um parque. Já estão plantadas 3 mil árvores, que começam a dar sombra. Nos finais de semana muita gente passeia por lá.

Por isso ninguém se conforma que, em vez de ajudar a comunidade a transformar aquela área num lugar legal, a prefeitura invente de acabar com ela. Ou vai dizer que colocar um espigão de onze andares ali, mais os correspondentes estacionamentos, não vai acabar com o parque?

Lugar pra construir o “paço municipal” tem no próprio aterro da baía sul, sobre algum dos camelões ou dos estacionamentos de ônibus (“não fala em ônibus que o homem fica nervoso!”).

MEIA MARATONA À VENDA
Já que estamos falando da Prefeitura de Florianópolis e da Fundação Municipal de Esportes: nos outros anos, no aniversário da cidade, acontecia uma meia-maratona que já estava ficando nacionalmente conhecida, porque era um percurso charmoso.

Este ano, a “visão empresarial” dos irmãos Berger colocou a meia-maratona à venda. Se não tiver patrocinador a prova não sai. Uma empresa paulista está negociando com a prefeitura e exige que a prova passe a ter o nome da empresa. Aí, a meia-maratona não será mais de Florianópolis.

Os ingênuos da fundação de esportes ainda me disseram, “o nome é da empresa, mas a gente vai continuar fazendo todo o trabalho de organização”. Claro, seus tolos, eles levam a fama e vocês trabalham!

A data, é claro, será quando o patrocinador achar que deve ser. Talvez no segundo semestre.

O PT É PHODA MESMO!
O ex-padre católico Roque Rauber, dono da famosa casa de “swing” Sofazão, será candidato a deputado estadual pelo PT gaúcho. Ele é petista desde 1994 e embora tenha gente no partido torcendo o nariz pra ele, Rauber está se sentindo muito à vontade.

Afinal, o PT já “phodeu” com toda aquela imagem de partido puro e bem intencionado...

O SUL É O MEU PAÍS
O governador 2, o Dr. Moreira, atleta em permanente exercício, tem distribuído verbas generosas para o sul do estado, que por coincidência é sua base eleitoral. Deve imaginar, o governador 2, que assim como LHS (o governador 1) cumulou de mimos o norte, onde estão os preciosos votos que lhe deram o Poder, não tem nada demais fazer bondades pelo sul.

No outro dia (8/6), anunciou que Criciúma ganhou R$ 15 milhões para obras diversas. Ontem, foi mais R$ 1,2 milhão para Imaruí, Rio Fortuna e São Ludgero.

BANDA PODRE
Antes era a Telesc. Aí acabaram com a Telesc porque viria um novo modelo, mais moderno e funcional. Agora tem a Brasil Telecom, surda e muda. Ontem, pastei com a precariedade do adsl (a tal “banda larga”), que parecia um vaga-lume. Como sabem, vivo em Florianópolis e o jornal é feito em Itajaí, donde a necessidade de Internet, sem falar no e-mail, por intermédio do qual leitores enviam colaborações. Como nas vezes anteriores (geralmente finais de semana e feriados), nenhuma informação, nenhuma ajuda. Mas a conta não atrasa, não falha e não rateia.

VANDALISMO
Os incidentes que aconteceram em algumas cidades catarinenses depois do jogo do Brasil não podem ser creditados à alegria dos torcedores. Não havia, na vitória tímida da seleção, qualquer motivo para sair às ruas “comemorando”. Pelo que li no DIARINHO tratou-se de pura e simples baderna de gente bêbada e sem noção.

Baderna que, por sinal, tem acontecido com alguma freqüência. Sempre que se reúne uma multidão nas ruas tem uma turma do “quebra tudo” pra azedar a festa.

VEM AÍ O FUNDÃO
LHS disse, numa entrevista de rádio, que a penca da eleição vai colocar, na Assembléia Legislativa, uns 30 deputados da base do governo: “com maioria absoluta na Assembléia, podemos aprovar uma emenda à Constituição que amplie o Fundo Social”. Ôba, um fundão pra garantir a sucessão.

