quarta-feira, 30 de julho de 2008

INCORRETO E DESCONTEXTUALIZADO

Meti-me no debate da chapa única do Sindicato dos Jornalistas e, dos comentários que recebi, há dois que gostaria de, pelo menos, registrar, trazendo-os para cá (nem sempre os leitores têm paciência de abrir a caixa de comentários).

Um, do Rogério Christofoletti, da Univali, coordenador da Rede Nacional de Observatórios de Mídia:
“Cesar, não é verdade o que você escreve: "os que ficaram de fora da chapa, mas morrem de vontade de estar dentro".

Particularmente, não tenho nenhuma vontade de compor a chapa. Já dirigi o sindicato e sei que não é tarefa fácil. Mas isso não me impede de tecer críticas, de me opor à condução do processo. O fato de assinar um manifesto e mostrar a minha posição é legítimo. Por que não seria?”
A propósito, o Rogério comenta,  no blog Monitorando, o que aconteceu em Itajaí, no período de escolha de nomes para a chapa.

O outro é da ex-aluna e (espero) ainda não ex-amiga, Maria José Baldessar (a Zeca), coordenadora do Curso de Jornalismo da UFSC:
“Não faço parte da turma dos que "ficaram fora". Se quisesse e fizesse valer minha vontade estaria dentro. Desculpe: querias saber o que acho da tua posição, lá vai - é incorreta e descontextualizada. Tiras conclusões pelo que dizem e essa não é a verdade. Não é uma simples "disputa de cargos". São posturas diferenciadas. Diferentemente do que pensa o Tambosi - que acha que qualquer um se locupleta das coisa, pensamos em princípios, atitudes e ações.

Vou dormir mais triste hoje por ter lido a tua coluna.”
Bom, parece que ambos se incomodaram, em princípio, com a mesma coisa. Ao ler o manifesto ficou-me a impressão que se tratava disso: um grupo ficou de fora da composição da chapa única e estava reclamando porque gostaria de estar na chapa. É provável que tenha entendido errado, porque dois dos signatários do manifesto dizem que não foi bem isso que quiseram dizer.

O Christofoletti também argumenta sobre a legitimidade de assinar manifestos e expor posições, como se eu tivesse dito alguma coisa contrário a isso. E eu não disse. Acho legítimo e necessário.

Tinha pedido, à Zeca, que opinasse sobre o que escrevi. E ela foi bem clara informando que minha posição é incorreta e descontextualizada. Até aí eu entendi. Mas quando ela afirma que “Tiras conclusões pelo que dizem e essa não é a verdade”, fiquei confuso. Tirei as conclusões que tirei a partir, principalmente, do texto do manifesto. Posso, com a minha proverbial distração e lendária superficialidade, ter entendido mal (de novo!). Mas, com certeza, não foi por ouvir dizer que eu disse o que disse. E se, de alguma forma, no que escrevi, se entende que eu acho que se trata de “disputa por cargos”, preciso corrigir. Não quis dizer isso (até achei que não tinha dito), porque conheço bem vários dos signatários.

Desculpe se a leitura de minha crítica “soft” ao manifesto te deixa triste. Não foi esta, também, a intenção, embora seja um efeito colateral mais ou menos inevitável, quando se opina livremente sobre as ações alheias.

De resto, mantenho minha posição: chapa única é uma chatice.

ATUALIZAÇÃO DA MANHÃ – Como nenhuma das duas correntes (a que acabou compondo a chapa única que concorre dia 6 e a que critica a condução do processo) me agrada muito (e, pelo visto, também não sou do agrado delas), acho prudente (não confundir com o Dr. Prudente, o advogado do sindicato) já sair à procura de uma terceira turma, pra agitar o Sindicato e até, quem sabe, formar uma chapa pras próximas eleições. Poderíamos criar o MoLiSin! Movimento para Libertação do Sindicato. Que tal? Ou seria melhor o MoNS? Movimento dos Não Sindicalizados? Hum... acho que teremos que fazer uma assembléia pra discutir melhor a idéia. Vou reservar uma mesa de quatro lugares no Fratelanza, então.

ATUALIZAÇÃO DA TARDE – Os manifestantes iniciais tinham enviado a nominata dos apoiadores e o manifesto da chapa 1 não trazia os nomes dos componentes. Fui buscar no blog da chapa, pra gente conhecer melhor quem é quem:

Executiva:
Presidente: Rubens Lunge, Redação - Jornal da Manhã, Chapecó
Vice-Presidente: Josemar Sehnem, Assessoria – SINJUSC, Florianópolis
Secretario Geral: Lúcio Fernando Sassi, Repórter Fotográfico – AN, Jaraguá do Sul
1º Secretário: Fabíola de Souza, Assessoria – SINFREN, Florianópolis
Tesoureira: Vanessa Feltrin Pinheiro, repórter de Redação - A Tribuna, Criciúma
1º Tesoureiro: Heverton Ferri, Repórter Cinematográfico – RBSTV, Joinville

