Vocês são muito faladores. Disseram que o Ivo não tinha gravado, que só o enforcado é que tinha gravações das conversas. Pois agora se vê que, de fato, o Nei era monitorado faz tempo. Moacir Pereira informa, no seu blog, que o texto das gravações (de outubro do ano passada) já circulava no Centro Administrativo há alguns dias.
[A reportagem do DC pode ser lida aqui.]
Às dúvidas que já cercam o caso, esta divulgação adiciona mais algumas: quem gravou? Se foi o Nei, como parece provável, porque ele gravava tudo, as gravações estariam no processo, naqueles cds que o advogado de defesa incluiu? Ou foram entregues ao governo no bojo de algum acordo entre réu e denunciante? Se o telefonema não foi gravado pelo Nei, expõe um esquema de gravações clandestinas que merece atenção. O monitorado era, afinal, o dono da revista que estava sendo inconveniente com suas cobranças, ou o advogado responsável pelos processos de cassação, que tramitam no TSE? Se desde outubro o Centro Administrativo sabia que Amin sabia que o Nei estava disposto a contar histórias cabeludas, por que não tomou alguma providência?
As conversas, além daquilo que já comentei na nota abaixo, mostram que o Nei procurou a oposição e que de fato estava montando um jogo de pressão sobre o governo. Mas não é disso que se trata, desde o começo, este caso? Não deu até oportunidade para um flagrante de extorsão? Há discussão sobre se o flagrante foi montado ou não, mas parece claro (ou pelo menos claro pra mim), que o Nei estava usando todos os recursos que conhecia para arrancar um dinheiro. Do governo ou de quem quisesse pagar.
O subtexto dessa informação (de que Amin sabia do que o Nei tramava), que alguns governistas chegam até a sugerir mais claramente, é que a oposição teria não só estimulado a montagem do livro, como também pago para que o Nei fizesse o papel que está fazendo. Entretanto, essa oposição que agora acusam de ter entrado em contato com um desafeto do governo, não esqueçam, foi a mesma que reuniu todas aquelas informações (em certa medida parecidas com as que estão no livro) que estão nos autos dos processos de cassação. Então, qual é a surpresa? Só agora deram-se conta que Amin e Sagaz são contra o governo? Que parte da palavra “oposição” vocês não tinham entendido?
Embora Sagaz negue qualquer negociação financeira com o Nei, vamos admitir que tudo que alguns governistas falam a boca pequena tenha, de fato, acontecido. Em que isto altera o que está dito no livro, nos autos do processo de extorsão e naquilo que continua sendo repetido pelo Nei a quem o entrevista? Atribuir algum malfeito ao opositor não faz desaparecer as suspeitas que pesam sobre o governo. Mas esta parece ser a prática comum nos embates políticos Brasil afora: “errei, mas eles erraram tanto ou mais que eu”.
A principal pergunta ainda continua sem resposta (convincente): “afinal, isto que está no ‘maço de anotações’ é mentira?”
Pra mim, pouco se me dá se quem fez o livro/dossiê/maço de anotações foi o Nei, o Danilo, o Sagaz, o Ponticelli, o Zé das Couves. É fundamental saber se aquelas histórias, que têm inegável verossimilhança, são verdadeiras ou mentirosas. Se são só invencionices, precisam ser desmontadas uma a uma. Negadas, desmentidas e seus autores processados. Se são verdadeiras, que os procuradores achem o fio da meada e cumpram com o seu dever.
Margaret Thatcher, Marte e Vênus no trabalho.
-
Em seu escritório, fez um lar amoroso, nada parecido à desconsideração
masculina que usava no gabinete. Deirdre McCloskey para a FSP:
*Estou lendo um li...
Há 4 horas
7 comentários:
Tio César,
É tudo ficção:
- as revistas não existiram;
- os outdoors não existiram;
- as fotos do Governador com a Márgara são montagens tuas;
- o Aldinho não existiu;
- a Marlene Rica é invencionice.
A única verdade: O Governador trabalha tanto que não tem nem tempo para viagens internacionais, em busca de novos investimentos para SC.
Ah: a Márcia Mel não é filha do Governador!
Adendos e transformações do texto eterno de Ruy Barbosa.
Me entreguei a realidade.
"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega finalmente a animar-se contra as virtudes, a rir-se da honra, a ter orgulho de ser desonesto.
Estão tratando esse caso com convardia, buscando culpados, atirando a culpa para os outros. Só falta dizerem que foi o cachorro.
Desde o princípio até agora, Luiz Henrique e seus pares NUNCA vieram a público com uma DEFESA CONVINCENTE. O pouco que disseram, sabemos bem, é balela: que LHS estava afastado do governo e, agora, que deram corda para se enforcar... Nem no TSE se defendem, apenas tentam ganhar tempo. Sabem que são culpados e tentam deviar as atenções.
Usaram a máquina em benefício próprio e abusaram das vitrines da mídia. Estão sendo condenados por isso. Mas continuam usando a máquina e abusando das vitrines. Culpados, reincidentes e incorrigíveis, querem se fazer de vítimas. E ainda acham que somos todos bobos.
Muito perigoso esse negócio de escutas telefônicas a rodo. Tá começando a parecer que tem mais um crime nesta lista já extensa: o de quebra de sigilo telefônico com escuta ilegal. Já é coisa para a Polícia Federal!
Tio César,
Está aí nos teus blogs recomendados - A Política como ele é aqui em SC, uma bela descrição do que aconteceu ontem.
É bom a turma ler!
P.S.: Só faltou uma questão: quem gravou a conversa entre o Nei e o Glay tinha autorização judicial?
Caso não tenham, isto não é crime???!!!! Mais um!!
Antes era "Ivo viu a uva".
Agora o "Ivo ouviu o celular da Vivo". Tá ficando cada vez mais tecnológica a cartilha política brasileira.
Carlos X
Livro/dossiê/maço de informações e BEST SELLER INÉDITO !
A prisão do Nei foi a noite de autógrafos e agora, é best seller sem que o livro tenha sido editado.
Se o Nei esperava ganhar um dinheiro com o livro, se ferrou, pois todo mundo já leu !
Postar um comentário