Ontem à noite estava quieto no meu canto, ouvindo uma conversa de engenheiros, sobre cortes de morros para passar estradas. Talvez se eu fosse um churrasqueiro (ou açougueiro) tivesse entendido melhor as explicações. Porque pareceu-me que se referiam à direção correta do corte como quem fala em cortar a carne no sentido dos veios (ou seria o contrário?).
O mote da conversa era o corte da SC 401, exatamente ali onde a terra desceu (novamente) e cobriu a estrada. Não sei se vocês sabem, mas já houve outro deslizamento ali naquele corte. E foram feitos alguns remendos, mas agora veio abaixo o outro lado.
Na raiz daquele problema, estaria o tal corte errado. Parece que o ideal teria sido dar à rodovia outro trajeto, de tal maneira que o corte fosse feito conforme manda a ciência que estuda essas coisas. Não foi feito e o resultado, conhecido desde a época em que a rodovia foi construída, é a instabilidade daquela coisa. Pode ser até que não se soubesse que iria descer aquela quantidade de terra e pedras ou quando, mas muita gente sabia que aquele corte era instável.
Leigo e sem apetite para continuar tentando entender a conversa, afastei-me da rodinha e me aproximei de outra, onde o tema parecia mais ameno. Que nada. Falavam do desmonte do Deinfra. Um dos falantes achava que se ainda existissem as patrulhas mecanizadas (ou coisa parecida), tratores e equipamentos que o governo possuía, vários problemas poderiam ser solucionados com menor custo. A tese era que, ao optar por trabalhar só com empreiteiras, numa espécie de terceirização das obras e reparos, o Deinfra abriu inúmeras frentes de risco. Não exatamente de risco no sentido que a engenharia lhe dá, mas no sentido de oportunidades de malversação de dinheiro público. Ou pelo menos risco de que surjam suspeitas a respeito.
Para ilustrar, alguém fazia as contas de quantas viagens as caçambas da empreiteira que está fazendo a desobstrução da SC 401 farão. E quanto isto poderá custar (e os preços para serviços feitos com urgência sempre têm uma taxa de... urgência).
Não quis continuar a ouvir. Definitivamente, depois de uma semana tão triste, a última coisa que queria era lembrar do mundo real e de suas mazelas. E, pelo menos numa sexta-feira à noite, gostaria de poder acreditar que todos são honestos, dedicados e comprometidos em servir bem ao público, tratando com zelo o dinheiro de todos nós. E que o resto é só intriga da oposição.
Portugal: o problema do 25 de Novembro.
-
O problema do 25 de Novembro é que a sua história e celebração obrigariam a
oligarquia a reconhecer que a democracia assentou numa coligação diferente
da...
Há 3 horas
6 comentários:
César, evidentemente, não sei quem são os personagens a quem vc. se refere, porem, com certeza, são do ramo e entendem do assunto. As patrulhas rodoviárias mecanizadas que existiam no então DER/SC, se famosa é das melhores imagens existentes em todo o Brasil - Que Sua Excelência fez questão de acabar - muita falta fazem ao nosso Estado. É uma grande pena, e o Galina tem MUITA CULPA NISSO !!!. Muito em breve será cobrado politicamente.
... por causa disso ... seu blog está vetado... no DENFRA.. snf.. snf.. (é difícil ser irônico escrevendo...)
Quanto ao corte sempre existe soluçoes para passagens dificeis e poder-se-ia fazer banquetas por ex. Quanto ao Deinfra não é especifico para rodovias, é uma salada onde se cuida de tudo, ao que parece. Santa Catarina apesar da extensa rede rodoviária, do terreno muito acidentado e das condições chuvosas constantes e quase sempre de grande volume, não possui mais um orgão especifico para rodovias.
Não era esse mesmo deinfra que deveria reparar os "guard-rails" das pontes aqui em Florianópolis? Ninguém mais falou nisso. Não havia prazo para a obra? Qual a desculpa? Será que porque não aconteceu mais nenhuma tragédia a necessidade não é mais urgente?
Tio César,
Será que a ENGEPASA não poderia arcar com os prejuízos que ela mesma causou?
Luiz Henrique: liga pro Gaioso e pede. Pode ficar por conta da indnização que estais louco para pagar!
César, o problema é que, quando se incha a máquina, perde-se completamente o controle. Ainda mais quando os cargos são preenchido nas base da "ficha partidária", e não no mérito pessoal. Tenho certeza de que a História, no devido tempo, colocará no devido lugar o desastre que é este "desgoverno" (confundiram descentralizar com desgovernar). Mania de grandeza e de uma imcompetência incomparável.
Postar um comentário