E AGORA?
Ontem fui entrevistado, às oito da madrugada, pelo Adelor Lessa, da rádio Antena 1 FM de Criciúma. E ele perguntou, entre outras coisas, como seria a coisa daqui pra frente, em termos eleitorais. Quase respondi que as minhas bolas de cristal, embora façam muito barulho quando caminho, não permitem mais que eu veja o futuro, mas não quis ser indelicado com os gentis ouvintes do sul catarinense.Ora, sem dúvida que a habilidade política do Luís Henrique da Silveira (o popular LHS) conseguiu colocar, num mesmo barco, três grandes partidos e pelo jeito agregará ainda alguns outros.
LHS, que faz política somando, montou, desde os primeiros meses de governo, uma base de apoio que provocou urticária na oposição.
A GRANDE COLIGAÇÃO
Não é à toa que o Esperidião Amin e o PP reclamam desde 2003 da forma como LHS arregimenta “aliados”. Amin chegou a sugerir que aconteceu aqui a mesma coisa que aconteceu em nível nacional: assim como o PT usou grana e favores para atrair apoio para Lula, o LHS teria usado cargos e outros benefícios para montar a sua base.
Nas sessões da Assembléia Legislativa, nas votações importantes, o governo sempre foi imbatível. O Vieirão (PP) chegou a falar no trator com que LHS passava por cima da Assembléia.
E nesse trator governista, embarcados, estavam o PMDB, PFL e PSDB, além de outras siglas com menor número de filiados. Uma coligação, portanto, que não foi construída apenas às vésperas da eleição.
NEM TUDO ESTÁ PERDIDO
Mas, embora a engenharia política do LHS seja admirável, essas alianças sempre deixam rebarbas. No PMDB tem setores descontentes. No PFL muita gente tem falado alto que está inconformada. E o PSDB, que aparentemente ganhou muito na coligação com o PMDB, a se levar em conta o tom que Pavan usa nos discursos, também não está totalmente satisfeito.
Com essas dúvidas sobre o comportamento da militância e do eleitor, acende-se uma luz no horizonte: pode ser que a disputa eleitoral seja emocionante. Pode ser que o LHS não ganhe de véspera. Pode ser que pelo menos aconteça um segundo turno com todas as emoções, alegrias e tristezas das grandes competições.
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Advertência: as notas abaixo contém doses elevadas de mau humor.
Recomenda-se ler com cautela.
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O INFERNO DA SAÚDE
Quem depende do serviço de saúde pública está sempre levando a pior. Agora são mil e tantos médicos da secretaria de saúde estadual que vão parar hoje e amanhã.
Os coitados que tinham conseguido consulta, depois de sabe-se lá quanto tempo de espera, serão punidos pelos grevistas: vão ter que ir de novo pra fila das marcações.
Com essa sacanagem pra cima do cidadão que não tem plano particular de saúde, os ilustres doutores pretendem sensibilizar o Dr. Moreira (o colega que está em permanente exercício como governador 2). Como tantas outras greves e movimentos semelhantes, dá se um soco na cara, no ânimo e na saúde de quem não tem nada a ver com o peixe, a pretexto de “pressionar” o governo.
Sempre que alguém resolve pedir aumento, o pobre se phode. Do cobrador ao médico, do professor ao fiscal, quando resolvem “reivindicar”, sobra pra galera do andar de baixo. Mais tempo nas filas, mais tempo a pé, mais tempo na chuva, mais tempo doente... tudo porque os gênios do sindicalismo acham que é um preço justo a pagar.
Por que, por exemplo, não deixam sem atendimento médico só o governador, os secretários e suas famílias?
BÊBADO ASSASSINO
Agora é a UFSC que perde uma excelente oportunidade de falar contra o bêbado assassino que matou uma estudante e deixou outros feridos ao jogar seu carro sobre um grupo de pessoas. Na ridícula e inútil nota da reitoria, publicada sob o quase anonimato da “Administração Central da UFSC” (faltou coragem para algum pró-reitor ou mesmo o reitor assinar?), a entidade informa que a festa não foi autorizada e que está apurando as responsabilidades pela realização do evento.
Mas em que mundo estamos?
O bêbado assassino não poderia, em nenhuma hipótese, ter jogado seu carro sobre os pedestres. Não é relevante, neste caso, se a festa era autorizada ou não. É relevante, para uma instituição com a tradição humanista da UFSC, reafirmar o valor da vida, coisa que ela, naquela nota mesquinha e indigna, não fez.
Se a festa tivesse sido proibida, o bêbado assassino teria jogado seu carro contra outro grupo de pessoas, em outro lugar. E tanto num caso como no outro se espera de uma Universidade apego e apreço pela conduta civilizada, que impede que tenhamos qualquer respeito e contemplação com bêbados assassinos. Muito menos devemos encontrar-lhes atenuantes.
Governo lança o projeto “REVIGORAR 2”: devedores do ICMS terão abatimento de até 80% nos juros e multas por atraso no pagamento.
De tempos em tempos os governos (todos eles), a pretexto de conseguir mais algum dinheiro para o Tesouro, inventam de “estimular” os maus pagadores. O resultado é sempre abatimento nos juros e multas, de tal forma que o idiota aqui, que sempre pagou os impostos em dia, fica se achando um grande otário. Poderia ter ficado com aquele dinheiro, usado em outra coisa e depois, quando ocorresse uma dessas “promoções”, pagaria praticamente a mesma coisa que pagaram os tolos pontuais.
2 comentários:
Em 08/07/2004 escrevi no meu blog um artigo chamado "O Direito de Abusar", no qual, entre outras coisas, disse: "A greve é um direito constitucional não regulamentado. A falta de regulamentação não surpreende. O Congresso nunca foi exemplo de operosidade e levou 14 anos para definir a questão do § 3.º do art. 192, da CF, permitindo que milhões de brasileiros vivessem na doce ilusão de que os juros bancários estavam limitados a 12%. E resolveu da pior forma: revogou o dispositivo e remeteu a regulamentação do Sistema Financeiro Nacional a leis complementares. A falta de regulamentação não impede a averiguação do abuso, que emerge sempre que o exercício de um direito invada demasiada e injustamente o direito de outrem. Por isto é fácil identificá-lo juridicamente, declarar ilegais greves com essa característica e repor os eixos nos mancais. Falta é coragem para se indispor contra certos segmentos sociais que podem servir de fiel na balança eleitoral. O pior é ver a população sofrer e servir de espeque para funcionários públicos – principalmente do Judiciário e do INSS – pleiteiem melhoria salarial, por mais justo que seja. O brasileiro já sofre bastante e não precisa do incremento de sofrimento extra imposto por quem tem o dever de, exatamente, mitigar esse sofrimento". Um abraço
Essa penca não é só aqui não. Se for uma penca contra o Apedeuta, tem o meu apoio...hehehe.
Hoje postei uma foto com Sarney ladeado por Berzoini e o comunista (?) Aldo Rebelo, na mesa da convenção do PT. Uma das poucas fotos que escapuliu do controle do PT.
Abs
Aluízio Amorim
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