sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Esculhambação aérea

Como não tem tido mais desastres com aviões de passageiro a gente acaba achando que está tudo certo nos céus brasileiros. Que nada. A coisa continua na maior engronha.

Vejam só o problema de quem precisa viajar do exterior para o Brasil: antigamente, como a Varig, a Vasp e outras empresas tinham convênios internacionais, era possível comprar passagens, por exemplo, de Londres para Florianópolis.

Isso significava que depois de chegar ao Brasil, em São Paulo ou no Rio, o prosseguimento da viagem estava assegurado.

Hoje, os brasileiros que querem retornar ou os estrangeiros que querem nos visitar, só conseguem comprar a passagem internacional até o aeroporto de chegada (em geral Guarulhos ou Tom Jobim). O outro trecho é uma novela. Tem que ser comprado separado. E está sujeito ao instável e desregulado tráfego aéreo nacional.

Minha filha vem passar o Natal na casa dos “velhos”. Ficou sabendo, há poucos dias, que o vôo da Gol que a traria de São Paulo a Florianópolis foi cancelado. Ofereceram outro, dia 24 à noite. Vai ter que mudar de aeroporto para tentar chegar antes da ceia.

Sem falar em outros transtornos: amigos estrangeiros só conseguiram comprar, no país deles, a passagem até São Paulo. E teriam que comprar o resto do trajeto só ao chegar, se não tivessem conhecidos no Brasil que fizessem o favor de ajudá-los com esse problema criado pela desorganização de um País que, ao que parece, não dá a menor bola para o turismo. Ou, pelo menos, não faz nada para facilitar a vida dos turistas.

9 comentários:

Anônimo disse...

Caro César. A esculhambação aérea é um tema complexo. Invariavelmente passa pela ausência da Varig. Quando líder do mercado, a empresa supria a demanda dos períodos de festas. Para isso colocava nas rotas nacionais aeronaves de grande porte (DC10, MD11, B707, B747) nas "folgas" dos vôos internacionais. Além disso, dispunha de uma grande frota.
Mas não é só a falta da Varig. Os problemas são estruturais e até culturais. Hoje temos uma Infraero (carinhosamente a InfraZero) preocupada com aeroshoppings e deixando de lado os aspectos operacionais. As empresas formam um duopólio (Tam/Gol) com altos preços. Conforto, pontualidade e bons serviços são coisas do passado.
Literalmente a Varig faz falta no fim de ano. Até mesmo pela musiquinha "Varig, Varig, Varig..."

Anônimo disse...

Algum dia alguém há de contar a verdadeira história do fim da Varig.
Alguém há de contar quanto o Brasil perdeu e como não há jogo só de perdedores, quem sabe um dia saberemos quem ganhou...
O cumpadre advogado do Lula ganhou muito, mas outros ganharam muito mais !
Quando a Varig já estava mal das pernas, Gol e TAM começaram com promoções de viagens a R$ 50,00, para dar o golpe fatal. Agora... onde estão aquelas promoções ?
Vamos ver se a Azul vai conseguir mexer nesse mercado cativo.

Anônimo disse...

Parece que não se pode comprar passagem da Gol no exterior e nem fazer conexões com ela, por que ela não integra a IATA, a organização mundial das empresas aéreas.
Para quem vem da Europa é melhor desembarcar no Galeão e pegar o vôo da TAM às 11, direto para Florianópolis, pois a outra opção é passar o dia em Guarulhos !

Anônimo disse...

Caro Cézar,
Sei que não tem nada a ver com o Post acima, mas tenho que voltar ao assunto. Esta semana o Cacau voltou a falar dos processos de indenização por danos morais, que diz ser afronta à liberdade de imprensa. Pois não é que descobri, pesquisando no site do TJ, que esse mesmo Cacau move ação de indenização contra o colega Roberto Salum. Dá uma olhada no nº 023.05.005059-4. Então contra os outros não é censura?
Na verdade, toda pessoa que acreditar ter sua honra sido ofendida tem direito à pedir reparação. Se a justiça vai conceder ou não é outra história. Quanto ao valor das causas, cada um sabe (ou acredita) quanto vale a sua honra. A do Cacau, na ação que citei, vale R$ 45 mil

Anônimo disse...

O Cesar, tá reclamando de quê? RELAXA E GOZA!
Martinha

Anônimo disse...

