terça-feira, 31 de janeiro de 2006

TERÇA

O NOSSO SÍLVIO SANTOS
Lembram que há alguns anos uns gênios da política inventaram de lançar o Sílvio Santos como candidato a qualquer coisa? Porque afinal o homem é conhecido, aparece na TV e tem bastante dinheiro para financiar a campanha. Perfeito.

Pois agora o PFL catarinense está apostando na versão local do Sílvio Santos, o empresário Cesar Souza, para concorrer ao Senado. Aparece na TV, é conhecido e tem bastante dinheiro: não precisa mais nada. Nem seu fraco desempenho como deputado estadual parece importar.

AGORA VAI
E pra mostrar pra quem achava que eles estavam brincando que a coisa é séria, o Sílvio, digo, o Cesar Souza grava nesta semana sua participação nos próximos programas de TV do PFL. Ele e Raimundo Colombo vão tentar acelerar a campanha, levantando a bola das realizações pefelistas.

O lançamento, nesses programas de TV, da Urna Feliz ou do Baú do Senado não foi confirmado. Parece que é apenas intriga da oposição.

ESCULHAMBAÇÃO

O tal “Terminal Marítimo” de Canasvieiras onde os turistas dos navios descem é uma esculhambação, que certamente fará que Florianópolis fique conhecida no mundo todo como aquela ilha em que é melhor não descer.

MUSEUS ÀS TRAÇAS
A gente costuma dizer que o turista não tem nada o que fazer em Florianópolis em dia de chuva, nublado ou quando quiser fazer um programa diferente, fora da praia. Faltam atrações.

Só que a capital catarinense possui exatamente 19 museus. Podem contar: Ecomuseu do Ribeirão da Ilha, Fortaleza de São José da Ponta Grossa, Museu Acervo Histórico da Ponte Hercílio Luz, Museu Arqueológico ao Ar Livre Costão do Santinho, Museu da Escola Catarinense, Museu de Arte de Santa Catarina, Museu do Esporte Catarinense, Museu “Pe. João Alfredo Rohr, SJ” do Homem do Sambaqui, Museu do Judiciário Catarinense, Museu Histórico de Santa Catarina – Palácio Cruz e Sousa, Museu Universitário Professor Osvaldo Rodrigues Cabral, Museu das Armas Antônio de Lara Ribas – Forte Sant’Ana, Museu do Carnaval Hilton Silva “Lagartixa”, Museu do Índio, Museu Sacro “Capela Menino Deus” do Hospital de Caridade, Museu Tim Celular, Museu do Saneamento, Museu “O Mundo Ovo de Eli Heil” e Museu Victor Meirelles.

Alguns são maiores, outros menores, mas todos carentes de uma atenção maior, divulgação adequada e roteiros de visitas. Tanto os nativos quanto os turistas desconhecem a existência da maioria deles.

MANEZINHO AÇU
Quem manda o recado é o Chico Amante, criador de manezinhos:
“Certa ocasião, em Itajaí, ao entrevistar o saudoso Cel. Ledeni Mendonça da Rosa para o meu primeiro livro SOMOS TODOS MANEZINHOS, ele me convidou para coordenar a instituição do Troféu "Manezinhos do Vale". Mas ele faleceu pouco depois e sua idéia não vingou. É preciso que alguém, familiarizado com as coisas do vale e sua gente e os ideais que nortearam a criação da comenda em Florianópolis pelo saudoso Aldírio Simões, tome a iniciativa, pois, como é sabido, existem Manezinhos em todo o litoral catarinense”.
XENOFOBIA DO BEM
E por falar nisso, há muito tempo os catarinenses e mais especificamente os manezinhos têm sido classificados como “xenófobos”, pela intransigência com que defendem seus costumes contra a invasão de culturas alienígenas.

Há um certo exagero nisso. Os manezinhos em especial e os catarinenses em geral são dóceis e hospitaleiros, aceitando às vezes até com excesso de passividade a ingerência de pessoas e instituições de fora no seu dia-a-dia. E muitos “estrangeiros” acabam sendo adotados e depois de algum tempo passam a fazer parte da “família”.

Vejam, por exemplo, a nossa representação no Senado. A bancada catarinense é formada por uma paulista (Ideli), um gaúcho (Pavan) e um carioca (JKB). Se a gente fosse xenófobo mesmo, o pessoal de fora, que já é quase maioria em Florianópolis, não se sentiria tão em casa como se sente.

PALÁCIO ABANDONADO

Quase todas as colunas dos jornais de Florianópolis já tocaram neste assunto e eu não posso ficar de fora: o Palácio Cruz e Souza (aquele cor de rosa, na Praça XV, que já foi o Palácio do Governo), está completamente abandonado.

A explicação mais lógica é que o governador LHS gosta de Florianópolis, mas o pessoal que ele botou pra cuidar da cultura odeia a cidade e não quer, de jeito nenhum, ficar mais quatro anos no governo. Daí, fazem de tudo para que a gente passe a odiar o LHS, não o reeleja e mande eles todos de volta para Joinville.

