TEXTOS PUBLICADOS NA COLUNA DE 18 DE AGOSTO DE 2005
O FUTURO DE FLORIANÓPOLISA capital catarinense está num momento, da sua vida de cidade, em que tem que resolver se casa ou compra uma bicicleta.
Se continuar do jeito que está, em pouco tempo a qualidade de vida terá caído tanto que deixará de ser um destino turístico cobiçado e passará a ser mais uma daquelas cidades que perderam o bonde da história.
Por isso, em vários níveis e de várias formas, tem muita gente se organizando para tentar, de alguma forma, fazer com que a capital tome jeito. E o problema aí passa a ser que jeito. Qual a cara que Florianópolis poderá ter, que agrade seus moradores mais antigos, que não exclua os pobres, que gere riqueza, que não destrua o que ainda temos de bom? Esta é a questão do momento.
O ATERRO
No meu tempo, o mar vinha até aqui. E ali pra cima era tudo mato. A cidade era outra. Depois que aterraram pra fazer a avenida, construíram um paredão de prédios e pelaram os morros, começou a vir gente de fora. Hoje a gente sai na rua e não encontra ninguém. Os sobrenomes são esquisitos. Mesmo quando se parecem, não têm nada a ver com os dos velhos conhecidos. Os amigos só se encontram nos velórios, ainda assim quando alguém lembra de avisar. E ninguém mais passa a noite, ninguém traz lanche ou café, ninguém sabe contar piada, ninguém mais vela seus mortos direito. Os filhos e netos namoram e casam com gente que é filho e neto de desconhecidos. E ficam chateados quando alguém pergunta quem é teu pai, quem é tua mãe. Nasceram das ervas, por acaso? E quando dizem, nem adianta: ninguém conhece. Acho que quando aterraram o mar acabaram enterrando no lodo, no fundo do aterro, a alma da cidade.
No meu tempo, o mar vinha até aqui. E ali pra cima era tudo mato. A cidade era outra. Depois que aterraram pra fazer a avenida, construíram um paredão de prédios e pelaram os morros, começou a vir gente de fora. Hoje a gente sai na rua e não encontra ninguém. Os sobrenomes são esquisitos. Mesmo quando se parecem, não têm nada a ver com os dos velhos conhecidos. Os amigos só se encontram nos velórios, ainda assim quando alguém lembra de avisar. E ninguém mais passa a noite, ninguém traz lanche ou café, ninguém sabe contar piada, ninguém mais vela seus mortos direito. Os filhos e netos namoram e casam com gente que é filho e neto de desconhecidos. E ficam chateados quando alguém pergunta quem é teu pai, quem é tua mãe. Nasceram das ervas, por acaso? E quando dizem, nem adianta: ninguém conhece. Acho que quando aterraram o mar acabaram enterrando no lodo, no fundo do aterro, a alma da cidade.
3 comentários:
Grande César, dás um banho! Lembro dos ônibus sacolejando com o trepidar das tábuas da Hercílio Luz, da maresia do Miramar, do Mercado (quando era mercado e não shopping center)... você tem razão: era bom ser mané. E como tinha!
´Foi este o caos que os Amim deixaram em Florianópolis, em mais de 30 anos de gestão. Uma cidade cheia, com 60 favelas e crecimento desordenado.
Hoje o prefeito Dário deu um basta nisto: Moratória na bacia do Itacorubi. E já anunciou moratória para Coqueiros. Alguém tinha que peitar os "bandidos" da cosntrução civil que não se preocupam com as consequencias das suas construções. O Mangue está morrendo e os Daux não param de construir edifícios. E o vereador Tonelo sempre dando um jeitinho de modificar o plano diretor para favorecê-los.
E depois ainda falam do Dário.
Só não vê quem tem culpa no cartório ou ligação com os Amim.
O anônimo...
perdeste uma boa oportunidade de ficar calado.
Ass. Joanildo
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