sexta-feira, 30 de maio de 2008

UMA SESSÃO ESPECIAL

O Zuenir Ventura, que escreveu “1968, o ano que não terminou”, disse que, por causa do sucesso do livro, a cada dez anos (78, 88, 98...) é convidado para inúmeras mesas redondas, seminários, homenagens e palestras, no Brasil todo. E aí, para surpresa de todos, afirmou que a solenidade de ontem em Florianópolis, na Assembléia Legislativa, foi original e o emocionou de forma especial, porque não foram reverenciados ali os fatos de 1968, mas alguns dos personagens que fizeram 1968.

Na verdade, como ele também disse, “há um 68 em cada canto”. Ou seja, em todo lugar tem alguém que tenha vivido de forma marcante aquele ano e o que ele representou. O próprio deputado Édison Andrino, manezinho da Lagoa que convocou a sessão especial de homenagem aos 40 anos dos movimentos de 1968, foi um dos estudantes catarinense que foram ao histórico congresso da UNE em Ibiúna.

“A originalidade deste evento está em que se homenagearam os sobreviventes, os personagens e não os fatos”, disse o escritor, ao agradecer o convite.

Foi, de fato, uma solenidade bonita, emocionada. Talvez os jovens que estavam por lá não tenham sentido toda a carga emotiva que umedecia os olhos dos que viveram aquela época. E é possível que o público em geral (mesmo os meus queridos leitores e leitoras) também ache que um ano que já se esfumaça na distância não merece tanto rapapé.

A História, todos sabemos, não é uma disciplina em que os brasileiros sejam especialistas. E sem um conhecimento mínimo de história, de fato, 1968 foi apenas aquele ano que ocorreu entre 1967 e 1969. E também sem alguma cultura geral, noções de política, sociologia e, por que não, filosofia, deve parecer uma grande inutilidade perder tempo e, como é o caso aqui, espaço, com essas lembranças.

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