Morreu ontem o senador Jefferso Péres (PDT-AM). Baixinho, franzino, com olhos esquisitos, era um dos políticos mais bem quistos da República. Tornou-se conhecido por não ser igual aos outros. Rrepresentava, de certa forma, aquilo que a gente gostaria que todos os nossos representates fossem. Certamente não era um santo, mas com certeza não fazia parte dessa escória que se aproveita do mandato para proveito próprio, sem eira nem beira, malfeitores que, se este fosse um país sério, estariam na cadeira ou, no mínimo, longe do Congresso.
Pode-se dizer, sem ficar muito longe da verdade, que morreu de desgosto. E, como que fazendo uma última troça sobre seu cadáver, o ministro Carlos Lupi (do trabalho, ex-presidente do PDT), o presidente do Senado, mais sete senadores e outros “notáveis”, vão a Manaus às custas do contribuinte, em avião da FAB.
Algumas opiniões, de jornalistas, sobre Jefferson Péres:
JOSIAS DE SOUZA:
“Com sua figura miúda, exercia no Senado o papel de contraponto. Oferecia à platéia a certeza de que a Casa não abergava apenas uma súcia de picaretas.
O mandato de Jefferson Péres findaria em fevereiro de 2011. Ele não agüentou até lá. Pena. Em meio a tantos homens de bens, foi-se um homem de bem. Tinha a petulância da honestidade.”
LÚCIA HIPPOLITO:
“Jefferson Peres era uma das últimas referências éticas do Congresso Nacional, num momento em que a ética parece ser artigo em extinção na política brasileira.
Homem sério, sisudo mesmo, econômico nos gestos e nas palavras, Jefferson Peres destoava da tendência à teatralidade que marca os políticos brasileiros.
Teve atuação destacada em CPIs, sempre moderado, sensato, porém sempre severo e intransigente na defesa da coisa pública.
Nos últimos tempos andava meio recolhido, já que seu partido passou a compor a base aliada do governo.
Recolhido também por constrangimento, porque nos últimos tempos o PDT só tem criado problemas. Primeiro com a insistência do ministro Lupi em desafiar a Comissão de Ética Pública – Lupi resistiu o quanto pôde a abrir mão da presidência do partido.
A partir daí, o PDT passou a ser figurina carimbada nas páginas policiais. (...).
Pobre senador Jefferson Peres. Não merecia ter um fim de vida vendo seu partido arrastado na lama dessa maneira.
Pobre país!”
RICARDO NOBLAT:
“Que tal ser derrotado por Jáder Barbalho (PMDB-PA) na eleição para presidente do Senado em 2001?
Jefferson Péres (PDT-AM) foi.
E que tal ser derrotado pela maioria dos seus pares quando recomendou no ano passado a cassação do mandato de Renan Calheiros (PMDN-AM), acusado de ter se valido de um lobista de empreiteira para pagar despesas da ex-amante?
Jefferson também foi.
Eleito senador em 1994 pelo PSDB, abandonou o partido contrariado com os elevados gastos com publicidade do governo Fernando Henrique Cardoso.
Apoiou a eleição de Lula em 2002. Inconformado com o escândalo do mensalão e a reeleição anunciada de Lula, anunciou em discurso histórico que abandonaria a política em 2010 tão logo terminasse seu segundo mandato de senador.
Foi candidato a vice-presidente da República em 2006 na chapa de Cristovam Buarque (PDT).
Jefferson perdeu a maioria das batalhas políticas que travou ao longo da vida – pela ética, pela seriedade na vida pública, pela preservação da Amazônia.
Porque sempre se manteve do lado do bem, sai da vida como referência de homem íntegro e digno.
Quer dizer: ao fim e ao cabo, venceu.”
Quem resolve a pobreza é o capitalismo, não os burocratas do G20 com as
garras no Estado.
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O sistema capitalista se mostrou o mais eficiente na criação de riqueza,
desmistificando a ideia de que economia é um jogo de soma zero. Alan Ghani
para ...
Há 4 horas
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