Nos posts anteriores demos uma espiada em algumas partes do livro “A Descentralização no Banco dos Réus” e agora, pra encerrar, farei alguns comentários sobre o que vimos nessa estranha e mal ajambrada história.
O livro é uma caminhada pelo submundo da corrupção e, ainda que mal escrito, deixa entrever os porões onde os limites entre o público e o privado foram eliminados.
Curiosamente, o livro não faz referência às edições 39 e 40 (de janeiro e abril de 2006) da Metrópole, que foram as revistas incluídas no processo que pede a cassação de LHS e tramita no Tribunal Superior Eleitoral. Nesse sentido, o “material” apresentado é, do ponto de vista jurídico, novo. E oferece, aos advogados e procuradores, possibilidade de uma ampla gama de enquadramentos nos vários códigos.
Há inúmeros fatos que precisam ser apurados. Por exemplo, aquela história do presidente do TJSC que pediu ao governador um jatinho para ir ao lançamento da revista que tinha sua pessoa na capa, se verdadeira, é um escândalo por si só.
Mesmo que se diga, como já se está dizendo, que o acusador é um “desqualificado”, é preciso atenção, porque, ao que parece, foram feitos negócios com este “desqualificado”. Por que então se aliaram a ele? Por que encomendaram-lhe “serviços”? Por acaso não sabiam com quem estavam tratando? Agora não tem muito mais o que fazer, a não ser esperar que as ações que serão propostas a partir das novas informações, tenham uma tramitação demorada e que a população esqueça o incidente.
A Metrópole não é a única e não será a última revista a se aproveitar da generosa (com o nosso dinheiro) vaidade de políticos, juristas e empresários. E enquanto, por um lado, o dinheiro subtraído para a promoção pessoal faz falta em ações de governo, por outro a população passa a acreditar que todos os veículos de comunicação agem da mesma forma. E que são jornalistas esses comerciantes. Ninguém ganha, quando se rasteja na lama, exceto os ratos. E, pelo que se lê no livro, às vezes até os ratos ficam no prejuízo.
Deixo-os com a edificante leitura, abaixo, de um texto que está na última página do livro. Escrito como uma espécie de auto-propaganda do material, revela o pecado original que resultou neste imbroglio: o governo, proibido de anunciar por decisão judicial, resolveu encontrar uma “alternativa”. Deu no que deu.
A dancinha do trumpismo
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Diferentemente de manifestações polêmicas do passado, como ajoelhar-se
durante o hino nacional, o gesto é visto como celebração patriótica.
Alexandre Bor...
Há 4 horas
15 comentários:
Eles se merecem.
Mas nós não os merecemos.
Sinceramente, não vejo novidade alguma. Seria novidade se alguém da grande mídia fosse atrás deste tipo de denúncia. Não vão porque estão "até o gogó" em negócios semelhantes. Isso é mais velho que posição de fazer cocô.
Sr. Cesar,
É vergonhoso, causa indignação, revolta. Como já relatei em outros momentos em seu blog, a sensação é que vivemos em um estado sem lei, um estado onde o tráfico de influências é a lei maior. E por isso mesmo, a grande maioria tem medo de falar, pois sabem que quem não concorda, não faz parte das "relações de poder" implantadas, é excluído, e fazem questão de mostrar o seu poder.
Eu particularmente, até o início do império de LHS em SC, tinha uma visão ingenua da justiça, mas depois de tudo que vi acontecer neste estado, infelizmente mudei minha opinião.
Mas ainda acredito na polícia federal, acredito que algo será feito para nos devolver pelo menos a utopia, a possibilidade do sonho de acreditar novamente nas instituições de Santa Catarina.
Ninguém merece é esse Governo! Será que o TSE vai ganhar um exemplar do livro, pra termos alguma esperança?
Se houvesse alguma partícula de honradez nessa história toda eu diria que o autor cometeu um "Harakiri". Mas como se trata de um lodaçal, sou obrigado a dar razão ao jornalista desse Blog com a figura do ventilador. Até quando a gente vai ter que aguentar essa raça, hem Senhores do Ministério Público???
Tem muito mais editoras, de a a z por aí com matérias travestidas de noticias, todo mundo que é do meio sabe. Quando revistas ou jornais tem muito patrocinio do governo, desconfie!
Antônio Carlos.
Tio César !
Ninguém merece esses anônimos que pupulam no nosso blog.
Este governo é imoral. Não paasa um dia e aparece um crime, uma negociata, uma fraude.
Onde anda o MP (moralidade pública)?
O Tribunal de faz de conta?
Vamos ter que aturar estas ratazanas até quando?
Não, não é verdade que jornais, revistas e etc utilizam-se dos mesmos métodos. Esse Nei Silva é um inovador. A metodologia dele é novíssima, jamais viu-se algo similar em meios de comunicação de quaisquer tamanhos. Aliás nunca antes na história deste estado um governante teve a primorosa idéia de utilizar este estratagema. Aff...novelinha repetida. E aos que pregam impeachment e afins lembrem-se: venta prá todo lado, ou lôdo..sei lá !!! Decididamente o LHS é o Amim com bigode.
O que me espanta é que entra escândalo, sai escândalo e o cara se aguenta lá. Isso pode dar a dimensão do tamanho dessa engrenagem imoral, que deve ir da mulher do cafezinho no centro administrativo até o STF, se duvidar.
Oi César
Grato pela visita e comentário.
Me orgulho de ter sido seu aluno e aprendido um pouco sobre essa coisa de jornalismo que você pratica no mais alto nível.
Um abraço
Quero ser uma borboletinha de asas azuis com bolinhas amarelas se isso fizer alguma marola no Reino de D. Luiz. Aquilo é macaco velho.
César
Esta pilantragem tentou achacar em Joinville, também. Queriam fazer "entrevista" com o prefeito e na hora da dita entrevista queriam R$ 7 mil. Não levaram nada. Mas encheram o saco um monte. Isto precisa acabar!
Jorn. Benhur Lima
Diretor de Comunicação da Prefeitura
Senhor Cesar,
Concordo com o leitor acima que critica os que emitem seus comentários aqui, utilizando o psedonimo de anônimo. Mas infelizmente, devido as circunstâncias - a "democracia" instalada em SC, precisamos nos valer deste método nada ético de nos pronunciar. Sabemos que este anonimato não é pleno, que nossa identidade será comunicada caso solicitado em juízo, mas desde que emitirmos nossa opinião e não faltarmos com a verdade, não precisamos temer este comunicado.
Assino o jornal de maior circulação de SC, nem uma "notinha" sequer foi publicada neste fim de semana sobre o "fatidico" livro.
Interessante a coluna do Moacir Pereira no DC de domingo. Situação análoga...
Dizem os psicólogos, sobre a fase do "faz-de-conta" das crianças, que se trata de uma atividade lúdica no qual os sonhos e desejos podem ser realizados facilmente, quantas vezes o desejar, criando e recriando as situações que ajudam a satisfazer alguma necessidade presente em seu interior. Na política, a coisa funciona mais ou menso assim quando sai um escândalo como esse: a gente faz de conta que ele NÃO ESTÁ ALI...e ele some !!
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