A divulgação, ontem, de dois trechos de escutas telefônicas, deu mais um gás às discussões sobre o caso Metrópole. Numa das gravações, o advogado Gley Sagaz, do PP, conversa com Nei Silva (o dono da revista e autor do livro “A descentralização no banco dos réus”). Na outra, Nei conversa com Armando Hess e toca, para que ele ouça, um trecho de conversa gravada com Gley Sagaz.
Sobre o conteúdo da conversa comento nas notas abaixo.
Há quem diga que as gravações foram entregues ao DC pelo Centro Administrativo. Mas também é provável que tenham sido divulgadas pela defesa de Armando Hess. Aparentemente o objetivo, ao envolver Esperidião Amin e o PP, seria mostrar que a extorsão teve motivação político-eleitoral.
Mas se alguém imaginava que com esse novo ingrediente a coisa fosse aliviar, enganou-se. Agora surgiu a dúvida sobre quem gravou quem.
Ontem à tarde Nei afirmou que o jornal publicou cerca de 5% da conversa que ele teve com Sagaz. “Não publicaram tudo porque daí ficaria claro que não teve negociação”, diz ele. Confirmou que tem a gravação da conversa (sim, ele grava tudo), mas que aquela gravação não é a dele. “Eu estou sendo monitorado há tempos, eles estão me gravando e quando o Dr. Gley me ligou, acabou gravado também”, afirma.
Pronto, aí está o novo capítulo da novela: quem “monitorava” Nei? Uma coisa é uma pessoa gravar a conversa da qual ela participa. Outra, é gravar conversa dos outros sem autorização judicial.
Ou será que o “monitorado” era o advogado responsável pelos processos que pedem a cassação de LHS?
Mas não dá pra descartar ainda a possibilidade de que, apesar do que ele disse, que as gravações tenham mesmo sido feitas pelo Nei. Nesse caso restaria saber por que teria ele passado o material para quem o acusa de extorsão. Cortesia entre réu e denunciante?
Bom, quem quer que tenha montado a estratégia de fazer “vazar” as gravações, deve estar, a esta altura, preocupado. Pelo que se ouvia ontem, na capital, a divulgação trouxe mais problemas do que soluções. E nem enlameou tanto assim a oposição. Por mais que o Centro Administrativo explique que nada teve a ver, que não está mexendo com isso, que talvez seja coisa dos advogados do Armando Hess, fica difícil separar as coisas. Afinal, mesmo nos autos do processo de extorsão, Hess aparece como interlocutor do governo, seu representante na negociação.
4 comentários:
Alguém tem dúvidas que o Gley esteja sendo gravado? Por quem? Elementar, Watson, é só perguntar quem teria interesse e os meios. Pra mim foi o Rolando da Silveira.
Gravação "gay" é assim: um dá "prôuto".
Strix.
é impressionante o ceticismo-ou cara-de-pau dos que acham que o pp não tem nada aver com isso,que são santos,etc.é impressionante a idolatria pelo amim.é alguma coisa fantástica,fanática.
isso de gravar os outros sem autorização já é coisa pra Polícia Federal investigar. E é só quando a PF entrar no caso que a coisa vai andar. Se depender da PMDB Civil, quero dizer, Polícia Civil...
Postar um comentário