Suplentes da Executiva:
Hilton José Soares Maurente, Repórter Cinematográfico – RBSTV, Joinville
Ieda Maria de Matos, Diagramadora - Jornal da Manhã, Criciúma
Flavia Rubiane Durgante, Assessoria - Câmara de Vereadores, Chapecó
Rafael Pedro de Matos, Professor – UNISUL, Tubarão
Sérgio Luiz Homrich dos Santos, Assessoria – INFORMA, Jaraguá do Sul
Adriana Baldissarelli, Assessoria – COMCAP, Florianópolis

Conselho Fiscal:
Sandro Gleston de Mattia, Assessoria - Câmara de Vereadores, Criciúma
Ivonei José Fazzoni, Assessoria – SENAI, Florianópolis
Aroldo Pereira da Silva, Repórter Fotográfico – UNOESC, São Miguel do Oeste

Suplentes:
Aristeu José Formiga de Oliveira, Assessoria – FURB, Blumenau
Elaine J. F. Tavares, Assessoria - IELA/UFSC, Florianópolis

Comissão de Sindicalização e Exercício Profissional:
Luis Henrique Prates, Repórter Fotográfico - Free Lancer, Florianópolis
Fernando Arteche Hamilton, Professor SOCIESC/IBES, Blumenau
Felipe Antônio Damo, Assessoria – Prefeitura, Itajaí

Comissão de Comunicação e Eventos:
Míriam Santini de Abreu, Assessoria – SINTRAJUSC, Florianópolis
Andréa Leonora Lisboa Neves, Redação - ALESC/PRIME, Florianópolis
Cleusa Varnier Frese, Assessoria – UNOESC, Xanxerê

Suplente:
Marlise Groth, Professora – UNIVALI, Joinville

Conselho de Representantes da FENAJ:
Iran Rosa de Moraes, Assessoria – Prefeitura, Lages
Cláudio Silva da Silva, Repórter Fotográfico - Free Lancer, Florianópolis

Suplente:
André de Oliveira Pinheiro, Assessoria – Prefeitura, Itajaí

O blog da chapa fornece, também, alguns números:

Total de candidatos na Chapa: 17 homens, 10 mulheres

Renovação: 10 antigos, 17 novos

Qualificação profissional: 14 assessores, 4 repórteres fotográficos, 2 repórteres cinematográficos, 3 professores, 1 diagramadora, 3 repórteres

Cidades de origem: 9 de Florianópolis, 3 de Joinville, 2 de Itajaí, 2 de Chapecó, 1 de Tubarão, 1 de Xanxerê, 2 de Jaraguá do Sul,1 de São Miguel do Oeste, 1 de Lages, 3 de Criciúma, 2 de Blumenau.

2 comentários:

Anônimo disse...

Cesar,
De que adianta ficarem discutindo se são contra ou a favor. Fizeste o teu papel, que foi o de levantar um tema, bastante conhecido entre nós, jornalistas: a inoperância do Sindicato que representa uma categoria, completamente desorganizada. E, pelo que vejo, vai continuar assim eternamente.
Com todo este barulho por nada, percebo que os grupos (chapas) concorrentes (ou seria uma só?) querem mesmo é usufruir das benesses do poder, buscando um espaço político, em detrimento das reivindicações e lutas pela melhoria do ambiente de trabalho dos jornalistas, fiscalização em cima das empresas, ações contra a monopolização da informação na mão do grupo gauhco e salários mais justos. Ou alguma chapa vencedora das gestões anteriores ou atuais conseguiu fazer "certas" emissoras de TV da capital pagar e registrar na carteira o piso de jornalista (uma merreca), em vez do de radialista? Também não conseguiram acabar com o excesso cada vez mais predador de estagiários nas redações... Não é a toa que muita gente (inclundo eu, que não quero me identificar para não arrumar inimigos) fica afastado destas formações de chapas, pois toda vez que acontecem eleições para o SJSC é a mesma ladainha. Este Sindicato não tem jeito mesmo, pois ninguém se entende e mostra uma disposição de fechar com os "patrões" impressionante. E, já que a futura chapa vencedora não vai mudar este quadro mesmo, resta aos jornalistas que lutam pelos seus direitos, recorrer à justiça. Dêem uma conferida no gritante número de processos nos Foruns Trabalhistas contra as empresas (inclusive a poderosa monopolista), para ver que a coisa fugiu de controle. E ainda tem colega que fica chutando cachorro morto, criticando quem, corajosamente denuncia e divulga as mazelas de um Sindicato falido. Infelizmente!!!
Salve-se quem puder.

Anônimo disse...

Tô contigo, Tio. Lá vai: "toda unanimidade é burra!"