terça-feira, 6 de junho de 2006

TERÇA (06/06/06!)

O DIA DA BESTA?
Não, não é o dia daquela caminhonete da Kia Motors. É que a Bíblia, no Livro das Revelações, informa que 666 é o número da besta (do demônio). E tem gente que acredita que o fim do mundo está por perto de números como este.

Mas, ao mesmo tempo, 666 também é o número da vida. Vejam só, os átomos de carbono, que são a chave da vida tal como a conhecemos, têm seis prótons, seis nêutrons e seis elétrons, na sua forma mais comum.

Portanto, ver significados ocultos em números é um esporte popular, que ajuda aqueles que navegam nas águas turvas das para-ciências (numerologia, astrologia e quetais) ou nos meandros e mistérios das parábolas religiosas, a encontrar o sentido da vida.

A PROFECIA DA VIRGEM
Os católicos, de cuja bíblia veio o número da besta, continuam contribuindo com a névoa de mistério que envolve o dia de hoje. Há poucos anos, divulgaram um texto, atribuído à Virgem Maria em pessoa, que o teria ditado à pequena Lúcia, uma das três crianças que viram a aparição.

E, no texto, Maria teria afirmado:
“filha, diz ao mundo o que contecerá quando se aproxime a data do número da besta (06/06/06): pois os homens estão sendo dirigidos pelo demônio, semeando ódio e vinganças por todo lado. Os homens fabricam armas mortais que poderão destruir o mundo em minutos. A metade da humanidade poderá ser horrorosamente destruída. Haverá conflitos entre ordens religiosas. Deus permitirá que todos os fenômenos naturais como a fumaça, o granizo, o frio, a água, o fogo, as inundações, os terremotos, o tempo inclemente, desastres terríveis e os invernos extremamente frios como os destes tempo, acabem com a terra pouco a pouco, haverá doenças sem cura, as pessoas riem dos santos e da igreja, haverá assassinatos sem controle, as pessoas se matarão umas às outras, muita gente sofrerá”.
SUSTOS E LUCROS
Hoje tem pelo menos um filme de terror sendo lançado: a refilmagem de The Omen (A Profecia), da 20th Century Fox. Fora os livros que aproveitam a data para seus lançamentos, nos países onde livros são levados a sério.

Mas também tem uma gente assustada. Segundo o jornal londrino Sunday Times, algumas grávidas trataram de antecipar seus partos, para garantir que os filhos não nascessem hoje. E em algumas cidades dos Estados Unidos, há o temor que grupos de fanáticos aprontem alguma, em “comemoração”.

CAMPANHAS
Tem um pessoal aí fazendo campanha pelo voto nulo. Mas está perdendo força depois que muitos dos simpatizantes descobriram que anular voto não impede ninguém de se eleger nem é a mesma coisa que anular a eleição. Pra anular uma eleição e convocar outra, não basta anular o voto. Portanto, o voto nulo acaba beneficiando quem tiver mais votos.

Outra que circula pelos e-mails é melhor humorada: troque o ladrão, não deixe o mesmo. Leva na brincadeira a proposta de simplesmente não reeleger ninguém. Sim, porque é uma grande ingenuidade achar que ao não reeleger, o cidadão estará automaticamente melhorando o Congresso ou as assembléias legislativas (ou ainda os governos estaduais ou a presidência).

O ideal é não agir como um rebanho, evitar ser tipo “maria vai com as outras”. Apesar do que alguns dizem, tem políticos decentes, que fazem um bom trabalho, são até bem honestos (para os padrões brasileiros) que, se reeleitos, farão menos mal do que alguns novos candidatos, cheios de grana e amor pra dar, que só estão de olho mesmo é na chave do baú de maracutaias que o voto fornece. E tem muito lobo em pele de cordeiro.

Por isso, quem não reelege corre um grande risco de estar apenas trocando o ladrão de plantão. E quem reelege também corre o risco de manter o ladrão na sua mordomia. É dura a vida de eleitor...

ADOÇÃO FINANCIADA
O site “Congresso em Foco” fez uma reportagem sobre a Lei de Adoção que a Câmara começa a definir. Entre os deputados que querem meter a colher nesse angu, está o catarinense João Matos (PMDB). Matos quer conceder incentivos financeiros e fiscais para quem adotar.

A sugestão que ele quer incorporar à lei é considerada uma das duas mais polêmicas (a outra é a adoção por casais homossexuais), porque, segundo a deputada Laura Carneiro (PFL-RJ), “pode subverter o princípio da adoção, ao associá-la a um mecanismo gerador de renda”.

A ROTINA DOS ASSALTOS
Moradores dos outrora aprazíveis balneários de Ingleses, Cachoeira, Canasvieiras e Jurerê estão ficando muito parecidos com os paulistanos. O morador de São Paulo todo dia tem pra contar, ao chegar ao trabalho ou à escola, uma história de roubo, de assalto ou de morte. Podem reparar, os amigos que a gente tem no Norte da Ilha todo dia têm uma história nova de medo e terror pra contar.

No final de semana, a escola foi assaltada pela oitava vez, desde março. A farmácia, pela terceira vez. O supermercado já perdeu a conta. E a pizzaria, bota a plaquinha de “aberto”, mas continua com a porta trancada e só abre se o cliente for conhecido.

E a polícia? Bom esta é outra história triste. Os caras, num gol vermelho (bem discreto) começam a assaltar a mão armada nos Ingleses e vão indo. Claro que o primeiro assaltado avisou à polícia. Os assaltantes nem aí, exibindo sua pistola prateada pra quem quisesse ver. Entram e saem dos estabelecimentos caminhando com calma. Têm absoluta certeza que não serão incomodados.

Uns 40 minutos depois do último assalto, lá na Cachoeira, aparecem três viaturas, a toda, sirenes de espantar ladrão, luzes piscantes e tudo. Deu tempo para os meliantes folgados fazerem a féria do dia. Fizeram o que? quatro, cinco assaltos entre Ingleses e Cachoeira? pois é, tiveram tempo e liberdade, porque só 40 minutos depois do último roubo é que a polícia apareceu, segundo contam moradores da região.

(IN) SEGURANÇA PÚBLICA

Dentro das delegacias as histórias são ainda mais assustadoras. Nenhuma investigação parece andar. Falta pessoal, tem delegado transferido por motivos burocráticos. A falta de dinheiro, que o governo nega, paralisa a todos e o ano eleitoral e as pressões políticas engessam civis e militares.

O Comandante Geral que assumiu prometendo colocar a tropa na rua, parece que não consegue fazer seus policiais trabalhar à noite no norte da Ilha. “Durante o dia a gente ainda vê a polícia passar, uma vez ou outra, mas de noite isto aqui é um deserto”, lamenta um morador, que não prega os olhos à noite desde que teve a casa invadida de madrugada.

Quem tem dinheiro, contrata segurança particular, que acaba sendo um gasto inútil, porque, mal treinados, os guardinhas quase nada podem fazer.

A sensação de insegurança, naquela região, deixa de ser apenas uma sensação, é, a esta altura, uma certeza.

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