sexta-feira, 30 de maio de 2008

OS PERSONAGENS

Da esquerda para a direita, deputado Edison Andrino, Zuenir Ventura e Sérgio da Costa Ramos.

Derlei de Luca sendo abraçada pela presidente da FCC, Anita Pires e aplaudida pela deputada Ada de Luca

Rogério Queiroz, ex-presidente da União Catarinense de Estudantes Secundaristas (na década de 60!) com o atual presidente da entidade; e Zuenir com Romário José, autor da poesia que transcrevo no post abaixo.

O grande problema de toda homenagem é que sempre falta alguém. Mas a listinha dos que receberam placas comemorativas, ontem, ainda que não seja exaustiva, é bem representativa.

Derlei Catarina de Luca
Derlei nasceu em Içara. Estudou na UFSC. Presa por três vezes, contou o que sofreu em seu livro “No corpo e na alma”. Em 1973 exilou-se. Voltou ao Brasil com a anistia, em 1979. Participa do grupo Tortura Nunca Mais e da Comissão Nacional dos Familiares dos Mortos e Desaparecidos.

Marcílio Ramos Krieger
Advogado formado pela UFSC, iniciou sua atuação política universitária, como militante da Juventude Universitária Catarinense (JUC) e da Ação Popular (AP). Em junho de 1968 foi preso em São Paulo. Foram quase três meses de prisão e tortura. Exilou-se em dezembro de 1969 e voltou para o Brasil dez anos depois.

Nelson Wedekin
Jornalista, advogado e hoje administrador de empresas, natural de Mondaí, SC. Em 1968 era militante do movimento estudantil na UFSC. Nos anos que se seguiram ao golpe de 1968, foi réu de um demorado processo na lei de segurança nacional. Foi também advogado de praticamente todos os presos políticos de Santa Catarina. Foi deputado federal e senador constituinte, em 1982 e 1986.

Roberto Motta, in memoriam
Natural de Criciúma, o “Motinha” sempre esteve ligado a movimentos estudantis e políticos. Foi presidente do diretório central de estudantes da UFSC de 1968 a 1969. Foi preso e condenado com base na lei de segurança nacional.Em 1982 elegeu-se deputado pelo PMDB, sendo líder da bancada em 1985.

Rogério Queiroz
Presidente da União Catarinense de Estudantes Secundaristas, nos anos de 1959 e 1960. Realizou em Florianópolis o conselho nacional da União Nacional dos Estudantes em janeiro de 1964 e em abril do mesmo ano foi destituído pelos militares do cargo e preso em duas ocasiões, sob a acusação de subversão e enquadrado na lei de segurança nacional.

Romário José Borelli
Foi a principal vítima de um ataque à peça Roda Viva, quando esta se apresentava em Porto Alegre, em 1968. Catarinense, é um dos personagens vivos citados no livro “1968, o ano que não terminou”, de Zuenir Ventura. Duramente espancado, sofreu lesões que lhe custaram meses de recuperação.

Salim Miguel
Foi preso dia 2 de abril de 1964, “quando tomava um cafezinho no Ponto Chic”. A livraria Anita Garibaldi, da qual tinha sido sócio, foi arrombada e com os livros fizeram uma fogueira no meio da rua. Contou o episódio no livro “Primeiro de Abril – narrativas da cadeia”. Em 1968 estava no Rio de Janeiro, atuando como jornalista.

Sérgio da Costa Ramos
Escritor e jornalista, filho do jornalista Rubens de Arruda Ramos. Preso em dezembro de 1968, foi indiciado na lei de segurança nacional. Processado por dois textos: “Por que morre Édson Luiz” e “Artur e eu na calada da noite”, este uma crônica satírica e o outro um libelo contra o assassinato do jovem estudante no Rio, estopim para a “passeata dos cem mil”. Passou seis meses no cárcere.

Um comentário:

Anônimo disse...

Não lembraram do Adolfo Dias. O homem da tv do povo no calçadão.