Jaguar e Ziraldo fizeram parte da turma que construiu um dos maiores fenômenos editoriais brasileiros, o O Pasquim. Semanário de humor, nasceu e cresceu durante a ditadura militar, chegando a atingir, no seu auge, tiragens de 200 mil exemplares, o que é muito mesmo para os grandes jornais brasileiros de hoje.
A censura encheu muito o saco do Pasquim e a turma, ou boa parte dela, chegou a ser presa durante um tempo. Várias edições foram apreendidas, recolhidas ou tiveram sua circulação dificultada. A ditadura, portanto, causou ao Pasquim grandes prejuízos. Como causou a tanta gente. Até mesmo àqueles que sofreram anônima e indiretamente com os problemas que uma ditadura sempre provoca.
Pois bem, como tantos outros “revolucionários”, Jaguar e Ziraldo acabam de ser premiados com uma indenização milionária (milionária mesmo, mais de R$ 1 milhão pra cada um) e mais uma boa pensão mensal, graças a essa ferramenta que o governo FHC inventou, mas o governo Lula aperfeiçoou: “que luta política que nada, aquilo foi mesmo um grande investimento previdenciário”.
Ziraldo acha que o Brasil lhe deve essa grana. Muita gente acha que não, que a gente não lhe deve isso e que nossos impostos não deveria servir para esses casos de enriquecimento tardio de antigos idealistas arrependidos.
Há, entre aqueles que foram presos e torturados pelos militares, naquela época, quem tenha se recusado a receber a indenização: entraram na luta por um ideal e o pagamento mercantilizaria esse sonho. Mas esta não é uma questão pacífica, ou tranqüila.
Talvez o que cause mais revolta seja mesmo o valor das indenizações. Enquanto a Justiça brasileira tem atribuído valores quase irrisórios a tantas indenizações que parecem muito justas, o bolsa-ditadura esbanja dinheiro.
Em todo caso, em que pese esse tropeço, essa nódoa biográfica, não se pode, de uma hora para a outra, apagar o papel histórico que Ziraldo e Jaguar tiveram na manutenção da sanidade mental de uma geração que, sem o Pasquim, não teria aprendido a dizer que o rei está nu. Nem a rir de si mesma.
O 25 tipo de Novembro: redação do ensino bué básico.
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A setôra explicou que o PS já não é tecnicamente fascista e está bué à toa
de ter sido. O PS, que agora é “cool” e mano dos democratas do PCP e do BE,
pe...
Há 3 horas
9 comentários:
Nessa mesma bolsa os filhos do Covas estão de olho... Só que um pouco mais milionária: R$ 5,7 milhões.
Enquanto isso as aposentadorias de quem contribui durante 35 anos de trabalho são achatadas, os precatórios não são pagos...
Eta paisinho, hein !
Depois desta informação, deixo de ler esses caras, como desligo a CBN diária quando o tal Heitor Connim fala besteiras, depois de embolsar uma fortuna desta e ainda receber uma pensão tambem dessa grandeza...
Depois desta informação, deixo de ler esses caras, como desligo a CBN diária quando o tal Heitor Connim fala besteiras, depois de embolsar uma fortuna desta e ainda receber uma pensão tambem dessa grandeza...
Se ensinaram a uma geração rir de si mesma, em compensação agora só eles riem de toda ela.
Cesar, outro dia li, escandalizada em revista de circulação nacional que o terrorista que botou uma bomba nos anos 70 num banco em s.paulo ganhou uma idenização de R$ 1.000.000(um milhão ...) e pico de reais, o comerciario que perdeu a perna, pois estava no banco naquela hora, ganhou na justiça o direito a uma pensão de R$400,00 reais por mes.Ele vive com uma prótese, PERDEU A PERNA!!!Que horror!!!
Melhor pergunta, como sempre, quem fez foi o Millor Fernandes, com a ironia ferina que lhe é peculiar: "Vocês estavam fazendo uma revolução ou um investimento?".
O Ziraldo (não precisava disso...) ainda chamou de cagões todos os que reclamam de seu milhão, como se o todos tivesses que pagar por sua "coragem".
O editorial de O Globo, deixou nas entrelinhas que muitos não foram prejudicados, muito pelo contrário. O Pasquim voltou depois da ditadura, em várias versões e formatos e nunca fez sucesso. Já no tempo da ditadura, as circunstâncias colocaram-no num patamar inédito. Prejudicado ou alavancado?
É de conhecimento de todos que os editores do jornal ganharam MUITO, mas MUITO $$ mesmo naquela época, tanto que montaram uma editora de sucesso, a Codecri. É folclore conhecido o litro de whiski que o Tarço de Castro deixou derramar no chão de uma boate, por estar lotado de dinheiro.
Mas este é o Brasil, se der pra pegar algum do dinheiro de todos, vamos lá. Às favas com ideais, ideologias ou reputações.
Cesar,
meu anjo, será que eu vou ter direito a um negócio desses daqui a uns 40 anos?
Beijo grande,
Jana
De uma cabeça donde saiu uma chatice insuportável como o menino maluquinho, aquele porre de vinho, só podia sair coisa dos tipo" o Brasil me deve isso",se referindo à indenização.
Eu não devo nada a ele,safado.
LIa
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