sexta-feira, 7 de novembro de 2008

QUE MEDO!

Os comandantes da Guarda Municipal estão fazendo grande esforço para mostrar que dotarão de armas de fogo pessoas preparadas e treinadas. Informam com detalhes tudo o que está sendo feito para – em tese – garantir que as armas não serão mal utilizadas.

Só que, lamentavelmente, todo esse cuidado e trabalho vai água abaixo cada vez que o cidadão se aproxima de um Guarda Municipal e encontra um sujeito arrogante, com insegurança mal disfarçada e sem noção do papel comunitário que deveria exercer. E isto tem acontecido com assustadora freqüência não só em Florianópolis, como em São José (municípios cada vez mais irmãos e regidos pela mesma lei).

E nem falo só das altercações, que invariavelmente descambam para um “desacato”, levam à rápida convocação de “reforços”  e o “teje preso” com os cascudos regulamentares. Mesmo quando a gente vê os guardas e seus óculos escuros, parados, conversando em algum local, é possível notar que estão alheios a quase tudo o que está ao redor. Outro dia, enquanto dois deles faziam nada, pedestres atravessavam a rua com o sinal aberto para os automóveis. Risco para todos. Afinal, numa sinaleira, é preciso obedecer as cores, senão dá confusão. E eles ali pertinho, entretidos nas suas intermináveis conversas, entremeadas de boas risadas, só interrompidas para ver alguma moça passar. Orientar o trânsito, dar uma chamada nos pedestres mal educados, trabalhar um pouco, são coisas que estão além e acima do interesse daqueles moços.

Embora ache injusto com a parte boa da Guarda Municipal (há de ter uma parte boa, tem gente esforçada em todos os grupos humanos), não é despropositada a macabra roda de apostas que circula na cidade: quantas semanas passarão antes que aconteça um “acidente” grave com as novas armas de fogo que ornamentarão, em breve, os cinturões desses jovens imaturos de quem a prudência recomenda manter distância?

A propósito, enquanto não se notar uma alteração na atitude desses guardinhas, é bom tomar cuidado. Quando abordado por um Guarda Municipal lembre-se da recomendação que a polícia faz para quem tiver a infelicidade de ficar sob a mira do revólver de um assaltante: não reaja, não faça movimentos bruscos, não olhe nos olhos nem levante a voz. Não responda às provocações nem tente explicar nada. Diga “sim senhor” e reze para que o sujeito esteja de bom humor. Tente manter a calma e dê-se por satisfeito se sair do “encontro” vivo e sem escoriações, apenas com uma multa. Não importa que seja injusta, arbitrária: reclamar na hora pode ser entendido pelo guardinha como ofensa. E, neste caso, as conseqüências são imprevisíveis. Ainda mais se eles estiverem armados.

CONTRAPONTO

Um leitor (Murillo S. Costa) conta que teve boas experiências com a GM:
“Discordo completamente, tanto do texto, quanto dos comentários. Moro em Coqueiros, onde atua uma quantidade razoável de guardas municipais. São afáveis, corteses e prestativos. Não é raro ver um deles parar o trânsito para facilitar a travessia de pessoas nas faixas de segurança; se lhes solicitar algo, você poderá verificar que são educados e precisos na informação. Quanto às armas, antes nas mãos deles que nas de marginais. Jovem não é sinônimo de imaturo, Cesar. Você, ao generalizar, quando se refere a casos isolados para denegrir a da guarda municipal, presta um desserviço à sua cidade. Pense nisto.”

Só um pequeno adendo: não disse que jovem é imaturo, disse que aqueles jovens, pelo menos os que vi e pelos relatos que ouço, parecem imaturos.

8 comentários:

Redação Plano E disse...

Nos últimos três dias encarei o trânsito no final de tarde para buscar meu filho na escola, no centro da cidade. Na quarta e na quinta, chuva, alagamentos, sinaleiras desligadas na Beira-Mar e qtos "senhores" da Guarda Municipal foram vistos em pontos perigosos como aquele cruzamento da Beira-Mar com a rua do HU? NENHUM. Não seria essa a principal função da guarda municipal? Confesso que acreditei que fosse.

