A história da proposta de federalização do porto de Itajaí às vésperas de um novo prefeito assumir, tinha começado de uma forma esquisita: o deputado Décio Lima (PT), amigo pessoal de longa data do presidente Lula, conta para um jornalista que a proposta existe, que Lula a avaliza e que isso acontecerá em pouco tempo. E aí desaparece.
O “desaparecimento” foi um lance patético, neste mundo de celulares e internet. Décio Lima participou de uma viagem da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, conduzida pelo deputado Raul Jungman (PPS-PE). Ontem, quando tentei saber detalhes da viagem junto à mesa da Câmara, fui informado que Décio Lima não estava participando de nenhuma missão. Hoje conversei com a assessoria do deputado Jungmann, que me confirmou que, dos oito deputados escalados para a viagem, apenas quatro foram e um deles era, de fato, Décio Lima.
A agenda, principalmente nas capitais do Paraguai e Bolívia, era de reuniões para que os deputados pudessem se inteirar e acompanhar três assuntos: a) a revisão do tratado de Itaipu; b) o problema da falta de regularização, pela Bolívia, dos imigrantes brasileiros que estão lá (o Brasil tem regularizado os bolivianos, sem obter um tratamento de reciprocidade); c) a questão dos “brasiguaios”, agricultores brasileiros no Paraguai, que têm sido expulsos pelos sem-terra paraguaios.
A comitiva chegou a Brasília na terça-feira e, até onde consegui saber, enquanto vajava não esteve “incomunicável”, a não ser nas poucas horas em que se encontrava dentro dos aviões.
A coisa ficou ainda pior quando, ao retornar, o deputado catarinense deu uma entrevista ao jornalista Moacir Pereira, admitindo que o plano inicial era mesmo federalizar o porto. 
E completa demonstrando surpresa com a posição que a senadora Ideli Salvatti e o Cláudio Vignatti (do PT), tomaram, contra a proposta (como se eles não tivessem conversado entre eles a respeito da repercussão). Teria dito até que foi caso de “mau caratismo” dos colegas de partido.
O que parecia patético, ao final, soa apenas como uma patetice: que tipo de político insensível é esse que lança um balão de ensaio impopular e com aparência golpista, justamente quando a região (que é a sua própria base eleitoral!), está às voltas com contagem de mortos, cálculo de prejuízos, recuperação dos danos e ainda atordoada com o que aconteceu?
O principal requisito pra gente acreditar nas boas intenções da proposta inicial é também acreditar que, na madrugada de 25 de dezembro, um sujeito vestido de vermelho descerá pela chaminé para entregar presentes.
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