Prezado César, duas notas que merecem destaque:
1. Marcos Sá Correa, atacou fortemente o Código Ambiental enviado à Assembléia pelo governador Luiz Henrique, a quem cognomina de “tricampeão nacional de derrubada da Mata Atlântica”. Correa vaticina o fim do Parque da Serra do Tabuleiro e acusa:
– “Em SC, pior que a chuva é o Manda-Chuva”.

2. UMA QUESTÃO DE JUSTIÇA
Só há uma certeza no episódio da farra dos vereadores: deputados e senadores estão totalmente desconectados dos interesses do país.
Apenas quem tivesse acabado de chegar ao planeta Terra e estivesse desinformado sobre a crise econômica global seria capaz de propor o incrível aumento de 7.343 vagas nas Câmaras Municipais brasileiras. (Não seria melhor 7.343 vagas de médicos na Previdência?)
A novela teve um enredo torto, do início até o estágio atual. Na madrugada de quarta para quinta-feira, os senadores aprovaram a inacreditável emenda constitucional dos vereadores. Por justiça, eis os nomes dos que foram contrários a ela: Cristovam Buarque (PDT-DF), João Pedro (PT-AM), Kátia Abreu (DEM-TO), Raimundo Colombo (DEM-SC) e Tião Viana (PT-AC).
Não que esses cinco nos dêem esperanças de nada, mas merecem pelo menos serem citados, não achas?
Carlos X

Cesar Valente disse...

Carlos X, publiquei uma nota no jornal sobre o Colombo. Coloquei aqui no blog há pouco.

Anônimo disse...

Não há "inocentes" na aviação brasileira. Nunca houve. Aos que são saudosistas da Varig, recomendo a leitura do livro CAIXA PRETA. Excelente leitura sobre a falência da Panair do Brasil, decretada pelos militares e completamente apoiada pelo Ruben Berta, então presidente da Varig.
Quanto aos nossos dias, além do duopólio, o maior problema a meu ver, como usuário do sistema, é a ANAC, carinhosamente chamada de "ANARQuia". Quando criada, incorporou a seus quadros os militares do antigo DAC, sendo que a cada ano, 20 % do pessoal retornaria à aeronáutica e as respectivas vagas seriam preenchidas por concursados. Acontece que os concursados não têm experiência alguma, e não podem contar com os escalões superiores, pois estes sim é que não entendem de aviação. Lembram do Zuanazzi? Quando ele pediu para sair é que estava começando a aprender algo. E um diretor (fugiu-me o nome) atual, que está propondo a abertura dos céus do Brasil para qualquer Cia aérea estrangeira? Eles fazem coisas estapafúrdias, conforme a necessidade política do momento. E infelizmente a nossa "imprensa" não colabora muito; até atrapalha, quando mistura objetivos políticos com jornalismo (não é o teu caso, César).
Sinceramente, não espero melhoras. Nem na aviação nem em outras àreas. Parece que todos perderam a noção do certo e do errado, do bem e do mal. Hoje em dia você deve dar graças a Deus por ter pousado em segurança. Para quem faz parte do sistema, o que é divulgado é fichinha. O pior são as "bombas-relógio", como a lenta curva de aprendizado desse pessoal que "manda" na aviação brasileira. Saudades do DAC. Se ao menos eles tivessem um orçamento um pouco mais digno, à época que gerenciavam o sistema de aviação brasileiro... É um pena o governo anterior (FHC) ter acabado com tudo, e é uma pena o atual (Lula) ter perdido a chance de começar a ANAC com o pé direito. Começou com dois pés esquerdos.

Anônimo disse...

O anônimo das 4:56 deve estar se referindo ao livro "Pouso Forçado" que conta o fim da Panair !
A Panair também não era aquela maravilha contada no livro, mas certamente também não teve um final digno.
Acontece que o serviço aéreo é uma concessão do governo federal e a Varig, como no passado a Panair, deveriam ter sofrido intervenção do governo para depois a concessão ser transferida para outra empresa, sem interromper o serviço, especialmente nas rotas internacionais onde ambas, cada uma no seu tempo, representavam o Brasil !
Mas isso é passado !
Mas que no alto escalão, muita gente ganhou com a falência da Varig, isso é uma realidade, e dizer que seu Constantino comprou a Varig só para atender um pedido do Lula, isso é deboche, piada de mau gosto !