No jargão jornalístico uma informação “em off” é aquela dita ao pé do ouvido, em particular, longe de gravadores, para informação do repórter, mas que não deve ser publicada. Vem da expressão em inglês “off the records” (fora dos registros), que é usada no mesmo sentido.
E o “on”, naturalmente, é aquela informação dita às claras, que pode ser publicada sem problemas.
Ontem à tarde, na Assembléia Legislativa, o advogado Gley Sagaz teve uma conversa, segundo ele, “em off”, com dois colunistas: Paulo Alceu (RIC) e Moacir Pereira (RBS). Minutos depois, o que ele contou estava no blog do Moacir.
Gley considerou que houve quebra de confiança. Moacir diz que não tinha entendido direito que era “em off”. E Paulo Alceu disse que chegou a perguntar duas vezes para o advogado se poderia publicar e ele confirmou que era “em off”.
O fato é que, no final da tarde, o governo comemorava, como se tivesse feito um gol, a informação que Nei Silva tinha oferecido ao ex-governador Esperidião Amin (representado no encontro, no ano passado, pelo advogado Gley Sagaz), as provas que diz ter, pelo módico preço de R$ 1,2 milhão. A oferta foi recusada e as negociações encerraram.
Não entendi muito bem a alegria do governo com essa tentativa frustrada de venda do dossiê. Parece que entenderam como uma prova importante de que o cara era mesmo achacador. Mas, aqui de fora, a impressão que a gente tinha era que, no momento em que a polícia deu um flagrante e o sujeito foi preso, eles já tivessem todas as provas da extorsão.
Bom, em todo caso o “fato novo” contado “em off” e publicado instantes depois como se tivesse sido dito “em on”, era apenas esse: o Nei Silva tentou vender à oposição o dossiê que montara contra seus devedores. E a oposição não comprou.
Atualização da madrugada: numa segunda nota, à noite, o Moacir voltou a tocar no assunto, retificando um pouco a informação. O Nei Silva não teria oferecido o seu “kit” à oposição em troca de dinheiro. O próprio Gley, na caixa de comentários lá do blog do Moacir, deixou o seguinte recado:
Data: Terça-feira, 03/06/2008 às 22h22min
“Para que não paire qualquer dúvida sobre as informações postadas no seu Blog, envolvendo meu nome, cumpre estabelecer o seguinte: 1. Não ocorreu, por parte do empresário, qualquer pedido de dinheiro para liberar as provas que dizia ter; 2. O intuito do empresário era a inclusão das provas, que dizia ter, nos processos eleitorais que estão no TSE contra o Governador, o que se constatou inviável naquele momento.”
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Há 2 horas
Um comentário:
Parece que criaram uma espécie de "incubadora de fatos", onde qualquer coisa se transforma em algo novo. Esse algo novo é criado com o único objetivo de desviar a atenção para o principal. O principal, mais do que óbvio, é o escândalo que envolve o Governo do Estado.
Aliás, César, essa prática é costumaz de LHS e seus pares, pois nunca se defendem daquilo que são acusados. Preferem responder com novas acusações... Culpa sintomática?
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