quarta-feira, 5 de novembro de 2008

OS MITOS DA INTERATIVIDADE

A TV Digital, que está sendo implantada no Brasil e começa em Florianópolis até o final do ano, tem várias coisas que estão virando mito, porque nem todo mundo está entendendo do que se trata.

Por exemplo: quando iniciarem as transmissões, se colocar o conversor na sua TV você verá imagens em alta definição? Claro que não. A qualidade da imagem estará limitada pelo televisor. Só um televisor de alta definição terá imagem idem. Um televisor “hdtv ready” não é, obrigatoriamente, de alta definição. Por mais de muitos vendedores de TV insistam que um receptor de LCD com 700 linhas é “quase” alta definição, só é verdadeiramente HD o televisor com 1080 linhas (vertical).

Outra fonte de confusões e desinformações é a história da interatividade que, teoricamente, seria possível, mas na prática parece que não é bem assim. A nota publicada pelo site Tela Viva, que transcrevo abaixo, é bem ilustrativa do estado em que as coisas estão nesta área:
Chile Media Show
Acadêmico holandês elogia interatividade oferecida pelo Ginga
04/11/2008, 22h26

No Chile, onde se discute a adoção de um padrão de televisão digital terrestre, a opinião do diretor do centro de pesquisas acadêmicas Centrum Wskunde & Informatica (ou Centro de Informática e Matemática), em Amsterdam, Holanda, chamou a atenção para os mitos da interatividade oferecida pela TV digital. Durante apresentação no Chile Media Show, evento que reúne players da indústria de TV por assinatura chilenos e de outros países latino-americanos, o diretor Dick Bulterman falou das dificuldades de se ter interatividade pelo controle remoto e elogiou o middleware brasileiro Ginga e os esforços dos brasileiros em desenvolver um set top que seja capaz de interagir buscando benefícios de inclusão digital. "O Brasil pode se tornar um lugar para testes do quão longe é possível chegar com a interatividade. Existe ainda uma preocupação social, de levar informação a todas as pessoas pela televisão. Neste sentido, ou seja, da perspectiva da inclusão social, o Brasil foi muito inovador", diz.

Ele afirma ainda que a idéia que se tinha de interatividade na televisão há alguns anos atrás (a de comprar a roupa que um personagem de uma novela veste, por exemplo) praticamente falhou. "Muitas idéias de interatividade foram suplantadas pela Internet", diz. Ele conta que esse tipo de interatividade deu lugar a uma customização do conteúdo. "Acredito que a questão chave será social enhancement e mobilidade", diz.

Além disso, ele lembra que fazer conteúdo interativo é muito difícil, e os produtores ainda se sentem inseguros em relação aos resultados, principalmente os financeiros. Daniele Frederico, de Santiago” - TELA VIVA News

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