O Maurício Berka deixou um comentário tão legal na nota que fiz a propósito do dia do radialista, que resolvi traze-lo pra cá, porque nem todo mundo abre as caixas de comentários:
“Cesar.
Para nós que vivemos a era pré televisão, o rádio teve grande influência.
Nossas memórias são parecidas.
Também ouvíamos o Walter Souza e corríamos para a emissora (já na Praça XV) para ganhar discos nas gincanas que ele promovia.
Meu irmão participou certa vez, de um programa de prêmios denominado "Mil laranjinhas é o limite", na rádio Guarujá, no qual a cada domingo eram efetuadas por telefone, três perguntas ao participante e, se acertasse, passava para a fase seguinte, acumulando prêmios em garrafas do refrigerante Laranjinha Max Wilhelm, até o limite de mil garrafinhas. Ficávamos nos bastidores pesquisando na Barsa ou Delta para auxiliá-lo nas respostas e, ao final, respondendo o nome completo da Princesa Isabel (Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbon), ganhou as mil garrafas de laranjinha.
Aos domingos pela manhã, no rádio da eletrola ficávamos ligados no hit parade para saber se as músicas que curtíamos haviam subido na parada.
À noite, nas ondas curtas ouvíamos rádios de São Paulo.
Nas tardes em que íamos na casa de nossas tias as víamos ligadas nas rádionovelas.
O rádio exerce o fascínio do uso da liberdade de imaginação, que na televisão é eliminado pela obviedade das imagens.
Antunes Severo foi nosso vizinho e cresci brincando com os filhos dele.
Lá na década de 70, em palestra que ministrou em curso que eu participava, o Seu Antunes disse que no futuro as pessoas leriam os jornais na televisão, escolhendo os assuntos que tivessem interesse e que só imprimiriam as matérias que considerassem necessárias.
Poderia haver vaticínio maior? O que estou fazendo neste momento?
Parabéns radialistas.”
O futuro da esquerda pós-X
-
La intelectualidad occidental ya no es hegemónica, pero le cuesta adaptarse
a un entorno plural y sin barreras de entrada. Benito Arruñada para The
Objec...
Há 9 horas
Um comentário:
Bom mesmo era mandar cartinhas pedindo música...O programa era "Peça o que quiser" ( e ouça o que não quer,heheh).
Era na Guarujá??
=)
As novelas eram mesmo um perfeito exercício de imaginação.
Nada como descascar berbigão e fazer 'pé de armino' ouvindo novelas e umas notícias intercaldas.Eram comuns avisos dos hospitais, Celso Ramos sobretudo,pedindo pra família de fulano entrar em contato como hospital( em geral da região aqui do entorno que ainda não era Grande Florianópolsi).Era +- assim:" o hospital Celso Ramos pede para que familiares de fulano de tal entrem em contato urgente."
Nunca diziam que o/a fulano/a já era 'de-cujus'.Mas já se sabia que era uma, digamos, linguagem cifrada, qdo avisavam que estava passando mal, na verdade, era " venha logo que já morreu".
Como rádio todo mundo ouvia,até nos botecos, o recado sempre era dado.Aquilo que era msn, rapá.
Das novelas me lembro bem das trilhas sonoras.Uma tinha na abertura uma música de Beethoven, outra um arranjo de Waldo de Los Rios para uma obra de Mozart que fez muito sucesso em compacto, e ainda uma da novela "Caminhos da Saudade"¹, vixi, só faltava criar abelhas na caixa do rádio com 8 faixas de onda...
A música tema era +- isso:
Eu fiz de tudo pra esquecer
Mas foi em vão
Retorna sempre
sempre minha solidão
Ai você
do coração não sai.
Em silêncio um grande amor
eu senti...
lalalalala´etc.
Nunca soube quem cantava,mas era uma cantora de linda voz,como poucas hoje em dia,que mais gemem do que cantam...Alguém se lembra de homenagear cantoras do quilate de uma Gilda Lopez?Uma verdadeira Bidu Saião dos pampas?Também foi-se pros state,que gringo não é bobo e sabe pegar mulherão.
Nem...só bagaça balançando a 'poupança'; poucas se salvam e olhe que os truques pra transformar pardal em uirapuru são chosediloki
(¹)Acho que foi a última que foi 'ao ar'.
=)Lia
Postar um comentário