E no outro lado, o do governo, também não consigo ver ninguém ingênuo. Não há, na política, em qualquer nível, alguém incapaz de identificar, a quilômetros, uma negociata. Os honestos usam essa informação para ficar longe, os desonestos, para entrar na jogada.
Mas vamos admitir, só para examinar uma hipótese favorável ao governo, ainda que improvável, que aquilo que está no livro seja mentira. Alguns deputados da situação, na sessão de ontem da Assembléia tentaram dizer isso: “não há nada ali” e “o livro não existe, porque não se encontra nas livrarias”.
A revista Metrópole, só porque achava o governo do LHS o máximo e porque identificou no governismo editorial um bom filão de negócios, começou a publicar edições e mais edições favoráveis ao governo. Para se manter, captava anúncios e “verbas editoriais” de empresários entusiasmados com o governo e loucos para agradar LHS.
Espontaneamente, sem qualquer estímulo ou ordem de alguém do governo, fizeram publicações tão favoráveis que chegaram a enganar os ministros do Tribunal Superior Eleitoral. E ao TRE enganaram com os out-doors da descentralização, que foram multados.
O governo, como seria de se esperar, irritou-se com as trapalhadas da turma da revista, porque o apoio desinteressado começava a criar problemas. Aí a nossa hipótese começa a fazer água: já que o governo não tinha nada com a revista, por que não tomou alguma atitude firme para, pelo menos, deixar claro que não tinha nada a ver com aqueles patetas?
Bom, mas vamos admitir que alguém dormiu no ponto e não fez o corte naquele momento. Aí o dono da revista resolve chantagear o governo. Mas faria isso usando que tipo de informação, se o governo não teve nada a ver com a revista?
Até hoje, passados cinco dias da divulgação de parte do conteúdo do livro, ninguém negou que tivessem feito pagamentos à revista. O próprio pagamento usado para dar o flagrante, era chamado de “pagamento de uma parcela”.
Por que pagar a alguém com quem não se fez negócios? E se era mesmo chantagem ou extorsão, por que esperar tanto para acionar a polícia? Queriam ver se ele tinha mesmo coragem?
Ou seja, o governo colhe o que plantou. Topou fazer negócios com picaretas, agora vai chorar na cama, que é lugar quente.
O futuro da esquerda pós-X
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La intelectualidad occidental ya no es hegemónica, pero le cuesta adaptarse
a un entorno plural y sin barreras de entrada. Benito Arruñada para The
Objec...
Há 5 horas
Um comentário:
Cezar diz: - O governo, como seria de se esperar, irritou-se com as trapalhadas da turma da revista, porque o apoio desinteressado começava a criar problemas. Aí a nossa hipótese começa a fazer água: já que o governo não tinha nada com a revista, por que não tomou alguma atitude firme para, pelo menos, deixar claro que não tinha nada a ver com aqueles patetas?
Joel Silva diz:
Justamente Cesar, não tomou nenhuma atitude pois não quer pegar na mão uma colméia de abelhas, o governo (LHS) está com medo de levar ferrão!
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