quinta-feira, 10 de julho de 2008

O OUTRO LADO

O que diz o governo sobre essa história toda da revista Metrópole? O que pensa disso? Como se defende? Qual é, afinal o outro lado?

Conversei ontem com o líder do governo na Assembléia, deputado Herneus de Nadal e com o diretor de imprensa da Secretaria de Comunicação, José Augusto Gayoso, pra tentar entender um pouco melhor a posição deles.

O Executivo tem uma posição clara e, até certo ponto, óbvia: se nada foi feito formalmente, se não há contrato, se não há nada registrado, então não existiu. Não tem como falar, oficialmente, sobre pagamentos que, para efeitos legais, não foram feitos pelo governo.

O então secretário do Planejamento, Armando Hess, quando foi advertido pelo colega da Comunicação, Derly Anunciação, que não deveria ter enviado o e-mail pedido pelo Nei Silva e pelo Danilo Gomes, teria, segundo o governo, chamado os dois e avisado que deveriam suspender a operação.

A revista, como todos os veículos cadastrados na Secom, recebeu alguns anúncios de campanhas oficiais, mas não como parte de algum projeto. Apenas porque a Secom “não discrimina veículo”.

A dupla dinâmica de Blumenau teria então, por conta própria, continuado a procurar os secretários regionais e a pedir-lhes ajuda para contatar os empresários fornecedores do governo. “Aí a responsabilidade é de cada secretário, pelo que fez ou deixou de fazer, porque não havia orientação do governo sobre isso”, diz Gayoso.

Para o deputado Herneus, tudo não passa de um “instrumento eleitoral”. Ele não acha que “aquele amontoado de anotações e transcrições” deva ser chamado de livro. Passadas as eleições, acredita ele, cessará toda a agitação. Nadal acha que estão transformando um réu (Nei) em herói. E acredita que o PP ajudou a tramar a história.

4 comentários:

Anônimo disse...

Como sempre, dão voltas mas não falam sobre o mérito. O ícone dessa enrolação governamental é o deputado manoel motta. Por vezes chego a ter pena dos eleitores dele.
Seguindo a lógica do deputado herneus de nadal, os ministros do TSE estão tentando dar um golpe eleitoral no governo catarinense? Você (Cesar) ou alguém chegou atraçar um paralelo com os votos dos ministros e perguntar o que os governistas acham disto?
Para mim parece claro que tanto o TSE quanto a oposição aqui no estado estão falando a mesma língua. Só o governo que se faz de desentendido.
Agora uma outra pergunta, já feita por um deputado: Queriam contrato como? É capaz de que se existisse um contrato, diriam que se não tivesse um carimbo de um cartório não teria validade, portanto não havia negócios entre eles.
Está começando a ficar ridícula a defesa do indefensável, tanto por parte do governo como por parte de setores da mídia.

Anônimo disse...

Os argumentos cara de pau é que são hilários. O governo diz “se nada foi feito formalmente, se não há contrato, se não há nada registrado, então não existiu”.
É mole? Queriam o quê? Que a corrupção fosse com recibo? “Não tem recibo não houve ilícito!”. Taí, mais uma lei auto protecionista a ser votada pelo grande Congresso nacional. Além dos foros especiais, das inúmeras instâncias de defesa do político desonesto, pode-se legalizar esta idéia. A justiça nacional, tão ciosa dos procedimentos burocráticos, vai adorar. Sem recibo, cidadão, não tem ação.
Carlos X

Anônimo disse...

E foi só com a Metrópole? Não teve outras revistas? E os jornais do Interior? E outras mídias?

Anônimo disse...

Cesar, ouvi anteontem, discurso do deputado Eliseu Matos, que, na tentativa de defender o seu desgoverno, disse duas bobagens:
a) Disse que, se a dívida existisse seria paga, porque não seria dificil arrumar dinheiro para pagar, se fosse para comprometer o governo (peça a transcrição taquigráfica ou gravada da sessão do dia 8...Foi mais ou menos isso que ele disse;
b) Disse que o Nei não é gente de bem, pq vinha gravando as conversas. Agora pergunto: e quem são essas pessoas "de bem" do palácio que tambem vem gravando??