Quando tinha uns 8, 9 anos, em Tubarão, SC, ganhei um rádio de pilhas. Era uma coisa enorme para os padrões de hoje, movido a seis pilhas grandes. Bem bom, com ondas médias e curtas, ficava ligado ao lado da cama enquanto eu pegava no sono. À noite, mesmo em ondas médias, conseguia pegar emissoras do Rio (Mayrink Veiga, por exemplo) e de outras cidades. Nas ondas curtas, ouvia línguas estranhas, muito estranhas e a programação em português de rádios de outros países.
Dormia feliz, toda noite, com a certeza de que estava conectado ao mundo.
Alguns anos depois, já em Florianópolis, compramos uma TV. Nem tinha emissora local, mas a Sociedade Amigos da Televisão estava instalando uma repetidora no cocoruto do Morro da Cruz. Rapazote, ainda ágil, fui para o telhado, montar a antena enorme. E toda noite girava a antena pra lá, pra cá, até conseguir alguma coisa mais do que chuviscos.
Por incrível que pareça, conseguíamos ver alguns programas, todas as noites, da TV Rio, da Guanabara, da TV Excelsior e da TV Record de São Paulo e de uma ou duas tevês de Curitiba. Muitas vezes com imagem até bem razoável. E quando a repetidora começou a funcionar, víamos a programação da TV Piratini, de Porto Alegre.
Dormia feliz, toda noite, com a certeza de que estava conectado ao mundo.
Passou o tempo e estava morando em São Paulo quando comecei a usar, em casa, um computador ligado à Internet.
Nunca mais dormi direito.
O 25 tipo de Novembro: redação do ensino bué básico.
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A setôra explicou que o PS já não é tecnicamente fascista e está bué à toa
de ter sido. O PS, que agora é “cool” e mano dos democratas do PCP e do BE,
pe...
Há 3 horas
2 comentários:
Parabéns, belo texto.
ótimo!
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