No próximo dia 6 de agosto os jornalistas catarinenses irão às urnas, eleger a diretoria do seu sindicato para um novo período. A novidade é que, depois de muitos anos, agora não foi montada uma chapa “unitária”, de consenso.
Desde que, na década de 80, o memorável Movimento de Oposição Sindical (o MOS), derrubou a corrente “de direita” que era hegemônica no Sindicato dos Jornalistas, a cada eleição as várias correntes “de esquerda” tinham se agrupado em chapas únicas.
Agora parece que o molho desandou, e por algum motivo um grupo importante ficou de fora. A coisa não foi grave a ponto de ser lançada uma segunda chapa (ou até foi, mas os prazos se esgotaram). Só que está cada vez mais claro que a frente que dirigia o Sindicato agora apresenta algumas rachaduras.
Fui militante ativo do MOS, mas quando “tomamos” o Sindicato fiquei de fora das diretorias. Nem lembro mais direito por que, mas talvez tenha a ver com o fato de não ser petista. Ou com minha dificuldade em fazer parte de grupos políticos.
O fato é que sempre achei chapa única uma chatice. Disfarçam-se as divergências em nome da “unidade contra o inimigo comum” e cria-se um monstrengo cheio de lutas intestinas (como, aliás, é o caso do PT e suas múltiplas correntes).
DIVIDIR PARA MULTIPLICAR
A rigor, nem poderia dar palpites, porque não sou filiado ao sindicato. Mas é justamente onde não posso meter o bedelho que gosto de enfiar minha colher torta.
Por mais que estejam os colegas, de um e de outro lado, preocupados, acho que finalmente o Sindicato desperta de seu cochilo confortável. Acordem, discutam, vejam como estão as coisas aqui fora, pensem em jeitos e maneiras de atrair para o sindicato aqueles que estão apáticos e afastados, disputem preferências e votos, agitem e agitem-se.
E não achem, por favor, que lançar uma segunda (ou terceira e quarta) chapa seja sinal de fraqueza. Ao contrário, é sinal que ainda existe vida (inteligente?) na área. Que não quer deixar o sindicato por conta da meia dúzia de três ou quatro de sempre.
Vão à luta. Dividam-se e multipliquem-se. Parem de se aglutinar numa unidade redutora, que anula e silencia.
Tá, hoje é sábado, chega de discurso e de provocação. Talvez eu esteja completamente errado. Mas é que, antes do MOS, a pelegada se sucedia em chapas únicas, um clubinho com revezamento mínimo. Não seria bom se fossemos mais criativos?
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