quarta-feira, 16 de abril de 2008

FRAUDES NA BOCA DA URNA

Desde pequeno, quando achava época de eleição divertida por causa dos cartazes, santinhos, comícios e outras diversões (acompanhava meu pai à seção eleitoral onde ele era presidente de mesa), ouço falar em votos comprados... e vendidos.

Nunca me preocupei em catalogar as várias formas de fazer isso. Desde a entrega de um pé do sapato antes e o outro pé só depois da contagem de votos daquela urna ao manjado voto-carbono, a criatividade dos malfeitores nunca descansa.

Quando, na juventude, fui convocado para trabalhar na apuração de uma eleição, no ginásio do Colégio Catarinense, ficava tentando adivinhar o que aqueles sinais que alguns colocavam no voto significariam. Soube depois que poderiam ser códigos: cantinho da cédula dobrado mostrava que o “compromisso” tinha sido “honrado” e o voto atribuído conforme combinado.

Na Itália descobriram há pouco mais uma dessas fraudes previsíveis: o uso de celulares com câmera para comprovar que o voto foi dado e habilitar o autor a receber o dele. Por aqui, se isso ainda não foi usado (há quem garanta que sim), o será. Até porque as reportagens sobre o caso italiano mostram direitinho como fazer. Agora cabe à Justiça Eleitoral mostrar que também lê jornais.

O Blog do Vieirão (vieirao.com.br) faz uma afirmação categórica: Em Florianópolis se compra muito voto. Analisando o outro lado da moeda, a conclusão inevitável é que na Capital tem muito voto disponível para negócio.”

E relata vários casos, envolvendo figuras conhecidas no estado, para mostrar que esse comércio não é exclusividade da capital, “ao contrário”.

Trecho:
“Na compra e venda do voto todas as moedas são aceitas. Jarvis Gaidzinski, sofisticado, comprava consciências com notas de U$ 100.

Rola de tudo: postes, tijolos, sacas de cimento, cestas básicas, conta & ligação de luz, de água, telefone, IPTU, multas, gasolina, consertos de carro, mensalidades e vagas em escolas, bolsas de estudos, etc.

Consultas médicas, remédios, óculos, dentadura, exames, cirurgias, próteses e afins compram muitos votos.

Mas no dia da eleição é a moeda corrente que medeia a transação.

Os políticos mais antigos não titubeiam em apontar as eleições do ex-deputado Joaquim Ramos como das mais caras ao Erário catarinense em todos os tempos.

– Morava no Rio de Janeiro e disputava eleitores aqui, principalmente no Sul e no Oeste.”

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