E lá no oeste, LHS já prometeu que, se for eleito, Seara vai ser sede de uma nova Secretaria do Desenvolvimento Regional. Vamos ver quantas SDRs ele vai prometer criar até o dia da eleição...

quinta-feira, 15 de junho de 2006

QUINTA

[Lembrete: neste blog é só clicar sobre a foto que se abre uma ampliação]
Não sei se está acontecendo em todas as regiões do estado, mas aqui em Florianópolis a cidade está atapetada de out-doors do governo estadual falando em milhões de reais. É milhão pra cá, milhão pra lá...

Tentam, é claro, impressionar o eleitor: “vejam só, enquanto vocês ficam catando moedas pra pagar o aumento dos ônibus, o governo LHS despeja essa montoeira de dinheiro na sua região”. E a mensagem por trás da mensagem é: “votem em quem deu tanto dinheiro pra vocês, seus ingratos!”

Cabe agora ao PSDB, que participou da coligação, ir de out-door em out-door, colando um cartazinho: “vote em nós também, que a gente também ajudou a reunir essa grana”.

No caso de Florianópolis o tema óbvio da campanha será: “nem o queridinho de vocês, o Esperidião Amin, colocou tanto dinheiro na capital!”

A PENCA TÁ PRONTA
Parece que tá quase tudo acertado pra formação da penca política de 2006. LHS vai à frente e atrás, bem engatadinha, vem a turma toda: PMDB, PSDB e PFL. Colombo concorre ao senado e só há uma dúvida sobre quem representará o PSDB como vice. Claro que em política tudo pode mudar de uma hora para outra, mas, por enquanto, é esta a previsão do tempo.

VDM, AGORA EM LIVRO
Não conheço o autor nem li o livro (não sei se é bom ou ruim), mas vi a propaganda e achei um lançamento muito oportuno.

É uma espécie de livro de auto-ajuda e o autor, Francisco Higa (que é administrador, consultor e palestrante), diz que é possível perceber se um projeto vai dar errado antes mesmo de ele ser realizado. “Quando ocorre o fracasso, não foi azar nem surpresa, mas falta de planejamento correto”, afirma.

Para saber mais sobre o livro, que está na segunda edição, consulte o site www.turnpoint.com.br.

MAIS UM GOLPE
Tratem de avisar bem as pessoas que ficam em casa, pra não fazer nada que alguém mande fazer por telefone. Ontem um amigo da coluna, de Blumenau, recebeu um telefonema (a cobrar!) de um sujeito dizendo que era da Brasil Telecom. O cara contou que caiu uma torre (!!!) e que o telefone ficaria 24h fora do ar. Para agilizar os procedimentos e evitar danos maiores, era preciso anotar um número de “protocolo” e depois teclar esse número no telefone.

O número *21*91338858# é, nada mais, nada menos, que o comando que instala o serviço “siga-me” que transfere as ligações para o celular cujo número está ali incluído (e que deve ser de algum bandido, que usaria o telefone desse meu amigo para fazer ligações a cobrar).

Repetindo: nunca faça nada que mandem fazer por telefone. Ou por e-mail. Desconfie sempre.

A MAIORIDADE DO PSDB
O PSDB-SC faz 18 anos dia 25 de julho. Pra comemorar, o diretório estadual resolveu iniciar uma campanha de arrecadação de fundos (afinal, estamos em ano eleitoral) e faz, dia 24, um jantar “por adesão” para um seleto grupo de amigos e apoiadores. Quem estiver morrendo de vontade de dar um dinheirinho pro PSDB pode reservar seu lugar, ligando para o diretório.

COMIDINHA BRASILEIRA PRA ALEGRAR A ALEMOADA
O chef Zeca D’Acâmpora (o vovô coruja acima) foi convidado para acompanhar professores e alunos do curso de gastronomida da Unisul à Alemanha, em plena Copa do Mundo (viajam semana que vem), onde irão mostrar alguns pratos brasileiros para deixar os alemães literalmente com água na boca. Os alunos que vão à Alemanha são estes aqui na foto abaixo.


