A moça que está à esquerda, nesta foto antiga, de dezembro de 2004, é Lurian Cordeiro da Silva, filha do presidente Lula. As duas crianças são o neto e a neta presidenciais e o rapaz à direita é o genro, Marcelo Sato. O Marcelo a gente já conhece um pouco, das escutas da Operação Influenza. A Lurian, que é jornalista, deverá ser a Secretária de Desenvolvimento Social de uma das prefeituras da família Berger, a de São José. Diz o prefeito eleito, Djalma Berger, que já pediu até permissão para o papi Lula e que está tudo certo. Os leitores que estavam falando que isso seria nepotismo, podem esquecer: a súmula do STF não alcança cargos políticos, como o que foi oferecido à Lurian.
(Foto do Ricardo Stuckert/PR)
EM TEMPO
Se alguém da família me perguntasse, eu recomendaria a ela que não aceitasse o convite. Se já é difícil, para uma filha de presidente, ter uma vida privada, isso ficará impossível se ela assumir um cargo público. Pela própria natureza do cargo, ela passará a ficar exposta. Se não atuar direito, com competência, não há nenhum motivo para que a imprensa não a critique. Ao tornar-se secretária da Prefeitura, ela deliberadamente se transforma numa agente política, com tudo que isso representa de fiscalização, vulnerabilidade e cobrança.
Hoje nem tem cabimento ficar pegando no pé dela, porque é apenas uma jornalista, tentando trabalhar privadamente e criar seus filhos. O marido, assessor da deputada Ana Paula Lima, embora exerça função pública, não é agente político. E, mesmo assim, de vez em quando, por causa do parentesco com o presidente, acabam atraindo atenções. Pois se a Lurian tornar-se secretária, essa vigília será redobrada e a pressão sobre ela crescerá enormemente.
Por isso, a meu ver, o convite do prefeito eleito Djalma Berger vai criar, para a Lurian e sua família, um problema adicional cuja proporção se poderá sentir já nos primeiros meses de 2009.
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