sábado, 12 de abril de 2008

A SORTE DO REMOR

Em 19 de fevereiro de 2008 publiquei uma cartinha enviada por um leitor, dizendo o seguinte:
“Prezado Cesar: Tem sortudo na Beira Mar da capital! Não é que, com uma baita placa anunciando o “Mirante da Beira Mar”, seccionaram em dois pontos o canteiro divisório da pista antiga, bem antes da que já existia e outro em frente à churrascaria Floripana?

O Remor [Aurélio Castro Remor, Secretário de Obras da Prefeitura de Florianópolis] (danado de sortudo) tem uma casa bem no meio das duas entradas (onde era o salão do Júlio de Leon) e a casa dele vai abrigar um banco, que não botou placa nenhuma anunciando a vinda, porque provavelmente quer evitar enxurrada de depositantes antes da inauguração.

Que é moeda é, de que cor??”
Fiquei de ir atrás da explicação, mas não fui. Aí, deu o rolo do encerramento da obra inconclusa (comentei aqui há poucos dias), dois meses depois de iniciada. Era o mesmo acesso sobre o qual o leitor falara em fevereiro.

Ontem, o assunto foi levantado no blog do Moacir Pereira e, pra evitar retrabalho, aproveito para transcrever aqui a explicação que o secretário de comunicação da prefeitura deu a ele (tal como o Moa, transcrevo ipsis literis):
“De acordo com o ex-secretário Aurélio Remor, o projeto daquela área tramita o IPUF desde 2001. Foi feito a pedido do ex-deputado e ex-presidente do Tribunal de Contas, Moacir Bértoli, e do Dr. Carlos Alberto Cerqueira Cintra, ex-procurador do Besc, além de outros moradores do local. A ex-prefeita Angela já havia se comprometido com a obra na época dela, tenho inclusive um ofício em que a ex-prefeita assumia compromisso com os moradores do local. A idéia de tocar adiante o projeto foi do prefeito Dário, que queria revitalizar o local, que estava muito mal cuidado. Quando um motoboy morreu no local, que já era muito perigoso e mal sinalizado, o prefeito mandou fazer a obra. A licitação da obra foi feita pelo secretário Shuwabe (já que o Aurélio Remor ficou fora da Secretaria por um tempo). “Não interferi neste projeto, o engenheiro Luiz Américo, foi quem fez o projeto final, não tenho participação nenhuma nisto”, afirmou Remor. Somente os moradores de um daqueles edifícios não concordaram com a obra e entraram com uma ação no Mïnistério Público.”
Tinha razão o leitor desta coluna: o Remor é mesmo um sortudo. Tem vizinhos poderosos que pediram a obra e por coincidência nem estava na secretaria quando a licitação foi feita.

2 comentários:

Anônimo disse...

MAs, Cesar, a casa não fica bem no meio das duas entradas, fica depois da entrada original, que hoje é a segunda. Bem na frenta da casa tem um enorme acesso à via secundária da Beiramar, logo o novo acesso não muda muito a coisa. É só passar ali na frente e olhar: não tem como errar, a casa foi pintada toda de azul.

Anônimo disse...

Será que algum dia essa turma do Dário vai fazer alguma coisa que não seja por "culpa" da ex-prefeita ?
Se ela não fez aquela entrada para valorizar a casa do Remor na Beira-Mar, é porque era inconveniente. Justificar que fizeram agora porque ela não tinha feito (evidente, meu caro Watson !) é fugir da responsabilidade.
Quando fazem errado, como fizeram o elevado de Capoeiras, mentem dizendo que o projeto era dela, mas quando executam um projeto que efetivamente foi desenvolvido na gestão anterior, aí "esquecem" !
Por que ninguém diz, por exemplo, que a Dona Angela é a "culpada" pela reurbanização da Avenida Hercílio Luz ? Essa obra sim, está sendo executada de acordo com o projeto desenvolvido na gestão dela, parte integrante do plano cicloviário !
As ciclovias e os biciletários nos terminais de ônibus (que o Dário abandonou), fazem parte desse plano, que foi desenvolvido em parceria com entidades locais, num programa apoiado pela Comunidade Européia.
Ou será que isso é invenção dele ?