Anônimo disse...

Cesar, cada vez que me deparar com um membro da GM na rua mudarei de lado ou farei um percurso diferente. Considero que a cidade estará mais insegura do que já se apresenta. Ah, também faço isso quando vejo aquele pessoal das empresas transportadoras de valores com dedo no gatilho de tresoitões e escopetas. Nada de preconceito.
Sds.

Unknown disse...

Prefiro ser assaltado do que ser abordado por um smurf.

Do ladrão ao menos eu sei o que esperar!!

E falo com conhecimento de causa.

Anônimo disse...

No imaginário deles são agentes do FBI, da CIA, SWAT (alguns desfilam com camisas como trofeu de um "treinamento" por essa equipe) ou de alguma outra tropa da mais alta elite de alguma força policial desse mundo afora, mas na real, são reles agentes municipais que deveriam somente se ater à guarda do patrimônio público municipal...situem-se membros da GM! Se a arrogância é tão grande, dêem uma passada no Iraque, lá vocês, talvez, serão bem úteis!

Anônimo disse...

Discordo completamente, tanto do texto, quanto dos comentários. Moro em Coqueiros, onde atua uma quantidade razoável de guardas municipais. São afáveis, corteses e prestativos. Não é raro ver um deles parar o trânsito para facilitar a travessia de pessoas nas faixas de segurança; se lhes solicitar algo, você poderá verificar que são educados e precisos na informação. Quanto às armas, antes nas mãos deles que nas de marginais. Jovem não é sinônimo de imaturo, Cesar. Você, ao generalizar, quando se refere a casos isolados para denegrir a da guarda municipal, presta um desserviço à sua cidade. Pense nisto.

Anônimo disse...

Li no Paulo Alceu - 07/11

Curitiba
Ontem em uma batida de carros em São José, foi chamada a Guarda Municipal para resolver o problema. O que + chamou a atenção foi a placa da viatura que era de CURITIBA-PR. O que será que está acontecendo? Carros oficiais com emplacamento de fora? Impostos sendo exportados? Como saber a verdade?

Carlos A.B. dos Santos / Florianópolis

Anônimo disse...

Pô,Murilo ficou injuriado.
Será que fala em causa própria??

Era melhor sem eles antes, tanto em SãoZé como em Floripa.E que se diga,tanto eles como os da turma cáqui, tem uns que vou dizer,mau exemplo é pouco!
O que vejo de quem deveria dar o exemplo, atravessando a rua fora da faixa ou com sinal aberto pros carros é uma coisa de maluco.
Quem tem celular com 'olho mágico' faz a festa de pegar tantas irregularidades, como passar toda a Vidal Ramos na contramão...pleno domingo.Se viesse um carro descendo faria o quê?quem teria de ir pra cima da calçada arrebentar suspensão, balanceamento de rodas etc.?
No início da semana,em cima da ponte Pedro Ivo, tinha uma cara andando em direção ao centro. Carros e motos tudo tirando fininho do rapaz,passou uma viatura da PM bem ao lado dele e fez o quê??Nada, seguiu como se não vissem nada.E se o cara fosse atropelado? ou se jogasse lá de cima?da pista pra carros?

Eu, heim?
Na avenida central do Kobrasol os carros comem todo espaço das calçadas, eles[GM]passam e não fazem nada.Uma senhora pediu informação pra uma duplinha numa viatura e eles não sabiam de nada.A gente que vai pra lá só de passagem sabe mais onde estão as ruas, as outras coisas, do que eles.
Nem os Bobs de Londres são tão metidos.Lá, ao menos, usam o rádio da lapela pra pedir ajuda numa central, pra ajudar a gente.

Feliz de quem ainda mora em cidade sem essas sinecuras.Outra turma que se acha é vigia de banco.Agem como se fossem a guarda suíça do Vaticano.

É a síndrome das pequenas autoridades...


Lia¬¬

Anônimo disse...

Nunca ví um guarda manucipal aqui em Capoeiras. Por vezes me pergunto se o bairro pertence mesmo a Florianópolis.