Márgara Hadlich acaba de me confirmar que não irá amanhã ao depoimento na Assembléia Legislativa e também não irá ao Ministério Público Estadual.
A procuradora de Justiça Vera Lúcia Ferreira Copetti, com quem conversei há pouco, informou que, por causa da greve dos correios, tinha feito os convites por telefone, o que lhes deu, de fato, um caráter informal. Agora, com os correios funcionando novamente, ela poderá cumprir a rotina legal das intimações, enviando, por escrito, marcando nova data para ouvir a Márgara, caso ela não apareça mesmo amanhã.
Márgara me explicou que não vai mais conversar com jornalistas, quer tentar recompor a normalidade do seu dia-a-dia e sair de cena. Acha que ficou muito exposta e isso acabou prejudicando-a e atrapalhando sua vida familiar e profissional. Quanto ao Ministério Público, “a coisa é diferente”. Naturalmente, se receber uma intimação, irá examinar, com seu advogado, como proceder.
Há alguns dias, por causa de seu trabalho, Márgara foi a uma cidade do interior do estado e lá, uma pessoa que se identificou como filho de um vereador, ameaçou-a de morte. Ela naturalmente saiu rápido da cidade e isto ajudou-a a tomar a decisão de adotar um comportamento “low-profile”.
Segundo a procuradora do MPE, o trabalho iniciou com a chegada do livro, mas agora, depois de ter tomado o depoimento do Nei, já tem não só o que estava escrito, mas também o que foi dito, para continuar a investigação. A esta altura, não adianta mais o Nei, ou a Márgara, ou quem quer que seja, dizer que não era bem assim, que não disse o que disse ou que retira tudo o que disse. O Ministério Público Estadual terá que verificar se há alguma coisa de verdade naquilo que foi dito e escrito. Para isso, reunirá documentos, ouvirá uma série de pessoas e, ao final, oferecerá, ou não, alguma denúncia. Mas é bom ter calma, porque essa reunião de informações e mesmo a formação de alguma convicção, não se dará de um dia para outro. Levará algum tempo.
O Ministério Público Estadual, a propósito, só na área de Moralidade Pública, propôs, nos últimos dez anos, 54 ações contra integrantes do poder executivo estadual (administração direta e indireta). As ações estão tramitando no Judiciário (que, como todos sabemos, oferece várias possibilidades de recursos) e várias delas correm em segredo de justiça. Ah, tem uma coisa interessante sobre essa história de “segredo de Justiça”, que a gente às vezes acha que é pra proteger os figurões envolvidos. Segundo o MPE, como muitas das ações pedem que o réu compense o prejuízo causado, a principal finalidade do segredo é evitar que os envolvidos passem seus bens para outras pessoas e que, quando sair a sentença, já não tenha o que bloquear, para garantir o pagamento.
E voltando à Márgara: o fato dela não comparecer ao depoimento na Assembléia, amanhã, certamente levantará muita poeira. Provavelmente alguém poderá pensar que foi feito algum acordo, mediante o qual ela pararia de falar. Não sei se isso ocorreu. Mas, se foi o caso, tratou-se de uma grande perda de tempo e (sabe-se lá) de dinheiro. O que está registrado nos jornais e o que está gravado, com tudo que ela falou até agora, é material suficiente para municiar quem quiser investigar.
E vejam bem: ela não nega nada do que disse. Só acha melhor não continuar falando para jornalistas ou em público. Até porque tudo o que havia de mais importante para ser dito, já o foi. E cada entrevista (como, aliás, as do Nei também), acaba sendo apenas a repetição das mesmas afirmações.
Ela me disse que o que a levou a tomar essa decisão foi o medo de que a vida dela ficasse cada vez pior, à medida em que se mantivesse falando e exposta. Quer recolher-se, para ver se a deixam em paz.
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Há 7 horas
5 comentários:
Denuncia Margara. Denuncia pro Renatão botar no mesmo inquérito. Ameaça de morte!!! Será que houve tentativa de homicídio? Pede socorro pro MP, pra OAB.
Vc falando está mais segura que calada. Filho de verador macho esse cabra, hemmmm? Como diria aquele reaça da érre-bê-ésse: ahhhgh uma surra de relho no fiofó desse macho borra-botas!!
Calma, Márgara.
Você está prestando um grande serviço à sociedade e, certamente, será reconhecida por isso.
Seu depoimento, amanhã, na Asembléia é muito importante. O momento é decisivo para clarear essa história toda.
Quanto às ameaças, aproveite que amanhã estará em Florianópolis. Faça uma visitinha a Polícia Federal e denuncie aqueles que estão lhe ameaçando.
Márgara, essa ameaça deve ser encarada como um estímulo, pois prova que você está agindo de maneira correta. Se eles têm medo, também têm culpa.
Siga de cabeça erguida, denuncie aqueles que a ameaçam e conte o que você sabe. A sociedade agradece.
Márgara:
Ou vc amarelou ou vc sucumbiu. Que cartinha sem-vergonha. Aliás, que história mais despudorada. A atitude não surpreende, mas em certa medida - na dimensão que merece - decepciona pela ausência de um enfoque peculiar.
A OAB até agora conseguiu fivar completamente "calada". Mais ainda que o próprio governos. E essa agora? Até ameaça de morte? Cadê o "dotô" presidente da ordem, que não se pronuncia? E falando em pessoas com atitudes similares aos avestruzes, cadê o outro "dotô", o Alcântara? Esse pessoal só se pronuncia quando o problema é federal? Problemas estaduais são "café pequeno" para a grandiosidade destas entidades?
Essa coitada se viu no ninho de serpentes,e claro começaram a picar ela,sua família,seus amigos,seu trabalho,fazer o que ia arrebentar nela mesmo,acho que fez certo!
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