Faz tanto tempo que prédio está abandonado que todas as outras explicações perderam o sentido. Prum sujeito deixar que todas as lâmpadas externas de um imóvel histórico tombado fiquem apagadas é porque ele odeia muito, mas muito mesmo, a cidade e seus moradores.

Não é possível que o estado do Fundo Social, em que o governador dá um abraço num prefeito e repassa um milhão, conversa com outro e repassa três milhões, aperta a mão de um terceiro e deixa outro milhão, não tenha uns reais pra comprar lâmpadas.

E por falar nisso, por que os irmãos Berger, que têm gabinetes no prédio ao lado e são afinadíssimos com o LHS, não fazem nada a respeito?

SAÚDE DO SERVIDOR
A partir de amanhã os servidores públicos estaduais contam com um novo plano de saúde. Lançado ontem com discurso e banda de música, o Santa Catarina Saúde representa um avanço, com várias vantagens, sobre o antigo plano, o Unisanta.

Administrado pela Secretaria de Estado da Administração, o plano terá o atendimento médico-hospitalar fornecido pela Unimed. Espera o secretário Marcos Vieira que o servidor já comece a notar, nas próximas semanas, a diferença. E que aceite sem problema o aumento da contribuição.

Antes o servidor pagava muito pouco, mas recebia um serviço de última categoria. Agora a promessa é ser melhor servido, por um preço justo.

O VERDADEIRO DIA DE CÃO
Minha amiga Elis Monteiro, jornalista de O Globo, no Rio, teve, na sexta-feira, um dia daqueles. Uma fantástica seqüência de azares, capaz de arrazar qualquer um. Ela contou a história no seu blogue e eu reproduzo aqui os principais momentos, porque nenhum de nós está livre de passar por isso:
“Um dia de cão na vida de uma pessoa é isso: logo de manhã, é assaltada na Praça XI. O assaltante vasculha a bolsa, leva seu dinheiro e, não satisfeito, começa a te puxar pelos pulsos, gritando “você vem comigo”! Você começa a chorar alucinada, morrendo de medo do que ele pretende fazer com você. O clima de tensão permanece até que ele se assusta e foge.

“Você, tonta de medo, consegue atravessar a rua, pega o celular que só se salvou porque estava dentro da necessarie e liga pra uma amiga. Vai direto com ela pro posto médico do jornal onde trabalha, onde, tremendo que nem vara verde, recebe um calmante debaixo da língua que te deixa grogue, mesmo tendo um monte de trabalho inadiável pra fazer.

“Você passa o dia tentando não dormir na mesa e, quando consegue ir embora, uma chuva enorme cai na sua cabeça porque, justamente naquele dia, você foi trabalhar sem guarda-chuva.

“OK. Para não ir pra casa naquele estado, você procura abrigo na casa de um casal de amigos, onde você se sente em casa. Na hora de ir embora, tenta pedir um taxi, mas não consegue, porque a cidade parou e os taxis não estão rodando. Mas o santo casal decide te levar em casa, tarde da noite.

“Quando você chega ao santo lar, o porteiro te dá a temida notícia: cortaram a sua luz, aquela mesmo que você jurava ter pago. É meia noite e não dá nem para pagar pela internet porque... você não tem luz.

“Desesperada, você decide ligar pro seu irmão ir te buscar, antes que tenha uma crise histérica. Só que o telefone é sem fio e, portanto, só funciona com eletricidade, aquela mesmo que foi cortada.

“Mas, é claro, você tem seu celular. Saca da bolsa e descobre que... ele está sem bateria!

“Entra em desespero – nem dinheiro pra comprar cartão telefônico você tem porque o ladrão levou.

“Até que de repente o interfone toca. Você corre, tropeçando no escuro, para atendê-lo. Era o porteiro, avisando que os homens da cia. de eletricidade estão religando a luz de outro apartamento. Você desce os 10 andares para fazer o quê? Implorar, pelo menos até você pagar a maldita conta no dia seguinte cedinho. Eles não aceitam, você começa a chorar, dizendo que está tendo o pior dia de sua vida, e nada surte efeito. Você, cansada, encosta-se onde? No painel de luz, onde leva um choque enorme que te deixa ainda mais atordoada.

“O homem da cia. de eletricidade grita: “cuidado, moça, a senhora pode morrer aí!” E você, aos berros, diz: “mas eu quero mesmo é morrer!!!”

“O fim da história? Por uma graça divina – Deus deve ter percebido que tava exagerando – consegue usar o último suspiro da bateria para pedir socorro ao seu irmão e acaba indo dormir no sofá dele, doida pra passar o terrível inferno astral fora de hora.

Pois é, essa foi minha sexta-feira”.

2 comentários:

Anônimo disse...

SILVIO SANTOS PRESIDENTE: Na época em que estourou o escândalo do mensalão eu defendi a candidatura do Silvio Santos a Presidente. Pelo menos seria mais transparente. Ele entraria no Congresso gritando "quem quer dinheiro" e o jogaria para os parlamentares em troca de votos.

Anônimo disse...

Quato à xenofobia .. deixastes o Dário de fora né .. tudo bem .. cidadão sabe-se lá da onde, que fala como colono lageano e foi prefeito de São José ..