Conversei hoje com parentes que foram atingidos pela enchente em Itajaí e estava pensando, ainda agora, quando chegava de volta a Florianópolis em escrever alguma coisa sobre essa delicada questão da ajuda e da solidariedade.
Aí vi que o Damião fez vários posts com as observações dele e disse muitas coisas com um ponto de vista muito semelhante ao meu.
Mas ainda tem coisas que eu gostaria de reforçar. O principal, acho, é que quem mora aqui por perto e tem parentes, amigos, conhecidos ou amigos de amigos nas áreas atingidas, deve procurar fazer a ajuda chegar diretamente. Até porque as necessidades são diferentes de uma família para outra. E embora a grande maioria dos voluntários nos centros de recepção e triagem estejam fazendo um trabalho espetacular, sempre tem aquele ou aquela que acaba separando para si as coisinhas melhores ou até levando pra casa coisas que deveriam ser distribuídas.
Doar dinheiro, só mesmo quando se está longe e não tem outra saída. Espera-se que o governo preste contas e que os organismos de fiscalização fiquem em cima, mas a experiência mostra que a grana desses fundos acaba sendo usada para tapar outros buracos que não os abertos pela enxurrada. É possível que agora seja diferente? Claro, é isso que todos esperamos. Mas com os quatro pés atrás.
Outra coisa: parente nossa comprou, com sacrifício, uma casinha no Promorar, em Itajaí, num condomínio financiado pela Caixa que tinha 100 casas. Tudo legalizado, em área autorizada. Como a área era baixa, a água atingiu o teto das casas. A inundação chegou a quase três metros de altura. É bem possível que alguém, na estrutura da Prefeitura, soubesse que aquela era uma área de risco de inundação. Não é possível que ninguém desconfiasse disso. Os moradores, em todo caso, em sua maioria, chegaram depois da última inundação e não tinham idéia de que ali poderia acontecer uma coisa dessas. Embarcaram na boa fé, empenharam as parcas economias e agora estão, literalmente, com uma mão na frente, outra atrás, sem saber a quem recorrer.
Portanto, a partir de agora, a ajuda de advogados poderá ser muito útil. Mas, por favor, Advogados com ética maiúscula e não desses aproveitadores mercenários que já chegam fazendo as contas (“30% da indenização de 100 famílias dará...) e empurrando uma procuração sem explicar direito o que farão. É muito triste ter que avisar o pessoal que abra o olho porque tem sempre urubu rondando a carniça, mas a coisa está assim. Abram o olho.
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Há 9 horas
5 comentários:
Estratégia oficial
Colaboradores que privam da intimidade do governador chegaram a sugerir a convocação de uma cadeia estadual de rádio e televisão neste domingo à noite, a fim de conclamar a população a continuar prestando solidariedade aos desabrigados.
Só que Luiz Henrique preferiu despersonalizar a comunicação com a sociedade, trocando a cadeia por uma campanha publicitária, voltada exclusivamente para orientações básicas em momento de anormalidade, além de reforçar a importância das doações.
Cesar, parabéns a turma do Diarinho pela iniciativa de fazer o blog.
Agora uma notícia triste para quem gosta de bom jornalismo e bons jornais.
O jornal "Tribuna de Imprensa" do Rio, terá que suspender a circulação, devido a falta de grana mesmo, você e o pessoal do Diarinho devem ter idéia de como é dificil manter um Jornal(com jota maiúsculo).
A notícia do cancelamento e os motivos estão neste link:
http://www.tribuna.inf.br/noticia.asp?noticia=politica01
Espero que seja apenas temporário, que o ministro Joaquim Barbosa tire a bunda de cima do processo para que finalmente, o Jornal receba a justa indenização pelo "empastelamento" feito pelos milicos.
Neste ano a Tribuna estaria completando 60 anos de circulação.
Abraço!
Wilmor Henrique
Precisamos saber se esta campanha publicitária terá custos de produção,de agência de veiculação,etc e tal...
Pois,nesta hora sempre tem alguém preocupado em faturar o seu...
Também é preciso fiscalizar para onde vãos recursos arrecadados. È preciso prestar contas e quem recebeu também. Chega de abusos. Gato escaldado...
São célebres as histórias ou estórias de gente que lucrou com a enchente de Tubarão...
Assimpeloo simou pelonão temos que marcar em cima.
Aprecio muito as abordagens por você desenvolvida.
Sei que a negligência com o planejamento territorial urbano e rural e sua efetiva implementação é um fato recorrente na história dos governos municipais e estaduais, não só os atuais.
Porém acredito que outros leitores também apreciariam suas reflexões sobre o alerta divulgado no site do Comitê de Bacia do Rio Itajaí, que amplia a reflexão sobre as enchentes e deslizamentos em Santa Catarina, relacionando à criação do código ambiental catarinense.
http://www.comiteitajai.org.br/hp/index.php?secao=43&id_not=75
Fica aqui minha sugestão e um forte abraço.
Cid.
Pelo que fiquei sabendo, a enchente atual, ao menos em em Itajaí, foi maior do que a de 83. Áreas que não foram atingidas naquela época o foram agora. Mas com 3 metros de água a história é outra, certamente se trata de uma área com risco conhecido.
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