O assunto ainda não chegou às rodas de conversa, mas vai chegar. Mais cedo ou mais tarde, dependendo do resultado da votação do TSE: a lei que permite a reeleição só uma vez tem sido desrespeitada por alguns candidatos, que estavam usando uma interpretação que lhes era conveniente, a da territorialidade.
E o que o TSE está decidindo (já com maioria de votos, aguardando apenas o voto do presidente, que pediu vistas)? Que a lei não fala em território. Proíbe um terceiro mandato consecutivo para o cargo. Não importa se o cara foi prefeito duas vezes em Cacimbinhas e em seguida se elegeu prefeito de Cunhenhém, a mil quilômetros de distância: na lei em vigor não pode ter terceiro mandato, independentemente de onde ele vá ser exercido.
Na feijoada do Diarinho, que teve a presença de alguns políticos, como o deputado Paulo Bornhausen (DEM), é claro que o assunto acabou sendo discutido. E o Damião até publicou uma nota [aqui], ontem mesmo, com a história do julgamento, no TSE, dessa questão que poderá ter conseqüências em Florianópolis.
Por que só agora estão mexendo nisso? Ora, porque o TSE só se manifesta quando provocado e até agora ninguém tinha levantado a questão. E o resultado prático será que teremos não só o governador sub judice, com a espada do TSE sobre sua cabeça, mas também um prefeito sub judice. No caso do Dário, se houver mesmo a condenação que está se desenhando, a situação será ainda pior que a do governador, porque a ação contra ele, que inevitavelmente será proposta, partirá de uma decisão sobre um caso idêntico.
Molecagem sobre foto do Jean Bastos.
ATUALIZAÇÃO DO MEIO-DIA
Só pra apimentar o debate e antecipar algumas questões que serão levantadas nas discussões a respeito:
1. Prescrição: o voto do ministro Eros Grau classifica essa prática de buscar uma terceira eleição em outro município como “fraude à Constituição”. E fraude não prescreve. Aliás, o caso que está sendo julgado e quase concluído pela condenação do prefeito fraudador, é da eleição de 2004.
2. “Tapetão”: não consigo entender a lógica dessa argumentação dos que acham ilegítimo cassar mandatos obtidos por meios fraudulentos ou pela violação da lei. Seria um choro compreensível, se as regras tivessem sido obedecidas. Mas ao se comprovar um malfeito, o mandato fica contaminado. É mais ou menos como o ladrão de carteiras reclamar do juiz que mandou confiscar seu dinheiro. A propriedade daquele bem, obtido criminosamente, não pode ser considerada legítima.
3. “E os votos? A vontade do povo não conta?”: ora, é claro que conta, pra escolher qual candidato prefere. Para dizer se o candidato pode ou não pode ser eleito, pode ou não pode ser diplomado, existem as leis. E para defender o cumprimento das leis, os tribunais. Ter uma boa votação não absolve o candidato de todos os crimes que ele possa ter cometido. Mesmo em países aclamados como grandes democracias funciona assim: vide o caso de Richard Nixon, governante legitimamente eleito nos Estados Unidos que, considerado culpado de envolvimento num esquemão (que, no Brasil, seria considerado “menor”), acabou tendo que renunciar para não ser tirado do cargo.
O futuro da esquerda pós-X
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La intelectualidad occidental ya no es hegemónica, pero le cuesta adaptarse
a un entorno plural y sin barreras de entrada. Benito Arruñada para The
Objec...
Há 2 horas
8 comentários:
Vocês são ilhéus, não desistem nunca...
Nem mesmo o desejo da esmagadora maioria da população os convence.
Será que vocês não têm mais nada pra fazer do que ficar tentando tirar o mandato de quem tem voto?
Se tirarem o Dário da prefeitura com esta decisão intempestiva, imoral, que só beneficia os derrotados, ele será o nosso futuro governador, anotem aí.
A justiça não pode modificar a regra durante o jogo. Se a i9nterpretação for esta vale daqui pra frente. Entendam isto e parem de falar besteira.
Acho que o anônimo das 1:45 não leu o item 2 da atualização do meio-dia. Ou leu e não entendeu ou não quer entender.
Não se trata de modificar a regra durante o jogo, muito pelo contrário. Se o eleito não cumpriu as regras tem mais é que ser expulso de campo.
E quanto a "vontade das urnas", lembre-se Hitler também chegou ao poder sendo eleito!
Se o Chaves vencesse o plebiscito e pudesse se reeleger eternamente, tudo bem, ô das 1:45? Ele teria votos, certo? Seria legal, certo? E aí todos os poderosos, que tivessem a máquina a seu dispor, se reelegeriam eternamente. Certo também?
O ideal é que ninguém, nem deputados e senadores, pudesse se reeleger mais do que uma vez. Cargo público não é profissão. Não deveria ser, pelo menos. Pedir às raposas (políticos) que votem isso é ingenuidade, concordo. Afinal nós somos as galinhas, povaréu pagante e muitas vezes aclamante dos direitos deles de nos usarem indefinidamente. Mas não custa lembrar.
Ex. Os deputados de Brasília estão se movimentando para aumentarem seus proventos para 110 mil mensais ("O Globo" de hoje). Eles foram eleitos, tiveram votos. Podem tudo também?
Carlos X
O anônimo das 1:45 pirou!
Confundir ilícito com vontade popular é algo demasiadamente temerário, aliás, a máxima "a maioria sempre está certa" é muito questionável, ou um estuprador que tem a benção do povo deverá ser absolvido por tal qualidade? Óbvio que não! Em tempo, maioria esmagadora, de onde você tirou isso anonymous...sua aptidão para amostragem está "danificada".... A Constituição deve ser respeitada, atitude que esse candidato "vencedor" (sic)obviamente não observa, ou você é mais um dos "mamadores"?, aqueles que dependem do puxa-saquismo para sobreviver? Acho que é! Enfim, que os reclamos do povo por justiça e aplicação da lei maior sejam atendidos! Fora "estupradores de lei", ou fraudadores da consituição como preferiu Eros Grau.
Eleito com a maioria esmagadora? Esse deve ser ignorante. A maioria disse NÃO ao Dariu. O Dariu só teve 40% dos votos. Os outros 60% votaram no escorregador e mosquito (Amin) ou branco e nulo. Então meu caro (a), a maioria disse não ao Dariuuuuuuuuuuuuu.
Os cães ladram e a caravana passa...
Vamos fazer um acordo, vcs acreditem na justiça e eu nos políticos.
A reeleição já começou nesse país com vício de origem (lembrem das negociatas na época do FHC). Só podia dar no que deu, com LHS e Dário reeleitos.
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