Ontem o Zeca e a Unisul ofereceram um almoço para os alegres rapazes da imprensa, pra mostrar o cardápio que será levado à Alemanha. Claro que foi todo mundo (almoço, de graça, no bistrô do Zeca, não dá pra perder) e só na foto acima tem uns 250 anos de jornalismo. À esquerda, o indignado Vânio Bossle (TVBV) e à direita o Laudelino Sardá (ex uma porção de coisas e agora na Unisul). Claro que somei alguns que estão lá no fundo, mas só com esses dois já dá quase um século.

quarta-feira, 14 de junho de 2006

QUARTA

NADA É FÁCIL
Eu estava entre aqueles que sonhavam com uma vitória com muitos gols. Acho um pé no saco esses jogos agoniados, de um a zero, de dois a um, onde a qualquer momento o adversário, geralmente com menos nome e tradição, pode levar a taça. Será que todo jogo vai ser assim? Saco!

Chega de sufoco! Goleada já!

O HOMEM INVISÍVEL
Quando vi o Ronaldo Nazário entrar em campo levando pela mão um menino gordinho achei muita graça. Alguém na Fifa deve ter resolvido tirar um sarro do nosso gordinho. Os dois meninos gordinhos entrando em campo.

Daí eu, que sou meio distraído, só notei que ele estava em campo quando foi substituído, porque apareceu o nome dele acima do nome do Robinho.

PAVAN BATE O PÉ
Pouco antes do jogo de ontem o senador Leonel Pavan reuniu-se com seu pessoal, em Balneário Camboriú, e decidiu que, se o PSDB coligar com o PMDB para apoiar LHS, ele não concorrerá ao cargo de vice-governador.

O convite para que Pavan seja vice foi feito pelo próprio LHS, mas o senador acha melhor que outro nome do partido ocupe a vaga. Ele levou esta decisão à reunião da Executiva que aconteceu ontem à noite. Até o momento em que concluí a coluna a Executiva não tinha chegado a nenhuma conclusão.

QUE PM É ESSA?
A Polícia Militar de Santa Catarina continua nos devendo, a todos os catarinenses, explicações sobre alguns desvios de conduta de seus integrantes que, aparentemente, ficaram impunes. E se não há punição o recado que a tropa recebe é que esses comportamentos impróprios não incomodam o Comando da corporação. E logo-logo podem se espalhar como fogo em palha seca. E aí ninguém segura.

O jornalista Billy Culleton relata um novo caso de mau comportamento policial, ocorrido na sexta-feira, durante a manifestação dos estudantes do Passe Livre.

Uma estudante de jornalismo da UFSC estava fotografando a movimentação e um soldado, prepotente e covarde, para intimidá-la e impedí-la de registrar a ação policial, ficou dizendo gracinhas impróprias e indignas de um PM. Quando a moça reclamou, o brioso policial, orgulhoso de sua farda, do alto de seus coturnos, elevou a voz e mandou-a “tomar no cu”. Foi uma cena linda: o cidadão pagador de impostos agredido vilmente por um servidor público sem brio e sem moral.

Como a tropa, estranhamente, tinha retirado dos uniformes as etiquetas de identificação, as testemunhas do fato não sabem o nome do soldado. Mas têm as fotos que foram tiradas do valentão.

Eu recomendaria à estudante ou a quem tenha testemunhado o fato, a levar a foto à corregedoria da Polícia Militar e registrar a queixa. Ainda prefiro acreditar que existem oficiais decentes, que condenam essas molecagens que prejudicam seriamente o trabalho profissional que durante décadas muitos tentaram fazer. Mas é claro que o silêncio da PM sobre o caso do Sarará, do professor Nilson Lage e vários outros episódios, não ajuda em nada a restabelecer a confiança e o respeito que a PM deveria merecer da comunidade. Quem sabe, neste caso, a coisa não será diferente?

REPOSIÇÃO DE AULAS?
Como levar a sério um plano de reposição de aulas que inclui assistir os jogos do Brasil em um telão, no pátio da escola? Os mais otimistas dirão que é uma ótima oportunidade de integração, de conhecer os países que disputam, saber mais sobre o futebol, expressar-se, etc e tal.

Bobagem. Enrolação.

A atividade, em si, é, de fato, muito positiva. Deveria e deve ser feita, porque estimula a curiosidade, ajuda as crianças, os pais e os mestres numa porção de aspectos. Mas não funciona como recuperação das aulas matadas pelos grevistas.

O DÁRIO TÁ LOUCO?
Como é que é? O prefeito aproveitou o Dia do Meio Ambiente pra dizer que vai construir um espigão municipal no cocoruto do Parque da Luz (cabeceira da ponte Hercílio Luz, na Ilha)?

