quarta-feira, 24 de outubro de 2007

“OPOSIÇÃO POSSÍVEL”

Publiquei ontem o artigo do Alon Feuerwerker, onde ele sonha com uma oposição que oxigene a democracia brasileira. E o deputado federal Paulinho Bornhausen (DEM), sentindo-se provocado, ligou para dizer que o DEM tem procurado fazer o dever de casa.

Ele acha que a imprensa trata o partido com algum preconceito, não registrando adequadamente o esforço que eles têm feito para encontrar “o tom oposicionista mais correto”.

O deputado afirma que o DEM tem atacado em quase todas as frentes e está “sempre com o dedo no gatilho”. Ele reconhece que ainda falta um pouco de “treino” para acertar melhor a mão. Mas, no caso da CPMF, por exemplo, “não tem negociação com o governo, os senadores do DEM que queriam negociar saíram do partido e quem não respeitar a posição do partido, pode perder o mandato”, diz Bornhausen.

Outro calo do governo que o DEM quer cutucar, é a história da TV Pública, ou “TV Lula”, como o Paulinho a qualifica. O partido protocolou uma ação direta de inconstitucionalidade no Supremo e vai convocar diretores da nova estatal para que se expliquem no Congresso.

“Bom, pode ser que ainda não seja a oposição dos sonhos, mas é a oposição possível”, afirma o deputado.

AINDA A OPOSIÇÃO
E leitores também sentiram-se provocados pelo artigo e pela cobrança. Um deles disse que a mesma preocupação, que no artigo de ontem era especificamente direcionada para o governo federal, deveria valer para o governo estadual.

Claro, lógico, e também para os governos municipais. Oposição é ótimo. Obriga quem está no poder a andar na linha e mostrar, na prática, que o eleitor votou certo.

Mas não é fácil. Afinal, um partido que faz oposição ao governo federal, pode ser aliado do governo estadual e situação no governo municipal. E o único jeito de conciliar tudo isso e manter-se de pé e olhando nos olhos o eleitor, é agir limpamente. Às claras.

Numa situação dessas, se alguém faz jogo por debaixo dos panos com os coleguinhas no âmbito estadual, nada garante que a sujeira não apareça mais adiante, num confronto com adversários federais. Ou vice versa.

Então, quando a gente vê um político muito quieto, encostado num canto, com cara de guri mijado, quando deveria estar enfiando o dedo em alguma ferida ou pelo menos dizendo que o rei está nu, não pode deixar de desconfiar que, de fato, por algum motivo, ele fez nas calças.

2 comentários:

Anônimo disse...

Ah, se tivéssemos oposição - claro que não seria o Paulinho Bornhausen o lider dela...

Anônimo disse...

Feuerwerker quer dizer, em alemão, "pirotécnico", segundo o próprio traduziu para mim.Tem tudo a ver: o negócio é ver pegar fogo!