PREVIDÊNCIA ESTADUAL

Quando a gente (eu e um monte de eleitores) fala que até pra fazer oposição é preciso preparo, inteligência e competência, parece que tem uns que não acreditam. Embora a nossa democracia seja jovem e ainda precise pastar muito para poder por-se de pé como gostaríamos, já avançou bastante.

Os discursos irados de alguns grupos, partidos, sindicatos ou movimentos, não causam o mesmo efeito de antigamente. Vejam, por exemplo, a discussão sobre as alterações que precisam ser feitas na estrutura previdenciária estadual, para adaptá-la às mudanças já realizadas na lei federal.

Não adianta gritar palavras de ordem (tipo “querem privatizar a previdência”), porque o momento é de apresentar alguma alternativa. É de discutir tecnicamente. É uma questão complexa, que está na mesa (pra quem quisesse aprender ou se preocupar) há alguns anos. É um excelente momento para apresentar objetivamente as falhas do projeto, as deficiências (o PP levantou a questão do risco que o governo corre ao vender seus imóveis para fazer caixa, quando deveriam ser reservados para compor o fundo previdenciário). De tal forma que se consiga melhorar o projeto ou substituí-lo por outro melhor. Ou não é pra isso que se discute?

O discurso puramente ideológico, do contra, soa vazio e decepcionante. Dá a impressão que, mais uma vez, se a gente eleger outra turma, nada verá de novo. Gritam contra o projeto hoje, e amanhã, se estiverem no governo, tratarão de implementá-lo, com algumas mudanças cosméticas. Trocarão o nome, talvez. Mas o fato é que se não se mexer nesse vespeiro já e com competência, a bomba explode em pouco tempo.

Alguns panfletários insinuam que existe a possibilidade de não mexer na previdência estadual. Isso é irresponsabilidade, ou ignorância, ou ambos.