É verdade isso? Só pode ser deboche. Tipo assim: “Ah, quero aproveitar o Dia do Meio Ambiente pra dizer que vou acabar com um dos poucos parques públicos da cidade, tá ligado?”

O que essa gente tem na cabeça?

ESSE PAULO ALCEU...
A fotinha ao lado foi batida pelo jornalista Paulo Alceu (SBT) com um telefone celular. Mostra a Diretora de Comunicação da Assembléia Legislativa, jornalista Lúcia Helena Evangelista Vieira, em sua mesa de trabalho, na Alesc, remendando o paletó do próprio Paulo Alceu. Pão-duro, ele se aproveita do coração mole e das habilidades da Lúcia pra não pagar uma cerzideira.

terça-feira, 13 de junho de 2006

TERÇA

ADIANTA FALAR DE OUTRA COISA?
Todo mundo se prepara para sentar-se diante de um televisor, logo mais às quatro da tarde, e esquecer do mundo. Nosso destino como nação, nosso futuro como país, nossa vontade de viver e lutar, estão irremediavelmente ligados a um jogo de futebol.

Se a seleção jogar bem, ficaremos bem. Se ganhar, ficaremos ótimos. Se humilhar o adversário com muitos gols, chegaremos ao orgasmo. Um bom resultado neste primeiro jogo confirmará nossa superioridade no esporte mundial, garantirá, aos olhos do mundo, que somos filhos de Deus, moleques privilegiados que podem vencer na vida sem ter que estudar, trabalhar ou sacrificar-se: somos os reis do futebol.

Se a seleção jogar mal, se perder o jogo, se mostrar-se apática e incompetente, curvando-se rendida ao adversário, aí então nossa alma nacional entrará pelo ralo do esgoto e passaremos a encontrar culpados e réus. É capaz até de alguém associar a corrupção ao mau resultado, as ambulâncias superfaturadas ao pouco empenho, a baixa estatura moral dos políticos à falta de definição das jogadas.

E, embora hoje ninguém acredite ou queira acreditar, nenhuma das duas hipóteses é verdadeira. Ganhar ou perder um jogo de futebol é bom ou é ruim, porque todos gostam de ganhar e ninguém gosta de perder. Mas não deveria ser muito mais que isso.

O brasileiro não é melhor ou pior porque sua seleção de jogadores de futebol derrota os adversários e conquista um campeonato. O brasileiro pode até se sentir melhor ou pior dependendo do resultado do jogo e do torneio. Mas não deveria ligar de uma forma tão radical a sua vida e sua capacidade de progredir ao sucesso esporádico e isolado num ou noutro esporte, por emocionante que seja.

Mesmo no futebol, nosso esporte preferido, o País demonstra toda a sua fraqueza: os clubes são, em sua grande maioria, uma esculhambação, os estádios, uma bagunça, os vários torneios, desorganizados. Os melhores jogadores precisam sair do País para brilhar. Os torcedores arriscam a vida e o patrimônio quando vão aos estádios. Os cartolas mandam e desmandam sem se preocupar com o bem estar, a satisfação e a alegria do torcedor.

Meninos pobres que jogam bem só são aceitos nas divisões de base dos times pequenos, se tiverem pistolão. Nos times grandes o menino já precisa chegar com agente ou empresário. Não há um projeto nacional para o esporte que mostre claramente os objetivos que desejamos alcançar.

Somos um país gigante com projetos e sonhos paroquiais, provincianos. Atamos nosso orgulho nacional não a um grandioso projeto de crescimento e valorização dos brasileiros, do talento brasileiro em todas as áreas e principalmente do trabalho brasileiro, mas a uma fugaz vitória esportiva.

Embalados pela justa e inebriante alegria da vitória, imaginamos que esse sentimento será forte o bastante para corrigir alguns erros, melhorar alguma coisa das nossas vidas. Desanimados pela tristeza da derrota, imaginamos que somos piores do que realmente somos, que todos riem de nós. E seguiremos adiante, esperando outro jogo. E mais outro. E outro mais. Sendo sempre o país do futuro...

