Os jornalistas catarinenses precisam decidir se querem ou não associar-se a uma entidade sindical. E de que forma pretendem fazer com que seus direitos trabalhistas sejam respeitados. Os muitos anos em que o Sindicato trocou de mãos em eleições de chapa única, sem interesse ou disputa, parece que anestesiaram boa parte de categoria, para quem aquela entidade era apenas uma coisa sem muita utilidade, entregue, em priscas eras, a um grupo petista, cutista, que depois até renegou em parte essa associação partidária.
O fato é que a maioria dos jornalistas não está nem aí para o Sindicato. O maior incidente dos últimos tempos (a inoportuna cartinha de cobrança enviada para jornalistas no dia em que vários deles estavam com água dentro de casa), tem sua raiz justamente no fato de que há muitos “associados” que não pagam suas mensalidades. E não pagam talvez porque não vejam qualquer benefício nessa despesa.
O grupo nada homogêneo que era (é?) “dono” do Sindicato, protagonizou um espetáculo bizarro nas últimas eleições: em vez de lançar uma segunda chapa, boicotaram a eleição. Decerto para retirar legitimidade dos “inimigos”. Conseguiram, na prática, enfraquecer ainda mais a representatividade do Sindicato. Prestaram inestimável serviço ao sindicato patronal.
Portanto, como o combate à regulamentação profissional e a pressão para extinguir o jornalismo continuarão cada vez mais fortes, seria bom que a gente decidisse, afinal, se precisa de um Sindicato e qual o tipo de sindicato queremos. E, por fim, quais os colegas que achamos que devem nos representar.
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Há 12 horas
4 comentários:
Prezado Cesar, concordo (em parte) com você e conto com sua experiência e competência para nos ajudar a sair dessa!Quem sabe, nas próximas eleições, você consegue montar uma chapa que realmente represente a categoria e não faça como a ex e/ou atual diretoria fez: despedir uma funcionária competente, com mais de 18 anos de trabalho, só porque ela não é filiada ao Partido da tal. Isso é inédito na história do SJPSC. Te confesso: não entendo mais nada. No entanto não podemos deixar que o sindicato acabe de vez (na prática, já era!). Se cometi alguma injustiça no comentário, me corrija.
ATT
Suely de Aguiar
Desde que entrei na Ufsc (me formei há mais de dez anos, então pode botar uns 14 anos na conta) o Sindicato funciona como uma espécie de clube frequentado por "representantes" profissionais da categoria. Não sei nem se conhecem uma redação, mas garantem representar os jornalistas. Além do mais, não prestam contas e não têm legitimidade (a eleição do sindicato é um vácuo de participação). E o pior: se arvoram no direito até de propor medidas para tutelar a imprensa, numa demonstração de subserviência ao poder que deveria causar nojo em qualquer jornalista.
Não sei e nem me interessa saber como resolver isso. Sempre tratei eu mesmo dos meus salários e entrei e saí de empresas por conta própria. Quando precisei do sindicato, para um processo trabalhista, vi que era mais barato atuar com advogados não ligados à entidade.
Como esperar algo de um Sindicato que nos últimos anos se rendeu às pressões dos patrões, justamente por fazer parceria com os mesmos? Reajustes pífios, que na maioria das pequenas empresas de comunicação (sim coleguinhas, as grandes empregam poucos apaniguados e amigos dos amigos) não chegam , pois insistem em pagar piso de radialista (pouco mais de R$ 600), mesmo o sujeito tendo registro e sendo sindicalizado, não há respeito. O tal Sindicato dos Jornalistas até hoje amarrado ao mofo dos tempos de ditadura e censura, em vez de fiscalizar pra valer e cobrar soluções, denunciando os "maus patrões", se contenta com as migalhas jogadas aos porcos (me perdoem o trocadilho). Isso quando os interesses partidários não prevalecem, arrumando a vida de muitos coleguinhas ligados ao Sindicato. Por isso que tenho vergonha hoje, de ter frequentado a faculdade, estudado horas e horas para ser jornalista e ver que nada melhora para nosso lado. O colega ~que comentou isso tem razão: Nem os advogados trabalhistas ligados ao Sindicato tem força e argumentos para decidir em favor de ações que são proteladas anos e anos, em prejuízo de quem foi injustiçado ou prejudicado com o abuso (chicote) dos patrões. É por issso que o Piso daqui é inferior ao do PR, RS, SP, RJ e BSB, onde a média salarial é mais condizente. Tenho pena dessa molecada que tá cursando ou saindo das universidades com sonhos de chegarem a Globo. Eles não acreditam que em SC ganha-se pouco mais de R$ 1.100(sujo). Quando caem no mercado, vem a dura realidade. Uma Vergonha! Tem jornalista a dar com um pau, doido por uma vaguinha, buscando espaço no mercado cada vez mais competitivo e descarregando gente todos os anos, muitos inclusive, filhinhos dos apadrinhados das empresas e políticos por aí, conseguindo boquinhas na teta do governo. Contamos histórias e fatos todos os dias, mas não temos o rumo da nossa profissão, entregue ás mãos de maus diretores. Estou mudando de ramo. Chega de ficar sendo prostituta de bacana, de figurões que se dizem "do lado do povo" e na real exploram trabalhadores. Vou vender imóveis, onde ganha-se mais e incomoda-se menos.
Feliz Natal Dr. Cesar e Por Favor, NUNCA SE CALE!
Então voces não tem um sindicato que os represente é?
Que coisa, pessoas que se acham formadoras de opinião e não hora de uma tribusana trabalhista estão no sereno.Tem que correr atrás com um advogado pago do próprio bolso. Eu eu pensando que é só com os sem-escola que acontece. A alienação é geral. Médico pensa que é Deus, jornalista tem certeza, talvez seja por isso.
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