terça-feira, 29 de julho de 2008

OS JORNALISTAS E O RACHA NO SINDICATO

Manifesto explica os motivos do amuo e tenta acordar os coleguinhas que ainda estão dormindo no ponto

Na coluna do final de semana (aqui), dei a minha opinião sobre as rachaduras que começam a aparecer no movimento sindical dos jornalistas, depois de muitos anos de chapa única. Ontem foi divulgado um manifesto, com algumas dezenas de assinaturas de apoio, oficializando uma “oposição pero no mucho” à chapa única que está registrada.

Não é um rompimento. É uma dissidência. Tomara que nas próximas eleições essa turma tome coragem e lance duas ou mais chapas. Mas é mais provável que, em busca da tal “construção democrática verdadeiramente unitária”, acabem novamente no mesmo barco.

Transcrevo-o na íntegra:

MANIFESTO DE ESCLARECIMENTO AOS JORNALISTAS DE SC
Sindicato forte é Sindicato de e para Todos

A respeito das eleições para o Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina, que acontecem no dia 6 de agosto, os abaixo-assinados vêm a público fazer os seguintes esclarecimentos:

1A chapa única que concorre ao SJSC não expressa a unidade que tentamos construir. Entendíamos que este processo deveria ser mais amplo e coroado com uma plenária estadual de definição da chapa. Entretanto, quem capitaneou a formação da atual chapa única para o SJSC sempre rejeitou tal proposta.

2Mesmo assim, e como nosso objetivo, fraterno e sincero, era a construção democrática de uma chapa que expressasse a unidade do movimento dos Jornalistas em nosso estado, continuamos participando no esforço de construir uma alternativa unitária junto aos que lideraram a formação da atual chapa única. Na última plenária, realizada em Florianópolis, aceitamos indicar representantes para uma comissão que definiria a constituição da chapa entre aqueles colegas que haviam oferecido seus nomes nas plenárias.

3Entretanto, esse processo foi bruscamente interrompido a poucos dias do prazo de inscrições de chapas, por intransigência dos que lideraram a formação da atual chapa na tal comissão. Eles não se contentaram em exigir a indicação à Presidência, Vice-Presidência e Tesouraria, o que, na prática, significaria o prosseguimento de uma única posição política a ditar os rumos cotidianos de nossa entidade. Também vetaram nomes e passaram a impor quem aceitariam ou não na chapa, desprezando as discussões anteriores e inviabilizando a construção de uma diretoria que expressasse a heterogeneidade e riqueza de visões presentes em nosso movimento.

4Por isso, alertamos os colegas que, apesar do processo eleitoral do SJSC ter uma única chapa inscrita, ela não é expressão da construção democrática que defendíamos: verdadeiramente unitária, sem interesses político-partidários e posturas autoritárias, e representativa da diversidade da nossa categoria. Embora tenhamos razoável identidade programática com a chapa inscrita, ela foi montada com determinadas práticas e métodos com os quais não podemos conciliar.

5Aproveitamos para esclarecer que tal chapa inclui vários valorosos companheiros, que optaram por apoiar a proposta daquele grupo, decisão que respeitamos, mas com a qual não podemos concordar.

6Vamos prosseguir defendendo o fortalecimento de nossa entidade e de nossas lutas por dignidade e respeito profissional. Neste sentido, reafirmamos nosso compromisso de luta por melhores condições de trabalho e salários, fiscalização do exercício da profissão e respeito às relações trabalhistas, gestão sindical democrática e transparente com presença em todo o Estado, inserção no movimento sindical nacional da categoria e na política geral do país, defesa da regulamentação, formação, atualização e ética profissionais e da democratização da comunicação.

7Finalmente, convidamos todos os nossos colegas a, mais do que nunca, participarem ativamente e fortalecerem o Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina. Afinal, movimento sindical não se faz apenas com a ocupação de cargos na direção de uma entidade, como já mostrou o movimento que, na década de 80, resgatou nossa entidade do imobilismo, do qual muitos de nós participamos. O Sindicato somos nós!

ASSINAM:
1. Adauri Antunes – Jornalista
2. Aderbal Filho – Ex-diretor do SJSC
3. Adriane Canan – Diretora do SJSC
4. Ayrton Kanitz – 1º candidato a presidente do SJSC pelo MOS e ex-integrante da Comissão Nacional de Ética
5. Aureo Moraes – Ex-diretor do SJSC
6. Celso Vicenzi – Ex-presidente do SJSC
7. Cláudia Sanz – Diretora do SJSC
8. Daniella Haendchen - Jornalista
9. Denise Christians – Jornalista
10. Doroti Port – Jornalista
11. Eduardo Marques – Repórter Fotográfico
12. Eduardo Meditsch – Ex-integrante da Comissão de Ética/SC
13. Elaine Borges – Integrante da Comissão de Ética/SC
14. Fernando Crócomo - Jornalista
15. Francisco Karam – Ex-integrante da Comissão de Ética/SC e da Comissão Nacional de Ética
16. Gastão Cassel – Ex-diretor do SJSC
17. Hermínio Nunes – Ex-diretor do SJSC
18. Ivan Giacomelli – Ex-diretor do SJSC
19. Laudelino José Sarda – Jornalista
20. Lena Obst – Jornalista
21. Linete Martins - Jornalista
22. Luis Fernando Assunção – Ex-presidente do SJSC
23. Márcia Barentin da Costa – Ex-diretora do SJSC
24. Maria José Baldessar – Ex-diretora do SJSC
25.  Mário Medaglia – Jornalista
26. Mário Xavier Antunes de Oliveira – Integrante da Comissão de Ética/SC
27. Mylene Margarida – Ex-diretora do SJSC
28. Orestes Araújo – Ex-diretor do SJSC
29. Osvaldo Nocetti – Repórter Fotográfico
30. Rogério Cristofoletti – Ex-vice-presidente do SJSC
31. Sandra Werle – Ex-diretora do SJSC
32. Samuel Pantoja Lima – Jornalista
33. Suely Aguiar - Jornalista
34. Sara Caprário – Jornalista
35. Silvio Pereira dos Santos - Jornalista
36. Suzete Antunes – Ex-diretora do SJSC
37. Tânia Machado – Jornalista
38. Terezinha Silva - Jornalista
39. Tina Braga – Ex-diretora do SJSC
40. Valci Zuculoto – Diretora do SJSC
41. Valdir Cachoeira – Ex-diretor do SJSC
42. Valentina Nunes – Jornalista
43. Vanessa Campos – Jornalista

ESTE DOCUMENTO ESTÁ ABERTO A NOVAS ADESÕES.

Um comentário:

Anônimo disse...

Isso aí é o PT do B (ou seria P-Sol?) dos jornalistas. Não vejo grandes diferenças entre um "lado" e outro. Ambos estão recheados de gente com a cabeça nos anos 80, pré-queda do Muro de Berlim - quiçá nos 60!