CONTRA CORRUPÇÃO
Sujeitos indignados com a situação nacional ou com algum aspecto da vida política têm se reunido cada vez mais em movimentos e associações para reclamar e registrar seu protesto.

Corrupção Zero, Reforma Brasil, De Olho no Imposto, Voto Consciente, Quero Mais Brasil... a lista é grande (abaixo os endereços de alguns deles) e têm em comum o fato de serem apartidários. Reportagem feita pelo site Congresso em Foco conta um pouco da história dessa movimentação que se contrapõe ao aumento da corrupção e ao sentimento generalizado de que estamos sendo, a cada dia, mais roubados.

A história dos grupos é mais ou menos parecida à que conta este militante: "Éramos um grupo de 20 a 30 pessoas. Saíamos para bares e ficávamos reclamando da vida, da violência, da corrupção, dos impostos. Até que em outubro do ano passado resolvemos agir". Meia dúzia desses amigos toparam e partiram para ação. Fundaram o movimento Corrupção Zero. Hoje, há mais de 18.500 pessoas cadastradas no mailing da entidade. A rede foi formada pela indicação de amigos e de amigos de amigos, todos simpatizantes da mesma causa.

OS ENDEREÇOS
Brasil sem corrupção
paginas.terra.com.br/noticias/brasil_sem_corrupcao/inicio.htm


Chega de impunidade
www.chegadeimpunidade.com


Contas abertas
contasabertas.uol.com.br


De olho no imposto
www.deolhonoimposto.com.br


E-indignação
www.e-indignacao.com.br


Movimento de Resistência ao Crime
www.atequando.com.br


Movimento Nacional Pró-Reforma Política com Participação Popular
www.proreformapolitica.com.br


Movimento pela corrupção zero
www.mczero.org


Quero mais Brasil
www.queromaisbrasil.com.br


Reforma Brasil
www.reformabrasil.com


Sou brasileiro de cara limpa
www.soubrasileirodecaralimpa.com.br


Tribuna Nacional
www.tribunanacional.com.br


Voto Consciente
www.votoconsciente.org.br


ESTRANHAS CERTEZAS

Não sou torcedor de nenhum time político em especial. Muito menos militante ou filiado. Mas acho muito estranho que de uns tempos para cá tenha caído sobre nossas cabeças, como um desígnio divino imutável, a “certeza” da vitória de Lula. Há até quem diga, sem o menor constrangimento, que “Alckmin foi escolhido para perder”. E, a uns quatro meses e tantos dias da eleição, já se considera o resultado como definido.

Quantas e quantas eleições ganhas de véspera foram perdidas? Aqui mesmo, em Santa Catarina, se fosse confiar em pesquisas, Luiz Henrique deveria ter abandonado a disputa. Porque, meses antes da eleição, Amin era imbatível. A única dúvida era se a derrota de LHS seria por muitos ou por poucos votos.

Não acredito que ninguém tenha se decepcionado com Lula. Não entendo esse clima prematuro de “já ganhou”.

O CATARINENSE MÁRIO MOTA – Ontem à noite a Assembléia Legislativa de Santa Catarina fez sessão especial para dar ao comunicador Mário Mota o títutulo de Cidadão Catarinense. Mota (à direita, na foto) nasceu num circo, numa cidade de São Paulo e escolheu morar em Santa Catarina (veio primeiro para Lages, na década de 70, onde foi professor de educação física e trabalhou em rádio e televisão). Foi um dos poucos, ontem, a cantar, inteiro, o Hino de Santa Catarina. E parece mais integrado ao estado do que muitos que nasceram aqui. Não sou grande amigo dele nem tenho qualquer tipo de relação mais próxima, mas fiz questão de ir à solenidade e faço questão de registrar o fato aqui porque acho que ele é um sujeito decente e trabalhador. Quando menino, palhaço de circo, aprendeu as artes de fazer rir e de entreter o público. E nunca desligou-se ou desdenhou dessa raiz profundamente humana. Talvez por isso o ex-governador Ivo Silveira (á esquerda) e tantas outras autoridades, dos mais diversos partidos e níveis, tenham ido prestigiá-lo, reverentes e emocionados. Como disse o Roberto Costa, da Propague, “o Mário Mota é uma unanimidade, não tem quem não goste dele”.