Reproduzi aqui, algumas notas abaixo, uma notícia em que um relatório da ONU fala sobre a quantidade elevada de mortes causadas pela polícia no Brasil. É um fato que já foi detectado em outras estatísticas, além daquelas citadas pela ONU. E vem sendo denunciado há anos, por exemplo, pelo repórter Caco Barcelos, em seus livros e palestras.
Pois bem, um leitor mandou-me um e-mail (escrito em letras maiúsculas, como se estivesse gritando) reclamando da história, porque os Estados Unidos teriam matado muita gente no Iraque:
“NA EDIÇÃO DE 16.09.2008 TEM UM TEMA SOBRE: "ONU AFIRMA QUE POLÍCIA DO BRASIL MATA MUITO". QUE TAL APONTAR QUE A ONU SÓ ATENDE AOS INTERESSES DO IMPÉRIO AMERICANO, E SERÁ QUANTOS INOCENTES E JÁ MATARAM NO IRAQUE NESTES TRÊS ANOS DE INVASÃO?????”Como diria minha tia Tinoca, “o que é que tem a ver o cu com as calças?” Não se prova que não há um excesso de mortes no Brasil afirmando que há excesso de mortes em outro lugar. Para que as discussões avancem e se chegue a algum lugar, é preciso ter um mínimo de lógica na argumentação.
E por que teriam os Estados Unidos, deliberadamente, manipulado um relatório da ONU para incriminar a esforçada e ilibada polícia brasileira de alguns estados? Só para “esconder” seus mortos? Hum... essa conta não fecha.
Antes de mergulharmos em teorias conspiratórias improváveis, que tal tratar uma coisa como uma coisa e outra coisa como outra coisa? A contabilidade e qualificação dos mortos que os Estados Unidos produzem em suas guerras é um assunto da maior importância. Assim como a contabilidade e qualificação das mortes provocadas por policiais brasileiros em serviço também é importante. E pronto. Cessam aí as coincidências. Né não?
Um comentário:
E x c e l e n t!!! Diria não fosse a Sra. Tinoca tia do Uncle Ceasare que ela é uma velhinha do cara.., cacete. Essa mania de imperialismo ianque não é nem caso das dicotomias de gênero, espécie, bóson de higgis etc etc entre o ânus e as pantalonas: é simplesmente o materialismo de cartilha distribuído a incautos e desavisados aloprados. De regra: jovens sem discurso, formação, representatividade, etc etc
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