Época de campanha eleitoral é sempre um período em que os nervos, dos candidatos e de seus assessores, estão à flor da pele. É natural que pretendam fazer “uma limpa” naquilo que consideram veículos de infâmia, calúnia e inverdades contra si e suas obras. Assim como também é possível que existam veículos que não publiquem apenas críticas e opiniões sensatas.
Aí começam, os que se sentiram ofendidos, a tentar relativizar a liberdade. Este pode ser livre e dizer o que quiser, porque é bem educado, não usa palavras de calão e jamais envolveu nossa mãe na conversa. Aquele outro precisa ser tirado do ar porque é inculto, fala palavrões e em vez de dizer “supostamente subtraiu certa quantia do envoltório vítreo”, diz, grosseiramente, “meteu a mão no baleiro”.
Afinal, a Constituição garante ou não que no País existe liberdade de expressão?
Acrescentam, ainda, “agravantes”: “este é amigo, partidário, fã, admirador do candidato X, não pode falar isto aqui do candidato Y”. A liberdade, então, é apenas para quem não tem amigos? Para quem não tenha cor partidária? Para quem, tal e qual uma mosca morta, não declare suas preferências?
E aos colegas blogueiros e jornalistas que não se sentem atingidos por essas ameaças (por soberba – “esse jornal é mesmo muito tosco” - ou por acharem-se distantes disso tudo - “eu não falo nada de política”), lembro que o preço da liberdade é a eterna vigilância. Hoje não se pode xingar um candidato, amanhã não se poderá falar mal de um jogador de futebol (hoje já se corre riscos ao criticar dirigentes de clubes de futebol e cartolas das federações), depois nos impedirão de cantarolar a música de nossa preferência. Assobiar em locais públicos, então, só se pagarmos as taxas do Ecad.
Portugal: o problema do 25 de Novembro.
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O problema do 25 de Novembro é que a sua história e celebração obrigariam a
oligarquia a reconhecer que a democracia assentou numa coligação diferente
da...
Há 6 horas
2 comentários:
Esta é a nossa lei. A nossa justiça. Cada vez mais apertada.
Este é o Poder que deram ao Ministério Público que hoje manda no País.
Hoje um jogador não pode mais vibrar ou "gozar" da torcida adversária ou de um outro jogador.
Se der dois chapéus sem objetivar o gol é uma provocação ao adversário. Garrincha com as leis de hoje seria expulso de todos os jogos.
Que muitos candidatos sejam ignorantes quanto a princípios democráticos fundamentais, não é surpresa. O lamentável é que alguns magistrados, dos quais se espera preparo e equilíbrio para aplicar a lei, não consigam compreender a essência do que diz a Constituição Federal em seu artigo quinto: "...IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;...".
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