Os políticos (e os aspirantes a) preparam-se com grande antecedência para as eleições. Nós, que somos os principais atores desta (comédia? farsa? drama? tragédia?) chamada democracia, também precisamos nos preparar adequadamente.
Há uma certa hipocrisia em ficar gritando, pelos jornais, emissoras de rádio e TV, às vésperas da eleição, que os eleitores devem tomar cuidado e votar direito. Jogam nos nossos ombros todas as culpas e responsabilidades, sabendo que não basta o eleitor ser bem intencionado e cuidadoso.
Por exemplo, esta época agora, em que cada cidade tem inúmeros candidatos a candidatos a prefeito. Metade, ou mais, está apenas fazendo jogo de cena. Sabe que não será candidato a prefeito e nem quer isto. Quer algum favor partidário (menos candidatos a vereador na sua área), alguma boa colocação adiante (chance de indicar secretários, diretores e afins) ou está apenas jogando para 2010.
Enquanto isso, o que o eleitor pode fazer? Pouca coisa. Quem indica o candidato é o partido. E a maioria dos eleitores não é filiado a nenhum partido. Nem se preocupa com isso. Porque não relaciona a causa à conseqüência: é daquelas reuniões chatas, com gente que fala complicado e se acha um monte, que saem os nomes, quase um ano antes da eleição.
Mesmo que o prezado leitor e a prezada leitora resolva filiar-se a algum partido, para começar a influir nessa máquina desde o início, irá pastar algum tempo como um ilustre recém-chegado anônimo. Depois de muita batalha, conseguirá ser ouvido. Isso se não contrariar os grupos que são “donos” do partido.
Quase todo partido tem dono. Os mais abertos, têm dois ou três grupos que se alternam no “poder”. Havia alguns que se orgulhavam de sua democracia interna, mas não se orgulham mais. Com poucas diferenças, são todos iguais. Mesmo que vivam dizendo, no palanque, que são diferentes, na hora em que a porca torce o rabo sempre saem-se com aquela velha desculpa esfarrapada: “caixa 2 todo partido tem”, ou coisa parecida.
Bom, mas voltando à preparação do eleitor: não gaste muito fosfato tentando entender, agora, tudo o que os políticos plantam nas colunas dos jornais. É um jogo interno, que muitas vezes nem eles sabem direito onde vai dar. O eleitor que quiser colocar na ponta do lápis todos os balões de ensaio destes dias, vai acabar que nem o padre aquele: perdidim, perdidim.
EM NOSSO NOME
Mas também não dá pra fechar os olhos e fazer de conta que não é conosco. A uma distância prudente e sem entrar em detalhes, vamos acompanhando a novela. Mais para ir entendendo como jogam, do que para tentar descobrir o que pretendem.
Daqui a pouco, termina esta fase confusa: os partidos precisam registrar as candidaturas. Aí vamos saber, de todo o carnaval anterior, o que sobrou. É a hora de tentar conhecer quem são essas criaturas que querem que a gente as sustente. E querem, nas eleições, receber o cheque em branco do eleitor, para representá-lo numa série de decisões que vão afetar diretamente nossa vida, nosso dia-a-dia.
Sabe aquele muro alto e agressivo, que as mansões à beira mar, no Campeche, construíram, impedindo que os moradores das demais quadras possam receber a brisa marinha ou ver o sol nascente? Está ali porque, em algum momento, algum vereador dormiu no ponto e deixou passar. Ou algum vereador ganhou um presentinho e deixou passar. Ou algum vereador não entendeu direito o parágrafo da lei e teve vergonha de perguntar.
Quer dizer: as coisas que a gente não gosta, que nos irritam, na nossa cidade, muito provavelmente foram discutidas, antes ou depois, na prefeitura e na Câmara de Vereadores. E, por algum motivo, nobre ou vil, nossos representantes tomaram aquela decisão. Em nosso nome. Usando o cheque em branco que receberam no dia da eleição.
Não é um bom motivo pra gente se preparar melhor para votar? Afinal, o sujeito ou a sujeita que nos representa, na prefeitura ou na Câmara, tem que atuar como nós, ou melhor. Não dá é pra gente colocar lá alguém que nos envergonhe.
Como o voto é secreto, a gente sempre pode mentir e dizer que não votou naquele incompetente. Mas, cá no fundo, sabe o quanto dói uma decepção. Abram o olho. Eles só querem o bem bom, o salário, as mordomias e o emprego pros amigos e parentes, mas a gente quer e precisa de uma cidade melhor. Com vereadores atentos, responsáveis, direitos e prefeitos dedicados, inteligentes e sensíveis às necessidades de todos os habitantes, não só daqueles riquinhos que oferecem rega-bofes chicosos, onde os políticos tolos se acham os reis da cocada-preta. Mesmo sabendo que aquele povo ri deles pelas costas.
O 25 tipo de Novembro: redação do ensino bué básico.
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A setôra explicou que o PS já não é tecnicamente fascista e está bué à toa
de ter sido. O PS, que agora é “cool” e mano dos democratas do PCP e do BE,
pe...
Há 6 horas
Um comentário:
Por isso prego o FIM DAS ELEIÇÕES PROPORCIONAIS E O FIM DO VOTO OBRIGATÓRIO...JÁ!!!
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