sexta-feira, 2 de junho de 2006

SEXTA

VENENO NA PRAÇA DOS
OUTROS É REFRESCO

A Comcap jura que o veneno que ela coloca nas praças onde brincam nossas crianças e nossos cães e gatos de estimação é inofensivo. Não é assim tão inofensivo, porque mata as plantinhas. “Não é prejudicial aos seres humanos”, insiste a Comcap. Mas o cara que aplica o veneno tem que usar máscara, luva e botas. E a gente, que precisa caminhar na praça para tentar reduzir o tamanho da barriga, não teria que receber, da Prefeitura, a mesma proteção?

E enquanto a gente vai sendo envenenado, as autoridades travam uma discussão marciana sobre o herbicida que pode e o que não pode, sobre a lei que está em vigor e a lei que caducou.

GREVE SEM EDUCAÇÃO
Na certa muita gente deve ter pensado que eu estava exagerando quando dizia que alguns dos grevistas não tinham educação. Todos concordamos que eles são mesmo injustiçados e que, na falta de solução para os problemas, têm que lançar mão do legítimo direito da greve. Mas nesta greve da educação alguns foram particularmente agressivos e mal-educados com quem nada tinha a ver com a história (ou pelo menos não era o inimigo a combater).

Agora que tudo terminou, que as partes se acertaram, vou reproduzir ipsis litteris um dos e-mails que recebi, para que vocês possam julgar o baixo nível com que alguns descerebrados pretendem levar uma luta séria (e justa!) como a dos professores:
“seu babaca porque voce nao vai dar o cu ao inves de se preocupar com os professores te liga manezinho reacionario” (sic)
E eu que achava que todo o movimento e até a greve era justamente para fazer com que a comunidade, os jornais, as rádios, os contribuintes e as autoridades se preocupassem com os professores... e o problema do xingamento enviado pelo(a) leitor(a), é que não me deixa opção: se eu não me preocupar com os professores, é capaz da manezada achar que eu aceitei a sugestão dele (ou dela). E eu sou espada, meu! Aqui só tem saída! Tá me estranhando?

Quanto a ser chamado de manezinho reacionário, nem me preocupo mais. Primeiro porque sou manezinho mesmo. Segundo porque, a esta altura da minha caminhada rumo aos 100 anos, já vi tanta coisa que não sei mais o que significa (ou não significa) ser reacionário. Ainda mais num País onde boa parte da esquerda chafurda na lama.

É DURA A VIDA DE CANDIDATO APRESSADO
Na foto acima, o candidato a presidente, Geraldo Alckmin (e) tenta comer um cachorro-quente, do lado de fora do Aeroporto de Navegantes, antes de embarcar de volta a São Paulo, enquanto agüenta as gozações dos tucanos catarinenses, Paulo Bauer e Leonel Pavan.

Eles tinham acabado de sair de uma reunião-jantar (!!!) com os empresários da pesca, mas pelo jeito não conseguiram comer. Ou porque os discursos, as conversas e os cumprimentos tomaram todo o tempo, ou porque a comida não estava lá essas coisas.

LHS PROMETE ASFALTO
A coisa mais normal do mundo é candidato prometer coisas. Portanto, o fato do LHS ter “garantido” ontem que se eleito vai pavimentar o acesso do bairro São Joaquim ao centro de Brusque, não tem, à primeira vista, nada de estranho ou errado.

Só que eu, manezinho reacionário que não se liga, fiquei matutando uma coisa: se é obra tão importante, tão fundamental, por que o Conselho Regional de Desenvolvimento, criado pelo próprio LHS para ser o porta-voz das necessidades das comunidades, não a colocou entre as prioridades?

Ah, porque se a descentralização for mesmo levada a sério e a autoridade dos conselhos regionais (formados por prefeitos, vereadores e representantes da comunidade) for respeitada, o candidato a governador fica sem ter como prometer obras avulsas.

Cada promessa como esta que o LHS fizer, significará um chute na canela das prerrogativas do conselho. Ou vocês acham que não?

PREFEITO SE DEU MAL
O prefeito de Garopaba e o ex-Secretário de Saúde do município vão ter que enfrentar uma ação civil pública que pede a condenação deles por improbidade administrativa.

Segundo o Ministério Público estadual, os dois, como tantas “autoridades” de todos os níveis, se acharam poderosos e resolveram dar uma mãozinha aos amigos: tentaram fazer com que a Vigilância Sanitária garopabense fizesse vistas grossas para alguns estabelecimentos comericiais.

FESTINHA JUNINA
A prefeitura de Florianópolis está distribuindo pinhão, amendoim, milho de pipoca e mais umas coisinhas, para comunidades carentes. A idéia é permitir que mesmo o pessoal mais duro possa fazer uma festinha. Taí um troço legal: festa é bom, alegria ajuda a viver melhor e o nosso dinheiro é gasto com tanta maracutaia, que quando usam pra uma coisa dessas, a gente não tem do que reclamar. Ao contrário.

Só que, pra não dizerem que eu só elogio, tenho que fazer um registro: no texto que anuncia a distribuição desses kits de festa junina, está escrito o seguinte: “pois boa parte dos alimentos é perecível e pode se estragar”. Ah, tá.

TITRI NA ESCURIDÃO
Lá no site do Paulo Alceu tem um recado de leitor reclamando da escuridão que reina nas ruas próximas ao Terminal da Trindade. O povo que chega de ônibus à noite passa o maior sufoco até chegar de novo em ruas iluminadas. A prefeitura decerto vai esperar que um parente de algum vereador seja assaltado ou assassinado pra colocar iluminação ali.

TCE APERTA O BADESC
O Tribunal de Contas do Estado julgou irregulares as contas de 2003 do Badesc (que, na intimidade, atende pelo estranho nome de Agência de Fomento de Santa Catarina).

Entre os motivos do TCE está a pressa com que foi feito acordo para receber uma dívida de cerca de R$ 3 milhões, em vez de ir buscar o dinheiro integralmente usando todas as cláusulas contratuais. Outras ilegalidades foram renegociações em empréstimos e suspensão de execuções judiciais que teriam causado prejuízos ao Badesc. Teve rolo também com patrocínios pagos pela tal “Agência de Fomento”.

O presidente Renato Viana levou, pelas costas, sete multas, no total de R$ 3,8 mil. Mas ainda pode recorrer.

NÃO FUI EU!
O Sindicato dos Jornalistas, a Univali e a prefeitura de Itajaí resolveram suspender o Congresso dos Jornalistas que seria realizado no município dias 14 e 16 de junho.

Como o anúncio da suspensão foi feito no mesmo dia em que eu anunciei aqui que o Congresso seria realizado, teve neguinho me perguntando se eu tinha agourado o evento.

Claro que não. Gostaria muito que o nosso glorioso sindicato conseguisse fazer grandes e produtivos congressos todos os anos e que, por sua organização, capacidade de luta e mobilização, me convencesse (e a tantos outros) a voltar a ser sindicalizado.

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito engraçada a mancada da colega da Secretaria de Cultura.
abração
Walter