quarta-feira, 18 de junho de 2008

IMPRENSA & OPOSIÇÃO

Uma das coisas mais fáceis e mais difíceis de se fazer, em jornalismo, é criticar (ou “meter o pau”) nos governos. É fácil porque as autoridades públicas estão expostas e seus atos, até por força de lei, precisam ser... públicos. E é difícil porque a crítica não pode ser contaminada por paixões políticas, simpatias pessoais ou outros complicadores que a banalizem.

Os governos, ao se depararem com noticiário negativo ou, pior, comentários desairosos, imediatamente pensam numa orquestração. Em alguma maquiavélica e poderosa manipulação de algum oposicionista maldoso. E às vezes não é nada disso: é apenas uma boa, simples e honesta crítica a algum malfeito.

A dificuldade, do ponto de vista do governo, é saber quando é uma e quando é outra. A dificuldade, do ponto de vista do crítico honesto, é não ser confundido com aqueles que, de fato, lutam pelo poder.

Millôr Fernandes já dizia que “Imprensa é oposição, o resto é armazém de secos e molhados”. A revista Metrópole, por exemplo, não passa de um balcão de negócios. Um armazém. Imprensa é (ou deveria ser) outra coisa.

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