O novo reitor da UFSC, Álvaro Prata, assume no final da semana uma universidade coberta, aqui e ali, por densas sombras. Sob nuvens pesadas, a polícia investiga a rede de corrupção que professores, coordenadores de projetos, montaram nos desvãos da Fundação de Ensino e Engenharia de Santa Catarina (Feesc).
A suspensão da intervenção na Feesc não significou que estava tudo bem com a Fundação. Ao contrário, foram formuladas acusações graves, que continuam sendo investigadas. Menos mal que os suspeitos de envolvimento direto são apenas oito, ou pouco mais. Atenta, a maioria dos professores e servidores, que compõem a parte sã da instituição, aguarda o resultado das investigações para saber se será feita justiça ou apenas assada mais uma pizza.
Enquanto isso, em alguns departamentos, o estilo do novo reitor tem sido criticado por ser excessivamente discreto (ou apático, como sugerem prováveis opositores). Não tem circulado nestes últimos dias, como alguns gostariam, preparando o início da sua administração. Além dos pró-reitores, que seriam a linha de frente, o “primeiro escalão”, o reitor vai precisar indicar ou manter os titulares de cerca de 900 cargos e funções. Ainda que muitos provavelmente sejam apenas reconduzidos, não será uma tarefa simples.
Discrição ou apatia, o fato é que o clima na Universidade (ou pelo menos nas áreas onde consegui algum contato), não é exatamente de otimismo.
INTERVENÇÃO EM CD
A propósito dessas nuvens sobre a UFSC, a Associação dos Professores (Apufsc) está distribuindo para seus associados, em cd, a íntegra do processo de intervenção na Feesc. Nos boletins da entidade, que estão disponíveis em pdf no endereço www.apufsc.ufsc.br há resumos dos fatos contidos no processo.
Foram descobertos muitos malfeitos. Num dos casos, o sócio-proprietário da empresa que recebeu quase meio milhão de reais de um projeto é, “por coincidência” o professor que coordenava o projeto.
Num caso de subcontratação (que é uma forma de burlar a lei de licitações), a Prefeitura de Florianópolis “contrata a Feesc para implantar um novo sistema de comunicação entre as unidades de saúde do município. O valor do projeto chegou a R$ 8.467.672 e 16 empresas foram subcontratadas, recebendo o total de R$ 4.013.000”. Ou seja, se não era pra Feesc fazer o serviço, a prefeitura deveria então ter feito licitação e contratado ela mesma as empresas necessárias.
PANO PRA MANGA
O Boletim da Apufsc de 28 de abril publica uma síntese das principais irregularidades encontradas na Feesc pela auditoria independente realizada durante a intervenção, que ainda vão dar muito o que falar:
– encerramento de contrato com pendências financeiras;
– pagamento a empresa constituída por funcionário pertencente à equipe técnico do projeto;
– pagamento a pessoa física sem documentação comprobatória;
– adiantamento concedido sem identificação do beneficiário;
– notas fiscais seqüenciadas de prestadores de serviço;
– reembolso de despesas de empresas prestadoras de serviço sem documentação comprobatória;
– despesas com passagens e hospedagem em locais diferentes da realização do projeto;
– contrato firmado com a UFSC desenvolvido por subcontratação;
– pagamento de despesas não contempladas no plano de trabalho de convênios;
– reembolsos de pessoas físicas não vinculadas aos projetos;
– transferências bancárias realizadas da conta de convênios para conta corrente da Fundação;
– empresas vinculadas a professores ou servidores da UFSC ou funcionários da Feesc.
Quem resolve a pobreza é o capitalismo, não os burocratas do G20 com as
garras no Estado.
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O sistema capitalista se mostrou o mais eficiente na criação de riqueza,
desmistificando a ideia de que economia é um jogo de soma zero. Alan Ghani
para ...
Há 4 horas
Um comentário:
Vamos ver se o novo reitor vem com menos prepotência e salto alto do que seu antecessor. E que venha com uma administração mais proba, já que as últimas contas da UFSC estão com certificado de irregularidade da CGU, Sinal de dor de cabeça para o senhor Lucio Botelho, que deve ser "brindado" com algumas multas pelo Tribunal de Contas.
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